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Autor: Maria Cristina Sarabando Dias Mautempo Coelho Dissertação de Mestrado em Toxicologia Analítica, Clínica e Forense: “ORMALDEÍDO EM AMBIENTE LABORAL: DETERMINAÇÃO DO ÁCIDO FÓRMICO EM URINA DE TRABALHADORES DE UMA FÁBRICA PRODUTORA DE FORMALDEÍDO O formaldeído é um composto de baixo peso molecular (PM) com uma massa molecular relativa de 30,03 solúvel em água, álcool etílico, éter dietílico e clorofórmio e miscível com acetona e benzeno É um gás à temperatura ambiente, incolor, irritante e que apresenta um odor sufocante, pungente e característico, que é detectável a baixas concentrações. Este composto, cuja molécula possui um átomo de carbono (C), um de oxigénio (O) (ligados por uma ligação dupla – grupo carbonilo) e dois de hidrogénio (H) ligados ao carbono por ligações simples (CH2O) é inflamável, reactivo e polimeriza facilmente à temperatura e pressão ambiente normais. Figura 1. Fórmula estrutural do formaldeído14 O formaldeído é fácil e rapidamente absorvido a nível das membranas mucosas dos olhos e dos tractos respiratório e gastrointestinal. A absorção dérmica do formaldeído através da pele parece ser ligeira. Mais de 90% do gás inalado é absorvido no tracto respiratório superior dos ratos e macacos. Nos ratos, o formaldeído é absorvido a nível das passagens nasais. Sendo respiradores nasais obrigatórios, a absorção e deposição local do formaldeído nos roedores ocorre, por isso, principalmente na região das fossas nasais, enquanto nos macacos (respiradores orais e nasais, tal como os humanos) é também absorvido a nível da nasofaringe, traqueia e brônquios. O uso de formaldeído na indústria têxtil deve-se à sua aplicação para melhorar a resistência aos vincos. A maioria das aplicações, dizem contudo, respeito à produção de resinas e agentes de ligação para derivados da madeira, contraplacados por exemplo. Relativamente à produção de resinas, o formaldeído é utilizado no fabrico de resinas fenólicas, de ureia, de melamina e de poliacetal. As resinas fenólicas, de ureia e de melamina, têm uma ampla utilização como adesivos e aglutinantes nas indústrias de produtos de madeira, pasta de papel, fibras vítreas sintéticas, na produção de plásticos e revestimentos e em acabamentos têxteis. As resinas de poliacetal são amplamente utilizadas na produção de plásticos.8 O polímero de ureia-formaldeído, por exemplo, é muito utilizado na produção de espuma de isolamento para habitações, que pode ser responsável pela libertação de formaldeído para o ambiente. Na forma de paraformaldeído em concreto, é utilizado na indústria dos plásticos e resinas, na síntese de intermediários químicos, cosméticos, desinfectantes, produtos de higiene, fluidos de embalsamar e biocidas.4 Os sinais predominantes de uma exposição de curto prazo ao formaldeído em humanos são irritação dos olhos, nariz e garganta, juntamente com desconforto, lacrimação, rinite, tosse, dores torácicas, dispneia e, finalmente, morte, dependendo da concentração. O formaldeído causa irritação ocular, das vias aéreas e reacções na pele, incluindo dermatite de contacto, por mecanismos alérgicos ou irritantes e ocasionalmente urticária. A formalina é extremamente irritante para os olhos e exposições directas causam opacidade da córnea e perda de visão. O formaldeído causa igualmente náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, alteração do estado mental, instabilidade hemodinâmica e acidose sistémica grave.