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1 A Persistência da Memória Salvador Dalí - 1931 ... Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão. CD de Andrade 2 Atenção, Linguagem, Aprendizado e Memória Neurofisiologia Prof Adj Dr med Valdeci J Pomblum 3 Percepção Origem Etmológica Percepção: prefixo latino per– que indica “através de”, “por intermédio de” e cepção, do latim -–“ceptio”, derivado do verbo capere (Pronuncia-se /cápere/), “tomar, agarrar, pegar”. Assim, percepção indica a “ação de adquirir conhecimento (de algo) por meio dos sentidos comuns”. 4 Percepção É a capacidade de associar as informações sensoriais à memória e à cognição de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar o nosso comportamento. córtex associativo “áreas silenciosas” 5 Percepção Percepção x Sentidos Primeiro: A percepção é dependente mas diferente dos sentidos (tem “algo mais” !!!); Segundo: Envolve processos complexos ligados à memória, à cognição e ao comportamento. E um dos aspectos mais importantes da percepção que a diferencia da sensação é a chamada Constância perceptual !!! 6 Percepção Constância Perceptual Para os sentidos, cada posição de um objeto produz uma imagem visual diferente, mas, para a percepção, trata-se do mesmo objeto: 7 Percepção Constância Perceptual 8 Percepção Percepção e Sentidos Como há estreita ligação com os sentidos, pode-se falar em percepção visual, auditiva, somestésica, ... 9 Percepção Vias paralelas de processamento a partir de V1 Sistemas sensoriais: mecanismos analíticos mecanismos sintéticos 10 Percepção Desordens da Percepção: Dr. P. Oliver Sacks (1933- ) 11 Percepção Dr. P. Agnosia (gnosis: conhecimento; S. Freud) 12 Percepção Agnosias Lesões corticais: visuais (prosopagnosias), olfatórias, ..., auditivas (amusia, afasia receptiva, ...), ..., movimento (acinetópsia), ... 13 Percepção Vias Seqüênciais ou Paralelas ??? Posição dos objetos e o sentido do corpo, heminegligência (percepção espacial) VE: anomia (incapacidade de nomeação) VD: agnosia (falta de conhecimento), prosopagnosia (percepção das formas e cores) acinetópsia acromatópsia 14 Percepção Canais Paralelos “Teste de busca” Consiste na realização de uma tarefa: O indivíduo deve verificar se há ou não um elemento discrepante (“alvo”) dentre um certo número de elementos diversos (“distratores”) apresentados em uma cartela. Quando chegar à conclusão final (se o elemento discrepante estiver presente ou não), o indivíduo deve apertar um botão. O tempo é registrado. Anne Treisman 15 Percepção Teste de Busca T L T T T L Buscando o T 16 Percepção Teste de Busca T L L T L L T L T L T T T L L 17 Quantidade de letras no cartão 2 4 6 10 20 30 Tempo de respossta (segundos) T L T T T L T L L T L L T L T L T T T L L Percepção Teste de Busca Os resultados do teste de busca são compatíveis com a idéia de processamento paralelo: Devemos analisar a cor e a forma através de canais perceptuais separados, o que leva mais tempo. 18 Percepção Teste de Busca T L L T L L T L T L T T L L T 19 Quantidade de letras no cartão 2 4 6 10 20 30 Tempo de resposta (segundos) Quando o T não está no cartão Quando o T está no cartão Percepção 20 Percepção Vias paralelas no homem (PET) – localização de um ponto 21 Percepção Vias paralelas no homem (PET) – reconhecimento de faces 22 Percepção Vias paralelas: independentes ou cooperativas ??? O quê ??? Onde ??? 23 Percepção E os óculos ??? 24 Percepção E os óculos ??? 25 Percepção Otimização da Percepção Para que os mecanismos da percepção possam ser otimizados, é preciso selecionar dentre os inúmeros estímulos provenientes do ambiente aqueles que são mais relevantes para o observador. Para isso, o SNC conta com a ... 26 27 Atenção Procura-se por ... Wally no circo. 28 Passos para encontrar Wally no circo … 1. Fixar atenção 2. Decidir 3. Deixar de atender 4. Mudar a atenção 5. Fixar a atenção em um novo lugar Esses passos são os processos cognitivos 29 Atenção O que é atenção ??? Todos sabemos o que é atenção … William James, 1890 30 Atenção Atenção Um mecanismo de focalização dos canais sensoriais capaz de facilitar a ativação de • certas vias, • certas regiões e até mesmo de • certos neurônios, de modo a colocar em primeiro plano sua operação, e em segundo plano a de outras regiões que processam aspectos irrelevantes para cada situação. 31 Atenção É o processamento diferenciado (PREFERENCIAL) de várias fontes simultâneas de informação. Ex.: auditivo, visual, ... Por que selecionar (poucas ???) e ignorar (muitas ???) ??? Por que não processar todas as informações que chegam ao encéfalo ??? O cérebro não consegue processar todas ??? Qual o ganho em selecionar algumas informações ??? A atenção tem a ver com o processamento preferencial da informação sensorial. 32 Atenção Conseqüências da Atenção 1) Visualmente, ao deslocarmos a atenção, aumenta a probabilidade de detecção de um objeto. 2) Acelera o tempo de reação. Síndrome da (Hemi)negligência – lesões em córtex parietal posterior do hemisfério D, córtex pré-frontal D, giro cingulado, ... O paciente perde a habilidade de deslocar a atenção. Hipótese: o hemisfério E presta atenção para objetos no campo visual D e o hemisfério D presta atenção para os campos visuais E e D. 33 Atenção Síndrome da Heminegligência (= indiferença) (Neglect Syndrome) 34 Atenção Síndrome da Heminegligência 2 meses 3 meses 6 meses 9 meses Anton Räderscheidt 1892-1970 35 Atenção Síndrome da Heminegligência Piazza del Duomo - Milan 36 Atenção Estímulos que requerem atenção tanto para detalhes menores quanto para o padrão: Paciente “normal” Hemisfério E (perdem a visão dos detalhes) Hemisfério D (perdem o padrão geral) 37 Atenção Direcionamento da Atenção – Tálamo 38 Atenção Direcionamento da Atenção – Núcleo Pulvinar 39 Atenção Núcleo Pulvinar Lesão pulvinar – pacientes respondem lentamente aos estímulos (= habilidade reduzida em focar a atenção em objetos do campo visual contralateral). Agonistas do GABA (muscimol) suprimem a atividade pulvinar, dificultando o deslocamento da atenção para estímulos contralaterais. Antagonistas do GABA (bicuculina) facilitam a atenção contralateral. Além do núcleo pulvinar, o colículo superior e o córtex parietal posterior também têm papel importante na atenção. 40 Atenção Avaliação da Atenção 1) Teste “digit span”: - Recitar uma seqüência de cinco números aleatórios; - Fazer o paciente repetir na mesma ordem. Interpretação: 5 a 9 (média “normal”: 7). Menos de 5:déficit de atenção. 2) Protrusão da língua por no mínimo 20 segundos. 3) Teste do cancelamento. 41 Linguagem A linguagem é unicamente humana. É o ponto-chave que nos distingue dos animais. Vibração das cordas vocais na expiração ondas sonoras atravessam garganta e boca movimentos do palato, língua e lábios onda sonora complexa orelhas tímpano em movimento ossos da orelha média (freqüência, amplitude e padrão) fluido da cóclea da orelha interna células pilosas disparos neuronais tronco cerebral área auditiva primária (giro temporal superior) 42 Linguagem Significado de uma Palavra Baby = bay + bee 43 Linguagem Significado de uma Palavra pessoas animais ferramentas palavra falada 44 Linguagem 45 Linguagem Afasia Afasia é a perda parcial ou completa das habilidades da linguagem a partir de lesões encefálicas, muitas vezes sem a perda de faculdades cognitivas ou da habilidade de mover os músculos utilizados na fala. 1. Broca 2. Wernicke 3. De condução (não consegue repetir) 4. Afasia sensorial transcortical (área posterior da linguagem) 5... 6... 7... 46 Linguagem Afasia de Broca (motora, não-fluente) Descrevendo uma situação que mostra um carro batendo em uma parede: “O carro ... carro ... lá ... o carro e ... a parede.” Dificuldade de articulação, hesitação, nomeação, agramatismo, verbos são excluídos, não entende situações complexas, ..., erros parafásicos, ... Telegráfica, ... 47 Linguagem Afasia de Wernicke Os pacientes são fluentes na fala, mas não faz sentido. Não compreendem o discurso, não podem seguir comandos, ..., logorréia, “Bem, a comida está acontecendo ontem à noite eu fui pescar, então ele contou é muito ruim. Mary eu não sei ela encerando a casa e bem, bem molhado.” O paciente não tem consciência de que algo esteja errado. Quando o paciente escuta as palavras. Na afasia de Wernicke, geralmente, a área posterior também está lesionada. O cérebro não pode mais agregar uma palavra a um conceito. 48 Linguagem Modelo de Wernicke-Geschwind 1) Repetição da palavra falada: 49 Linguagem Modelo de Wernicke-Geschwind 2) Leitura em voz alta de um texto escrito: 50 Linguagem Modelo de Processamento de Linguagem 51 Linguagem Afasia de Condução A lesão do fascículo arqueado desconecta a área de Wernicke e a área de Broca: A compreensão da fala é boa e a fala é fluente. O paciente se expressa sem dificuldades. Principal deficiência: repetir palavras !!! Ao ouvir e repetir, trocará, omitirá palavras ou incluirá erros parafásicos. Mais erros cometerá se as palavras forem polissilábicas e sem sentido. 52 Linguagem Tipos de Afasia 53 Memória e Aprendizado Memória e Aprendizado A memória e o aprendizado são adaptações dos circuitos cerebrais ao ambiente que ocorrem ao longo de toda a Vida. Aprendizado é a aquisição de novas informações ou novos conhecimentos. Memória é a retenção da informação aprendida. Que estruturas são responsáveis pelo aprendizado ??? Por que esquecemos ??? 54 Memória e Aprendizado Tipos de Memória e Amnésia (Natureza) Memória declarativa (explícita): é a memória para fatos e eventos. É o que desejamos dizer com a palavra “memória” em sua utilização diária. Está disponível para a evocação consciente. São facilmente formadas e esquecidas. 55 Memória e Aprendizado Memória Declarativa 56 Memória e Aprendizado Memória não-declarativa (implícita) 1) Memória de procedimentos: habilidades, hábitos e comportamentos, medo aprendido, ... Não são de evocação consciente. Menor probabilidade de ser esquecida 57 Memória e Aprendizado Memória Não-declarativa Pavlov 58 Memória e Aprendizado Tipos de Memória e Amnésia (Tempo de Retenção) Memória de longa duração (longo prazo) São aquelas que se pode recordar dias, meses ou anos após terem sido armazenadas. Memória de curta duração (curto prazo) Duram segundos a horas e podem ser “apagadas” por traumatismos. Digit span Consolidação da memória: as memórias seriam armazenadas na forma de memórias de curta duração e, gradualmente, convertidas em uma forma permanente. 59 Memória e Aprendizado Tipos de Memória e Amnésia O esquecimento é tão comum quanto o aprendizado. Amnésia É uma séria perda da memória ou da capacidade de aprender. Ex.: alcoolismo, encefalite, AVC, ... Amnésia dissociada A amnésia não é acompanhada por qualquer outro déficit cognitivo. 60 Memória e Aprendizado Tipos de Memória e Amnésia Amnésia retrógrada É caracterizada por perda por perda de memória para eventos anteriores ao trauma. Amnésia anterógrada É a inabilidade de formar novas memórias após um trauma cerebral. Amnésia global transitória É um acesso repentino de amnésia anterógrada e dura apenas alguns minutos a dias, acompanhada por amnésia retrógrada para eventos recentes que precederam o ataque. 61 Memória e Aprendizado Localização da Memória Engrama (traço de memória) É a representação física ou a localização de uma memória. Nem todas as áreas corticais contribuem para a memória, mas são distribuídas. Segundo Hebb (1949), um engrama está baseado em informação oriunda de uma modalidade sensorial. Ou seja, o córtex pode tanto processar a informação sensorial quanto armazená-la. 62 Memória e Aprendizado Localização da Memória Estudos de Lashley (Karl Lashley, 1920) 63 Memória e Aprendizado Localização da Memória 64 Memória e Aprendizado Localização da Memória Quanto maior a percentagem de córtex destruído, mais erros os ratos cometem enquanto aprendem a percorrer o labirinto. 65 Memória e Aprendizado Localização da Memória Conclusões do estudo de Lashley: 1) A gravidade dos déficits causados pelas lesões correlacionava-se com o tamanho da lesão; 2) A gravidade dos déficits não se relacionava com a localização da lesão no córtex. Conclusões: Todas as áreas corticais contribuem de igual maneira para o aprendizado e a memória Estudos posteriores: nem todas as áreas corticais contribuem igualmente para a memória. 66 Memória e Aprendizado Memória de Trabalho e Hipocampo Labirinto radial (Olton). A memória de trabalho refere- se à retenção de informação necessária para guiar comportamentos em andamento. 67 Memória e Aprendizado Potencia(liza)ção de Longa Duração (Long Term Potentiation, LTP) A atividade neuronal é modificada pela experiência. DO Hebb hipotetizou a capacidade dos neurônios alterarem as suas propriedades em resposta à experiência e de “aprenderem” relacionamentos. Terje Lømo, 1966 68 Memória e Aprendizado Potencia(liza)ção de Longa Duração O que a LTP determina na sinapse ??? A forte ativação do receptor NMDA e o “encharcamento” de íons cálcio no dendrito pós- sináptico é 1) a inserção de novos receptores AMPA na membrana sináptica, fortalecendo a transmissão; 2) sinapses potencializadas se partem ao meio. 69 LTP Efeito sináptico duradour o de uma forte ativação do receptor NMDA 70 Memória e Aprendizado Hipocampo O lobo temporal medial parece ser de grande importância para a consolidação da memória declarativa. 71 Memória e Aprendizado Hipocampo 72 Memória e Aprendizado Potenciação de Longa Duração 73 Memória e Aprendizado Potenciação de Longa Duração 74 Memória e Aprendizado Potenciação de Longa Duração 75 Memória e Aprendizado Memória - Hipocampo e Circuito de Papez Para entender a memória envolve aprender como o hipocampo ajusta-se no circuito de Papez. O processamento em CA1 envolve a LTP. 76 Memória e Aprendizado Mecanismo de LTP CA3 recebe input de neurônios que carregam informação sobre a face da pessoa e o que ela está dizendo (fala). Neste caso, o que é dito não tem importância. O disparo neuronal está em baixo nível, liberando algum glutamato para CA3. Dendrito de um neurônio CA3 77 Memória e Aprendizado Mecanismo de LTP Os neurônios carregando a informação auditiva estariam fazendo disparos vigorosos, liberando muito glutamato para o neurônio CA3. Os receptores AMPA são estimulados e os canais Na+-K+ são abertos, despolarizando o neurônio e o Mg2+ é removido. O glutamato do input facial liga-se aos NMDA e abre o canal, dando início ao LTP e à memória. 78 Memória e Aprendizado Mecanismo de LTP O Ca2+ ativa a NOS a produzir NO, tornando-se um mensageiro retrógrado. 79 Memória e Aprendizado Mecanismo de LTP O NO entra no neurônio pré-sináptico, estimula o GMPc, que estimula enzimas a liberarem mais glutamato. O CaMKII ativa processos de produção de receptores AMPA, fortalecendo a sensibilidade pós- sináptica. E o que isso significa para a memória ??? 80 Memória e Aprendizado Memória – Hipocampo e Circuito de Papez Vê a face: Input visual, hipocam- po, CA3 disparam facialmente ... Subí- culo, Papez, ... giro cingulado (memó- rias passadas) ... O que acontece aqui ??? θ 81 Memória e Aprendizado Manutenção da LTP (e da memória) 1 2 3 diminuição de saída do K+, tornando o neurônio menos refratário BDNF 82 Memória e Aprendizado Óxido Nítrico 83 Memória e Aprendizado Óxido Nítrico - Timeline of NO discovery • 1959 — NO content of tobacco smoke analyzed. • 1977 — Ferid Murad shows that nitroglycerin and other vasodilators release NO, relaxing smooth muscle. • 1980 — Experiments by Robert Furchgott lead to the hypothesis of an "endothelium-derived relaxing factor" (EDRF), an unknown signaling molecule produced by endothelial cells that leads to relaxation of vascular smooth muscle. 84 Memória e Aprendizado Óxido Nítrico - Timeline of NO discovery • 1986 — Working both independently and collaborating on some experiments, Furchgott and Louis Ignarro discover that EDRF is indeed the gas NO. • 1987 — Mammalian cells found to synthesize NO. 85 Memória e Aprendizado Óxido Nítrico - Timeline of NO discovery • 1988 — Research results suggest that NO is produced by cells from arginine and allows cells to communicate with one another. • 1993 — Over 1,000 papers on the biology of NO published. • 1998 — Murad, Furchgott, and Ignarro receive the Nobel Prize in Medicine or Physiology for their discoveries. 86 Memória e Aprendizado Síndrome de (Wernicke)-Korsakoff Encefalopatia de Wernicke Ocorre em alcoolistas de longa data em conseqüência da deficiência de tiamina. Tríade clássica: confusão mental (apatia, lentificação, desorientação, prejuízo da atenção e memória), ataxia e oftalmoplegia (paralisia do VI par, estrabismo, olhar desconjugado ou nistagmo). Síndrome de Korsakoff Caracteriza-se por amnésia, prejuízo irreversível da memória recente Post-morten: degeneração dos corpos mamilares. 87 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência. É uma doença cerebral degenerativa primária, de etiologia não totalmente conhecida, com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos e genéticos relevantes. As alterações neuropatológicas e bioquímicas da doença de Alzheimer podem ser divididas em duas áreas gerais: estruturais e alterações nos neurotransmissores. 88 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer As mudanças estruturais incluem os enovelados (emaranhados) neurofibrilares (a proteína tau está hiperfosforilada), as placas neuríticas e as alterações do metabolismo amilóide, bem como as perdas sinápticas e a morte neuronal. 89 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer Em um estudo clínico de fase II (trial), 321 pacientes com sintomas leves a moderados da DA receberam 30, 60 e 100 mg de cloreto de metiltionina (Rember™) ou placebo. A dose de 60 mg foi a que produziu efeitos mais evidentes - em 50 semanas (cerca de um ano) foram registrados sete pontos de diferença em uma escala usada para medir a gravidade da doença. Rember™, é o primeiro tratamento formulado especificamente para agir sobre a tau. Wischik C, 2008 90 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer Os sistemas neurotransmissores podem estar afetados em algumas áreas cerebrais mas não em outras, como no caso da perda do sistema colinérgico cortical basal e da ausência de efeito sobre o sistema colinérgico do tronco cerebral. Efeitos similares são observados no sistema noradrenérgico. 91 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer A hipótese colinérgica da doença de Alzheimer é evidenciada pela perda de neurônios colinérgicos centrais, atividade reduzida da colinacetiltransferase e pela correlação de déficit colinérgico e prejuízo da função cognitiva. Os inibidores da acetilcolinesterase foram testados com um modesto benefício comprovado. 92 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer Critérios para o diagnóstico clínico de provável doença de Alzheimer: • Presença de demência estabelecida por teste objetivo; • Prejuízo da memória e de pelo menos uma outra função cognitiva (linguagem ou percepção, por exemplo); • Piora progressiva da sintomatologia; 93 Memória e Aprendizado Doença de Alzheimer Critérios para o diagnóstico clínico de provável doença de Alzheimer: • Ausência de distúrbio do nível de consciência; • Início dos sintomas entre 40 e 90 anos, mas mais freqüentemente após os 65 anos; • Ausência de distúrbios sistêmicos e/ou outra doença do sistema nervoso central que poderiam acarretar déficit cognitivo progressivo (demência), como por exemplo hipotiroidismo. 94 Memória e Aprendizado Mini-Mental State Examination Varia de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. Considera-se com defeito cognitivo: 1) Analfabetos ≤ 15 pontos; 2) 1 a 11 anos de escolaridade ≤ 22; 3) Com escolaridade superior a 11 anos ≤ 27. 95 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos O aprendizado de procedimentos envolve aprender uma resposta motora (procedimento) em relação a um estímulo sensorial. É dividido em 2 tipos: 1) Aprendizado não-associativo: descreve a alteração na resposta observada no comportamento que ocorre no tempo em resposta a um único tipo de estímulo. 2) Aprendizado associativo. Aplysia californica 96 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos 97 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Aprendizado não-associativo - Habituação 98 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Aprendizado não-associativo – Sensibilização (sensitização) 99 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Aprendizado não- associativo – Sensibilização (sensitização) 100 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Diminuição da condutância do K+ no neurônio sensitivo 101 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Diminuição da condutância do K+ no neurônio sensitivo 102 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Aprendizado Associativo – 1980 (Aplysia) Condicionamento 1) Clássico: (Pavlov) 2) Instrumental: (recompensa) 103 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Condicionamento clássico 104 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Condicionamento clássico 105 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Condicionamento clássico O US sozinho leva à ativação do neurônio motor (via interneurônio) e à sensitização do impulso aferente sensorial. 106 Memória e Aprendizado Aprendizado de Procedimentos Condicionamento clássico (memória associativa) O emparelhamento do CS e do CU causa ativação maior de adenilato ciclase que qualquer estímulo isoladamente porque o CS permite a entrada de Ca2+ no terminal pré-sináptico. O Ca2+ aumenta a resposta da adenilato ciclase às proteínas G. Aprendizado: Ca2+ e AC; Memória: K+ é fosforilado e aumenta o NT. 107 Memória e Aprendizado Depressão de Longa Duração - LTD 108 Memória e Aprendizado Depressão de Longa Duração (Long Term Depression) 109 Memória e Aprendizado LTD no Hipocampo 110 Memória e Aprendizado LTP, LTD e Memória Labirinto aquático de Morris (1980) Receptores NMDA têm um papel na memória 111 Memória e Aprendizado Período Crítico (critical period) - Imprinting 112 Memória e Aprendizado Período Crítico - Imprinting 113 Memória e Aprendizado Período Crítico (critical period) - Imprinting Tursiops truncatusFripp & Tyack, 2008 Golfinhos-nariz-de-garrafa assoviam (“assovios- assinatura”) dez vezes mais do que o normal depois de dar à luz para ajudar o filhote a reconhecer a mãe. 114 Período Crítico - Imprinting Período crítico – é o tempo no qual as comunicações intercelulares podem alterar o destino da célula (Hans Spemann). Imprinting – a primeira imagem visual fica impressa permanentemente no sistema nervoso. Konrad Zacharias Lorenz (1903-89), Nobel de 1973. 115 Período Crítico - Imprinting Petra e o seu Amor Petra ist ein Trauerschwan auf dem Aasee im westfälischen Münster. Petra und ihr Tretboot im Sommer 2006 116 Bibliografia Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Linguagem e atenção. In: ______. Neurociências: desvendando o sistema nervosos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 20, p. 637-74. Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Sistemas de memória. In: ______. Neurociências: desvendando o sistema nervosos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 23, p. 739-74. Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Mecanismos moleculares do aprendizado e da memória. In: ______. Neurociências: desvendando o sistema nervosos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 24, p. 775-807. Pliszka SR. Memória. In: _____. Neurociência para o clínico de saúde mental. Porto Alegre: Artmed, 2004. cap. 6, p. 77-88. Lent R. Os neurônios se transformam: bases biológicas da neuroplasticidade. In: ____. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2004. cap. 5, p. 133-65. http://de.wikipedia.org/wiki/Petra_(Schwan) 117 Quem estuda e não pratica o que aprendeu é como o homem que lavra e não semeia. Provérbio árabe