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Alexandra Woods Saúde Pública Veterinária 08/11/2011 Vigilância epidemiológica Controle das doenças transmissíveis Cadeia epidemiológica Estratégia das intervenções Novas descobertas Observação sistemática Métodos Isolamento Quarentena Objetivos Conhecimento atualizado sobre doenças Evolução do comportamento epidemiológico Prever mudanças Selecionar medidas de prevenção e controle Sistemas de informação - SINAN -> Sistema de informação sobre agravos notificáveis . BOTULISMO . CÓLERA . COQUELUCHE . DENGUE . DIFTERIA . DOENÇA DE CHAGAS .ESQUISTOSSOMOSE . FEBRE AMARELA . FEBRE MACULOSA . HANTAVIROSE . LTA . LV . LEPTOSPIROSE . PESTE BUBÔNICA . PARALISIA FLÁSCIDA . RAIVA . TÉTANO . TUBERCULOSE . TULAREMIA - PNI - EPI – TB - LAB DENGUE - SINDST - SINABIO - HIPERDIA - SIM - SINASC - SIA/SUS - SIH/SUS Vigilância epidemiológica Em relação à vigilância epidemiológica é claro para vocês agora que diante de todas as atribuições que fizemos desde o início da disciplina, que foi o intuito de observar que desde a cadeia de transmissão de cada uma das doenças, ate o cálculo dos indicadores de saúde, até a acurácia no teste diagnóstico, passamos pelo método do estudo epidemiológico, toda aquela base que recebemos é a base fundamental da vigilância epidemiológica. A vigilância epidemiológica não consegue ser trabalhada sem esse tipo de conceitos básicos. Todo vigilante epidemiológico tem que conhecer um pouco de indicadores de saúde, de cadeia epidemiológica, tem que saber sobre métodos diagnósticos e principalmente ele deve saber reconhecer tipos de estudos epidemiológicos, porque o vigilante epidemiológico é a peça fundamental no controle da doença, porque ele consegue prever, o intuito é prever se a doença vai acontecer e o intuito não é tratar o doente. E essa visão não tem como ser feita de outra forma sem ser pela matemática, não existe forma de prever algo que não seja pela matemática, é a única ciência que consegue te responder previsões, é a matemática, é a probabilidade, é o risco. E esse profissional consegue utilizando esse tipo de ferramenta, que é a matemática, ele consegue prever a ocorrência de determinadas doenças que sejam transmissíveis aos seres humanos e ao animal. Nessa previsão (que é o carro chefe da epizootiologia) ele consegue evitar que a doença aconteça, ou ele consegue no caso de não se evitar a doença, ele consegue controlar quando ela está acontecendo, e principalmente esse controle visando de forma coletiva, as pessoas que estejam envolvidos naquela cadeia epidemiológica ou indivíduos que façam parte da cadeia epidemiológica ou de forma individual. Ele é o profissional que controla a doença. A vigilância sanitária faz a prevenção primária, secundária e terciária, que é realizada pela vigilância sanitária com normas, regulamentação e fiscalização. E aqui temos a visão de medida preventiva com outro tipo de abordagem, a vigilância epidemiológica não cria normas, a vigilância epidemiológica informa, a vigilância epidemiológica consegue recolher dados, e esse recolhimento de dados é o que nós chamamos de “Serviço de Informação”. Vigilante epidemiológico é um profissional que tem como perfil a curiosidade como seus adjetivos uma pessoa observadora, curiosa, para poder de forma hábil conseguir investigar. Essa investigação vai exigir curiosidade e observação. Proposta da disciplina: Vc encontrar, buscar uma diferença no que parece rotina (o que é normal) para vcs. De onde surgiu esse critério de epidemiologia: Primeiro: da observação da interação do ambiente, do homem, do agente, de toda aquela cadeia, aquela vertente epidemiológica que agente reconheceu no inicio da disciplina. Para que uma doença aconteça é necessário que eu tenha um hospedeiro, e que esse hospedeiro esteja reagindo o tempo todo no ambiente e que eu encontre de forma biológica um agente que seja responsável por determinar aquela doença. Ou de forma não biologia a exposição a algum determinado tipo de efeito que possa provocar a doença. Doença que não tem agente biológico agente trabalha com exposição a aquele tipo de fenômeno. Exemplo de doença sem agente biológico: Exposição a cigarros, a alimentos tratados quimicamente com exposição raios UV, raios gama para poder aumentar a vida de prateleira. POA que tem alta quantidade de hormônios para ele produzir de forma intensa. Teoricamente não tem agente envolvido mas é capaz de trazer algum tipo de malefício a população humana e também a população animal. Esse tipo de relação ainda tem a participação dos agentes biológicos, que também devem interagir com o ambiente. Temos um agente que depende do tipo de temperatura, do tipo de relevo, do tipo de vetor, se o vetor vive em situações que tem bastante volume de chuva, ou se esse vetor não interage ou não com a atividade pluviométrica. Essa interação foi o principio do desenvolvimento da vigilância epidemiológica Primeiramente: Entender como essa interação acontece. A partir do momento que as pessoas começaram a entender que isso existia, começaram a entender que quando existe essa interação é possível ter a doença. Que ponto daquela interação o profissional pode agir para prevenir a ocorrência da doença. Foi assim que surgiu a vigilância epidemiológica. Tentaram detectar o ponto onde eu consiga erradicar, onde eu consiga eliminar, controlar a ocorrência de determinada doença, e um determinado tipo de agravo, sempre levando em consideração que pode ser por agente biológico ou por agente não biológica (exposição). Como vamos controlar essas doenças: A teoria principal era a teoria de que a doença estava sempre associada a um agente. Mas com a mudança de hábitos e cultura da população esses agentes passaram a não ser os únicos a causarem a doença, que existiam além dos agentes outras coisas também poderia causar agravo e ai foram estudar situações que por exemplo, raio solar que pode causar tumores de pele, ou determinada substancia química que poderia causar alterações irreversíveis da pele, etc. com isso viram que não era simplesmente a presença do agente. Em qualquer que seja a situação do agente transmissível ou sem um agente biológico, era necessário entender a cadeia de transmissão daquela doença, eu tinha que saber reconhecer qual é essa cadeia, quais são os hospedeiros envolvidos, quais são as via de entrada, e a via de eliminação daquele tipo de malefício. De que maneira que é transmitida? Contato? E dessa maneira conseguiríamos utilizar estratégias para poder intervir. (obs: cuidado com essas estratégias) Ex.: Existe participação de um morcego que deve através da mordedura e em contato com a saliva transmitir um vírus, um agente do gênero Lissavirus que é capaz de provocar em animais e no ser humano uma doença conhecida como raiva. Essa foi a cadeia primária de transmissão da raiva. Então eu deveria estudar primeiro: locais onde existiam o morcego, onde existiam o morcego que fizesse a transmissão do vírus (ou seja, não precisava apenas ter um morcego, deveria ter o associado ao vírus) e que esses morcegos entrassem em contato com os animais. Se não houvesse o contato, se não houvesse o contato e se não houvesse o morcego, a raiva não existiria. Nesse principio como seria a estratégia, o que eu poderia fazer para controlar a raiva? Uma das medidas que até hoje é utilizada no controle da raiva está a utilização de um recurso de imunização. Imunizar os animais que são sensíveis a aquele tipo de situação. Animais que estão por mais vezes expostos ao morcego, vcs não observam a vacinação do ser humano para a raiva, só tem uma condição que vc recebe essa vacina (quando o humano é mordido), fora isso é muito mais comum o animal ser mordido por um morcego do que o ser humano. Então possivelmente a minha escala de controle, minha estratégia deve ser para aqueles animais que são mais facilmente atacados pelo morcego em relação ao ser humano. Vcs observam que existe campanhas de imunoprofilaxia envolvendo os animais. No ambiente urbano: animais de companhia. No ambiente rural: animais de produção. Que devem responder a um protocolo de vacinação anti-rábica dentro da propriedade. De onde surgiu essa idéia? Nessa estratégia de intervenção, para que a raiva não aconteça. E ai vem a vigília, tenho que fazer a vigília dessa medida. (podemos imaginar isso para qualquer tipo de doença). Tenho que ter uma vigília, e para isso existe o vigilante epidemiológico, pra isso existe o agente da defesa sanitária, que vai verificar se essa vacinação está sendo realizada, se todos os animais do ambiente urbana realmente receberam essa vacina. Vamos ler a respeito da vacinação anti-rábica que acontece no ambiente urbano, vamos ver que todo o vigilante epidemiológico faz a previsão de quantos animais deverão receber a vacina, ele estipula a quantidade de dose para aquela região (ele não sai distribuindo frascos da vacina para os postos de saúde), ele faz uma estimativa de quantos animais daquela região vão ser vacinados, ,quantos devem receber a vacina, e fora isso quando termina a campanha de vacinação, o vigilante epidemiológico tem que calcular quantas doses retornaram, ele vai ter a taxa de abandono daquela campanha de vacinação. E conseqüentemente ele sabe quantos animais não foram devidamente protegidos, para poder estimar o risco na ausência daquela medida preventiva da doença tornar-se emergente ou reemergente naquela localidade. É muito importante o papel desse profissional para controlar a doença. Ele trabalha não só com essa parte burocrática, ele tem que prever, tem que estimar, calcular, curioso, observar, investigar. E dessa maneira conseguir montar estratégias para controlar determinadas doenças. Exemplo: Dengue: temos 4 sorotipos novos dentro do estado do RJ, que as pessoas ainda não tiveram contato e conseqüentemente no 1º contato, a taxa de mortalidade será alta. Isso já é uma previsão da secretaria estadual de saúde, que no próximo verão os casos de dengue fatal será muito maior do que aquele que foi anotado e informado esse ano. Para muitos, é uma coisa banal, para outros é uma risca. Agente trabalha com essa diferença na interpretação pela população porque é importante. Ou seja, há necessidade da população estar devidamente pronta para receber esse novo sorotipo da dengue. Não falando que ela vai morrer, mas no papel que ela tem de população tem para controlar a doença. Entender que cada alarme desse de doença que acontece no país, que acontece no mundo, ele tem um conjunto de profissionais da vigilantes que são responsáveis para isso, coletando informações, vai estudando e nessa coleta de informação e análise ele passa as atitudes a serem tomadas pela população, pelo sistema de saúde, porque tem coisas que são próprias do sistema de saúde. Não temos vacina para dengue, mas talvez se tivéssemos vacina, uma maneira de proteger a população seria fazendo essa vacina. A primeira forma que devemos abordar qualquer tipo de doença é pela prevenção primaria: temos 2 tipos: promoção de saúde e proteção especifica. A proteção especifica é a vacina. Mas agora, não significa que agente tem que criar vacina para tudo, pois o primeiro nível é a promoção de saúde. A promoção de saúde não depende só do governo, depende também da população. Então eu sei que para não ter dengue, eu preciso diminuir a população do mosquito, para diminuir a população do Aedes egipsy eu preciso diminuir o tipo de criadouro, o tipo de criadouro é: água limpa e parada, que fica principalmente dentro de domicílio porque é um inseto domiciliar. Por questão de segurança, o agente de saúde quando tem que entrar para fazer esse tipo de prevenção ele não pode. Mas ai vc imagina, o que é isso para vc (enquanto população): é um agente que não entrou numa casa. Se vc fosse uma profissional da vigilância epidemiológica, para vc, um agente que não entra na casa, significa que serão quantos casos novos? Ele estima, para cada um que não entrou naquela casa, eu tenho X casos mais para acontecer naquele ano. Ele trabalha com numero, matemática. A estimativa dele é essa. Cada vez que a pessoa não é imunizada, quantas pessoas vão sofrer aquela doença? É necessário esse tipo de correlação para adotar as medidas adequadas. A necessidade de criar estratégia de intervenção, foi um dos motivos que facilitou a origem da vigilância epidemiológica não só no Brasil, mas mundial. Formas de descobrir novas formas de controlar. Como o vigilante epidemiológico trabalha nessas descobertas: Vamos lembrar lá dos estudos epidemiológicos: Ex.: Como eu sei que a vacina é eficaz? O profissional precisa de numero para comprovar que a vacina é eficaz, ele precisou de estudos epidemiológicos para determinar que aquela vacina era eficaz, para poder preconizar novas descobertas. Descobertas de diagnósticos, de medicamentos, terapias, tratamento, protocolos, e quem faz isso é o vigilante epidemiológico. Por isso que a saúde no Brasil vai de mal a pior, porque agente não tem profissional que pensa assim. O profissional só pensa em usar remédio. “Pra tudo tem remédio”. Observação sistemática nessas medidas de controle e de prevenção: É importante. Identifiquei a cadeia. Eu como profissional identifiquei a cadeia, tive que identificar e reconhecer quais eram as estratégias de intervenção. Apliquei novas técnicas nesse tipo de estratégia e agora preciso saber se essas técnicas empregadas na população são ou não efetivas, se são ou não efetivas, se eu posso utilizar. Então em relação a essas 4 observações, partiu-se a necessidade de ter um profissional diretamente relacionado com a vigilância epidemiológico. O vigilante epidemiológico hoje é a parte fundamental do sistema de saúde, de qualquer país. Ela atua no âmbito federal, âmbito municipal e âmbito estadual. Cada epidemiologista trabalhando nesse setor tem como fonte principal recolher dados que vão de maneira hierárquica chegar ao sistema federal de informação. Então aquele que trabalha na prefeitura municipal deve informar a secretaria estadual de saúde através do vigilante estadual sobre a situação dentro do estado, o município fica dentro do estado. E esse estado tem que levar essa condição para o vigilante epidemiológico federal. E o vigilante epidemiológico federal, no âmbito federal, ele tem possibilidade de identificar em cada um dos setores, dos estados brasileiros qual deles tem a maior necessidade. Existe toda uma questão política envolvida nesse critério. Todo esse aspecto de vigilância epidemiológica é um aspecto administrativo. Tem toda uma burocracia administrativa que informa. Politicamente cada informação dessa gera um orçamento distribuído para os estados. Ex.: Quando tenho um problema sério de tuberculose, os estados que tem reemergência de tuberculose é um estado que tem que receber uma fatia, uma parcela do orçamento anual para se fazer o combate à tuberculose. Temos hoje medicamentos distribuídos pelo sistema publico de saúde portadores de tuberculose, com isso não tem mais o problema do medicamento. Hoje as pessoas tem acesso ao medicamento. Existe outra falha: que é o abandono do tratamento, porque é um tratamento longo, doloroso e geralmente o portador abandona o tratamento no meio do caminho (é uma cultura do brasileiro). Quando a pessoa começa a se sentir bem, abandona o tratamento da tuberculose. Então quando se há esse abandono, essa vigilância começa a avaliar os casos ao longo do ano, e vê que aumenta o numero de casos naquela região. Eu agora preciso de um recurso maior do ministério da saúde em diagnóstico e tratamento para tuberculose, tanto a tuberculose humana quanto para tuberculose animal. Tem toda uma forma política, que infelizmente são poucas pessoas que se interessam pela política dentro do setor público, e conseqüentemente são poucos que controlam esse tipo de conduta. A população menos ainda, não quer saber o que está acontecendo lá dentro, ela quer apenas receber o remédio. Essas observações são fundamentais para se instituir o que é a vigilância epidemiológico. Os 3 âmbitos entendidos por nós. A partir do princípio que agente consegue observar aquelas situações ali, existem as práticas epidemiológicas que são instituídas: - Isolamento: Algumas doenças que o individuo é detectado, ele deve ser isolado, principalmente e exclusivamente aquelas que são transmissíveis. Identifiquei um indivíduo que tem uma doença infecto contagiosa eu tenho que isolar esse paciente para que ele não sirva como fonte de infecção para outras pessoas. Isso acontece quando vc tem o doente e detecta o doente. Uma das coisas que mais acontece é vc ter um setor de isolamento, que não deve ser confundido com quarentena, que a quarentena tem um intuito preventivo. - Quarentena: Ou seja, eu não coloco em quarentena o indivíduo que está doente, quando o indivíduo está doente eu coloco em isolamento. A quarentena é quando eu não sei a origem, eu não tenho a certeza que aquele individuo porta ou não. Ou ele era um comunicante, ou ele esteve numa área que era endêmica, se ele teve alguma situação dessas ele é colocado em quarentena, em observação. A quarentena tem intuito preventivo. E preventivo porque vc separa esses indivíduos com o intuito de ser comunicantes, que teve contato com alguém doente mas que não necessariamente está doente. Em relação à quarentena, é um termo muito utilizado em produção animal, quem vai lidar com animal de produção vai escutar de quarentena o tempo todo. Essa quarentena deve existir em qualquer que seja a criação animal. Embora as pessoas atribuam isso apenas para suíno, bovino. Mas os animais de companhia, nem sempre se estabelece esse tipo de situação (quarentena). Quando vc acolhe o animal de rua, eles não separa os animais deles dos de rua, ou porque não conhece e não viram o agente e não consegue entender que é possível. Não é só animal doméstico, as vezes animal silvestre por exemplo, esses animais silvestres o risco em potencial utilizar esses animais silvestres filantrópicos dentro do ambiente domiciliar. A falta de preocupação nesse tipo preventivo. Eu sei o que o sagüi tem? Eu conheço todos os vírus que tem o sagüi como reservatório? Eu conheço todos os vírus que o gambá tem como reservatório? Não. Então a partir do momento em que vc usa esse tipo de recurso, vc cometeu um erro, que para o vigilante epidemiológico é fatal. E ai vcs vão descobrir porque determinadas doenças começam a acontecer dentro de uma população. Vimos a gripe aviaria: como se instituiu a gripe aviária: simplesmente introduziu dentro de uma criação um animal que era reservatório. Febre maculosa: que tem uma população de capivara que é um população crescente que mantém o agente, a rickettsia. Precisa do carrapato, mas eu tenho ali o reservatório. O gambá é reservatório de que? O rato é reservatório de que? Eu tenho que entender bem o que é a cadeia de transmissão, quem é o comunicante, quem é o reservatório, quem é a fonte de infecção, quem é o hospedeiro sensível, quem é o portador sadio, etc. A quarentena tem principalmente esse aspecto, eu consigo separar animais que são comunicantes, animais que oferecem riscos e ficar fazendo a observação desse animal para que depois dessa observação ele possa entrar no convívio dos outros animais, principalmente de mesma espécie. O tempo de quarentena, embora receba o nome de quarentena, o tempo é dependente do tipo de agravo, alguns agravos são agudos, então o período de manifestação acontece no intervalo de até 15 dias, significa dizer que a partir do momento que esse animal foi introduzido na quarentena ele tem 15 dias de observação. Existem outras num período de incubação é um pouco maior, 30, 60, 90 dias. Significa dizer que se esse animal foi introduzido eu preciso desse tempo para poder observar esse grupo de animal ou esse grupo de pessoas. Então o tempo é decorrente do tipo de agravo. Objetivos da vigilância epidemiológica: Conhecimento atualizado sobre as doenças: epidemiologia, é o estudo da dinâmica da população em relação as doenças. Dinâmica populacional das doenças. Se isso é dinâmico, o próprio nome conceitua que eu não posso ter algo que é estático, não posso ter uma informação estática, que represente um ponto só. Essa minha interpretação tem que ser feita sempre de forma corrente, eu estou sempre tendo dados atualizados a respeito daquele assunto. Para esse tipo de reconhecimento dinâmico dessas doenças, a vigilância epidemiológica trabalha com semanas, são as semanas epidemiológicas. Então a cada intervalo de 1 semana tem uma compilação de dados obtidos no setor da saúde daquela região. Quando vc trabalha dentro de um posto de saúde municipal, vc tem esse tipo de trabalho: Toda semana tem que finalizar um relatório que expõe a semana epidemiológica: ransiníase, dengue, febre amarela, semana epidemiológica da leishmaniose, para cada uma dessas doencas eles dividem em semana epidemiológica. E para cada uma delas ele tem que apresentar um relatório semanal. E ele encaminha esse relatório semanal para a secretaria de saúde. Evolução do comportamento epidemiológico Vamos estar trabalhando com a ocorrência de casos novos da doença, a ocorrência de um caso índice (um primeiro caso identificado daquela doença). A vigilância epidemiológica tem que estabelecer qual foi a evolução desse comportamento. Elas podem acontecer de forma típica, que é aquilo que vc espera. Ex. detectei novos casos de raiva no estado do RJ. Vou estudar como esses casos novos surgiram. Esses casos novos podem acontecer de forma típica, ou seja, de forma típica houve uma diminuição de animais vacinados dentro da campanha de vacinação, houve uma taxa de abandono elevada nessa vacinação, e eu coloquei mais animais exposto à população humana. Mordedura e conseqüentemente a raiva aconteceu. Isso era o que eu esperava dentro de uma comunidade urbana. O que eu espero para a comunidade rural: a presença do morcego. Então no ambiente rural a forma típica é através do morcego. Se houve no ambiente urbano a presença do morcego mordendo, a doença se comportou de forma atípica para o meio urbano. Agora tive oportunidade de identificar uma evolução diferente daquela que eu esperava. Se a campanha de vacinação funcionou, mas em compensação houve uma invasão desses morcegos no ambiente urbano. Eu agora vou ter que utilizar medidas que sejam eficientes para o morcego no ambiente urbano. Da mesma forma equivale a questão do ambiente rural. Eu tenho uma estimativa típica da manifestação da doença no ambiente rural, que é a exposição do morcego. Se aconteceu de outra forma como num caso de mordedura de cães, aquela é a forma atípica para o ambiente rural. Houve uma mudança nesse tipo de comportamento, ex: começou a prender mais os animais, houve uma mudança nesse tipo de comportamento que auxiliou a doença, que houve uma evolução da doença. Tirando a raiva do contexto. Ex.: Doença de chagas: Também é um agravo quantificado, ela acontece através do barbeiro contendo o Tripanossoma cruzi, esse barbeiro no final da sua alimentação (do sangue da pessoa) deve defecar sobre o corpo da pessoa, e a pessoa instintivamente coça. Que é com o contato com o dejeto do barbeiro. Essa é a forma típica, com o barbeiro. Vimos casos notificados na região norte que foi através do açaí, consumo de calda de cana, etc.: forma atípica. Obrigou o serviço do vigilante epidemiológico a identificar a outra forma. Agora vou ter que estudar a evolução, e o que mudou esse tipo de comportamento. Acontece a doença de chagas em Florianópolis, num apartamento do 7º andar de um edifício numa ilha urbanizada. Há uma mudança de comportamento e eu tenho que entender como acontece para poder indicar qual a forma mais adequada de prevenir. Ou seja, se vc ficar pensando na casinha de pau a pique, e continuar com a idéia que a casa tem que ser de barro e bambu que é onde tem a doença de chagas vcs vão ficar parados no tempo. Mas para isso vcs precisam treinar curiosidade, investigação, sociedade, adaptação, aspecto social. Porque será que existem tanto casos de doença de chagas no rio de janeiro? Não é casa de pau a pique, mas invadiram as matas. Tudo isso é importante para que possamos pensar e raciocinar como vigilantes epidemiológicos. O segundo objetivo é prever mudanças efetivas no controle e tratamento dessas doenças. Nessa rotina, está relacionada diretamente a essa nova dinâmica que a doença possa ter apresentado, e que o profissional consiga fazer esse tipo de previsão para que a doença não aconteça. Principalmente: Selecionar essas medidas de prevenção e controle, que estão desde o critério da prevenção primária (promoção de saúde, proteção específica, métodos de diagnósticos). Levando-se em consideração que essas medidas, esse processo seletivo depende do tipo de estudo que foi empregado para garantir esse tipo de aplicação, não acontece do nada, o cara tem que conhecer e provar que isso é importante. Como foi dito, a vigilância trabalha com informação, essa investigação, esse processo todo é feito com base em informações. Essas informações eram computadas de maneira manual, antigamente tinha uma pessoa que fazia os cálculos e tinham aquelas pilhas de papel enorme com as informações. Houve a necessidade de contar (quando surgiu a parte de estatística) quantas pessoas nasciam e quantas morriam. Se morriam, morriam porque e de que. Começou a se usar números para estudar esse tipo de fenômeno. Nessa contagem criou-se um processo de informação de maneira escrita. Toda pessoa que nasce deve ter um registro de nascimento que não necessariamente é a certidão de nascimento. Temos algumas situações que hoje são favorecidas, porque boa parte dos nascimentos acontecem no hospital, então todo hospital que nasce uma criança é obrigado a registrar o nascimento da criança (o hospital registra o nascimento da criança, a certidão de nascimento é o responsável que emite). O hospital tem necessidade de informar quem nasceu vivo dentro daquele hospital. E se houver o nascimento e posteriormente o óbito, teve registro de óbito. Não é certidão de óbito! É registro de que ele nasceu e morreu dentro do hospital. No sistema hospitalar isso passou a ser mais fácil. Mas agente ainda tem uma parcela da população que não nasce em hospitais, mas nasce de parteiras. Temos campanhas de Programa dia D (ação global) que dá a pessoa carteira de identidade, certidão de nascimento, etc. Tem pessoas mais antigas que não tem certidão de nascimento, não tem registro, e ai vc acaba dando esse tipo de opção, para oferecer a esse tipo de pessoa para que ela seja registrada como ter um cidadão. Mas essas informações ainda podem ser incompletas, principalmente onde vc não tem esse sistema de informação de registro de informação de nascimento, registro de óbito, etc. Se for contar para animal, não existe quantos animais nasceram, quantos morreram. A não ser que vc trabalha na fazenda, e por conta do manejo reprodutivo o cara sabe quantos animais nasceram na propriedade dele, tem toda a ficha de acompanhamento daquele animal, etc. Mas se formos no consultório vamos ver que muitos animais não tem esse tipo de informação. Então Para medicina veterinária estamos atrasados, não temos a dinâmica disso, a não ser situações que é necessário registro de óbito do animal por ser uma doença de agravo notificado, nesses casos tmos uma certa noção do que acontece (entre aspas, porque nem todo mundo preenche esse tipo de formulário). Mas fora isso, a taxa de crescimento e taxa de mortalidade em animais agente não tem, porque o nosso sistema ainda não se posicionou quanto a isso. Sistema de informação Esse sistema de informação, temos 11 formas de informação dentro do sistema de vigilância epidemiológica no Brasil. SINAN O mais famoso em relação a doença é o SINAN: sistema de informação sobre agravos notificáveis. Toda doença que deve ser notificada de forma compulsória ela é registrada num formulário. Esse formulário é preenchido primeiramente como suspeita, todo profissional da área de saúde quando preenche esse formulário, vai preencher primeiramente como suspeita. Enviar o material para o laboratório de referencia, o laboratório envia o diagnostico e posteriormente o profissional faz a declaração de confirmação do caso. Todo profissional da área saúde tem que ter contato com esse formulário de notificação (veterinário, médico, enfermeiro, etc.). Esse formulário é um formulário com padrão nacional, no Brasil são 40 doenças de notificação compulsória. (a professora selecionou acima o que envolve diretamente ou indiretamente o profissional veterinário). Ou seja, vc sabe o porque acontece no botulismo, coqueluche, cólera, a dengue, esquistossomose, febre amarela, febre maculosa, etc. ou porque está envolvido diretamente com o agente, ou porque está envolvido diretamente com o vetor. Animal como reservatório: Hantavirose tem o roedor como reservatório. Então o veterinário tem que conhecer o roedor para saber a cadeia da hantavirose. A partir do momento em que essas notificações são realizadas, elas são encaminhadas para um banco de dados, e através desse banco de dados se calcula qual foi a taxa de morbidade, o coeficiente de morbidade, de letalidade, em decorrência da doença, tudo por conta do agravo. PNI Outro sistema de informação se refere ao programa nacional de imunização. Inclui ai tanto a parte humana com todas as doenças que tem como forma preventiva hoje no Brasil a utilização da imunização. Então temos para criança todo o protocolo de vacinação (ex: hepatite, poliomielite, etc.) que respondem a esse tipo de programa nacional. Para os animais também. Existem doenças que tem vacinação obrigatória para os animais de produção e de companhia. Já aprendemos isso (as doenças que são obrigadas a receber) O veterinário tem que fiscalizar esse tipo de imunização. EPI - TB É um programa informatizado, que é uma informação epidemiológica através de programas para tuberculose. É um programa específico para preenchimento no caso da tuberculose. LAB DENGUE Todo caso suspeito que chega no consultório, no posto de saúde, o médico responsável pelo atendimento tem que encaminhar o material para o laboratório referenciado pelo ministério da saúde que é o LAB DENGUE e após o resultado diagnóstico esse LAB DENGUE informa para a vigilância epidemiológica qual foi o resultado daquele material. Então aliado ao SINAN para dengue existe ainda o LAB DENGUE que faz esse confronto de casos notificados e de casos confirmados. SINDST Sistema de informação nacional de doenças sexualmente transmissíveis. SINABIO Sistema nacional de acidentes biológicos HIPERDIA Hipertensão e diabetes. O ministério da saúde tem um programa nacional que oferece gratuitamente o medicamento para pessoas que são hipertensas e diabéticas porque é uso continuo do medicamento. SIM Sistema de informação sobre mortalidade SINASC Sistema de informação dos nascidos vivos SAI/SUS Sistema de informação ambulatorial mantido pelo SUS SIH/SUS Sistema de informação hospitalar Posto ambulatorial: não é atendimento emergência. Quem encaminha a pessoa para o ambulatório é o médico no sistema hospitalar. Ele tem que ir num hospital de pronto atendimento e o medico lá prescreve o atendimento no ambulatório. Esses são tipicamente os sistemas de informações que temos dentro da vigilância epidemiologia. Todas essas informações são informações numéricas, que o vigilante epidemiológico deve capturar, interpretar e encontrar de forma matemática as medidas preventivas. Em decorrência desse tipo de interação, encaixa-se a vigilância ambiental. Vigilância ambiental Em conjunto com a vigilância epidemiológica, dentro da vigilância de saúde, existe o que chamamos de vigilância ambiental. A partir do momento que as pessoas começaram a entender que existia essa interação com o ambiente, surgiu a vigilância epidemiológica. E a vigilância ambiental é uma parte dentro da vigilância de saúde que está diretamente relacionada com as medidas preventivas de controle, de doenças que sofram interferências diretas do ambiente. Ex. derramamento de um produto tóxico no rio. Tivemos um acidente com uma fabrica de papel no noroeste do estado do Rio de Janeiro, com a divisa de minas. Houve um derramamento químico no rio e todo o conjunto de cidades após o acidente ficaram sem abastecimento de água durante um determinado período porque ainda existia risco de receber essa água com o produto químico. Primeiramente o que aconteceu: A vigilância epidemiológica avaliou o acidente biológico, então notificou esse acidente biológico (SINABIO). Se houve derramamento de produto químico na rua: Existe protocolo que é instituído para acidente que aconteceu, eles vão até o local para dar a estimativa do comprometimento da área. Há pouco tempo aconteceu esse acidente com o veículo que transportava combustível na serra de Petrópolis, houve explosão e derramamento do produto que atingiu tanto a parte da flora, da serra, o princípio químico naquele local e também das fontes que existem naquela região. Então há uma informação pelo acidente biológico e a vigilância ambiental é acionada para poder fazer a investigação. Motivo do acidente, o tipo de risco que aquele acidente esteja colocando para população. Dentro da vigilância ambiental vamos ver: Vigilantes que trabalham com riscos biológicos e com risco não biológico: - Risco Biológico - Risco Não Biológico Risco Não Biológico: Envolve: Produtos químicos, Acidentes físicos. Acidente físico: Se vcs viram depois da tragédia (chuva que provocou a avalanche que morreu um monte de gente na região serrana), toda vigilância ambiental trabalha nesse acidente físico. Vimos depois da tragédia a quantidade de fiscais (INEIA) foram para região (embora já tinham passado um relatório que havia risco naquele local), voltaram para avaliar qual era o risco de novas chuvas. Quem faz isso é o vigilante ambiental. As enchentes, chuvas são avaliados pelo vigilante ambiental. Estrada, solo, rio, vimos derramamento de petróleo no mar nos Estado Unidos, com isso envolve toda a área de vigilância e de adequar quanto tempo será preciso para voltar a situação normal. Risco biológico: Envolve: Água, Vetores, Reservatórios. Dentro dessa vigilância ambiental, por ex: Ex: Leptospirose. Eu avaliei que tinha risco eminente da leptospirose em determinada região, o que o vigilante ambiental faz: O vigilante vai e vê quem são os reservatórios da leptospira: roedor, rato. Se houve um programa de desratização que foi ineficiente (o que acontece muito). Então locais que tenho acúmulo de resíduo de alimento, lixo fica amontoado dentro da casa, etc. O que eu preciso: se detectei que lá existe problema, o setor ambiental vai implantar para aquela área um sistema de desratização, a utilização de produtos raticidas que ofereçam menor risco para população. Mas tem gente que fala que a parafina não funciona, ai o que ele faz: vai na feira e compra o chumbinho que é proibido. Espalha o chumbinho na casa inteira, ai daqui a pouco morre cachorro, morre gato, porque a pratica foi incorreta. Ex: Identifiquei foco de febre amarela: mosquito é o vetor que é o Aedes egipsy, o mesmo da dengue. No RJ não é uma área endêmica para febre amarela, mas temos a dengue. Identifiquei o vetor, o que vou fazer no controle para evitar o contato com o vetor: quem é o reservatório da febre amarela: macaco, principalmente da família Cevidae. Como controla o reservatório: entendendo a mudança de comportamento, o fato de entrar numa área silvestre, o fato de oferecer alimento para ele (e ele vem porque ele quer comer), com isso ele se torna mais próximo do ambiente que vc ocupou, vc está em risco. Ex. Peste bubônica Quem é o reservatório: ratos Vetor: pulgas. Se os vetores são as pulgas, tenho que fazer todo um controle. A pulga não é a mesma pulga do cachorro. Como vou fazer: onde estão os reservatórios: ambiente rural, porque é o fato do ambiente rural e do ambiente silvestre. Vou fazer controle de peste bubônica eu tenho que não entrar nessa área e principalmente não fazer esse programa de desratização de forma inadequada (aplicar chumbinho para todo rato que aparece) porque na ausência do rato, o pulga vai para o homem e ai o homem desenvolve a peste bubônica. É a pulga que passa para o homem e não o rato. E posteriormente de uma pessoa para outra. Primeiro a pulga e depois de um para outro. Na região serrana é uma região endêmica. E existe ratos lá que são portadores de peste bubônica, não temos casos em humanos porque a vigilância ambiental controla a população do rato. Não deixa que as pessoas pratiquem o processo de desratização de forma aleatória, ela é devidamente realizada por um profissional especifico. Ai agente observa como agente comete falha. Água Em relação a água, principalmente para os agentes que tem desenvolvimento em relação a água. Toda a parte de saneamento que foi passado, foi mostrado que o esgoto que tem que ser tratado antes de chegar no rio. Se não existe técnica de tratamento de esgoto, possivelmente o efluente que está chegando nesse rio, é um efluente rico em material biológico (fezes). Acaba contendo muitos agentes patogênicos que tem a água como veículo. Em decorrência disso existe um sistema dentro da vigilância ambiental que controla a questão da água, a qualidade da água e a distribuição da água. Onde o veterinário pode atuar aqui nisso tudo.