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08/05/2012 19:47:00 1. DISSERTE SOBRE AS MOTIVAÇÕES EXPLICITADAS PELO PRESIDENTE WILSON PARA O ENVOLVIMENTO DOS EUA NA 1GM. EXPLIQUE SE AS MESMAS SERIAM PERSUASIVAS SEGUNDO O PENSAMENTO DE ANGELL. A SEGUIR, EXPLIQUE COMO TAIS IDEIAS SERIAM INTERPETADAS POR CARR. Woodrw Wilson foi eleito presidente dos EUA em 1912 com uma campanha baseada em ideias progressistas reformistas em prol do internacionalismo liberal. Wilson, que mais tarde seria o principal impulsionador da Liga das Nações, baseia seus ideias em uma pauta composta por 14 pontos com relação a propostas de paz, entre as quais se destacam o princípio de autodeterminação, a segurança coletiva e a eliminação da diplomacia secreta. Outros pontos concentram-se principalmente em torno de ideias que vão de encontro as ideias kantianas de republicanismo democrático e livre comércio. Ele também era a favor da crença liberal da harmonia natural de interesses, e defendia que a ocorrência das guerras se explicava a partir da incapacidade de análise e percepção dos interesses pessoais, o que por sua vez pode ser causado pela ignorância ou pela falta de educação. Com a eclosão da guerra de 1914, época em que a política externa americana se caracterizava pelo isolacionismo e excepcionalismo, , Woodrow Wilson passou 3 anos tentando manter a América longe das hostilidades. Durante esse período, apenas parte da opinião pública suportava o seu argumento de que o fortalecimento do exército levaria os EUA à guerra. Os EUA mantiveram a neutralidade, apesar da pressão crescente exercida sobre Wilson após o naufrágio do navio de passageiros britânico com cidadãos americanos a bordo. Contudo, após a revelação do Telegrama Zimmermann, da tentative alemã de mobilizar o México como aliado contra os EUA, Wilson levou os EUA à Primeira Guerra Mundial, em prol de tornar o mundo mais seguro através da implantação da democracia. Sua declaração anunciando uma "guerra para acabar com a guerra" se fundamentava no seu intuito de construir uma base para a paz que impediria futuras guerras catastróficas, mortes desnecessárias e destruição. Isso forneceu também a base para os 14 pontos de Wilson, previamente mencionados, e dentre os quais foi proposta a Liga das Nações. Segundo a visão de Norman Angell, entretanto, o fenômeno da guerra era contraproducente; para ele, a guerra não compensava porque não trazia benefícios materiais ou vantagens econômicas para a sociedade dos Estados, ideia essa que não era compartilhada pela opinião pública. Sendo jornalista, Angell afirmava, diferentemente de Wilson, que a opinião pública está a mercê da imprensa, sendo influenciada portanto não pelos fatos em si, mas por uma ilusão. No entanto, Norman Angell não defendia a paz por causa da moralidade. Diferentemente disso, seu argumento era centrado na questão material, uma vez que para ele, o homem possui uma natureza ambiciosa, dotada de interesses egoístas. Seguindo essa mesma linha de pensamento, Angell afirmava que o poder político não garantia poder econômico (o que por consequência diferencia ele de outros autores realistas), isso porque ele acreditava ser possível se desenvolver economicamente sem se armar, fator esse que para os “realistas puros” é primordial em dado que os Estados coexistem dentro de um sistema anárquico. Voltando a questão da moralidade, Angell argumenta também que homens morrem por causas até menores do que a guerra e portanto essa moralidade não se faz válida. Diante desse argumento e convergente com a concepção realista, seria portanto um absurdo uma nação se desarmar, se desproteger se baseando na moralidade, uma vez que todos os Estados compartilhar de um interesse em comum: a autopreservação e a sobrevivência. Carr, por sua vez, defende, assim como Morgenthau, que a moralidade doméstica não pode ser traduzida para a política externa. Apesar de acreditar que a natureza humana é egoísta, ele afirma que ainda assim há espaço no sistema internacional para cooperação entre os Estados. Dessa forma, Carr se aproxima da perspectiva liberal de Wilson ao assumir possibilidades de mudanças. No entanto, concernindo o papel da Liga das Nações, o autor critica a mesma por não possuir capacidade militar suficiente para lidar com conflitos armados, e por causa disso a política internacional é perpetrada a partir dos interesses das grandes potencias. 2. “OS EUA FORAM ABENÇOADOS PELA FÉ EM JESUS. O MUNDO ESPERA QUE OS GUIEMOS PELO BOM CAMINHO MORAL”, DISSE NA VÉSPERA DA ELEIÇÃO QUE LEVOU AO 2o MANDATO O PRESIDENTE GEORGE W. BUSH. EXPLIQUE SE A AFIRMAÇÃO DE BUSH ESTÁ EM CONFORMIDADE COM OS PRINCÍPIOS DO REALISMO POLÍTICO APRESENTADOS POR MORGENTHAU. FUNDAMENTE SUA RESPOSTA. Assim como Carr, Morgenthau entende que os interesses do Estado são baseados na busca pelo poder, em prol da autopreservação e da sobrevivência do mesmo. Para o autor, portanto, a política se mostra como sendo um domínio autônomo, separado da moral, da ética e do direito. Outro fator de convergência entre Carr e Morgenthau diz respeito à política externa das grandes potencias e o papel das mesmas no sistema internacional: ambos afirmam que só elas tem capacidade de inferir e modificar a política internacional. Morgenthau possui um discurso de política externa pautada pelo interesse nacional, e por isso o autor atribui grande importância à formulação das mesmas. Dessa forma, Morgenthau discorre sobre o papel do estadista, afirmando que esses devem estar munidos de informações para que então possam tomar a melhor decisão em prol do interesse nacional e, assim sendo, o raciocínio do estadista deve, na maioria das vezes, ser diferente da opinião pública. Isso acontece porque a moralidade individual – seja do povo, seja do próprio estadista – não deve intervir na tomada de decisões caso essa ponha em risco a autopreservação nacional. Isso significa que, se o Estado for imbuído de moralidade, as decisões pautadas por essa podem vir a prejudicar os próprios indivíduos desse Estado. Dessa forma, Morgenthau afirma que a política, nacional e internacional, não pode se abster da busca pelo poder, uma vez que essa é natural e inerente aos indivíduos. Com base nessa máxima, Morgenthau escreve os seis pontos do realismo político, os quais são um esforço de sistematizar o pensamento realista; em primeiro lugar, o autor acredita que a política é governada por leis objetivas, ressaltando a importância da historia para conferir os sinais de continuidade da natureza humana; Segundo: o autor explica que o interesse nacional é definido em termos de poder; O terceiro ponto afirma que o realismo parte do princípio que o interesse nacional é definido como poder, constituindo uma categoria objetiva que é universalmente válida, não outorgando porém um significado fixo ao conceito; Em seu quarto ponto, Morgenthau defende que o realismo político é consciente da existência da moralidade, porém, para o tomador de decisões, explica ele, é preciso subordinar essa moralidade ao êxito da ação política; O quinto ponto do pensamento realista discursa sobre a recusa do realista político a identificar os princípios morais de uma nação como princípios universais – no caso dos EUA, por exemplo, a crença era de que sua tendência ideológica deveria se estender ao mundo todo, o que contraria o quinto ponto de Morgenthau; Finalmente, em sexto lugar, o autor cita a política como uma esfera autônoma, separada da economia, da ética e da religião, domínios esses que devem estar subordinados à política, ou seja, os princípios morais devem ser filtrados pela lógica do poder. Em relação às teorias de Carr, Morgenthau concorda com esse primeiro quanto à esterilidade intelectual dos realistas, ou seja, acredita que os chamados “realistas puros” não consideram devidamente o fator histórico. Ao mesmo tempo, ambos os autores enxergam, ao qualificarem a história como volátil, possibilidade de mudanças. Contudo, a análise realista de Morgenthau apresenta controvérsias. Isso ocorre porque o autor propõe um método empírico e normativo, ao mesmo tempo que afirma que a política é algo natural. Em sua analise, Morgenthau se utiliza bastante da história ao avaliar a balança de poder, afirmando que a mesma pode ser entendida como uma forma de cooperação, uma vez que ela é pautada por um interesse comum de evitar que surja um Estado hegemônico. Ele acredita que a balança é um elemento do sistema internacional, que se repete, exercendo um papel fundamental em sua análise uma vez que comprova a regularidade do sistema internacional, isso porque a balança de poder, segundo Morgenthau, acontece independentemente da forma de união política vigente ou momento histórico. Para mais, ele afirma que a balança é um mecanismo que os Estados criam para mitigar a anarquia, porém não sendo contrária a ela. 3. EXPLIQUE SE CAR PODE SER VISTO COMO UM REALISTA PURO. Edward Carr foi um historiador, diplomata e teórico das relações internacionais nascido na Inglaterra em 1892. Em seu trabalho, Carr se destaca especialmente pela ênfase que dá à história dentro do campo das relações internacionais. Portanto, Carr começa sua análise a partir de uma crítica ao liberalismo utópico de Woodrow Wilson, isso porque durante as décadas de 1920 e 1930, havia uma ideia de que as grandes potencias tinham abdicado do poder – uma vez que o poder só se torna evidente quando o mesmo é posto à prova. Logo, esse momento se fez propício para que o pensamento utópico se difundisse, já que aparentemente o poder não se fazia necessário. É a partir da questão de poder que Carr começa sua crítica aos liberais. Para os liberais, por exemplo, há uma divisão dos 3 poderes – militar, econômico e de sobre a opinião – enquanto na perspectiva de Carr, os poderes divisíveis apenas em termos de análise, contudo, em termos práticos, os poderes são indivisíveis e dependem um do outro para que haja equilíbrio no sistema internacional. Continuando sua crítica, o autor discorre sobre a utopia dos indivíduos em relação a promoção e manutenção da paz, defendendo a posição do estadista em se desvincular da opinião pública, entendendo como inaceitável que um Estado se desarme em prol da paz e da moralidade, uma vez que para ele o objetivo de um Estado é garantir sua sobrevivência. Contrapondo essa visão, Carr faz críticas ao realismo excessivo, afirmando que o erro dos realistas está em acreditar que a sociedade se pauta puramente na força e na coerção. Apesar de acreditar que a coerção é essencial para a organização de qualquer comunidade política, ele considera ainda que os homens não seres completamente racionais, mas que são influenciados também, por exemplo, por ideologias e paixões. Para mais, em sua crítica ao realismo político, Carr é parcialmente contrário à percepção realista de que o homem possui uma natureza imutável; para ele, apesar da natureza humana ser pautada pelo egoísmo, ela ainda abriga espaço para cooperações, assumindo ainda a existência de possibilidades de mudanças. Em suma, a classificação de Carr como realista é problemática, especialmente ao consideramos que, segunda a visão do próprio, um pensador maduro levaria em conta tanto o realismo quanto o utopismo. Dessa forma, Carr se estabelece como uma via média entre essas duas linhas de pensamento. 4. RAYMOND ARON O intelectual francês Raymond Aron pode ser classificado como um realista clássico, assim como Morgenthau e Carr, especialmente por se ater à questão de poder, tendo essa como tema central de sua obra. Judeu, jornalista e sociólogo francês, Aron passa a rejeitar, a partir da experiência da IIGM, qualquer tipo de ditadura e autoritarismos, o que se estende inclusive para pensamentos esquerdistas e marxistas, em geral. O autor também é claramente influenciado pelo pensamento de Clausewitz ao declarar que as relações internacionais se desenvolvem a sombra da guerra, contudo, a guerra continua subordinada à política uma vez que essa segunda é quem estabelece os objetivos para que uma guerra seja travada. Sendo um realista clássico, Aron concorda com Morgenthau quanto à importância do conhecimento histórico para a análise da política externa, também se aproximando desse segundo ao se opor a tentativas de se fazerem opiniões seguras e objetivas quanto aos acontecimentos do sistema internacional. Aron coloca, consequentemente se afastando de uma visão cientificista, que previsões dentro das relações internacionais são impossíveis de serem feitas porque essas dependem também de elementos que só passam a existir no decorrer dos acontecimentos – vide a resistência de um povo, por exemplo: segundo Aron, esse tipo de resistência não pode ser quantificada, mas é essencial para a decisão de uma guerra. Aron também discorre sobre a atitude de Estados vitoriosos em uma guerra. Para ele, assim como para outros realistas clássicos, esses Estados tendem a ser satisfeitos e conservadores em respeito ao status quo, ao passo que os Estados derrotados tendem a adotar uma atitude revisionista. A obra de Aron, contudo, gera um certo desconforto para aqueles que se atém ao cientificismo, isso porque sua obra não é passível de generalizações. Segundo o autor – e contrário ao pensamento realista – os Estados não procuram apenas sobreviver. Para mais, ele defende que Estados não começam guerras apenas por estarem insatisfeitos, mas principalmente pelo fato de vislumbrarem uma possibilidade de melhora e êxito a partir do conflito. Aron insere também um agravante a essa análise: um outro fator que influi na tomada da decisão de um Estado em prol de uma guerra seria também seriam as políticas revolucionárias, como é o caso da França no período pós-Revolução Francesa, quando o governo de Napoleão Bonaparte tenta difundir os valores iluministas para o resto da Europa, desafiando o princípio de legitimidade dinástica. Outro fator importante da análise de Aron é a discussão sobre os ambientes doméstico e internacional. Tendo a formação da nação alemã como base, ele afirma que a estrutura militar do Estado é refletida no modo em que o mesmo se organiza, uma vez que a capacidade militar não é só uma resposta ao ambiente externo, mas também concerne o sistema político como um todo. Dessa forma, ele descreve o sistema internacional enquanto sendo um conjunto constituído por unidades políticas que mantém relações regulares entre si e são suscetíveis a entrar em uma guerra geral. A partir de tal afirmação, Aron declara que em uma guerra total as desvantagens vão sempre superar os benefícios, uma vez que é sabido que os custos da mesma vão sempre superar os acrescimentos. Dessa forma, em conformismo com a análise de Aron, é possível concluir que se um Estado se comporta de forma ambiciosa, buscando incessantemente o poder, os demais Estados vão então assumir uma postura contrária àquele comportamento, obviamente porque eles não têm a intensão de se verem reféns do poderio do “Estado ambicioso”. Em última instância, o argumento do autor vai ao encontro do pensamento de Rousseau: “Em um mundo de loucos, se comportar de forma sadia é ser irracional.” 5. JOHN HERZ John Herz, judeu alemão nascido em 1908, foi um acadêmico formando em direito, posteriormente adquirindo um diploma GIIS, em Genebra. Em sua teoria, Herz se concentra na questão do dilema de segurança, o qual, segundo ele, acontece independentemente da natureza dos autores. A segurança, para Herz, é um ponto fundamental e possui dois elementos centrais: O caráter psicológico, que abrange o desejo de se proteger; e a manifestação física, a qual está ligada a capacidade dos atores garantir a sua segurança. Dessa forma, o Estado torna-se o principal objeto da busca pela segurança. No entanto, Herz defende que a melhor estratégia em prol dessa busca envolve ir além da busca realista por poder, estabelecendo também um paralelo com o argumento de Morgenthau de combinar políticas de paz de força, ou seja: a busca pelo poder deve se equilibrada com políticas pacíficas. Segundo Herz, existe uma complementaridade entre o realismo e o idealismo, considerando portanto que o realismo puro não poderia se sustentar ao longo prazo sem que esse se equilibrasse com a ideia de transformação. Ele defendia portanto a necessidade da criação de um projeto transformador da realidade, promovendo portanto a manifestação de um esforço nas Relações Internacionais de se construir uma via média, um balanço entre determinados argumentos tanto do realismo quanto do liberalismo. Isso seria portanto importante à medida que observa-se um avanço no conhecimento ao unirmos os pontos positivos de cada uma das correntes. Em relação ao dilema de segurança (DS), Herz explica que o mesmo acontece quando um Estado, afim de garantir sua própria segurança, toma atitudes que são interpretadas por outros Estados como sendo uma ameaça. Dessa forma, é possível afirmar que o DS começa de maneira específica – a partir da insegurança – logo evoluindo para um nível sistêmico. Para o autor, a insegurança é o principal fator que leva os Estados a almejarem o acúmulo de poder, o que por sua vez acarreta na mesma ação por parte de outro Estado, formando consequentemente um DS. Como solução, Herz aponta duas maneiras de lidar com o DS, sendo eles o realismo político – compreendendo o link entre segurança e competição por poder – ou o idealismo político, uma vez que o autor confere importância às ideias e normas, assim como para as escolhas feitas pelos atores. Na sua compreensão, em conformismo com a teoria idealista, uma vez que temos uma resolução dos problemas domésticos, os problemas externos seriam dissipados. É possível portanto assumir que, uma vez que as convicções éticas e valos universais influência o domínio político, a alternativa para o DS se apoiaria no liberalismo realista. Isso significa que a visão de Herz se baseia portanto em uma leitura construtivista do DS. 6. NORMAN ANGELL (incompleto!) O autor Norman Angell, Nascido na Inglaterra em 1872, foi um autor utópico que se baseou no panorama da sociedade política europeia ao escrever sobre a grande ilusão da Europa. Sua análise portanto está fortemente voltada para o Reino Unido e para a Alemanha, se preocupando ainda com o fenômeno que é o nacionalismo exacerbado. Para isso, ele toma a situação da Alemanha, mergulhada na insatisfação popular com o papel alemão no cenário europeu, para descrever o que seria uma competição entre as duas nações por uma hegemonia do comércio naval. A partir disso, Angell mostra como a guerra leva a uma mobilização que tira os recursos de outras atividades, como por exemplo o comércio, para então ser usado no conflito, o que, por sua vez, trás consequências negativas à atividade comercial. Logo, é possível afirmar que, para o autor, a guerra prejudica tanto os Estados vencedores quanto os vencidos. Resumo feito por Paula Lydon IRiscool 2012.1