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Rio, 12 de março de 2012 
Direito Processual do Trabalho
Normas Processuais Trabalhistas
Próprias: 
Constituição federal;
CLT;
Legislação esparsa;
Tratados Internacionais;
Decretos;
Convenções e Acordos Coletivos;
Tribunais: regimentos, enunciados, precedentes normativos, resoluções administrativas, provimentos de corregedorias, portarias e atos da presidência em dissídios de greve;
Costume
Subsidiárias:
CPC;
LEF (lei no. 6.830/80)
Na CLT temos a base do direito processual do trabalho, mas é nas leis esparsas que encontramos as disposições mais atualizadas do processo do trabalho. O processo civil também dita regras do processo do trabalho. São essenciais as leis: 5584/70, 7701/98 e o decreto-lei 779/69. No processo do trabalho a fazenda pública não gozava de privilégios (como prazo em quádruplo para contestar e prazo em dobro para recorrer) – o decreto-lei 779/69 trouxe esses benefícios também para o processo do trabalho. O mesmo decreto instituiu a presunção de veracidade dos documentos dos órgãos públicos. 
O artigo 114 da CRFB/88 estabelece, por exemplo, que mesmo entidades públicas estrangeiras (como uma embaixada de determinado país) devem respeitar as garantias trabalhistas brasileiras. A imunidade diplomática, porém, permanece existindo. 
O princípio da subsidiariedade, que é um princípio de aplicação da norma processual trabalhista, está no artigo 769 da CLT. Ele indica que, se não há regra na CLT sobre determinado comportamento processual (como ocorre no caso do litisconsórcio), serão aplicadas as normas do CPC. Porém, nem todas as normas serão aplicadas – apenas as compatíveis com a lógica do direito do trabalho. Isso se aplica ao processo de conhecimento.
Já no caso da execução trabalhista, aplica-se o artigo 889 da CLT, que indica que serão aplicadas as disposições da lei de execuções fiscais. Isso porque os empregados tem preferência de crédito – primeiro paga-se os empregados, depois os débitos fiscais e só então os credores quirografários. Assim, o principio da subsidiariedade no momento da execução é distinto daquele aplicável no momento do processo de conhecimento.
Princípios do Processo do Trabalho:
Princípio da Proteção – também chamado de princípio tutelar. Esse princípio indica que, como uma das partes da relação de trabalho é hipossuficiente, na relação processual de trabalho deve-se elaborar e aplicar a regra processual trabalhista buscando provocar a igualdade entre as partes. Assim, o empregado é protegido das consequências da hiposuficiência. Um exemplo é o estabelecimento da gratuidade de justiça, entre outros. Esse é claramente o princípio mais importante e próprio do direito do trabalho;
Princípio da Finalidade Social – indica que o processo do trabalho tem finalidade social. Porém, trata-se de um princípio fraco, já que todo processo possui finalidade social – não é uma particularidade do processo do trabalho;
Princípio da Busca da Verdade Real – pela realidade formal, a realidade dos fatos é aquela que se estabelece pelo conjunto de provas presente no processo. Assim, o que não está nos autos não existe. A realidade formal é adotada no processo civil em geral. Já a realidade real é aquilo que se concretizou de fato, não apenas o que é estabelecido conforme os autos do processo. No processo do trabalho, deve-se buscar conhecer o que de fato ocorreu no mundo dos fenômenos;
Princípio da Indisponibilidade – indica que o direito do trabalhador é indisponível, de modo que o empregado não poderia desistir da ação. Isso não é, porém, verdade – o trabalhador pode sim desistir das ações e diversos casos;
Princípio da Conciliação - Como vimos na aula anterior, existem Comissões que podem solucionar o conflito previamente por meio de acordo. Assim, a conciliação é incentivada;
Princípio da Normatização Coletiva – é uma característica da sentença nos processos de dissídio coletivo, e não propriamente um princípio de processo do trabalho. É muito restrito para ser encarado como princípio.
Os princípios acima listados foram colocados por Carlos Henrique de Bezerra Leite. Seriam princípios aplicáveis somente ao processo do trabalho, e não ao processo no geral. Conforme vemos nas disposições acima, alguns princípios selecionados por ele não são propriamente princípios, ou não são princípios aplicáveis somente ao direito do trabalho. 
Wagner Giglio cita a despersonalização do empregador a simplificação procedimental como princípios do direito do trabalho. A despersonalização, porém, é aplicada em várias esferas do direito, então não é um princípio exclusivo do direito do trabalho. A simplificação procedimental (também chamado de princípio da informalidade) é de fato um princípio do direito do trabalho – a ideia é que o conflito seja resolvido o mais rapidamente possível, por ser uma obrigação de alimentos, então o processo do trabalho é simplificado ao máximo para garantir celeridade.
A jurisprudência aplica amplamente o princípio tutelar, o princípio da conciliação (a conciliação só pode ser impedida no caso de fraude à lei ou quando o empregado está sendo lesado), o princípio da informalidade ou simplificação procedimental (aplicado por analogia com a lei dos juizados especiais) e o princípio da celeridade. 
Foi feita uma breve exposição sobre a história da justiça do trabalho. 
Atualmente, o artigo 111 da Constituição cita os membros da justiça do trabalho. Atualmente, temos juízes do trabalho nas varas do trabalho. Caberá, depois recurso ao TRT e, depois, ao TST. Após a decisão do TST, caberá ainda recurso extraordinário para o Supremo. Assim, são quatro instâncias recursais. 
A composição do TST está indicada no artigo 111-A (devemos ler esse artigo por inteiro).
Órgãos Internos do TST:
Tribunal Pleno – 27 ministros
Órgão Especial – 14 ministros
Seção especializada em dissídios coletivos
Seção especializada em dissídios individuais
8 turmas de 3 ministros cada
Cada tribunal regional do trabalho se compõe de sete juízes (nesse caso, são juízes e não desembargadores). No geral, existe um TRT para cada estado. São 24 TRTs em todo o país. Porém, em São Paulo, o TRT ficou exacerbado – então criaram dois TRTs, um para a capital e outro para a região metropolitana. Existem também casos em que a demanda é muito pequena – assim, o TRT da décima região, por exemplo, abrange o distrito federal e o estado do Tocantins. Amapá e Pará; e Acre e Rondônia também dividem TRTs. 
As divisões da justiça do trabalho segue a regra das comarcas, conforme artigo 112.

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