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CCJ0005-WL-RA-03-Ciência Política-Estado & A Retórica Política _02-08-2012_

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
1 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
Plano de Aula: POLÍTICA E SOCIEDADE 
CIÊNCIA POLÍTICA 
Título 
POLÍTICA E SOCIEDADE 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
POLÍTICA E SOCIEDADE 
Objetivos 
-Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurídico-político. 
-Analisar as estruturas e as articulações do discurso político pela lógica das teorias naturalista e 
contratualistas. 
-Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de persuasão e de reflexão 
crítica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
O Contrato Social. 
 
O contrato social é um acordo de vontades que significa que a sociedade humana é originada e construída de 
modo artificial ou não natural, ou melhor, como produto de um acordo realizado pelos os homens enquanto 
expressão e manifestação da sua racionalidade e da sua vontade. Sendo assim, a sociedade nasce conjuntamente 
com o próprio Estado, sendo este a condição para a sua própria existência e permanência. O Estado é então uma 
instituição necessária para que os humanos respeitem o próprio contrato e convivam uns com os outros realizando 
o Bem Comum. 
Aplicação Prática Teórica 
1- Leia com atenção as assertivas abaixo para responder sobre os contratualistas e pacto social 
I – No estado de natureza, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que 
outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa 
fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma 
constante guerra de todos contra todos, a lei dos lobos. No entanto, os homens têm um desejo, que é também em 
interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social. 
II – Todos os homens nascem e são iguais por natureza. Usam a razão, um bem comum, para construir a 
sociedade, e dela partilhar os resultados. O Estado vem do direito natural, como o direito à vida, à liberdade, à 
propriedade. O Estado deve promulgar o bem estar geral. O governo não pode ser tirânico, nem patriarcal. A 
relação entre os indivíduos e o Estado é de confiança. 
III – O contrato social não se tratava de um contrato estabelecido entre os indivíduos e sim de cada um consigo 
mesmo e que transformava cada indivíduo num cidadão.A principal cláusula deste contrato é a alienação total de 
cada associado, com todos os seus direitos, à comunidade. 
 
De acordo com o exposto acima marque a sequência correta: 
 
a) Thomas Hobbes; Rousseau e John Locke. 
b) John Locke; Rousseau e Thomas Hobbes. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
2 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
c) John Locke; Hobbes e Rousseau. 
d) Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau. 
e) Rousseau, Hobbes e Locke 
 
Caso Concreto: Diferencie o conceito de pacto social em Hobbes , Locke e Rousseau. 
 
 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
3ª AULA – Estado 
 
VER 
Aula - 002 
Ler: Capítulo III: Estado e Direito, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De 
Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
VER 
Aula - 002 
Ler: Capítulo: Estado e Direito, do livro Curso de Teoria Geral do Estado (Lier Pires, Ricardo 
Guanabara & Wladimyr Jorge). 
VER 
Aula - 002 
Ler: Capítulo IV: Conceito de Estado, Elementos Constitutivos e Características, do livro Teoria 
Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
VER 
Aula - 002 
Ler: Capítulo: Elementos do Estado, do livro Curso de Teoria Geral do Estado (Lier Pires, Ricardo 
Guanabara & Wladimyr Jorge). 
Estado (Status) 
 
-Início do Estado Moderno 
Maquiavel XVI => Primeira citação sobre Estado. 
 
Conceitos definidores do Estado: 
 
ELEMENTOS 
MATERIAIS FORMAIS 
Território População Governo 
 
-População = Povo? (É diferente) 
População => Elementos Jurídicos. 
Povo => Elementos Políticos, Sociológicos e Jurídicos. 
 
-Território => Solo, Subsolo, Espaço Aéreo, Mar Territorial, Navios e Aviões (Militar, Civil e Comercial). 
 
-Governo => Organização e Funções (Legislativo, Executivo e Judiciário). 
Características do Governo => 01- Deve ser Soberano e 02- Do Povo (De Cicco). 
Ditadura para Dallari é aceita como Governo, e não para De Cicco. 
 
Funções do Governo: 
 
-Legislativo: 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
3 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
-Vereadores; 
-Deputados (Estaduais, Federais e Distritais); 
-Senadores. 
 
-Executivo: 
-Prefeitos; 
-Governadores; 
-Presidente. 
 
-Judiciário: 
-Juízes; 
-Desembargadores; 
-Árbitros. 
 
Montesquiel => Poder  Poder (poder contem o poder). 
 
Características Fundamentais do Estado: 
 
-Soberania => Governo (Sem Soberania => Sem Governo). 
-Nacionalidade => Povo (Sem Nacionalidade => Sem Povo). 
-Finalidade (Ideologia) => Bem Comum (Sem Finalidade => Sem bem Comum). 
 
Apátridas => Sem Pátria. 
FAZER Ler: Capítulo V: Teoria sobre a Soberania do Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência 
Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
FAZER Ler: Capítulo VI: Nação e Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De 
Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
3ª AULA – A Retórica Política 
 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Professor Rafael Iório 
Aula 03 
 
TEMA: A retórica política 
 
OBJETIVOS: 
 
-Analisar as estratégias usadas pelos sujeitos políticos em seus discursos. 
-Compreender o conceito e as estruturas da Retórica Política. 
 
3. As estratégias do discurso político 
 
Discutir o conceito de retórica, e demonstrar como se opera e estrutura a oratória e a argumentação 
política. Vale lembrar que tais questões estão devidamente desenvolvidas no material de apoio do aluno, como 
também no texto da coletânea de exercícios. 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
4 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
3.1. A retórica política 
 
A retórica é uma dinâmica de comunicação dos atores políticos, ou seja, a razão ideológica de identificação 
imaginária da “verdade” política. Os atores do campo político fazem parte das diversas cenas de vozes 
comunicantes de um enredo permeado pelo desafio retórico do reconhecimento social, isto é, o consenso, a 
rejeição ou a adesão. Suas ações realizam vários eventos: audiências públicas, debates, reuniões, e hoje 
principalmente, a ocupação do espaço midiático. Precisam de filiações, estabelecendo organizações, que se 
sustentam pelo mesmo sistema de crença político articuladora de ritos e mitos pela via dos procedimentos 
retóricos. 
A retórica além de ser a arte da persuasão pelo discurso; é também a teoria e o ensinamento
dos recursos 
verbais – da linguagem escrita ou oral – que tornam um discurso persuasivo para seu receptor. Segundo 
Aristóteles, a função da retórica não seria “somente persuadir, mas ver o que cada caso comporta de persuasivo” 
(Retórica, I,2,135 a-b). 
 
O vocábulo retórica denota três sentidos: 
 
No sentido lato, é uma prática discursiva competente e espontânea, encontrada em qualquer cultura, para a 
transmissão de informações e ensinamentos. 
 
O segundo significado, produzido na cultura helena, é um ciclo de estudos ligados a gramática e a dialética, 
com duas vertentes. Sua sistematização originou-se dos sofistas; por Córax, Isócrates, Górgias e Protágoras; 
tendo depois no século IV a.C., a sua fundamentação enquanto ciência poiética, por Aristóteles, que se divide em 
poética e retórica, cuja formulação estendeu-se até o século XIX, sem profundas alterações. 
Para os sofistas a retórica era o seu método- tékne retoriké. Ele se opera da seguinte forma: uma vez que 
se tem por pressupostos as opiniões, que são conflitantes e contraditórias, realizar-se-á a persuasão através do 
confronto dos argumentos contrários. A contribuição dos sofistas pela tékne retoriké está no uso do discurso para o 
confronto, evitando desta forma a violência e a tirania, com isto propiciando o ato democrático da arte da 
persuasão. 
Para Aristóteles, a retórica não seria persuasão e sim distinção e escolha dos meios mais adequados para 
persuadir, despertando as paixões (páthos) e não o intelecto do receptor, concepção adotada, mais tarde, por 
Cícero e Quintiliano. Na politica é indispensável, nos discursos públicos proferidos em assembléias durante o 
processo deliberativo. Ele separa o agente, a ação e o resultado da ação e descreve os gêneros do discurso em: 
1-Deliberativo- o orador tenta persuadir o ouvinte sobre uma coisa boa ou má para o futuro; 
2- Judiciário- o orador tenta persuadir o julgador sobre uma coisa justa ou injusta do passado e; 
3- Epidíctico e Vitupério- o orador tenta comover o ouvinte sobre uma coisa digna, bela ou infame sobre o 
presente. 
 
Finalmente, o terceiro sentido, só se apresenta após um período de eclipse causado pelo pensamento 
racionalista, quando ressurge, no século XX, como uma teoria de reflexão crítica e sistemática sobre a prática do 
discurso. Neste mister destaca-se Chaïm Perelman ao trazer para o debate epistemológico a argumentação e a 
dialeticidade na análise dos fenômenos das relações humanas contingentes. 
É importante ressaltar o traço distintivo entre este filósofo, representante da corrente contemporânea e 
Aristóteles, suporte do estudo da retórica até a modernidade, sendo o alicerce do pensamento perelmaneano. Na 
versão atual de Perelman, a retórica visa o racionalidade do ouvinte, convencendo-o. Para a versão clássica de 
Aristóteles, o ato de persuadir objetiva comover o público, pondo em movimento o páthos. 
 
3.2. Sistema Retórico 
 
O sistema retórico foi elaborado por Aristóteles. Este sistema permanecerá sem grandes mudanças até o 
século XIX. A retórica é dividida em quatro partes para o seu orador na composição do discurso. 
 
a) Invenção- gr. heurésis 
A invenção é a fase da concepção do discurso, onde o inventor (orador) cataloga todos os argumentos 
(topoi) e meios de persuasão. Ao se perguntar sobre o que deve versar um discurso convém analisar a que gênero 
ele pertence (deliberativo, judiciário ou epidíctico). 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
5 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
b) Disposição- gr. taxis 
A disposição é a fase da organização do discurso, o plano-tipo, que se divide em cinco partes: exórdio, 
narração, confirmação, digressão e peroração. 
-Exórdio- gr. Prooimion => Exórdio é a parte do discurso que objetiva tornar o auditório dócil, atento e 
benevolente aos argumentos do orador. 
-Narração- gr. Piegésis => Narração é a exposição dos fatos referentes à causa, aparentemente objetiva, porém 
direcionada segundo as intenções do orador. Na narração que o logos supera o éthos e o páthos. Suas qualidades 
devem ser clareza, a brevidade e a credibilidade. 
-Confirmação- gr. Pistis => A confirmação é o conjunto de provas da relação entre argumentação e refutação 
que visa destruir os argumentos do adversário. 
-Digressão- gr. Parekbasis => A digressão é a parte do discurso que visa distrair o auditório com a finalidade de 
causar sua piedade ou indignação. 
-Peroração- gr. Epílogos => A peroração é a parte que se põe no fim do discurso. Sua função é unir a 
afetividade com a argumentação. 
 
c) Elocução- gr. léxis 
A elocução é a parte do discurso que trata do bom estilo, a grandiloqüência de Górgias, o latinitas dos 
romanos, o bom vernáculo. Nesta parte é que se escolhe as frases, com as figuras: de palavras, de sentidos, de 
pensamento e de construção. 
 
d) Ação- gr. hypocrisis 
A ação é a forma própria de atingir o público, é a pronunciação do discurso. Não se entende aqui somente a 
dicção, trabalho da voz e da respiração, mas também às mímicas do rosto, à gestualidade do corpo, tudo se inclui. 
Esta é a parte em que os oradores, tal como os atores, exprimem sentimentos que não necessariamente sentem, 
mas usam para persuadir seu auditório. Sua manifestação é típica da oralidade, visto que a expressão escrita, por 
sua própria natureza, impende o exercício deste recurso. 
 
3.3. Os três grandes princípios retóricos 
 
Podem-se distinguir três grandes princípios retóricos. 
 
a) Não- paráfrase => Princípio que demonstra que o discurso retórico é inseparável de sua forma, que ele 
não pode ser traduzido por outro de mesmo sentido. 
b) Fechamento => A mensagem retórica aparece fechada, sem réplica. O fechamento explica a grande 
força do discurso retórico, só podendo ser combatido com outro. 
c) Transferência => Este princípio objetiva defender um sujeito através do enquadramento da sua 
personalidade às crenças do auditório. A transferência se opera numa via dupla, na realidade intelectual e 
afetiva, do que se quer transferir da opinião do auditório. 
 
3.4. Entimema – gr. Enthymeísthai (considerar, refletir): o silogismo retórico 
 
As raízes deste tema remontam Sicília, século V a C. com Córax e Tísias, focalizados na eloqüência 
judicial. Mais tarde com Górgias na tradição de Isócrates, primeiro a usar o termo - e finalmente em Aristóteles 
que o sistematiza. 
O entimema é o núcleo da persuasão e por isso objeto central da retórica, e por ser fruto da endoxa, trata 
daquilo que não decorre necessariamente das premissas invocadas. 
Aristóteles diz ser o entimema um silogismo, no qual uma das premissas ou mesmo a conclusão é tomada 
como evidente, permanecendo implícita dentro da estrutura formal do silogismo. Ele pressupõe que o receptor da 
mensagem conhece e concorda com a premissa ou conclusão silenciada, ocorrendo uma concordância ou não. 
Dorieus venceu os jogos olímpicos, Dorieus ganhou uma coroa de louros. Falta a premissa maior, pois todos 
sabem que quem ganha os jogos recebe a coroa (Retórica, I,2,1357ª,15-20). 
O filósofo elabora 28 topói para fundamentar os entimemas, por exemplo polissemias, comparação, 
diferenças de grau, sinônimos etc. (Retórica, II,23,1397ª,10-30). 
O silogismo é uma argumentação pressuposta em certos enunciados, na qual a sua conclusão, apesar de 
diferente, surge necessariamente deles. 
O entimema é formalmente imperfeito, deseja persuadir sem a rigidez da coerência lógica. A característica 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003
Assunto: 
Estado 
Folha: 
6 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
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mais evidente do entimema é a formulação encurtada. Quintiliano o chama de silogismo encurtado. Uma vez que 
a retórica deseja obter efeitos imediatos, fica esta deficiência formal a contrapartida de sua relevância pragmática 
e estratégica. 
A partir de Aristóteles pode-se apresentar uma classificação material dos entimemas: 
1) entimemas que tem por base a verossimilhança, que trabalham com o domínio do contigente; 
2) entimemas de paradigmas que se fundamentam nos exemplos e; 
3) entimemas com base em sinais ou indícios. 
 
3.5. Retórica e Direito 
 
A relação entre retórica e direito tem sua origem na civilização clássica greco-romana, sedimentando os 
estudos da prática discursiva contingente, e fomentando o espaço democrático de confrontação. 
Quando a retórica é entendida como arte do bem falar que trabalha as técnicas persuasivas de ação sobre 
um público, desejando aumentar sua adesão sobre uma tese, sua aplicação se limita a duas fronteiras. A primeira, 
quando a tese que se quer que admitam é evidente, e por isso, não se cabe argumentar. A segunda é aquela em 
que a tese é arbitrária e se impõe não pela razão e sim pela força bruta. Sendo assim, em poucas palavras, seu 
campo de atuação é aquele em que por ocasião de uma controvérsia, delibera-se para se chegar a uma decisão 
razoável. 
 
3.6. Caso Concreto 
 
Tema: Retórica 
Leia, atentamente, o trecho do verbete “Retórica” de Rafael Mario Lorio Filho, e responda: 1) O que você 
entendeu por retórica? 2) Qual é a importância da retórica para a política? Justifique as suas respostas. 
 
VERBETE: RETÓRICA (gr. retoriké: arte da oratória, de retor: orador). 
 
1. Noção, origem judiciária e perpetuação no discurso jurídico. A retórica além de ser a arte da persuasão 
pelo discurso; é também a teoria e o ensinamento dos recursos verbais – da linguagem escrita ou oral – que 
tornam um discurso persuasivo para seu receptor. Segundo Aristóteles, a função da retórica não seria “somente 
persuadir, mas ver o que cada caso comporta de persuasivo” (Retórica, I,2,135 a-b). Estudos contemporâneos 
revelam que a origem da retórica não é literária, mas judiciária. Ela teria surgido na Magna Grécia, em particular 
na Sicília, após a expulsão dos tiranos, por volta de 465 a.C. Um discípulo de Empédocles de Agrigento, chamado 
Córax, e seu seguidor, Tísias, teriam publicado uma “arte oratória” (tekhné rhetoriké), compilando preceitos 
práticos a serem utilizados, numa época em que não existiam advogados, por pessoas envolvidas em conflitos 
judiciários. Encontra-se aí o surgimento da disposição do discurso judiciário em partes ordenadas logicamente – os 
lugares (topoi) que servem à argumentação, invenção retórica noticiada pelo ateniense Antifonte (480-411 a.C.). 
(...) 2. As matrizes gregas: a persuasão e o sistema retórico. A retórica tem como seu primeiro paradigma o 
pensamento dos sofistas, representados principalmente por Córax, Górgias e Protágoras. Para os sofistas a 
retórica não visa a argumentação com base no verdadeiro, mas no verossímil (eikos). Seu método opera a partir 
da existência de uma multiplicidade de opiniões, não raro conflitantes e contraditórias. A persuasão ocorreria 
mediante a chamada transformação retórica, resultante da habilidade dos retores em confrontar os argumentos 
contrários. Daí a definição de Córax, que via a retórica como “criadora de persuasão”. Ela consistiria na arte de 
convencer qualquer um a respeito de qualquer coisa. Surge neste ponto a interseção da retórica com a erística, 
fundada por Protágoras (486-410 a.C.), consistindo na arte de vencer qualquer controvérsia, independentemente 
de se ter razão, per fas et nefas. Esta tradição sofística é, no século XIX, retomada por Schopenhauer em seu 
opúsculo A arte de ter sempre razão ou dialética erística. O relativismo pragmático de Protágoras é também 
marcado pelas idéias da inexistência de uma verdade em si e da afirmação que cada homem é medida de todas 
as coisas. Cada um teria a sua verdade e somente a retórica permitiria que alguém possa impor a sua opinião. 
Trata-se da onipotência da palavra, não submetida a qualquer critério externo de verdade, como Górgias 
expressa, com grandiloqüência, no discurso Do não-ser ou da natureza. Essas idéias dos sofistas foram 
combatidas por Platão, que atribui valoração pejorativa à retórica. Coube, todavia, a Aristóteles sistematizar esse 
estudo. Para o Estagirita, a retórica não seria mera persuasão mas distinção e escolha dos meios adequados para 
persuadir. A retórica, tal qual a dialética, não pertenceria a um gênero definido de objetos, porém seria tão 
universal quanto aquela. Essa tekhné se utilizaria de três tipos de provas como meios para a persuasão: o ethos e 
 
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Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
7 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
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o pathos, componentes da afetividade, além do logos, o raciocínio, consistente da prova propriamente dialética da 
retórica. Aristóteles separa, em sua análise do discurso, o agente, a ação e o resultado da ação, descrevendo os 
gêneros do discurso em: 1-Deliberativo- o orador tenta persuadir o ouvinte sobre uma coisa boa ou má para o 
futuro; 2- Judiciário- o orador tenta persuadir o julgador sobre uma coisa justa ou injusta do passado e; 3- 
Epidíctico e Vitupério- o orador tenta comover o ouvinte sobre uma coisa digna, bela ou infame sobre o presente. 
É de matriz aristotélica o sistema retórico que servirá como paradigma para o estudo posterior da retórica e 
resistirá, sem grandes mudanças, até o século XIX. A retórica é dividida em quatro fases para o seu orador, 
quando da composição do discurso: 1) a invenção (gr. heurésis) é a fase da concepção do discurso, na qual o 
inventor (orador) cataloga todos os argumentos (topoi) e meios de persuasão, de acordo com o gênero a que 
pertença (deliberativo, judiciário ou epidíctico). Trata-se do momento em que se opera a criação de conceitos - a 
heurística - que servirá à estruturação generativa do discurso; 2) a disposição (gr. táxis) seria a fase da 
organização do discurso, o plano-tipo, que se divide, por seu turno, em cinco partes: exórdio (gr. prooimion), 
narração (gr. piegésis), confirmação (gr. pistis), digressão (gr. parekbasis) e peroração (gr. epílogos); 3) a 
elocução (gr. lexis) é a parte do discurso que trata do bom estilo, como a grandiloqüência de Górgias, o latinitas 
dos romanos, o bom vernáculo. Nesta parte é que são escolhidas as frases com as figuras: de palavras, de 
sentidos, de construção e de pensamento; e, por fim, 4) a ação (gr. hypocrisis) é a forma própria de atingir o 
público, a pronunciação do discurso. Não se entende aqui somente a dicção, trabalho da voz e da respiração, mas 
também as mímicas do rosto, a gestualidade do corpo, tudo se incluindo na formação do estilo retórico. Esta é a 
parte em que os oradores, tal como os atores, exprimem sentimentos que não necessariamente sentem, mas 
utilizam para persuadir seu auditório. Sua manifestação é típica da oralidade, visto que a expressão escrita, por 
sua própria natureza, impede o exercício deste recurso. (...). 
 
3.7.Sugestão de gabarito do caso concreto: 
 
O discente deverá abordar em sua resposta que a retórica é a arte da palavra. Ela articula e organiza 
os recursos discursivos, no intuito de persuadir ou convencer um auditório de suas idéias ou 
proposições. Sua importância para política é fundamental, pois, na disputa de poder entre os sujeitos 
políticos, é esta técnica, ou melhor, o seu bom uso, que permitirá reconhecer e manipular as teses e 
estratégias no jogo
pela busca de adesão e legitimidade. 
 
 
==XXX== 
 
 
Capítulo V: Teoria sobre a Soberania do Estado 
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga) 
 
 
 
 
==XXX== 
 
 
Capítulo VI: Nação e Estado 
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga) 
 
 
 
 
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Aula: 
003 
Assunto: 
Estado 
Folha: 
8 de 8 
Data: 
02/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP 
 
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