Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Departamento de Química Química Geral Prática Nome: Ana Carolina Arantes Araújo Luís Henrique Eduardo Bastos Marcos Murta Tanure Turma: U2A Prof.: Cynthia Peres Demicheli Data de realização da prática: 16/10/2008 Equilíbrio Químico Introdução As reações químicas podem ser reversíveis, ou seja, elas podem ocorrer num sentido e no sentido inverso, dependendo de algumas condições. X + Y ( Z + W Z + W ( X + Y Quando uma reação e sua inversa podem ocorrer simultaneamente, dizemos que elas são reversíveis. A reversibilidade do processo é indicada pelo símbolo ( X + Y ( Z + W (reação reversível) A situação de equilíbrio químico é atingida por um sistema reversível em reação quando, em conseqüência da igualdade das velocidades da reação direta e inversa, suas propriedades macroscópicas permanecem constantes. A expressão da constante de equilíbrio é conseguida da seguinte maneira: consideremos o sistema homogêneo: aA + bB ( cC + dD v1 = k1 [A]a [B]b v2 = k2 [C]c [D]d No equilíbrio v1 = v2. Então: k1 [A]a [B]b = k2 [C]c [D]d ( k1 = [C]c [D]d ( Kc = k1 = [C]c [D]d k2 [A]a [B]b k2 [A]a [B]b Kc é a constante de equilíbrio expressa em termos das concentrações em mol/L. Quanto maior o valor de K, maior a concentração dos produtos, ou seja, a reação se processou muito no sentido direto. Por outro lado, um valor pequeno de K indica uma concentração grande dos reagentes indicando que a reação não se processou muito. O estado de equilíbrio de um sistema pode ser alterado por variações tais como a temperatura, pressão e concentração dos reagentes. Esta alteração pode ser prevista pelo principio de Le Chatelier: “Quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma ação, o equilíbrio se desloca no sentido de contrabalançar esta ação”. Objetivo - Estudar sistemas em equilíbrio químico; - Verificar experimentalmente o princípio de Le Chatelier. Materiais � Suporte para tubos de ensaio; Tubos de ensaio; Béqueres; Tela de amianto; Tripé; Bico de bunsen; Pinça de madeira; Pipeta graduada; Proveta; � Reagentes e Materiais - Soluções aquosas de: � K2CrO4 0,05 mol/L; K2Cr2O7 0,05 mol/L; NH4OH 0,5 mol/L; HCl 1 mol/L; NaOH 1 mol/L; Ba(NO3)2 0,5 mol/L; HCl conc.; CoCl2 (solução hidro-alcoo-lica); Solução alcoólica de fenol-ftaleina; � Procedimentos Estudo do Equilíbrio do Sistema 2 CrO4- (aq) + 2 H+ (aq) ( Cr2O7-2(aq) + H2O(l) - Num suporte, colocou-se 4 tubos de ensaio. Em três deles colocou-se 2 mL de K2Cr2O7 0,05 mol/L (laranja) e no outro, colocou-se 2 mL de K2CrO4 0,05 mol/L (amarelo); - No primeiro tubo de ensaio (contendo solução de íons dicromato), adicionou-se 0,5 mL (aproximadamente 10 gotas) da solução de NaOH 1 mol/L; - Anotou-se a variação observada; - Comparou-se a cor da solução obtida com a cor das soluções de cromato e dicromato de postassio; - Ao mesmo tubo, adicionou-se 1 mL de HCl 1 mol/L, - Agitou-se. Anotou-se a nova variação e comparou-se novamente a cor da solução obtida com as soluções de cromato e dicromato de potássio; - No segundo tubo contendo K2CrO4 0,05 mol/L (cromato de potássio), adicionou-se 2 gotas de solução de Ba(NO3)2 0,5 mol/L; - Agitou-se e observou-se se havia se formado um precipitado; - No terceiro tubo contendo K2Cr2O7 0,05 mol/L (dicromato de potássio), adicionou-se 2 gotas de solução de Ba(NO3)2 0,5 mol/L; - Agitou-se e observou-se se havia se formado um precipitado; - No quarto tubo contendo K2Cr2O7 0,05 mol/L, adicionou-se 2 gotas de solução de Ba(NO3)2 0,5 mol/L; - Agitou-se e observou-se se havia se formado um precipitado; - Adicionou-se então algumas gotas de solução de HCl 1 mol/L. Agitou-se e observou-se o que ocorria. Estudo do Equilíbrio do sistema NH3 (aq) + H2O (l) ( NH4+ (aq) + OH- (aq) ; ΔH<0 - Em um tubo de ensaio, adicionou-se 2 mL de água, 3 gotas da solução de amônia (0,5 mol/L) e uma gota de solução de fenolftaleina; - Despejou-se esta solução sobre um pano branco e agitou-se ao ar por cerca de cinco minutos; - Anotou-se as observações; - Num segundo tubo de ensaio, adicionou-se 2 mL de água e 3 gotas da solução de amônia (0,5 mol/L); - Aqueceu-se o tubo de ensaio, colocando um papel de tornassol vermelho umedecido na boca do mesmo. - Anotou-se as observações. Estudo do equilíbrio do sistema [CoCl4]-2 (aq) + 4 H2O (l) ( [Co(H2O)4Cl2] (aq) + 2 Cl- (aq) ; ΔH<0 - Em um tubo de ensaio, colocou-se 2 mL da solução vermelha ([Co(H2O)4Cl2]); - Adicionou-se, cuidadosamente, HCl concentrado até observar qualquer variação; - Ao mesmo tubo de ensaio, adicionou-se, lentamente, H2O destilada até observar alguma mudança macroscópica; - Anotou-se o resultado; - Aqueceu-se o tubo de ensaio em banho-maria; - Observou-se o que ocorria - Resfriou-se o tubo em água corrente; - Observou-se novamente o que ocorria. Resultados e Discussão O primeiro procedimento avaliou o equilíbrio do sistema levando em conta a concentração das substancias. O primeiro teste utilizou íons bicromato. Nesse tubo contendo K2Cr2O7 (solução de cor alaranjada), verificou-se que ao adicionar NaOH a solução se tornou amarela. 2 CrO4- (aq) + 2 H+ (aq) ( Cr2O7-2(aq) + H2O(l) Esse fato se deve ao deslocamento do equilibrio no sentido inverso uma vez que os íons OH- da base consumiram os íons H+ e, na tentativa de reduzir tal ação, o sistema respondeu consumindo Cr2O7-2 e H2O e originando CrO4- e H+ . Esse aumento da concentração de CrO4- é responsável pela nova cor da solução (amarela) Ao mesmo tubo, ao adicionar HCl, observou-se que a solução se tornou novamente alaranjada. Esse fato se deve ao acréscimo de íons H+, deslocando o equilíbrio no sentido direto de modo a consumir esses íons acrescentados, obtendo assim maior quantidade de Cr2O7-2 (responsável pela cor laranja da solução) e H2O. O segundo teste utilizou íons cromato. Nesse tubo contendo K2CrO4 2 gotas de solução de Ba(NO3)2 foram adicionadas ocasionando o aparecimento de um precipitado amarelo de BaCrO4. Ba+2(aq) + CrO4-2(aq) ( BaCrO4 (s) O terceiro teste foi semelhante ao segundo, porem utilizou íons bicromato. Assim como no tubo 2, duas gotas de solução de Ba(NO3)2 foram adicionadas. Porem houve apenas o turvamento da solução alaranjada. Esse turvamento é devido aos íons cromato presentes na solução de bicromato de potássio pois o sistema 2 CrO4- (aq) + 2 H+ (aq) ( Cr2O7-2(aq) + H2O(l) está em equilíbrio (contem tanto íons cromato quanto bicromato, porém em concentrações diferentes). Esses íons cromato, ao reagir com os íons Ba+2 formaram BaCrO4 que é insolúvel (sal responsável pela turvação da solução). Já os íons bicromato, ao reagirem com os íons Ba+2 formaram BaCr2O7 que é solúvel. Com isso é possível comprovar o equilíbrio químico. Ba+2(aq) + CrO4-2(aq) ( BaCrO4 (s) Ba+2(aq) + Cr2O7 -2(aq) ( BaCr2O7 (aq) O quarto teste foi semelhante ao terceiro, porem, após adicionar a solução de Ba(NO3)2 adicionou-se também HCl, verificando que a solução se tornou límpida. Isso porque ao adicionar íons H+ o equilíbrio é deslocado no sentido de produzir bicromato. Assim, como o sal formado pela reação dos íons bário e bicromato é solúvel, a solução ficou límpida (a concentração de bicromato se tornou muito maior que a de cromato). O segundo procedimento avaliou também esse equilíbrio químico do sistema. Ao primeiro tubo de ensaio adicionou-se água, amônia e fenolftaleina obtendo-se uma solução rósea. Despejou-se então essa solução em um pano branco e aguardou-se algum tempo verificando-se que a mancha rósea sumiu. Isto porque se trata de um sistema aberto e a amônia é uma substancia volátil. Desse modo a concentração de NH3 diminuiu e o equilíbrio foi deslocado no sentido inverso até que todo NH4OH fosse consumido e restasse apenas água. NH3 (aq) + H2O (l) ( NH4+ (aq) + OH- (aq) ; ΔH<0 Ao segundo tubo de ensaio, adicionou-se água e solução de amônia. Levou-se o tubo ao aquecimento e na boca do tubo e colocou-se um papel de tornassol vermelho umedecido. Observou-se que o papel de tornassol se tornou azul devido ao desprendimento de NH3, uma vez que o aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentida da reação endotérmica, ou seja, no sentido inverso para consumir a energia térmica fornecida. O terceiro procedimento utilizou solução hidro-alcoólica de CoCl2. [CoCl4]-2 (aq) + 4 H2O (l) ( [Co(H2O)4Cl2] (aq) + 2 Cl- (aq) ; ΔH<0 Ao adicionar acido clorídrico concentrado, a solução (originalmente vermelha devido ao complexo [Co(H2O)4Cl2]) se tornou azul. Isso porque o equilíbrio foi deslocado no sentido inverso devido ao acréscimo de íons Cl-. Logo após, ao adicionar água, a solução se tornou novamente vermelha, pois o equilíbrio foi deslocado no sentido direto, consumindo parte das moléculas de água adicionadas e produzindo [Co(H2O)4Cl2] (de cor vermelha). Ao aquecer o tubo, a solução se tornou azul. Isso porque ao aumentar a temperatura o equilíbrio é deslocado no sentido endotérmico, de modo a consumir o excesso de energia fornecida. Assim o equilíbrio foi deslocado no sentido inverso produzindo [CoCl4]-2 de cor azul. E ao resfriar o tubo, a solução ficou de novo vermelha (a redução da temperatura desloca o equilíbrio no sentido exotérmico para liberar energia térmica). Assim o equilíbrio foi deslocado no sentido direto. Conclusão A partir da pratica realizada, foi possível evidenciar o equilíbrio químico, comprovando o principio de Le Chatelier. Em reações reversíveis, provou-se o efeito da concentração e da temperatura sobre o equilíbrio das mesmas. O efeito da pressão não pode ser evidenciado na pratica uma vez que para realizar tal experimento seria necessário um aparato muito difícil de manusear, uma vez que trabalhar com gases é muito trabalhoso e complicado. Referencias Bibliográficas - NOVAIS, Vera; Química volume 2; Atual Editora; São Paulo; 1999. - TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S. & BISPO, J. G.; “Química Básica Experimental”; Ed. Parma Ltda; São Paulo (1981). - GLESBRECHT, E.; “Experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos – PEQ – Projetos de Ensino de Química”; Ed. Moderna – Universidade de São Paulo, SP (1979). - Apostila de Praticas de Química Geral; UFMG 2008;