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PlanoDeAula_13 Civil III - Resolvidos

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			 Plano de Aula: 13 - DIREITO CIVIL III – CONTRATOS
			 DIREITO CIVIL III
			
		
		
			Título
			13 - DIREITO CIVIL III – CONTRATOS
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				2
			
			Número de Semana de Aula
			
				13
			
 
 Tema
		 Prestação de serviços, mandato, comissão, agência e distribuição.
		
		 Objetivos
		 
Ao final desta semana, o aluno deverá ser capaz de:
- Compreender o regime jurídico dos contratos de prestação de serviços, mandato, comissão, agência e distribuição.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
Unidade 4 – CONTRATOS NOMINADOS – VISÃO GERAL (continuação)
 
2.6        Prestação de serviço
2.7        Mandato 
2.8        Comissão
2.9.       Agência e distribuição.
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
Questão objetiva 1
 
(OAB 2009/3) 30 No que se refere aos contratos, assinale a opção correta.
A) O mandato escrito é materializado por meio da procuração, como ocorre com o mandato judicial que o advogado recebe de seu cliente.
B) Dono de hotel, por não ser considerado depositário, não responde por roubo de bagagem dos hóspedes efetuado pelos empregados dentro do estabelecimento.
C) Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil.
D) O tutor pode dar em comodato, sem autorização especial, as coisas confiadas à sua guarda, desde que o faça para atender às necessidades do tutelado.
 
Questão objetiva 2
 
(BACEN – procurador 2009) Diante da necessidade de transferir sua residência para outra cidade, Maura, menor púbere, resolveu conferir a sua tia, Antônia, judicialmente reconhecida como pródiga, poderes para que esta pleiteasse em juízo determinado direito. Para isso, Maura, devidamente assistida por seus pais, e mediante instrumento particular, outorgou poderes a Antônia, que, por não ser advogada, substabeleceu esses poderes a profissional habilitado. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
A) É inválido o negócio realizado entre Maura e Antônia, porque, sendo a primeira menor, esse negócio deveria ter sido objeto de instrumento público.
B) Não é válido o mandato porque o pródigo, assim como o falido, não é capaz de exercer mandato.
C) Na situação descrita, é válido o negócio realizado pelas partes, pois obedeceu ao necessário não só quanto à forma, como quanto ao suprimento da capacidade da mandante.
D) É inválido o negócio porque, diante de um mandato judicial, seria necessário que Antônia tivesse capacidade postulatória para que o substabelecimento se tornasse viável.
E) Seria inválido o negócio se Antônia fosse também menor púbere, já que este não pode ser mandatário.
 
Questão objetiva 3
 
(TRF 2ª Região – juiz 2009) Quanto às regras atinentes aos contratos, assinale a opção correta.
A) O outorgado pode substabelecer os poderes recebidos do outorgante, se essa possibilidade expressamente constar do instrumento do contrato.
B) Se a nulidade da obrigação resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor, tal obrigação não será suscetível de fiança.
C) Na empreitada, a direção e a fiscalização da obra competem ao próprio empreiteiro, e a remuneração é proporcional ao trabalho realizado.
D) Na prestação de serviço para a confecção de uma escultura, o pagamento está subordinado ao fato de a prestação alcançar exatamente o resultado esperado pelo contestante.
E) O depósito necessário que decorra de incêndio presume-se gratuito e admite qualquer meio legal de prova.
 
 
 
 Procedimentos de Ensino
	 
2.6. Prestação de serviço
 
Noções gerais
Do contrato de prestação de serviços (locação de serviços, na terminologia antiga), que inicialmente abrangia toda e qualquer prestação de atividade remunerada, destacou-se o contrato de trabalho, que pressupõe a continuidade, a dependência econômica e a subordinação.
Continuam sob o manto da prestação de serviços o trabalho autônomo (exercido por profissionais liberais e representantes comerciais), o trabalho eventual e o trabalho a cargo de pessoas jurídicas (empresas prestadoras de serviços de limpeza, segurança, administração imobiliária etc.).
Conceito
Para Caio Mário da Silva Pereira, a prestação ou locação de serviço é o contrato em que uma das partes se obriga para com a outra a fornecer-lhe a prestação de uma atividade, mediante remuneração.
Classificação
a) Bilateralidade;
b) Onerosidade;
c) Consensualidade.
 
Objeto da prestação de serviços
O Objeto da prestação de serviços é uma obrigação de fazer, ou seja, a prestação de atividade lícita, não vedada pela lei e pelos bons costumes, oriunda da energia humana aproveitada por outrem, e que pode ser material ou imaterial (CC, 594).
Qualquer serviço pode ser objeto nesse contrato: material ou imaterial, braçal ou intelectual, doméstico ou externo; apenas se exige que seja lícito, isto é, não proibido por lei e pelos bons costumes.
Se o executor não foi contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que sua obrigação diz respeito a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições (CC, 601).
Nos termos do art. 605 do CC/2002, nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
 
Remuneração
A remuneração é elemento essencial no contrato de prestação de serviços, podendo os contratantes estipulá-la livremente. Contudo, se não o fazem, incide o art. 596 do CC: não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações (CC, 597).
Nos termos do art. 606 do CC/2002, se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé. Contudo, não se aplica a segunda parte do referido artigo, quando a proibição resultar de lei de ordem pública.
Em regra, essa remuneração é em dinheiro, mas nada obsta que a que parte dela seja em alimentos, vestuário, condução, moradia etc.
 
Tempo de duração
A prestação de serviço não poderá ser convencionada por mais de quatro anos (CC, 598), tendo-se em vista a inalienabilidade da liberdade humana.
Ao término desse prazo, ainda que a obra esteja inacabada, o contrato é extinto. Contudo, nada impede que novo contrato seja celebrado.
Nos termos do art. 599, se não houver prazo estipulado, nem se puder inferir da natureza do contrato ou do costume do lugar, qualquer uma das partes, a seu arbítrio, mediante aviso prévio, poderá rescindir o contrato, com antecedência de oito dias, se o salário foi fixado por um mês ou mais; com antecipação de quatro dias, se o salário foi ajustado por uma semana ou quinzena; de véspera, se por menos de sete dias.
O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra (CC, 602). Se o prestador de serviço se despedir sem justa causa,
terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.
 
6. Extinção
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
 
2.7. Mandato
 
Generalidades e conceito
Mandato é o contrato pelo qual alguém (mandatário ou procurador) recebe de outrem (mandante) poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses (CC, 653). 
É uma representação convencional, em que o representante pratica atos que dão origem a direitos e obrigações que repercutem na esfera jurídica do representado. O mandatário, como representante do mandante, fala e age em seu nome e por conta deste. Logo, é o mandante quem contrai as obrigações e adquire os direitos como se tivesse tomado parte pessoalmente no negócio jurídico.
A procuração é o instrumento do mandato. Consiste no instrumento de outorga do poder de representação.
 
Características
Características do contrato.
O mandato é contrato, pois requer a manifestação de duas vontades. Além da outorga da representação pelo mandante, será preciso que o mandatário aceite o mandato expressa ou tacitamente (CC, 656 e 659).
O mandato é um contrato:
a) Bilateral;
b) Gratuito ou oneroso, conforme se estipule ou não uma remuneração ao representante. Há presunção de onerosidade (CC, 658) do mandato quando o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa (advogado, despachante etc.).
c) Intuitu personae, pois se baseia na confiança entre as partes;
d) Consensual, pois, nos termos do art. 656 do CC, o mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
 
Representatividade.
A idéia de representação é inerente e imprescindível ao mandato. A representação estabelece um liame obrigacional entre o representado e terceira pessoa, por meio do representante.
O mandatário é representante por vontade do representado. Daí ser o mandato representação convencional, em que o representante recebe poderes para agir em nome o representado.
Os atos do representante, mesmo contrariando instruções recebidas do mandante, vincularão o representado, desde que praticados em seu nome e dentro dos limites dos poderes constantes da procuração.
Se o representante estabelecer negócios além dos poderes conferidos no mandato, tais atos negociais só estabelecerão um liame contratual em relação ao mandante se ele os ratificar.
O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, ao assumir obrigações com terceiros, sem que haja ratificação do mandante, estará obrigado a responder, a qualquer tempo, pelo excesso cometido, e reputar-se-á mero gestor de negócios(CC, 665).
 
Revogabilidade e renunciabilidade (CC, 682, I).
Qualquer dos contratantes poderá, ad nutum, pôr fim ao contrato, sem anuência do outro, sem qualquer justificativa, mediante simples manifestação volitiva unilateral: revogação por parte do mandante e renúncia por parte do mandatário. Isso se dá por se tratar o mandato de contrato personalíssimo, em que a confiança entre as partes é fundamental.
Todavia, o Código Civil (arts. 683, 684, 685 e 686, parágrafo único) apresenta exceções a esta característica, determinando a sua irrevogabilidade:
a)    Quando se tiver convencionado que o mandante não possa revogá-lo;
b)    Quando for em causa própria a procuração dada;
c)    Nos casos em que o mandato for condição de um contrato bilateral ou meio de cumprir uma obrigação contratada.
d)    Quando contiver poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados aos quais se ache vinculado.
Fora destas hipóteses, o mandato é tipicamente revogável. As hipóteses de mandato irrevogável não comportam substabelecimento.
 
Requisitos
Subjetivos: CC, 654, caput; CC, 666.
 
Objetivos: deve o objeto do mandato ser lícito, possível, determinado ou determinável. Estão excluídos do mandato atos personalíssimos, como o exercício do voto, a elaboração de testamento, a prestação de serviço militar, o exercício de cargo público. Contudo, nada obsta a prática pelo mandatário de atos extrapatrimoniais, como reconhecimento de filho, casamento etc.
 
Formais: pois, apesar de o mandato constituir, via de regra, contrato consensual, a procuração deve observar certos requisitos, indicados no §1º do art. 654: a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. Nos termos do art. 655 do CC, ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular.
 
Mandato em termos gerais e mandato com poderes especiais
O mandato em termos gerais confere apenas poderes de administração ordinária, como pagar imposto, fazer reparações, contratar e despedir empregados (CC, 661).
Já o mandato com poderes especiais envolve atos de alienação ou disposição, exorbitando dos poderes de administração ordinária (CC, 661, §§1º e 2º), como p.ex., a aceitação de doação com encargo, a efetivação de novação, remissão de dívida, transação, imposição de ônus reais como hipoteca, ou emitir cheque.
 
Mandado ad judicia
CC, arts. 692 e 658, 2ª parte; Lei nº. 8.906/94, arts. 3º e 4º; CPC, arts. 36 a 38.
 
Direitos e deveres do mandatário
Direitos
a) Exigir a remuneração ajustada, as despesas de execução do mandato e eventual pagamento de perdas e danos, cabendo direito de retenção do objeto do mandato apenas em relação às despesas (CC, 681);
b) Substabelecer os seus poderes representativos. O substabelecimento (CC, art. 667, §§ 1º a 4º) vem a ser a outorga de poderes recebidos pelo mandatário a um terceiro de sua confiança. Se o substabelecimento for feito com reserva de poderes, tanto o substabelecente quanto o substabelecido podem praticar o ato, pois o substabelecente permanece como procurador; caso se dê sem reserva de poderes, equivale à renúncia por parte do substabelecente, havendo transferência definitiva dos poderes.
 
Deveres
a) Dar execução ao mandato, agindo em nome do mandante e de acordo com as instruções e os poderes dele recebidos e a natureza do negócio que deve efetivar;
b) Aplicar toda a sua diligência habitual na execução do mandato (CC, 667, 1ª parte);
c) Prestar contas, sempre que solicitado, e ao término do mandato;
d) Responder pelos prejuízos advindos do substabelecimento, nos termos do art. 667;
e) Enviar ao mandante as somas recebidas em função do mandato, ou depositá-las em nome do mandante, sendo que, se empregá-las em proveito próprio, inclusive as recebidas para as despesas, pagará juros, desde o momento em que abusou (CC, 670);
f) Não compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte (CC, 669);
g) Concluir, por lealdade, o negócio já iniciado, se houver perigo na demora, embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante (CC, 674).
 
Direitos e deveres do mandante
Direitos
a) Revogar ad nutum  o mandato, exceto nas hipóteses já ventiladas;
b) Ratificar ou não o negócio realizado pelo mandatário;
c) Exigir que as somas recebidas pelo mandatário, em função do mandato, lhe sejam entregues ou depositadas em seu nome;
d) Exigir a prestação de contas por parte do mandatário;
 
Deveres.
a) Remunerar os serviços do mandatário, quando assim ficar convencionado
ou for da natureza do contrato;
b) Adiantar as despesas necessárias à execução do mandato, quando o mandatário lhe pedir;
c) Ressarcir o mandatário dos prejuízos que sofreu em conseqüência do mandato;
d) Honrar os compromissos em seu nome assumidos;
e) Responder extracontratualmente pelos prejuízos causados a terceiros com o exercício do mandato (CC, 932, III, e 933).
 
Extinção do mandato
a) Revogação e renúncia;
b) Morte de qualquer dos contratantes;
c) Interdição de uma das partes por incapacidade superveniente(CC, 682, II);
d) Mudança de estado (CC, 682, III);
e) Término do prazo (CC, 682, IV);
f) Conclusão do negócio (CC, 682, IV).
 
2.8. Comissão
 
Conceito
 
Flávio Tartuce: aquele pelo qual o comissário realiza a aquisição ou venda de bens, em seu próprio nome, à conta do comitente (Curso de direito civil. Vol. 3. 5.ed. São Paulo: Método, 2010. pp. 519-520).
 
É característica marcante do contrato de comissão o exercício em nome próprio dos poderes contratuais. É, por isso, contrato personalíssimo. Em virtude da semelhança, ao contrato de comissão são aplicáveis, no que couber, as regras atinentes ao mandato.
 
Características
a) bilateral;
b) oneroso;
c) consensual;
d) comutativo;
e) típico;
f) não-solene;
g) fiduciário.
 
Direitos e deveres do comissário
 
a) atuação limitada aos poderes conferidos pelo contrato
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes.
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de acordo com os usos.
 
b) dever de cuidado
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio.
Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente.
 
c) poder de prorrogação do vencimento do contrato
Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do prazo para pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se não houver instruções diversas do comitente.
Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas conseqüências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário.
 
d) direito à remuneração
Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela arbitrada segundo os usos correntes no lugar.
Art. 702. No caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de força maior, não puder concluir o negócio, será devida pelo comitente uma remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa.
Art. 707. O crédito do comissário, relativo a comissões e despesas feitas, goza de privilégio geral, no caso de falência ou insolvência do comitente
 
e) direito de retenção
Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimento das comissões devidas, tem o comissário direito de retenção sobre os bens e valores em seu poder em virtude da comissão
 
Direitos e deveres do comitente
 
a) pagamento ao comissário pelos serviços prestados;
 
b) alteração unilateral do contrato
Art. 704. Salvo disposição em contrário, pode o comitente, a qualquer tempo, alterar as instruções dadas ao comissário, entendendo-se por elas regidos também os negócios pendentes.
 
Responsabilidade contratual do comissário
 
Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte.
Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.
 
Cláusula del credere: modalidade contratual através da qual o comissário assume a responsabilidade pela solvência daquele com quem contratar e por conta do comitente. É pacto acessório à comissão. Não há forma específica para a estipulação da cláusula del credere.
 
Espécies de comissão
 
a) comissão imperativa: os poderes do comissário estão restritos ao estabelecido no contrato.
b) comissão indicativa: o comissário tem margem de atuação por decisão própria, porém comunicada ao comitente.
c) comissão facultativa: o comissário tem ampla margem de atuação e decisão própria, independente de comunicação ao comitente.
 
2.9. Agência e distribuição
 
Conceito
 
Os contratos de agência e distribuição são contratos originariamente mercantis e atípicos, que a freqüência no âmbito das relações negociais fez com que o Código Civil os disciplinasse. Alguns autores entendem que agência e distribuição tratam da mesma figura contratual, enquanto que outra parte da doutrina diferencia a agência da distribuição. Para Pablo Stolze e Rodolpho Pamplona Filho:
 
No contrato de agência, o agente, sem vínculo de subordinação, e sem deter a coisa que comercializa, realiza negócios, em área determinada, fazendo jus a uma remuneração fixa ou percentual; diferentemente, no contrato de distribuição, posto deva também empreender negócios à conta e no interesse de terceiro, o distribuidor já tem à sua disposição a coisa negociada. Este elemento (ter consigo ou não a coisa a ser comercializada), pois, é a nota distintiva entre as duas espécies contratuais. (Novo curso de direito civil: contratos em espécie. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 386).
 
Características
 
a) típicos;
b) não-solenes;
c) bilaterais;
d) onerosos;
e) consensuais;
f) comutativos;
g) fiduciários.
 
Disciplina legal: arts. 710 a 721, CC.
	 Recursos Físicos
	 
Quadro e pincel;
Retroprojetor;
Datashow.
 Avaliação
 
Questão objetiva 1
 
(OAB 2009/3) 30 No que se refere aos contratos, assinale a opção correta.
A) O mandato escrito é materializado por meio da procuração, como ocorre com o mandato judicial que o advogado recebe de seu cliente.
B) Dono de hotel, por não ser considerado depositário, não responde por roubo de bagagem dos hóspedes efetuado pelos empregados dentro do estabelecimento.
C) Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil.
D) O tutor pode dar em comodato, sem autorização especial, as coisas confiadas à sua guarda, desde que o faça para atender às necessidades do tutelado.
 
Gabarito: alternativa A
 
Questão objetiva 2
 
(BACEN – procurador 2009) Diante da necessidade de transferir sua residência para outra cidade,
Maura, menor púbere, resolveu conferir a sua tia, Antônia, judicialmente reconhecida como pródiga, poderes para que esta pleiteasse em juízo determinado direito. Para isso, Maura, devidamente assistida por seus pais, e mediante instrumento particular, outorgou poderes a Antônia, que, por não ser advogada, substabeleceu esses poderes a profissional habilitado. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
A) É inválido o negócio realizado entre Maura e Antônia, porque, sendo a primeira menor, esse negócio deveria ter sido objeto de instrumento público.
B) Não é válido o mandato porque o pródigo, assim como o falido, não é capaz de exercer mandato.
C) Na situação descrita, é válido o negócio realizado pelas partes, pois obedeceu ao necessário não só quanto à forma, como quanto ao suprimento da capacidade da mandante.
D) É inválido o negócio porque, diante de um mandato judicial, seria necessário que Antônia tivesse capacidade postulatória para que o substabelecimento se tornasse viável.
E) Seria inválido o negócio se Antônia fosse também menor púbere, já que este não pode ser mandatário.
 
Gabarito: alternativa C
 
Questão objetiva 3
 
(TRF 2ª Região – juiz 2009) Quanto às regras atinentes aos contratos, assinale a opção correta.
A) O outorgado pode substabelecer os poderes recebidos do outorgante, se essa possibilidade expressamente constar do instrumento do contrato.
B) Se a nulidade da obrigação resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor, tal obrigação não será suscetível de fiança.
C) Na empreitada, a direção e a fiscalização da obra competem ao próprio empreiteiro, e a remuneração é proporcional ao trabalho realizado.
D) Na prestação de serviço para a confecção de uma escultura, o pagamento está subordinado ao fato de a prestação alcançar exatamente o resultado esperado pelo contestante.
E) O depósito necessário que decorra de incêndio presume-se gratuito e admite qualquer meio legal de prova.
 
Gabarito: alternativa C
 
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