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Direito Constitucional III – Thiago Varela
varela@puc-rio.br 
Aula 1 – Rio, 28.02.12
-Controle de Constitucionalidade e direitos fundamentais.
-Brasil adota controle de modelo difuso e de modelo concentrado, e controle por via de ação e por via de exceção.
Ficha Limpa -> controle por via de ação. 
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-Legitimidade da jurisdição constitucional -> basicamente, jurisdição constitucional é sinônimo de controle de constitucionalidade. Canotilho -> vai além, adiciona litígios, separação entre os poderes, matéria de direito eleitoral, além do controle – ele entende que a jurisdição constitucional tem um aspecto muito mais amplo do que só controle de constitucionalidade, mas aqui no Brasil jurisdição constitucional é igual a controle de constitucionalidade. 
São os mecanismos de defesa da constituição -> controle de constitucionalidade.
 Constituição é a norma que fica no topo da pirâmide (normas superiores e inferiores -> norma inferior tem validade de acordo com norma superior). A constituição é a norma mais importante e nenhuma norma pode ir contra ela. Não pode ter norma contrária à Constituição. Mas e se tiver? O sistema normativo proíbe leis contrárias à Constituição, mas acontece, então como isso acontece, tem que existir um mecanismo de defesa de constituição. Controlar a constitucionalidade é comparar a lei com a constituição, e ver se aquela viola a constituição. A própria constituição cria seu mecanismo de defesa, porque não há nada acima dela. 
Legitimidade do controle? Como se dá o controle? Como posso defender a Constituição? Por meio de diversos mecanismos. O ideal seria não ocorrer, mas existem mecanismos de defesa/controle – exemplo: veto do presidente -> porque projeto de lei é inconstitucional ou porque é contrário ao interesse público. Esses mecanismos são facilmente falhos, porque deputados e senadores não tem conhecimento técnico jurídico sobre o assunto, ou então não estão se importando com a inconstitucionalidade – eles são agentes políticos. Pode falhar e projeto inconstitucional virar lei, ai tem que atuar repressivamente, e não só previamente (como ocorre antes do projeto virar lei). Repressivamente porque a lei existe – esse controle repressivo geralmente é feito pelo poder judiciário -> isso é o chamado controle difuso, porque qualquer órgão do judiciário pode fazer. Juiz não aplica norma inconstitucional. Existe também controle da ADI -> quem aprova é o STF. 
Legitimidade do controle? Uma lei é elaborada num processo democrático (art. 61, CRFB – quem pode elaborar projeto de lei). Lei da ficha limpa -> era legítimo o STF declarar inconstitucional? Sim.
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Aula 2 – Rio, 1.03.12 Anotações Bárbara
-Objetivo do controle: garantir a supremacia da CF - Pirâmide de Kelsen. Mas esta reposta está incompleta.
-1ª Constituição escrita do mundo moderno foi a Constituição norte-americana de 1787. 
EUA se tornaram independentes da Inglaterra em 1776. Organizaram-se em uma Confederação. As 13 colônias se levantaram juntas contra a Inglaterra para conseguirem a independência e formar a Confederação.
Na Confederação, os estados mantêm sua soberania. A Confederação serve para a manutenção da paz interna e defesa externa. Se a Inglaterra tentasse retomar algum dos estados, todos os outros se uniriam para fazer a defesa interna.
Em 1787 -> Convenção da Philadelphia – decidiram abandonar o modelo confederado e se tornar Federação. Surgiu a Constituição. Nesse novo modelo, a pluralidade de soberanias é eliminada. Os estados são autônomos, mas a soberania é uma só e pertence ao Estado Nacional. Era necessário um documento jurídico político para mostrar como o Estado iria se organizar. Elaboraram a Constituição, porque era um novo país que estava sendo constituído. Preocupação deles:
1)Organizar o Estado
2)Limitar o exercício do poder político - isso é essencial quando se pensa uma Constituição.
As funções da Constituição eram essas. Na guerra de independência, eles lutaram contra um monarca absolutista que exercia poder tirânico sobre as 13 colônias. Depois disso, a preocupação era não perder a liberdade para eles mesmos. Eles não queriam criar um Leviatã. A democracia parte basicamente da ideia de limitar o poder político. Regime político com limitação do Poder Político – É o governo da maioria com garantia da minoria. Constituição é norma que se encarrega de disciplinar e limitar o exercício do Poder. Não há democracia sem respeito à Constituição.
3)Instituir os Direitos Fundamentais básicos dos cidadãos. – os direitos fundamentais dos EUA estão em emendas.
-Defender a Constituição, ainda que de forma contramajoritária, é defender o Estado de direito. Se você permite a desobediência à Constituição por um bom motivo, você permite a desobediência por qualquer motivo.
MODALIDADES DE CONTROLE
-Controlar a constitucionalidade = verificar se a lei se encontra ou não em harmonia com a Constituição.
.Quanto ao momento: Prévio ou Repressivo. 
-Controle prévio-> quando a lei ainda não existe, há só o projeto de lei. Controle antes da norma ingressar no ordenamento jurídico. É feito durante o processo legislativo. Comissão de Constituição e Justiça: comissão encarregada de analisar se o projeto está em harmonia com a Constituição.
-Controle repressivo-> a lei inconstitucional existe. Tenho que atuar repressivamente para retirar a lei do ordenamento jurídico, porque não era para ela estar lá.
O controle prévio nem sempre acontece, por dois motivos:
1)Percebem que o projeto é inconstitucional, mas não fazem nada a respeito, talvez porque seja do interesse deles.
2)Às vezes a inconstitucionalidade só é percebida no caso concreto.
.Quanto ao órgão controlador: Político ou Judicial. 
Órgão controlador = órgão que tem naquele país o poder de dizer se a lei violou ou não a Constituição. Duas espécies: político ou judicial.
-Controle judicial-> aquele feito pelo poder judiciário.
-Controle político-> aquele feito por órgão não-judiciário (veto e Comissão de Constituição e Justiça). 
O controle pelo judiciário é um controle técnico, feito com base em premissas técnicas. Dá mais segurança jurídica.
O controle político não é tão técnico, é feito com base na política. Pode ser bom quando é prévio, mas o controle político repressivo pode ser uma desgraça, porque quem fez a lei não vai querer dizer que ela é inconstitucional.
-Alguns países têm Tribunal Constitucional que serve só para analisar se as leis são constitucionais. Basicamente, a Europa inteira usa isso. Isso se baseia numa ideia de Kelsen de que só um órgão pode analisar a constitucionalidade. 
.Quanto à forma: Material ou Formal. 
-Análise material tem a ver com o assunto. Eu vejo se o que a lei diz está de acordo com a Constituição. Você vê o conteúdo da lei. Há inconstitucionalidade material. 
-Controle formal-> a lei é feita em desacordo com o processo legislativo previsto na Constituição. Ela não nasceu de acordo com as regras para a sua criação. Há inconstitucionalidade formal.
.Sistema de Controle: Difuso ou Concentrado. 
Isso basicamente se aplica ao controle judicial.
-Concentrado-> só um órgão pode fazer o controle.
-Difuso-> a possibilidade de fazer o controle está espalhada pelo judiciário. Todos os órgãos podem realizar. Inclusive o STF.
O modelo brasileiro de controle é misto, adotamos os dois.
.Vias de Controle: Abstrato (via de ação) ou Concreto (via de exceção).
-O concreto é feito em cima de um caso concreto. Há uma lide, uma demanda (exemplo: sujeito quer montar EIRELI, mas há restrição, ai juiz analisa se a restrição é constitucional).
-O abstrato é feito por ação. Não há lide, faz-se análise em tese para ver se é constitucional ou não. A inconstitucionalidade é mérito aqui. No concreto, nunca será mérito, será questão prejudicial.
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Aula 3 – Rio, 06.03.12
Modalidades de controle:
-Quanto ao momento
Prévio->
feito em cima de um projeto de lei, enquanto a lei ainda não existe.
Repressivo-> controle feito em cima da lei, que já produz efeitos.
-Quanto ao órgão controlador:
Político: é um órgão que não é técnico do judiciário, é feito pelo executivo e pelo legislativo.
Judicial: feito pelo poder judiciário.
-Quanto a forma:
Material-> conteúdo – vou comparar o que ele diz e ver se está de acordo ou não com a constituição. Controle de conteúdo.
Formal-> a forma como a norma surgiu.
-Sistema de controle:
Difuso-> é aquele que pode ser feito por todos os órgãos do poder judiciário, está espalhado por todo o poder judiciário. STF também participa do controle difuso – julga ADI, ADPF -> faz controle concentrado, mas também participa do controle difuso.
Concentrado-> controle realizado por um órgão específico, não pode ser feito por qualquer órgão. Não é sinônimo de controle abstrato! -> Controle concentrado ≠ Controle abstrato. Concentrado -> é o controle realizada pelos órgãos de cúpula do poder judiciário. Está concentrado em um único órgão.
-Vias de controle:
Abstrato (via de ação)-> eu não tenho um caso concreto para analisar, eu tenho uma matéria em tese.
Concreto (via de exceção)-> você faz o controle em cima de um caso concreto, em cima de uma lide. 
Feito em cima de um caso concreto. -> via de exceção: não é porque é uma exceção e o outro é regra, a doutrina apenas consagrou isso – exceção aqui quer dizer: análise indireta de mérito. 
E controle abstrato? É controle em tese, não tem caso concreto para analisar, não tem nenhuma demanda -> é controle por via de ação – ação para analisar a constitucionalidade da norma, aqui é mérito. 
Concreto -> em um caso concreto, o juiz não pode resolver o processo sem analisar a inconstitucionalidade que foi colocada – a inconstitucionalidade é questão de mérito prejudicial. Exemplo: Caso de Mariana e Maria – querem registro para ter união estável -> não conseguem o registro, pois a união estável, segundo a constituição, é entre entre homem e mulher, então levam a questão ao judiciário – o que elas querem: o registro, a causa: a inconstitucionalidade da união estável ser apenas para homem e mulher, pois, hoje, temos garantia da dignidade da pessoa humana, direito de privacidade, que o Estado não pode interferir nos relacionamentos afetivos -> o juiz para permitir o registro, tem que analisar a questão da inconstitucionalidade para poder resolver o caso. A questão inconstitucional é sempre questão de mérito prejudicial, é sempre a causa de pedir. A questão é sempre prejudicial. 
Abstrato -> a questão é causa de pedido -> exemplo: foi pedido ao STF que declarasse a constitucionalidade de união estável entre homossexuais – não há nenhum caso concreto para resolver, foi um pedido feito ao STF. Não é causa de pedir, é um pedido. O STF está analisando em tese – em tese é constitucional que tenha uma união estável entre pessoas do mesmo sexo? O Supremo entendeu que sim.
Os efeitos da sentença-> pode ser erga omnes ou inter partis. No controle concreto, o efeito da sentença é inter partis, pois uma sentença não pode beneficiar ou prejudicar terceiros (no caso de Maria e Mariana elas conseguiram o registro, mas se Manoel e Joaquim também querem o registro para união estável, a decisão de Maria e Mariana não quer dizer que vai ser a mesma de Manoel e Joaquim, eles precisam entrar com uma ação também para que a questão seja analisada – poderia abrir para precedente, mas, no Brasil, a jurisprudência não vincula, e sim a lei). No controle abstrato, os efeitos da sentença é erga omnes, vale para todos.
-O controle difuso pode ser feito na modalidade abstrata, na modalidade concreta ou em ambas? Só concreto – no controle abstrato é sempre mérito, é sempre pedido -> a inconstitucionalidade como mérito não pode ser dada por um juiz monocrático. Controle difuso só pode ser feito da maneira concreta, só admite essa modalidade. Um juiz não julga a lei como inconstitucional, ele reconhece naquele caso concreto que a lei é inconstitucional, a lei não deixa de existir – o juiz não pode declarar a lei Maria da Penha como inconstitucional, porque o juiz não tem competência pra isso, ele apenas pode julgar como improcedente em determinado caso, afasta a aplicação da lei naquele caso.
O controle abstrato ele pode ser feito do sistema difuso, concentrado ou de ambos? Vai ser sempre feito de forma concentrada. 
A modalidade concreta pode ser feita de maneira difusa ou concentrada – normalmente, é difuso, mas também pode ter controle concreto realizada na modalidade concentrada.
-Controle prévio -> feito antes da edição da norma jurídica, feito no processo de criação. Controle repressivo. Controle político. Controle judicial. Controle formal. Controle material. Controle difuso.
-Controle concentrado -> realizado pelos órgãos de cúpula do poder judiciário (STF e TJ-> colocar só o STF é incompleto);
 Erro comum 1: associá-lo ao controle feito pelo STF – TJ é órgão de cúpula da justiça estadual ->ele faz controle de constitucionalidade concentrado – TJ defende a constituição estadual -> cada estado tem a sua própria constituição – o Supremo não tem como defender a constituição de cada estado, STF defende a constituição federal. TJ faz controle abstrato também ;
 Erro comum 2: associá-lo apenas ao controle abstrato. -> o controle concentrado não é sempre abstrato, ele pode ser concreto.
-Controle concentrado concreto-> nada impede que o controle concreto realizado durante o julgamento de feitos, seja feito de forma concentrada;
Tribunal Constitucional Italiano; -> juiz italiano não pode dar sentença de inconstitucionalidade nem no caso concreto, então tem que mandar a questão para o TCI para ele decidir sobre a lei em tese.
No Brasil: Ação de Representação Interventiva (art. 36, III). Tal ação é julgada exclusivamente pelo Supremo. -> temos uma ação de controle concentrado concreto: Ação de Representação Interventiva -> é concentrado porque quem julga é o STF e concreto porque é sobre um caso concreto.
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Aula 4 – Rio, 08.03.12 continuação...
-Controle Prévio
Regra geral: feita por órgão político
No Brasil: poder legislativo (CCJ) e pelo presidente da República (veto jurídico)
Exceção: pode haver controle prévio feito pelo poder judiciário.
Não falo em lei, falo em projeto de lei. Em regra, quem faz esse controle é um órgão político, até em razão da separação de poderes – o poder judiciário não deve se intrometer em assunto do poder legislativo quando ele ainda está criando o projeto de lei -> caso haja algum problema, nada impede que o Parlamento concerte o erro que ocorrer, suprimindo a inconstitucionalidade que pode vir a ocorrer. 
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)-> verifica se um determinado projeto de lei feito pelo parlamento está em harmonia com a Constituição -> verifica a redação do projeto. Se a CCJ entende que o projeto é inconstitucional, arquiva – faz controle de constitucionalidade prévio, e é um controle político, porque não é um órgão judicial.
Veto feito pelo presidente da república-> controle de constitucionalidade: defesa da constituição. Presidente participa do controle por meio do veto jurídico, mas não é qualquer veto - Presidente pode vetar projeto de lei por ser contrário a interesse público (veto político) e se considerá-lo inconstitucional -> na primeira hipótese é veto político, esse veto não tem a ver com controle de constitucionalidade (não tem a ver com inconstitucionalidade, pode até ser constitucional, mas é contrário ao interesse público). Veto jurídico é o veto pela inconstitucionalidade.
Essa regra comporta uma exceção: eu posso ter controle prévio feito pelo poder judiciário. O controle prévio tem que ser feito pelo poder político porque são os órgãos que elaboram o projeto de lei – atores envolvidos diretamente no processo legislativo (legislativo e presidente da república – controle prévio – tem que estar atentos para ver se o projeto está de acordo com a constituição).
A exceção é judiciário entrar nisso, porque primeiro vimos que não era para o judiciário se intrometer nisso – separação de poderes. O poder judiciário atual geralmente no controle repressivo (surgiu a lei, mas ela é inconstitucional, e ai o judiciário vai anular). Como funciona essa exceção? Se dá quando o STF julga mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de participar de regular processo legislativo constitucionalmente estabelecido. -> Mandado de segurança: usado para garantir direito líquido (sei qual é a extensão desse direito) e certo (não tenho dúvida quanto à sua titularidade) – tenho direito assim no Supremo. Parlamentar que garantir no Supremo o direito que tem de participar do processo legislativo. Apenas deputados eleitos e empossados podem participar do processo legislativo – se um projeto de lei está sendo aprovado sem o quórum necessário, o STF pode fazer controle de constitucionalidade, sendo então um controle de constitucionalidade prévio e judicial – é o poder judiciário atuando no controle preventivo de constitucionalidade -> pode fazer isso porque parlamentar tem direito líquido e certo de participar de processo legislativo. (IMPORTANTE – EXCEÇÃO) -> STF participar, por exemplo, se um projeto de lei foi aprovado sem o quórum necessário. Impetra-se o mandado de segurança para averiguar a obediência ao processo legislativo. STF julga o mandado de segurança.
-Controle repressivo:
Em regra se dá de forma judicial.
Controle político repressivo é vitualmente inexistente (modelo das constituições socialistas).
Exceção: pode haver controle repressivo feito por órgão político.
A ideia que tem por trás -> todo pode emana do povo, os representantes do povo é que fizeram a lei, então só o próprio povo pode dizer que a lei feita por ele é inconstitucional – essa é a teoria, mas na prática: no país comunista, só tem o partido comunista, então todos são do mesmo partido – quem comanda o partido, comanda tudo.-> ninguém vai se colocar contra o partido.
Exceção: posso ter controle repressivo feito por órgão político e não judicial. O chefe do poder executivo (governador, presidente) pode editar um decreto determinando que a adm. pública sobre a sua tutela não aplica uma determinada lei em razão de sua inconstitucionalidade – diz o prefeito: não se aplica a lei tal no âmbito da adm. pública municipal em razão da sua inconstitucionalidade, por exemplo. Essa exceção é rara (?). No Brasil, há duas hipóteses de controle político repressivo:
.Art. 62, §5º (é mais comum): “A deliberação de cada uma das Casas do CN sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais”. Requisitos para criação de MP: relevância urgência; ela produz efeitos imediatos a partir da eleição. -> presidente edita MP e o CN vê que aquilo não é urgente e rejeita essa MP, porque não está vendo relevância e urgência para editar MP, então estão fazendo controle de constitucionalidade, caracterizando controle repressivo político -> CN rejeita MP por não atender seus pressupostos constitucionais. Também pode haver inconstitucionalidade formal (art.62,§9º)-> é a comissão mista que tem que aprovar a MP – Instituto Chico Mendes.
.Art.49,V (mais raro): “É da competência exclusiva do CN:
V-Sustar os atos normativo do poder executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
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Aula 5 – Rio, 13.03.12
-Questão constitucional é um mérito -> abstrato.
-Constitucionalidade é questão prejudicial -> para resolver o mérito preciso fazer juízo prévio acerca da constitucionalidade de determinada matéria. -> concreto.
-Controle difuso só pode ser feito na modalidade concreta. 
-O controle concreto pode ser feito de maneira difusa e concentrada.
-Controle abstrato só pode ser feito de forma concentrada-> controle abstrato tem efeito erga omnes; controle concreto tem efeito inter partis.
CONTROLE DIFUSO DA CONSTITUCIONALIDADE
-É o controle realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário. -> STF atua no controle difuso, e mesmo quando isso acontece é uma decisão inter partis. 
-Se dá de forma concreta, no julgamento de uma lide, de um processo-> no julgamento de uma lide, de um caso concreto. 
-A questão constitucional jamais será o pedido (próprio do controle abstrato), mas a causa de pedir da ação. -> questão const. como mérito, como pedido é controle abstrato. No controle difuso realizado de forma concreta é causa de pedir, é o motivo do pedido. A questão constitucional não é o pedido é a causa de pedir, é questão prejudicial d mérito. Não tenho como analisar o processo sem analisar primeiro se a lei é ou não constitucional – decidido isso, consigo resolver o mérito. Questão prejudicial vai afetar o mérito.
-Caso Marbury vs. Madison
.Julgado pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 1803
.Considerado o embrião do controle das leis 
Esse caso é considerado o embrião do controle difuso de constitucionalidade (“judicial review”).
.John Adams era o presidente dos EUA e tinha como secretário John Marshall
.Foi o 2º presidente dos EUA e governou de 1797 a 1801
.Adams perdeu as eleições para Thomas Jefferson
.Em consequência, nomeou diversos partidários para vagas no poder judiciário
.John Marshall foi nomeado presidente da Suprema Corte
.Um dos atos de Adam nomeava William Marbury para o cargo de Juiz de Paz de Washington
.Nomeação não entregue a tempo. Jefferson determina a seu Secretário de Estado, James Madison, que não entregue a nomeação.
.Marbury ingressa com uma ação conta Madison para que este entregue a nomeação (Marbury vc. Madison)
.O caso então chega à Suprema Corte, onde é avocado (avocar = chamar para si) pelo Presidente Marshall.
.Marshall julga o caso e inverte a ordem de julgamento, analisando primeiro o mérito e depois as preliminares.
.No mérito, afirma que o Poder executivo não pode desobedecer a constituição, ou esta será uma absurda tentativa de se limitar um poder ilimitável.
-O aresto de Marshall
.Cabe ao poder judiciário invalidar decisões legislativas ou administrativas que violem a Constituição (judicial review)
.O juiz é o agente do Estado que depara com a questão: o que aplicar, a lei ou a Constituição?
.O juiz deve sempre preferir a Constituição pela sua função de limitar o poder e garantir a liberdade
.Ao julgar as preliminares, declarou Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida.
Contexto histórico: John Adams, 2º presidente dos EUA, estavam formando uma nação ainda. Tinha como secretário de Estado (EUA não trabalha como ministros, mas como secretários – a função é a mesma dos ministros aqui – ministro da saúde = secretário da saúde; mas secretário de estado não tem correspondência aqui no Brasil, é uma secretaria muito importante. Cabe à secretária a implementação das políticas internas e externas. É uma secretária extremamente poderosa – cargo de alta relevância na adm. pública americana) John Marshall. 
Thomas Jefferson foi eleito presidente dos EUA, fazendo Adams perder as eleições. Eram de grupos opostos, fazendo o grupo de Adams perder a força que tinha. Antes do próximo presidente começar a governar, há um espaço de tempo, então Adams começou a nomear diversos partidários para vagas no Poder Judiciário -> perderam o poder executivo, mas iriam ficar no poder judiciário, pelo menos. John Marshall foi nomeado então presidente da Suprema Corte, mas ele não deixa a secretaria de estado, acumulando as duas funções, tanto no poder judiciário como no poder executivo (na época isso era permitido, apesar de não ser correto). 
O que foi esse caso -> Adams nomeou as pessoas para o poder judiciário – a nomeação de cargos era a seguinte: presidente indica o nome, que deve ser aprovado pela senado, volta ao presidente que tem que assinar a nomeação, e vai para o secretario de estado que deve colocar o selo da presidência dos EUA quando vê que tem a
assinatura do presidente, e entrega a carta de nomeação para o nomeado – foram muitas nomeações, e não deu tempo de entregar todas, outras já estavam prontas para ser entregues, e o sujeito não recebeu, então o sujeito não pode assumir -> Jefferson, ao entrar, nomeia um outro sujeito como secretario de estado, e impede que quem não havia recebido a nomeação ainda não iria mais receber. Uma dessas nomeações não entregues foi de um sujeito chamado William Marbury – Marbury entra com uma ação pedindo que Madison fosse condenado para que este entregasse a nomeação, dando origem ao caso Marbury vc. Madison. O caso chega à Suprema Corte, onde é avocado por seu presidente, John Marshall -> relações entre executivo e judiciário não eram boas e entre presidência e suprema corte também não (governo de Adams x governo de Jefferson). O nível político de tensão era muito grande, e Jefferson afirmava que não importava a decisão da Suprema Corte, ele não obedeceria a ordem de entregar a nomeação a Marbury. A suprema corte ficou a um passo da desmoralização, pois se obrigasse a dar a nomeação a Marbury e o presidente não cumprisse, iria ficar desmoralizada, porém se não condenasse, a impressão que estaria dando é que a suprema corte abaixou a cabeça para a presidente, saindo desmoralizada de qualquer forma. Marshall então avoca o processo, aceitando resolver o caso. 
Marshall inverte a ordem de julgamento, julgando primeiro o mérito e depois as preliminares – no mérito, ele divide a decisão dele em três perguntas: 
1)Se Marbury tem direito nomeação? Sim, ele tem direito a nomeação, porque a nomeação só não foi entregue, mas a tradição para a entrega da carta de nomeação é um ato essencial para a caracterização da nomeação? Não. No momento em que o senado aprova e o presidente põe a sua assinatura, o sujeito já está nomeado, e só vai ao secretário de estado para colocar o selo, não tem a obrigatoriedade de entregar, entregar a nomeação não é essencial para a caracterização da nomeação. A nomeação apenas atesta que o sujeito foi nomeado. A entrega não é ato vinculado. Então Marbury tem o direito de receber a nomeação. Todas as etapas foram rigidamente seguidas, o ato jurídico é perfeito, então o governo tem que seguir isso sim.
2)Se tem ação para proteger esse direito? Sim. Não há direito que não possa ser protegido por uma ação – se não tiver uma ação para defender um direito, então não há direito. 
3)Se o mandamus é ação adequado para proteger esse direito? Não. A utilização do mandamus nesse aspecto é inconstitucional. Ele afirma a supremacia da Constituição-> uma das finalidades da constituição era limitar o poder político, além de organizar o governo, e pra isso a Constituição tem que ser norma suprema, para impedir que determinadas leis de interesse do poder político alterassem a constituição, então era preciso uma Constituição rígida, e não uma constituição flexível que pode mudar a constituição. A rigidez da constituição garante o controle de constitucionalidade, não podendo ter uma lei que mude a constituição. Além do mais, o juiz tem que resolver o caso concreto, e para isso ele deve sempre preferir a constituição do que a lei pela sua função de limitar o poder e garantir a liberdade. O juiz tem que resolver o que ele aplica: a Constituição e a lei, e tem que aplicar a constituição em razão da sua supremacia – e entende que aplicar o mandamus ali seria inconstitucional. Então, ele declara Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida-> suprema corte disse que Marbury tinha direito de ser nomeado, mas que aquela ação era inadequada para aquela finalidade, então a ordem pedida era de nenhum feito. 
Declarou a supremacia da constituição e que o poder judiciário pode declarar lei ou ato normativo inconstitucionais, afastando a aplicação destes em casos concretos. Criando o controle difuso de constitucionalidade no mundo. As bases do controle se criam aí. 
-O controle difuso no Brasil:
.O controle da constitucionalidade não existia na constituição de 1824, devido à existência de um poder moderador e à competência do senado para defender a constituição.
.O controle difuso surgiu no Brasil com a constituição de 1891
.Até 1965 era a única forma de controle, quando a EC 16/1965 criou o controle abstrato pela ADIn
Primeira constituição escrita que temos é a de 1824 – constituição imperial outorgada por D. Pedro I, nosso Estado era unitário e havia o poder moderados (poder executivo, legislativo, judiciário e moderador)e o fato do senado ter competência para defender a constituição, não existia controle de constitucionalidade. Existia conflito então entre legislativo e moderador.
Em 1891, surge uma nova constituição e aparece o controle de constitucionalidade difuso, feito por todos do poder judiciário. Diferença que teve: EUA trabalha com a stare decisis (está decidido e não deve ser mexido)-> os órgãos inferiores da justiça devem seguir a decisão da primeira corte – o Brasil não adota isso, mas de resto tudo aconteceu aqui também -> nos EUA vincula todo mundo e aqui não. 
Ficamos assim até 1934, em que a nova constituição faz uma série de mudanças no controle de constitucionalidade, mas permanecia sendo controle difuso.
Em 1937, Getúlio Vargas outorga a constituição de 1937, dando início ao Estado Novo. 
Em 1946, o controle de constitucionalidade resgata o modelo de 34, aparecendo o controle difuso e concreto.
Mas em 1965, a EC16 cria a ADIn – o controle abstrato entra no Brasil no primeiro ano da ditadura militar. O STF julgava se determinada lei estava em harmonia com a constituição, tinha eficácia erga omnes. Somente uma pessoa podia mover ADIn, o procurador geral da república – isso não era bom. Procurador geral da república era cargo de confiança do presidente da república -> procurador geral da república não vai entrar com ADIn que não é do interesse do governo, e se o presidente lhe pedisse para declarar uma ADIn, é claro que ele iria declarar.
Tínhamos o nada, passamos a ter o difuso. Em 1965, passamos a ter o modelo misto, com prevalência do sistema difuso ainda. Isso foi assim até 1988. Em 1988, o Brasil elabora uma constituição que olha para o controle abstrato com mais cuidado. Presidente não podia mais nomear ou destituir procurador geral da república. Procurador geral da república passou a ter maior proteção só podendo ser destituído por maioria absoluta do senado. O constituinte pulverizou o direito de declarar ADIn – presidente da republica, mesa da câmara dos deputados, senadores, governador de estado, mesa de assembleia legislativa, entre outros. O controle abstrato ganhou uma afeição muito grande, e além disso a constituição de 88 criou a ADIn por omissão (inconstitucionalidade por omissão), criou também a ADPF (não regulamento, mas criou) e a partir daí não paramos mais. Em 99, fizeram a lei que regulamenta a lei de ação direta e a ADPF. Temos prevalência do modelo misto com prevalência do abstrato. Caminhamos cada vez mais para a abstralização do controle. 
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Aula 6 – Rio, 15.03.12
-Controle difuso
.Realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário, desde a 1ª instância até o Supremo Tribunal Federal
.Utilizado durante o julgamento de um caso concreto
.Produz efeitos entre as partes envolvidas naquele processo (inter partis)
.Art. 472, CPC
Além de ainda existir, o controle difuso é um dos mais tradicionais e é um controle que ainda pode ser usado na prática. Professor espera que ainda consigamos manter esse controle, por ter essa facilidade de acesso à justiça e por poder questionar as decisões políticas por todos os órgãos do judiciário, permitindo uma democratização da interpretação constitucional.
Difuso porque está espalhado perante todos os órgãos do poder judiciário -> do juiz de primeira instância ao Supremo. O STF participa do abstrato, mas também participa do controle difuso porque julga recurso extraordinário. Chegar a esse recurso extraordinário é raro, chegar com um processo
no STF é difícil, mas ainda se chega e STF ainda assim julga processo.
É utilizado durante o julgamento de um caso concreto, de uma lide.
Produz efeitos entre as partes envolvidas naquele processo judicial. ->Art. 472, CPC-> “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros.” -> O controle difuso é usado no julgamento de caso concreto, e tem efeito inter partis a sentença. A sentença só tem efeito entre as partes, não prejudica nem beneficia terceiros. Mesmo em casos de controle difuso, a sentença não pode beneficiar nem prejudicar terceiros.
(1º esquema)
CONTROLE DIFUSO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA
.Qualquer juiz pode deixar de aplicar uma lei pela sua inconstitucionalidade
.A não aplicação de uma pela sua inconstitucionalidade pode se dar:
1)A pedido do autor - ok
2)A pedido do réu -ok
3)De ofício pelo próprio magistrado, independentemente de requerimentos das partes – Pode? Sim. A defesa da constituição é matéria de ordem pública, então o juiz pode e deve deixar de aplicar uma norma em razão da sua inconstitucionalidade, independente do que as partes achem, mesmo que não tenha sido levantada uma questão de constitucionalidade pelas partes. O juiz não é obrigado a aplicar lei inconstitucional, porque a Constituição é norma suprema. Nenhuma leu ou ato normativo pode afrontar a Constituição. A defesa da Constituição é matéria da ordem pública, então o juiz deve defender a Constituição, e a alegação de inconstitucionalidade pode ocorrer a qualquer momento do processo. Qualquer juiz pode deixar de aplicar uma lei pela sua inconstitucionalidade. A inconstitucionalidade pode ser arguida em qualquer fase do processo e pode ser feita de ofício.
.No controle difuso as partes não desejam uma declaração de inconstitucionalidade
.O Juiz é chamado para resolver a lide (pedido/mérito)
.No entanto, não é possível julgar sem avaliar se a norma a ser aplicada é ou não constitucional (questão prejudicial)
.Por isso o controle é incidental, feito no curso de um caso concreto.
 No controle difuso, as partes não desejam uma declaração de inconstitucionalidade, elas querem resolver o mérito. O juiz é chamado para resolver a lide, o processo. Só que para julgar o mérito, tem que avaliar se a norma é constitucional ou não, é questão prejudicial – não é possível julgar o mérito sem avaliar se a norma a ser aplicada é ou não constitucional (questão prejudicial). Por isso o controle é incidental, feito no curso de um caso concreto. Não é possível analisar o mérito sem antes resolver a questão prejudicial. Questão prejudicial é uma questão que afeta o mérito. Se o juiz analisa a lei é não vê nenhuma inconstitucionalidade, resolve a questão prejudicial, dá a improcedência da ação. Se o juiz analisa a lei e vê inconstitucionalidade, resolve a questão e julga a ação como procedente.
 Se puder resolver o mérito por outros caminhos que não seja pela ação de inconstitucionalidade, é melhor – pode resolver por outro meio; o juiz não é obrigado a analisar todas as questões levantadas pelas partes, se um deles já resolveu o mérito.
É um controle também dito incidental, é feito no curso do processo – é um incidente processual, é questão prejudicial e não mérito.
(2º esquema)
Inicial	 Questões Preliminares
X 	Questões prévias 	Mérito
Contestação	 Questões Prejudicial 
Elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir. Isso é para o processo existir.
Nas preliminares, o juiz vê os elementos da ação, dentre outras coisas.
Condições de ação: legitimidade das partes, possibilidade jurídica de pedido, interesse de agir.
As questões prejudiciais são separadas disso. Na verdade, o que queremos é a análise do mérito. Mas a questão prejudicial vai afetar a análise do mérito definitivamente. O juiz resolve a questão prejudicial e dará a sua sentença. As questões prejudiciais são separadas da questões preliminares e das questões prévias.
A sentença é dividida em: relatório, fundamento e dispositivo. -> Art. 458, CPC. Relatório-> conterá o nome das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo. Fundamentos-> juiz analisará as questões de fato e de direito. Dispositivo-> o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem (“Isso posto, julgo: improcedente a ação/procedente a ação”) e aí estará dada a sentença. Julgar improcedente o pedido (do autor) para absolver o réu -> absolveu.
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Aula 7 – Rio,20.03.12 continuação...
-Para entrar no mérito, o juiz precisa analisar se a questão prejudicial é ou não constitucional. 
-No momento da sentença (relatório, fundamentação e parte dispositiva)-> art. 458, CPC – I: relatório; II: fundamentos – aqui começa a abrir caminho para uma possível decisão, análise da questão prejudicial, ainda não entrou no mérito; III: parte dispositiva - Isto posto, julgo: procedente/improcedente a ação. 
-Sentença:
.Análise da questão prejudicial (constitucional no controle difuso) se faz na fundamentação
.O que faz coisa julgada? Toda a sentença ou apenas uma de suas partes? 
O que pode transitar em julgado: a sentença como um todo ou apenas uma de suas partes? Art. 469,CPC – não fazem coisa julgada: I-> os motivos não fazem coisa julgada, a motivação do juiz não faz coisa julgada. II-> a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. III-> a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. -> decidida incidentemente = no curso do processo; questão prejudicial não é mérito, mas influencia definitivamente o mérito. É esse inciso III que me dá a possibilidade de ter o controle de constitucionalidade. 
Então só faz coisa julgada a parte dispositiva, pois se a apreciação da questão prejudicial fizesse coisa julgada, iria vincular a todos e não só às partes daquele processo, pois não se pode ir contra coisa julgada. – A apreciação da questão judicial não faz coisa julgada, porque senão a decisão do juiz de primeira instância vincularia todas as decisões de processos posteriores.
-Ação declaratório incidental (NÃO CAI NA PROVA)
.Tem por finalidade dar força de coisa julgada à questão prejudicial – que a gente viu que no inciso III não faz coisa julgada, mas aqui faz. 
.Deve ser proposta no curso da ação
.Requisitos -> art.470, CPC – competência do juiz em razão da matéria ser pressuposto para a resolução do mérito; requerimento da parte interessada. 
.Cabe ação declaratória incidental quando a questão prejudicial do processo for matéria constitucional? NÃO! Não é possível Ação Declaratória Incidental quando a questão prejudicial for matéria constitucional. O juiz não tem competência para declarar a inconstitucionalidade. 
Exemplo: Ação de alimentos – o autor de uma ação de alimentos é a criança representada pela mãe. Motivos para essa ação: necessidade, possibilidade e razoabilidade, além disso, o réu deve ser pai da criança. O réu faz exame de DNA e sai o resultado e ele não é o pai – sentença: relatório (ação de alimentos feita pela criança que tem como representante a mãe, porém foi feito teste de paternidade e o resultado deu negativo, o réu não é pai da criança), fundamentos (não tem paternidade biológica nem paternidade sócio afetiva, pois o réu nunca conviveu com a criança) e dispositivo (não há como condenar o réu a pagar a pensão alimentícia, julga a ação improcedente) – o mérito da ação de alimentos é o alimento e questão judicial é a paternidade. 
Porém, a questão prejudicial não faz coisa julgada, e a questão prejudicial aqui no caso é a paternidade, mas quando sai o resultado do DNA e o exame dá negativo, até esperar a sentença, se faz uma ação declaratória incidental colocando o resultado do exame e citando o art. 470, CPC – fazer coisa julgada da questão prejudicial, seguindo os requisitos necessários que estão contidos nessa artigo -> julga improcedente a ação de alimentos e julga a ação declaratória
incidental como procedente. Isso tem que ser feito antes da sentença.
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Aula 8 – Rio, 22.03.12
CONTROLE DIFUSO NOS TRIBUNAIS
Serve para Tribunal Superior ou qualquer tribunal desse país.
Supremos tem especificidades dele, próprias, mas a regra geral funciona para eles também.
O método perante os tribunais vale para TJ,TRT, TRF, TER, TM, STJ, TST, TSE, STM e STF.
.Os tribunais são compostos por órgãos fracionários (Turmas ou Câmaras).
.Ao ingressar no Tribunal o processo irá a um de seus órgãos fracionários, onde será distribuído a um Relator, que solicitará um parecer do Ministério Público (MP).
.Participam do julgamento no órgão fracionário o Relator, o Revisor e um Vogal.
Tribunais de Justiça são divididos em Câmaras (tradição) e os da União são divididos em turmas. Mas é uma mera questão tradicional, não existe nenhuma vedação para ser chamado de um jeito ou de outro.
Uma apelação é distribuída para um órgão fracionário do tribunal. O TJ do Rio é composto por 180 desembargadores que fazem o TJ. É claro que o seu processo não vai ser revisto por 180, vai pra um órgão fracionário. No RJ, os órgãos fracionários (as Câmaras) são divididos em cíveis e criminais – isso é assim no RJ, porque aqui é uma federação. Essa divisão faz o TJ do Rio ser um dos mais eficientes. 
Quando vai pro órgão fracionário este é composto por 5 integrantes, mas nunca vão os cinco, vai sempre um Relator, um Revisor e um Vogal. No STF não funciona assim, mas numa Câmara de Tribunal de Justiça é assim – No STF, todos votam.
Quando o processo ingressa no tribunal, ingressa numa Câmara cível, e ai é sorteado um relator que solicitará um membro do MP (mas não é sempre).
.Art. 480, CPC-> é o normal – relator sorteado, vê que tem alegação de inconstitucionalidade naquele processo. Despacha para o MP, promotor dá o parecer dele. Relator toca para a Câmara. A turma ou câmara pode tomar 3 posições sobre a alegação de inconstitucionalidade:
1)a alegação pode ser rejeitada pela câmara 
2)pode acolher a alegação -> os 3 desembargadores reunidos vê que é realmente inconstitucional
3)pode reconhecer a alegação não é nova -> já julgaram isso, muitos pessoas podem ter reclamado sobre essa matéria. Veem que o assunto não é novo.
Vamos ver cada uma delas com calma
-Alegação rejeitada-> art. 481, 1ª parte, CPC: processo permanece no fracionário para julgamento, prosseguirá o julgamento, presunção de constitucionalidade das leis. Rejeita a ação de inconstitucionalidade. Aqui estão aplicando a presunção de constitucionalidade das leis – essa presunção é relativa: cede antes prova em contrária. Acha que não viola a constituição, e ai vai fundamentar o porquê disso. A argumentação/alegação não é aceita e o ordem julgador diz porque não foi aceita. Reconhecem a constitucionalidade da lei e reformam a sentença.
-Alegação acolhida-> art. 481, 2ª parte, CPC: lavram o acórdão (decisão de órgão colegiado), a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. – acolhem, mas não julgam, vão mandar a questão a órgão especial de justiça. Isso ocorre em razão do art. 97, CRFB -> CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO. Também chamada de cisão funcional de competência.
└> Art. 97, CRFB-> Cláusula de Reserva de Plenário -> uma coisa é um juiz determinar uma norma inconstitucional, outra coisa é o tribunal de justiça, porque a decisão de segunda instância tem um peso muito maior. Decisão de tribunal não pode ser contraditória. 
Avaliação objetiva ou subjetiva? Tem como a lei ser constitucional para um grupo e inconstitucional para outro grupo? Isso soa estranho, é inseguro. Então a Constituição pensou primeiro isso – tribunal de justiça decidindo sobre constitucionalidade não pode ter decisão contraditória. Ou a norma é constitucional e vale para todos ou é inconstitucional e não vale para ninguém. Necessidade de segurança jurídica.
Outro fundamento desse artigo é a presunção de constitucionalidade das leis – se um órgão fracionário acolhe a decisão de inconstitucionalidade -> para tudo. Pressupomos que a lei é constitucional, mas 3 desembargadores não são suficientes para derrubar essa presunção. Então a matéria vai para o plenário em caso de divergência. O plenário é que decide matéria de constitucionalidade, não os órgãos fracionários. O órgão especial funciona como se fosse o tribunal pleno. Se a 4ª Câmara Cível acolhe a alegação, no tribunal de justiça não é possível que apenas os órgãos fracionários decidam sobre a constitucionalidade, tem que ir para o plenário para todos decidirem. É chamado então cisão funcional de competência, porque há uma quebra – tira uma competência que seria do órgão fracionário e passa a ser do plenário. Quando a alegação é rejeitada, não vai ao Plenário porque já está ocorrendo a presunção de constitucionalidade da lei.
O órgão especial de tribunal – art. 93, XI, CRFB -> é uma forma de organização dos trabalhos do tribunal. É uma faculdade administrativa dos tribunais. Quando se tem mais de 25 membros no tribunal, pode-se formar o órgão especial. Ele vai exercer as atribuições do pleno. Quando o tribunal tiver órgão especial ele vai se reunir para discutir as questões do pleno, mas não vai mais ter pleno. O pleno é todo mundo, no Rio são 180 desembargadores. Mas não é obrigatório criar órgão especial, só se quiser. Órgão especial com no mínimo 11 e máximo de 25 membros. No RJ, o órgão especial tem 25 desembargadores, mas isso é uma opção do Rio. É um grupo menor que toma decisão em nome de todo o tribunal, julga as competências do pleno, age como se fosse o pleno.
Atuação do Plenário ou órgão especial -> O Plenário ou o Órgão Especial resolvem apenas a alegação de inconstitucionalidade feita no processo -> só resolvem a alegação de inconstitucionalidade, não julgam o processo. Com isso se formam, muitos acórdãos. Com a decisão da questão da constitucionalidade o órgão especial manda o acórdão para o órgão fracionário, que fará outro acórdão com a sentença. -> Cabe aos órgãos fracionários (Turmas ou Câmaras) o julgamento do mérito dos recursos.
Decisão do Órgão Especial: A decisão do Plenário ou do Órgão Especial sobre a alegação de inconstitucionalidade vincula os demais órgãos do Tribunal e os juízes de primeiro grau? – ver o regime interno do tribunal de justiça do RJ.
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Aula 9 – Rio, 27.03.12
Essa parte do controle difuso ensina como o controle de constitucionalidade é analisado por todo o tribunal. 
Quando o processo chega à 2ª instância ele é encaminhado para uma Turma ou Câmara. 
Relator vê o processo todo, revisor revê o que o relator despacha para o vogal.
Juiz tem poder para na fundamentação ver que aquela lei é inconstitucional, e então dá a sentença a partir disso. Mas o tribunal não pode ser assim, até por questão de segurança jurídica-> decisão de constitucionalidade pela Supremo é muito mais sério – não pode ter uma Turma falando que é constitucional e a outra que é inconstitucional.
Se a Câmara não acolhe a alegação de inconstitucionalidade -> princípio da presunção de constitucionalidade da lei.
Se a Câmara acolhe a alegação de inconstitucionalidade -> não pode reconhecer a inconstitucionalidade como o juiz fez. A câmara tem que lavrar o acórdão, levando a questão ao tribunal pleno para es -> princípio da cisão funcional: quebra a competência e manda a questão para o órgão especial ou plenário. Câmara está aplicando a cláusula de reserva de plenário.
-Alegação que não é nova:
Quando órgão fracionário analisa a alegação de constitucionalidade, percebe que a matéria não é nova – já foi analisado antes pelo órgão especial ou pelo plenário: art. 481, parágrafo único, CPC -> os órgãos fracionários não submeterão ao plenário ou ao órgãos especial arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. -> Temos o processo da economia processual. – em vez de ter a cisão funcional, o processo fica com elas, resolve e encerra a questão.
Exercício: A 3ª Câmara
Cível do TRJ julga uma apelação em que uma das partes alega a inconstitucionalidade de uma Lei “x”. sabendo que a aquela matéria nunca foi julgada pelo OE do TJ, mas o STF já julgou RE em que seu Plenário entendeu pela inconstitucionalidade da lei. Há necessidade de se realizar a cisão funcional de competência? Não.
Pergunta da última aula: Há duas teorias com relação ao art. 481, CPC-> Teoria da Vinculação e Teoria da Dispensa. 
Art. 481, parágrafo único – Teoria da Vinculação: órgão fracionário é obrigado a manter aquela decisão tomada anteriormente por OE sobre a constitucionalidade. Nem remete a questão ao OE, o órgão fracionário vai resolver aquela questão. Tem que manter a decisão sobre inconstitucionalidade, nem manda para o pleno.
Teoria da Dispensa: órgão especial já entendeu que a matéria é inconstitucional, mas órgão fracionário decide de forma diversa, então vai aplicar a lei. -> previsão de constitucionalidade das leis. Pela 2ª teoria é facultativo mandar o processo para o plenário.
Sobra então ver o regimento interno dos tribunais sobre o assunto. TJ RJ adota a Teoria da Vinculação -> art. 103 do RITJERJ: “A decisão que declarar a inconstitucionalidade ou rejeitar a arguição, se for proferida por 17 ou mais votos, ou reiterada em mais duas sessões, será de aplicação obrigatória para todos os Órgãos do Tribunal”.
└> Decisão do Órgão Especial: A decisão do Plenário ou do Órgão Especial sobre a alegação de inconstitucionalidade vincula os demais órgãos do Tribunal e os juízes de primeiro grau? – ver o regime interno do tribunal de justiça do RJ. -> Resposta: No RJ vincula se houver sido proferida por 17 ou mais votos ou reiterada em mais de duas sessões. Vincula da forma que está no art. 103 do RITJER (Regimento Interno do TJ do Estado do RJ).
Art. 103, §4º do regimento: órgão fracionário está vinculado à decisão do OE a não ser que haja decisão diferente do STF -> se a decisão for por 17 votos ou mais ou foi reiterada em mais de 2 sessões, o órgão fracionário está obrigado a seguir a decisão do OE (está vinculado à decisão do OE), exceto se houver decisão em sentindo contrário do plenário do supremo -> art. 481, parágrafo único. 
Obs. Regimento interno de Pernambuco é inconstitucional-> diz que é só por 2/3, mas na CRFB, art. 97 temos que é pela maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei. 
Crítica que se faz aos estados que adotam a Teoria da Vinculação: STF não é o único guardião da constituição; e essa teoria entende que toda decisão do STF vincula.
CONTROLE DIFUSO NO STF
.Processos podem chegar ao Supremo pela via do Recurso Ordinário (art. 102, II, CRFB) ou pelo Recurso Extraordinário (art. 102, III, CRFB).
.O RE foi criado justamente para a hipótese da decisão final do Poder Judiciário violar a Constituição.
Tudo o que vimos se aplica ao STF também, mas o STF, por ser órgão de cúpula do judiciário, tem algumas especificidades.
Como um processo pode chegar ao STF? Por recurso ordinário ou recursos extraordinário. Recurso ordinário-> quando o STF faz o duplo grau de jurisdição e o STF pode rever matéria de fato – na maioria das vezes, STF não revê matéria de fato, só de direito, mas nesse caso fazem -> exceção: quando é recurso ordinário. Recurso extraordinário-> foi criado para quando decisão final do ? violou decisão inconstitucional. Em regra, o processo têm que parar na 2ª instância, excepcionalmente o processo chega a Brasília -> traz a matéria especialmente para o Supremo – não é para ser uma situação corriqueira. 
Hipóteses do RE (art. 102, III, CRFB) – o RE cabe quando a decisão recorrida de única ou última instância (era para ter acabado, mas extraordinariamente vou permitir que a questão continue sendo tratada): 1)contraria dispositivo da constituição; 2)declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 3)julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição; 4)julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
A maior porta de entrada para o STF é quando a decisão for inconstitucional.
Conflito entre lei local e federal é conflitp deferativo e quem resolve esse tipo de conflito em Federação é a mais alta corte de justiça do país.
Antigamente, era sempre dizer que uma decisão ia contra a Constituição, então o STF ficou cheio de processos.
.Ao chegar no Supremo o RE é encaminhado para uma das duas turmas do STF.
.Cada turma tem 5 ministros
.O presidente não integra nenhuma delas
.O Supremo está sujeito à cláusula de reserva do plenário?
Se o Supremo é tribunal, está sujeito e cláusula de reserva do plenário. -> art. 97, CRFB.
.A Turma percebendo que a matéria não é nova (não houve decisão do Plenário da Corte) e entendendo pela inconstitucionalidade da norma submete a questão ao Plenário
.No Plenário, todos os ministro votam
.O Plenário do Supremo resolve a questão constitucional e o mérito do recurso (o processo não volta para a turma) 
O plenário do STF resolve tudo, a turma chama o plenário e este resolve tudo, o processo não volta mais para o órgão fracionário do STF. Isso é uma diferença.
A decisão do STF em recurso extraordinário tem eficácia inter partis, não pode beneficiar nem prejudicar terceiros.
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Aula 10 – Rio, 29.03.12 
Anotações Bárbara
Decisão do STF em RE sempre tem eficácia inter partis, em razão dos arts. 468 e 472, CPC. Necessidade de intervenção de outro órgão para a eficácia erga omnes da decisão, sob pena de constante repetição de julgados.
 Participação do Senado Federal – art. 52, X.
Sendo inter partis a decisão, todo mundo vai ter que entrar na justiça pedindo a mesma alegação de inconstitucionalidade. Como a decisão do STF ou OE vincula os tribunais quanto à constitucionalidade, então queima essa etapa, mas ainda tem que dar o mérito. A sentença pode ser sempre a mesma (“Ctrl + C + Ctrl + V”), mas isso dá um certo trabalho, ocupa o tribunal mesmo assim. Isso atrasa a prestação jurisdicional, não é lógico. Há uma falha aí. 
No Brasil, não adotamos o “Stare decisis” do direito norte-americano.
O propósito de continuar entrando com um recurso mesmo já havendo decisão do STF sobre a constitucionalidade é atrasar o cumprimento da decisão.
Como deveria ter decisão erga omnes mas NÃO tem, no Brasil surgiu a regra de colocar o Senado no processo – Art. 52, X. Esse artigo só se aplica no controle difuso, pois no abstrato já há eficácia erga omnes. 
Para que a lei considerada inconstitucional saia de vez do nosso sistema há participação do Senado Federal. O Senado é obrigado a regular a competência do art. 52, X? 3 teorias:
1)Teoria da Obrigatoriedade Mitigada-> Senado só seria obrigado a editar resolução caso o STF tivesse declarado a inconstitucionalidade por voto da maioria absoluta de seus membros. Fundamento: STF tem que observar a cláusula de reserva do plenário, como qualquer tribunal. 
2)Teoria da Facultatividade (teoria predominante)-> Senado não é obrigado a editar resolução alguma. 
Fundamento: Teoria da Separação dos Poderes (art. 2º da CRFB). A decisão do STF é técnica e a do Senado é política. 
Se fosse obrigado estaríamos implantando “stare decisis” no Brasil.
Então a decisão do STF no controle difuso pode ter eficácia erga omnes mas isso vai depender do Senado querer isso.
-Novo Processo do Recurso Extraordinário:
Com a EC 42 o RE para ser julgado deverá demonstrar a repercussão geral da matéria constitucional. 
Art. 102, §3º, CRFB.
Isso de repercussão geral foi copiado do direito americano.
Cabe ao STF dizer se tem ou não repercussão geral.
Art. 543-A, CPC
§3º - presunção de repercussão geral. Basta demonstrar, em preliminar, que a decisão contraria à Súmula ou jurisprudência dominante do STF.
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Aula 11 – Rio, 03.04.12
-Efeitos da decisão do Supremo em RE:
.A decisão do Supremo em RE ainda produz efeitos inter partis?
.Art. 543-A, §5º
.Art. 543-B
.§1º
.Art.
543-B, §2º
.§3º
Há quem diga que as decisões do Supremo em matéria constitucional, ainda que tomadas no controle difuso, terão eficácia erga omnes
.Mutação constitucional do art. 52, X
.HC 82. 959 e Lei 11.464/07
.Transcendência dos motivos determinantes da decisão
A decisão do Supremo em RE ainda produz efeitos inter partis? Art. 543-A, § 5º, CPC -> então a decisão valeu só para aquele processo? Não, valerá para todos os recursos com matéria idêntica.
Art. 543-B, CPC-> RE repetidos – multiplicidade de recursos com fundamentos em idêntica controvérsia. 
§1º-> Há vários recursos sobre o mesmo tema, STJ escolhe quais vão subir para o STF, os outros ficam sobrestados na origem, e a decisão daqueles valerá para estes também. 
§2º-> chegou no STF cabe a ele analisar se tem repercussão geral, se achar que não tem, isso valerá para todos os recursos. 
§3º-> o Supremo entendeu por dar procedência ao recurso – os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, não chega até o Supremo, o TJ segue a decisão do Supremo. Se a decisão do Supremo tiver sido uma e a do TJ outra, o TJ se retrata e segue a decisão do Supremo. A prática está levando a decisão do STF em RE a ter efeito erga omnes. 
└> Na prática não está tendo eficácia inter partis. Há vários recursos sobre o mesmo tema, STJ escolhe quais vão subir para p STF, os outros ficam sobrestados na origem, e a decisão daqueles valerá para estes também. Há multiplicidade na origem, mas não no final. Se for entendido que não há repercussão geral, isso vale para todos os recursos. O TJ se retrata se tiver dado decisão diferente do STF. A prática está levando a decisão do STF em RE a ter efeito erga omnes. 
Tese do Gilmar Mendes – Transcendência dos motivos determinantes da decisão-> diz que a decisão do Supremo terá efeitos erga omnes -> para ele houve uma mutação do art. 52, X: as decisões do Supremo ainda que no controle difuso, tem efeito erga omnes. Tem que verificar o conteúdo da tese do Supremo, e ver a transcendência dos motivos determinantes da decisão. Com essa tese, a decisão do Supremo, ainda que no controle difuso, terá efeitos erga omnes. A matéria constitucional transcende a decisão do Supremo, o que transcende é o motivo determinante da decisão do Supremo. Os motivos da decisão é que transcenderam. O que fazer com o art. 52, X da CRFB? Gilmar Mendes afirma que houve uma mutação constitucional, ou seja, o texto é o mesmo, não sofreu alteração, muda a interpretação dada ao texto. Então a mutação: não serve mais para que o Senado suspenda os efeitos, apenas para dar publicidade à decisão do Supremo, porque a eficácia erga omnes que se queria alcançar com o art. 52, X já é dada com a própria decisão do Supremo, a partir da Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão. Não precisa haver o art. 52, X para haver eficácia erga omnes.
└> Há quem diga que as decisões do STF em matéria constitucional, ainda que tomadas no controle difuso, terão eficácia erga omnes (Gilmar Mendes). Gilmar diz que houve uma mutação constitucional do art. 52, X. 
Transcendência dos motivos determinantes da decisão: Mutação constitucional = mudança na interpretação do texto constitucional. O texto em si continua o mesmo. Art. 52, X serve apenas para que seja dada publicidade à decisão do STF. Não preciso do 52, X para haver eficácia erga omnes.
Essa teoria passou a ser fortemente criticada: decisão do STF em RE tem eficácia inter partis, o fato da mutação constitucional não faz o efeito da decisão ter efeito inter partis. A doutrina critica muito. 
└> Essa teoria é fortemente criticada pela doutrina. A crítica é que a eficácia da decisão do STF é inter partis, a interpretação não pode mudar essa natureza. 
A posição do Supremo sobre isso: HC 82.959 foi impetrado por um pastor evangélico que tinha sido punido pela prática de crime hediondo – atentado violento ao pudor. Atentando violento ao pudor era crime hediondo. A lei de crimes hediondos em relação ao regime de pena dizia que era integralmente regime fechado, o sujeito não pode progredir do fechado para o semiaberto e desse para o aberto. A defesa achava que isso violava a individualização da pena, mas o Supremo e o MP achavam que não, que se dava no momento da fixação. Na execução não há o que se falar em individualização da pena. Mas a defesa acha que a individualização da pena deveria se dar nesses dois momentos: na fixação da pena e na execução da pena – porque é completamente diferente o tratamento dos apenados. Esse sujeito que foi preso, foi para penitenciária, não fazia parte de nenhuma facção criminosa, não fazia parte de nenhuma quadrilha. E esse pastor não fazia nada disso, e além disso ele foi elemento de pacificação – sujeito praticou um crime, se arrependeu e começou a pregar dentro de presídio e foi convertendo as pessoas ali. Então mais e mais gente passava a ouvir o que ele dizia e essas pessoas estavam no grupo que não arrumava confusão, ele ajudou a manter calma ali, foi elemento de pacificação, se comportou muito bem. Porém, dentro desse mesmo presídio tem um sujeito preso por roubo. Quando analisa essas duas situações, esse sujeito que já roubou várias vezes tem direito a ter pleito analisado para ter progressão de regime, enquanto que o pastor não teria o seu pleito nem analisado, e isso não é justo. E foi isso que o Supremo entendeu nesse HC – é inconstitucional o regime integralmente fechado para os condenados por crime hediondo-> têm o direito de ter o pleito de regime deles analisado. Ninguém pensou que esse HC valia só para o pastor, todos os juízes passaram a analisar o pleito dos condenados por crimes hediondos. E com isso, fizeram a lei 11.464/07 – apenado por crime hediondo a progressão é mais difícil-> quem foi apenado até a edição dessa lei tem direito a progressão de regime, quem foi apenado depois da lei para terem livramento condicional vão ter que seguir os requisitos da lei. Já entenderam a lei como tendo eficácia erga omnes, mesmo não havendo resolução produzida pelo Senado.
Até que um juiz de execuções no Acre baixou a seguinte portaria: a decisão do Supremo produziu efeitos tão somente para aquele processo, essa decisão só teria efeito erga omnes caso o Senado produzisse resolução – até a edição dessa resolução pelo Senado, informa que os apenados por crimes hediondos não tem direito a progressão de regime, permanecendo em regime integralmente fechado. A decisão do Supremo no HC produziu efeitos para quem entrou com HC. Entendeu que a outra lei ainda era constitucional no controle difuso.
└>HC 82.959 e Lei 11464/07 – STF analisa a questão em cima disso. Caso do pastor evangélico que praticou violento atentado ao pudor. A defesa sempre disse que deve haver individualização da pena na condenação e na execução. Esse pastor tinha ótimo comportamento na prisão e inclusive começou a pregar lá, ele foi elemento de pacificação. Mas pelas lei antiga de crimes hediondos o pleito dele para cumprir a pena em regime menos severo não seria nem analisado, por isso surgiu o habeas corpus 82.959. Ninguém pensou que esse HC só valia para o caso do pastor, todos os casos começaram a ser analisados de acordo com ele. A decisão foi encarada como tendo eficácia erga omnes. Assim andava no Brasil até que um juiz de execução no Acre baixou uma portaria dizendo que o HC tinha produzido efeito tão somente para aquele processo. Só haveria eficácia erga omnes se o STF tivesse baixado resolução a respeitos. E esse juiz tem razão. O advogado nesse caso não apelou, ele impetrou uma reclamação no STF.
Quem está certo? O juiz ou o Supremo? O juiz – a decisão do Supremo tem efeito inter partis, não teve resolução do Senado. Aconteceu que os apenados por crimes hediondos pediram progressão de regime, e não tiveram. O advogado impetrou uma reclamação ao Supremo – 4335. A reclamação é uma ação autônoma prevista no art. 102, I-L, CRFB. A reclamação não era para ser usada nesse caso, porque o juiz negou a progressão de regime e o cara reclamou que o juiz descumpriu a decisão
do Supremo – mas ele não descumpriu decisão do Supremo feita em controle abstrato, não teve ação direta de inconstitucionalidade, não teve resolução do Senado, então não estava descumprindo nada. Mas o caso chegou ao Supremo, e o advogado alegava a Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão. A decisão caiu nas mãos de Gilmar Mendes que aceitou a Tese da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão, mas ainda não terminou de ser julgado.
└> Reclamação – art. 102, I, alínea “l”, CRFB -> ação constitucional autônoma. A reclamação não era para ser usada nesse caso. O juiz não descumpriu decisão do STF, pois a decisão do STF não foi em abstrato. Mas a reclamação levou o caso ao STF com fundamento na transcendência dos motivos determinantes da decisão. Gilmar Mendes que aceitou a tese da transcendência, mas isso ainda não terminou de ser julgado. O STF se inclina para não adotar a tese de Gilmar Mendes. 
Tese do Gilmar Mendes
Critica Apresentada
Reclamação 4335 	LER/PESQUISAR
Reclamação 3014
Reclamação 3014 -> negaram a reclamação. Pegaram a reclamação 3014 para discutir a tese do Gilmar, e não só a reclamação em questão. Ler o voto de Gilmar Mendes – ele tenta salvar sua teoria.
O Supremo expressamente afastou a tese na reclamação 3014, mas a matéria ainda está pendente com a reclamação 4335, não terminaram de julga-la. Atualmente STF tende a não aplicar a teoria.
Crítica: argumentos contrários á teoria-> como mutação constitucional do 52, X? Gilmar Mendes está revogando artigo da Constituição por doutrina. Então o 52, X não sofreu mutação constitucional nenhuma, ele continua em vigor, com todas as suas teorias.
└> Ver Reclamação 4335 e Rec. 3014
3014 – negaram reclamação. Pegaram essa reclamação para discutir a tese de Gilmar, e não só a reclamação em questão. Ler o voto vista de Gilmar. Ele tenta salvar sua teoria. É importante saber a teoria e a crítica e que o STF afastou a tese na 3014, mas ainda não terminaram de julgar a 4335. Atualmente STF tende a não aplicar a teoria. 
Críticas à teoria de Gilmar: O que Gilmar está fazendo é revogar artigo da Constituição por doutrina, não é mutação constitucional, e isso não é possível. Senado não é imprensa oficial do STF e STF não precisa do Senado Federal para dar publicidade às suas decisões.
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Aula 12 – Rio, 12.04.12
CONTROLE CONCENTRADO
-Controle difuso-> feito perante todos os órgãos do judiciário. 
-Controle concentrado -> vamos analisar a ação concentrada, julgada pelos órgãos de cúpula do judiciário. Geralmente, ações que vão envolver um controle abstrato – um controle em tese. Na maior parte das ações, a questão constitucional será o mérito – o mérito será analisar se a norma é constitucional ou inconstitucional. As decisões tomadas terão eficácia erga omnes. Não há mais discussão em relação ao papel do Senado Federal, pois o papel deste é desnecessário. 
.Ação Direta de Inconstitucionalidade
.Ação Declaratória de Constitucionalidade 
.ADIn por omissão
.Representação de Inconstitucionalidade
.Ação de Representação Interventiva
.Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
└> essas são as ações que vamos estudar.
Essas ações estão muitas presentes no nosso dia-a-dia – exemplo: caso que está sendo julgado sobre a legalização do aborto de fetos anencéfalos.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) -> serve para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual – art. 102, I, “a”, primeira parte da Constituição. Não cabe ADI de leis municipais, por absoluta falta de previsão constitucional. Essa ação tem por objeto comparar essa lei com a Constituição e ao final do julgamento dar a decisão se é constitucional ou inconstitucional, tendo efeito erga omnes, sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Quer declarar a lei como inconstitucional.
Ação Declaratória de Constitucionalidade(ADC) -> está no art. 102, I, “a”, segunda parte da Constituição. Temos uma diferença em relação a ADI: esta declara lei inconstitucional, enquanto que aquela é resguardar/proteger a lei. Quer que o Supremo declare tal lei constitucional, que todos deverão obedecê-la por estar em harmonia com a Constituição, sendo só ato normativo federal, não podendo ser lei ou ato normativo estadual, e muito menos municipal. 
ADIn por omissão (ADIO) -> art. 103, §2º, CRFB. Julgada também pelo STF, e, no caso, é uma percepção de que você pode descumprir a Constituição, justamente porque você não fez nada. Não só quando pratico um ato inconstitucional, mas justamente porque eu não faço o que a Constituição fala que tem ser feito.
└> Essas três querem proteger a supremacia da Constituição. O objetivo é proteger a Constituição. 
Representação de Inconstitucionalidade -> apelido: ADI Estadual – essa ação existe para defender as Constituições Estaduais. Art. 125, §3º, CRFB – Estados organizam-se e regem pelas leis que adotaram. Se o Estado se organiza por meio de Constituição, tem que permitir que o Estado proteja essa Constituição. É a forma de defesa da Constituição do Estado. Art. 125, §2º. Quem julga é o TJ – NÃO DIZ QUE O CONTROLE CONCENTRADO É FEITO SÓ PELO SUPREMO! O controle concentrado é feito pelo Supremo em todas as ações, menos nessa. Só o TJ julga essa, o juiz não julga. É controle concentrado e abstrato, porque não é feito pelo Supremo.
Ação de Representação Interventiva -> voltamos ao domínio do Supremo – é também julgada pelo Supremo. Art. 136 – se é cabível intervenção do Estado. Carrega os princípios que chamamos de sensíveis, porque são tão sensíveis que se violados vão acarretar pior sanção que o Estado pode sofrer, que é a intervenção federal. Na ocorrência de violação desses princípios sensíveis, cabe a Ação de Representação Interventiva. Só o Procurador-Geral da República pode mover essa ação. Mas o detalhe que diferencia essa ação de uma ADI, por exemplo, é que ADI faz controle abstrato – analisa em tese se uma lei é constitucional ou não – a Ação Representativa de Intervenção não faz controle abstrato, e sim controle concreto – quem chama atenção para isso é o José Carlos Moreira Alves -> é uma ação de controle concentrado, pois é julgada pelo STF, mas é concreto, não é em tese, porque nessa ação o objeto vai ser analisado por ação concreta do Estado, verificando se o Estado teve uma conduta que justificasse ou não uma decretação de intervenção federal – se o Estado violou uma princípio sensível para decretar uma intervenção federal.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) -> surge para defender preceito fundamental, e ao fazer isso, ocorre em análise de inconstitucionalidade necessariamente . Serve para lei federal, estadual ou municipal, também para ato anterior à Constituição. ADPF tem caráter subsidiário, ou seja, você só usa ADPF quando não há outro meio eficaz de sanar a lesividade do ato judicial/para defender aquele preceito fundamental.
É inconstitucional punir uma mulher que faz aborto de feto anencéfalo como mulher que faz aborto de feto normal – então não cabe ADI. Também não cabe ADIO. Representação de Inconstitucionalidade também não, nem Ação de Representação Interventiva, onde o controle é concreto.
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Aula 13 – Rio, 17.04.12
REVISÃO PARA A PROVA
-Controle difuso -> um caso para resolver no poder judiciário. Você leva uma questão ao judiciário, você tem um pedido. O fundamento desse pedido, a causa de pedir, é uma questão de inconstitucionalidade.
O caso do João da Silva dono de uma pequena confecção de roupas – João da Silva EIRELI – estava pagando um tributo e não deveria pagar em razão da sua inconstitucionalidade, entra com uma ação de indébito, e ele pede a restituição do que ele pagou, a devolução do que ele pagou em razão desse imposto. Todo pedido tem que estar acompanhado de uma causa que acompanhe esse pedido. A causa de pedir dele foi a inconstitucionalidade do tributo, que é inconstitucional. O juiz teve que resolver a repetição de indébito. A questão
constitucional é sempre questão prejudicial, é aquele questão que afeta o mérito, mas não é o mérito, mas afeta a analise do mérito, importa na analise do mérito.
Nesse caso, tem como o juiz julgar a repetição do indébito sem julgar se o imposto é ou não constitucional? Não. Por isso que a questão é sempre incidental, mas não é o mérito. Uma inconstitucionalidade levantada pelo autor. Mas pode ter também ação levantada pelo réu. 
-Art. 97, CRFB -> Cláusula de reserva do plenário – todo tribunal tem que declarar norma inconstitucional por maioria absoluta ou do pleno ou do OE. 
Art. 481, caput e parágrafos.
Até que a matéria chega ao supremo, que também tem clausula de reserva do plenário. O Supremo não tem OE, este só existe em tribunais com mais de 25 membros.
Art. 52, X -> é a participação do Senado no controle difuso – compete privativamente ao senado suspender no todo ou em parte lei declarada inconstitucional pelo Supremo -> serve para dar eficácia erga omnes a decisão do Supremo, que é inter partis, a princípio. Isso não se aplica no controle abstrato porque a ação direta já tem eficácia erga omnes – adi já tem eficácia erga omnes então não há necessidade que o senado edite uma resolução. 
3 Teorias -> obrigatoriedade do senado realizar o art. 52, X. Teoria da facultatividade – não é obrigado, só se quiser. 
RE -> tem repercussão geral, hoje em dia. A tese discutida na reclamação 4335 – tese de Gilmar mendes-> quando supremo declara norma inconstitucional aquela declaração não vale só para as patês, aquilo transcende os motivos subjetivos da lide – aquilo vai valer para todas as pessoas. Mas o STF afasta essa tese na reclamação 3014 – a eficácia erga omnes não seria em função da repercussão geral, mas sim apenas pela reclamação 4335 em que há a tese de Gilmar mendes – afirma que há uma mutação constitucional do art. 52, X e então não seria preciso o senado federal para tornar a decisão erga omnes, o senado apenas daria publicidade à decisão do supremo.
Decisão do Supremo tem eficácia inter partis. Mas no caso do HC boa parte está agindo como se a decisão fosse erga omnes, mesmo que não tenha ocorrido o art. 52, X pelo SF. A prática está levando a transcendência dos motivos determinantes da decisão. 
Na técnica é inter partis!!! Mas na prática a tendência é ser erga omnes. 
Não vai cair a Teoria da Vinculação e a Teoria da Dispensa. Art. 97, CRFB c/c art. 481, parágrafo único. 
art. 481, parágrafo único é causa de dispensa ou de vinculação? Quando Plenário ou OE decide isso vincula os órgãos fracionários? 
Teoria da Vinculação -> existe aqui no RJ. O plenário decidiu, o órgão fracionário em decisões futuras também devem seguir o mesmo entendimento.
Pela teoria da dispensa -> está dispensado de remeter a questão ao OE. Se o OE entender que é constitucional, mas o órgão fracionário entender que é inconstitucional, pode não seguir decisão do OE.
-Importante saber que se alegação não for nova, não precisa o órgão fracionário submeter a questão novamente ao plenário. E que a maioria dos estados adota a Teoria da Vinculação, mas não precisa saber essas duas teorias agora.
Art. 481, parágrafo único – tem que entender o mecanismo dele. Economia Processual. 
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Aula 14 – Rio, 26.04.12 continuação...
Ação Direta de Inconstitucionalidade -> controle concentrado feito apenas pelo STF. Só o STF pode julgá-lo. A decisão do STF terá eficácia erga omnes – não tem que se falar no art. 52, X, CRFB! É controle abstrato, não precisa falar sobre isso. Controle abstrato a decisão já é erga omnes. Está analisando qual pode ser o objeto de ADI – lei federal, lei estadual e lei distrital (vale pelo art. 32, §1º - se a lei distrital for de âmbito estadual vale ADI, mas se for municipal não vale ADI – a CRFB só não prevê ADI para lei municipal ou lei distrital em âmbito municipal).
Objeto da ADI serão os atos normativos primários, que são atos que podem criar direitos e obrigações. Ato normativo primário -> capaz de inovar na ordem jurídica. Em oposição a atos normativos primários, existem os secundários, que em regra não são objeto de ADI, é um ato que regulamente o ato primários, então não pode inovar na ordem jurídica, não pode criar direitos e obrigações – exemplo: O decreto -> decreto regulamenta a lei – decreto não inova, só a lei -> por isso, em regra ato normativo primário não está sujeito a ADI, porque existe o decreto que regulamenta a lei. Se tiver inconstitucionalidade, não será o decreto inconstitucional, mas sim a lei, que é ato primário. Em relação ao decreto, ato secundário, se faz uma análise de legalidade e não de inconstitucionalidade. 
Art. 59, CRFB -> lista os atos normativos primários. Todas essas determinações são atos normativos primários, todos esses podem inovar na ordem jurídica, alguns com amplitude maior e outros com amplitude menor. Decreto legislativo e resolução também inovam, menos, mas inovam – inovam menos do que a lei. 
O que pode ser objeto de ADI é lei ou ato normativo. Pode ter ADI contra súmula? Não, porque sumula apenas expressa a orientação jurisprudencial do tribunal, não é lei, não é ato normativo, então não pode ser objeto de ADI. E se a súmula foi vinculante cabe ADI? A súmula vinculante vincula os demais órgãos do judiciário e adm. pública, só o poder legislativo é que não é atingido, apesar disso não é objeto de ADI, pois a súmula vinculante não é ato normativo, não vincula o poder legislativo, ela apenas dá uma interpretação da lei, então não muda nada em relação às súmulas normais. É posição consolidada do Supremo.
CONTROLE CONCENTRADO
ADI – art. 102, I, “a”, 1ª parte:
-Competência do STF de defender a Constituição, competência originária – só é julgado pelo STF e por mais nenhum órgão. Serve para declarar uma norma inconstitucional. Controle abstrato – questão constitucional é o pedido. Controle abstrato concentrado a eficácia é erga omnes. Uma vez julgada a ADI, esse julgamento é feito só pelo STF, é um controle abstrato porque analise em tese se a lei é constitucional ou não, e a decisão que o Supremo tiver será erga omnes – se decidir que é inconstitucional, a lei estará fora do ordenamento jurídico.
-Trata da chamada ADI Genérica.
-O que pode ser objeto de ADI é lei ou ato normativo federal ou estadual. Posso ter ADI de lei municipal? Não, porque não tem essa previsão no art. 102, I, “a” – municipal está fora. 
Existe controle abstrato de lei municipal? Sim. A lei municipal pode ter controle abstrato perante a Constituição do Estado. 
Existe controle abstrato de lei municipal perante a constituição da república? Sim, é a ADPF de lei municipal, que declara a inconstitucionalidade de lei municipal.
Posso ter ADI de lei municipal? Não. Mas o fato de não permitir isso não quer dizer que não tenha controle abstrato de lei municipal – pela ADPF. Lei municipal não posso questionar por ADI. Mas posso questionar a lei municipal por outros meios que ainda vamos estudar. 
E lei distrital? Se a lei tiver conteúdo estadual sim, se tiver conteúdo municipal não cabe ADI. Art. 32, CRFB. O município é a menor entidade federativa – é um ente federativo autônomo – tem autogoverno e autoadministração. O DF não pode ser dividido em municípios, até por uma questão de segurança – e também não dá pra dividir em municípios porque é um espaço pequeno. DF é dividido em cidades, não pode ser dividido em municípios, e isso explica a lógica do art. 32, § 1º -> DF pode fazer tudo aquilo que o estado e município faz – se não existe município não existe vereador em Brasília, existe um poder legislativo para todo o DF, existe um poder executivo para todo o DF (governador do DF – tem atribuições de estado e de município); por este art. a câmara legislativa também terá atribuições de estado e de município, porque se ele não pode ser dividido em municípios significa que uma lei distrital feita pela câmara legislativa distrital pode ser de âmbito estadual ou de âmbito municipal. Lei distratam em âmbito estadual cabe ADI, mas no
âmbito municipal da lei distrital não cabe ADI, porque não posso admitir ADI de lei municipal.
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Aula 15 – Rio, 03.05.12 
Anotações Bárbara
O que pode ser objeto de ADI (art. 102, I, “a”) – a lei ou ato normativo federal. A lei distrital depende. 
Normas constitucionais originárias são parâmetros de controle, nunca objeto. Art. 142, §3º - mulheres estão escusadas do serviço militar, art. 5º, I – homens e mulheres são iguais, devem ter obrigações legais. Como interpretar esses dois juntos? Não cabe ADI aí porque não pode haver inconstitucionalidade na Constituição. Otto Bachof acha que as normas constitucionais podem ser consideradas inconstitucionais, porque elas têm que estar de acordo com os princípios fundamentais, então se a norma constitucional violar um princípio fundamental ela seria inconstitucional. Mas o STF afastou essa tese de Bachof. 
ADI 815 – STF entendeu que a tese de Otto Bachof não se aplica no Brasil por causa do princípio da unidade da Constituição. A Constituição é uma, não há hierarquia entre as normas constitucionais, todas as normas constitucionais estão no mesmo patamar de hierarquia, então elas devem ser harmonizadas. Princípios da unidade da Constituição – a Constituição é uma e não há hierarquia entre normas constitucionais. Não há antinomia, devo interpretar os dispositivos constitucionais em harmonia. A Constituição pode trabalhar homens e mulheres de forma diferente, desde que não o faça de forma sexista, desde que isso seja feito de forma protetiva do lado mais frágil, que é a mulher. Tem que falar tudo isso numa questão sobre constitucionalidade dentro da Constituição (inclusive citar a ADI 815). 
A emenda serve para mudar a Constituição, para isso ela precisa dizer algo que contrarie o que é dito na Constituição. Emenda é norma constitucional derivada. A emenda é constitucional porque integra o texto constitucional. A emenda pode ser tida como inconstitucional quando ela violar qualquer limitação ao Poder de Reforma. A emenda é feito pelo Poder Constituinte Derivado, que tem limitações. 
Limitações: Formais -> iniciativa (art. 60, caput); circunstanciais (art. 60, §1º); procedimentais (art. 60, §2º, 3º e §5º). Materiais -> expressas (art. 60, §4º); implícitas (rel. ao PCO, rel. ao PCD, rel. ao processo de emenda). 
Iniciativa -> quem pode apresentar proposta de emenda.
Circunstanciais -> em determinadas circunstâncias e a Constituição não pode ser alterada (intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio). 
A emenda é promulgada pela mesa do Senado e da Câmara, não existe sanção ou veto de emenda constitucional. Falou de emenda remete a esse quadro de limitações. O art. 60 é cláusula pétrea implícita. Existem cláusulas pétreas implícitas. A grande tese sobre cláusulas pétreas implícitas é do professor Nelson de Souza Sampaio. Ele fala de três tipos: 
1)Relativas ao Poder Constituinte Originário – o poder constituído não pode se tornar poder constituinte por emenda, só o povo elege a Assembleia Nacional Constituinte.
2)Relativas ao Poder Constituinte Derivado
3)Relativas ao processo de emenda 
(ver o caderno de constitucional 1)
Nunca falar que a emenda é inconstitucional porque violou a Constituição. A emenda é inconstitucional quando viola qualquer limitação imposta ao Poder de Reforma. 
Cabe ADI contra Medida Provisória? Art. 62. Tem que saber se é ato normativo primário. O art. 62 nos diz que é ato normativo primário, então pode ser objeto de ADI. Se for convertida em lei, continua cabendo ADI. 
Decreto legislativo ou resolução cabe ADI? Art. 48. A competência legislativa da União é delegável. A competência exclusiva é administrativa, a privativa é legislativa. A privativa pode ser indelegável. Decreto legislativo ou resolução é um instrumento normativo usado pelo Poder Legislativo para exercício de suas competências exclusivas e privativas sem necessidade de veto ou sanção do Presidente da República. A resolução é usada para o exercício das competências privativas da CD ou do SF (art. 51 e 52). Sejam os atos de efeito interno ou externo. Art. 49 -> competência exclusiva do CN, em regra aqui se é ato de efeito externo – decreto, ato de efeito interno – resolução. Mas pode haver exceção. Ambos são atos primários, então cabe ADI. 
Cabe ADI em lei revogada? Não, porque ela já foi revogada. Mas há uma exceção que é a fraude processual. Mas isso é exceção da exceção. É revogar uma lei para fugir da jurisdição do Supremo. Não é possível, isso é fraude. Se julgará a tese, assim julgando a inconstitucionalidade não apenas da anterior como da posterior. Se o enunciado não falar em fraude processual sigo a regra geral.
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Aula 16 – Rio, 08.05.12	
Lei 2012		Lei 1974
-Juiz: sentença (inconstitucional)	 -Juiz: sentença(ñ recepc.)
-TJ: 7ª C. C. – OE (97, CRFB) - TJ: lei não recep. – 7ª C.C. – não 
-STF: inconstitucional – 52, X. 	aplica o art. 97 (const.) – não é 
	Matéria de inconst., mas de 
	Revogação.
	-STF: lei ñ recepc. – ñ aplica 52,X 
 Outro caso de revogação: Lei 2002 x EC 2012
ADI CONTRA TRATADO INTERNACIONAL
Pode mover ADI contra um tratado? Supremacia da norma constitucional. Tratado tem jurisdição internacional, porque é tratado entre dois ou mais países, e o STF tem jurisdição interna. Então o STF não teria jurisdição para invalidar um tratado. ADI é movida pelo decreto que incorpora o tratado no ordenamento interno, e não contra o tratado. 
Existem diferença de tratados, existem 3 tipos de tratados para analisarmos:
1)Tratados que não tratam de direitos humanos, tratados que são de comércio internacional -> se afrontar a Constituição posso falar que é inconstitucional? Posso. Posso ter ADI contra esse tratado ou contra esse decreto que incorporou o tratado no ordenamento interno? Sim. País pode deixar de aplicar em matéria de ordem pública – Constituição é matéria de ordem pública. (Briga entre constitucionalistas e internacionalistas -> pois o Brasil se comprometeu internacionalmente, mas o STF não está nem aí para isso).
2)Os tratados de direitos humanos-> podem ter seguido a forma do art. 5º, §3º ou de forma normal. O ar. 5º,§3º vem trazendo uma regra muito curiosa: serão equivalentes às emendas constitucionais. – art.60, § 2º: trata da aprovação de emenda à constituição -> é igual ao 5º,§3º - então se você vota tratado internacional com o mesmo processo de emenda, então você o equipara à emenda constitucional. Mas e se não usa esse procedimento, vota como se fosse um tratado comum? Está tratando tratado de direitos humanos como se fosse um qualquer.
Antes do §3º, só tinha até o §2º -> se vão ter as mesmas garantias, é como se norma constitucional fosse, então já se equivaleria à emenda. Mas o STF passou a entender estes seriam supraconstitucionais, estariam abaixo da Constituição. Inicialmente a jurisprudência do Supremo equiparava, até que veio o art. 5º, §3º - Supremo passou a ter um entendimento diferente em relação a esses tratados que não entram em vigor pelo art. 5º,§3º . Eles são supralegais, mas infraconstitucionais, estão no limbo entre o tratado e a Constituição. Essa decisão foi importante porque desde o RE 80. 004 -> lei posterior revoga anterior – lei revogou tratado. O tratado entra no Brasil como se fosse lei, se é ei, uma lei posterior revoga anterior. E cabe ao CN decidir sobre a aplicação de um tratado internacional no Brasil. Com essa decisão, teria o TIDH acima da lei, e acima daquele a Constituição. 
3)Tratados de direitos humanos incorporados na forma do art. 5º, § 3º, CRFB -> vota em cada casa do CN, dois turnos (duas na câmara e depois duas no senado, em cada votação tem que ter o quórum de 3/5), depois de fazer esse processos todo, incorpora o tratado na ordem interna. O tratado incorporado dessa forma é equivalente a emenda, é igual a emenda, eu olho para aquilo e vejo uma emenda.
Exemplo: TI das Pessoas Portadoras de Deficiência – Brasil assinou essa convenção e foi internalizada na forma do art. 5º, §3º, ou seja, significa que ela é tratada como se emenda fosse. E essa convenção está na CRFB? Não – ela não é emenda, ela é equivalente à emenda. Na técnica, isso é um decreto – a incorporação é incorporado pela via do docreto, mas eu olho para esse decreto e equiparo à emenda constitucional. Então o TIDH na forma do art. 5,§3º vai ser equiparado à emenda, não vai estar na Constituição, mas vou dar o mesmo tratamento que dou às emendas. Então posso dizer que um tratado internacional pode ser declarado inconstitucional? Sendo equiparado à emenda constitucional, posso. O TIDH aprovados na forma do atr. 5º, §3º não estão no TIHD, mas sim, acima, estão na Constituição. Porque a natureza jurídica de emenda é norma constitucional derivada, se uma lei violar uma emenda à constituição ela será inconstitucional. E se uma lei violar um TIDH aprovado na forma do art. 5º, §3º? Ele tem o mesmo tratamento de emenda, então a lei seria inconstitucional. Então eu tenho uma lei entrando em conflito com TIDH aprovado pelo art. 5,§3º - é um controle de constitucionalidade. 
Se a lei violar o art. 142, §2º, viola a constituição. Mas desde 2004 a situação se alterou, agora digo que a norma é inconstitucional por violar a constituição formal ou TIDH incorporados na forma do art. 5º,§3º - então é misto. Modificando o chamado bloco de constitucionalidade -> bloco de constitucionalidade é o parâmetro de constitucionalidade, lei que é inconstitucional – leva em conta não só a constituição escrita, mas outros elementos que integram a constituição. O que integra o nosso bloco de constitucionalidade é a constituição escrita e os TIDH incorporados pelo art. 5º,§3º. Nosso bloco de constitucionalidade é a constituição formal e os TIDH aprovados na forma do art. 5º,§3º, CRFB. 
LEGITIMADOS DA ADI
-Quem pode mover ADI? ADI foi criada em 1965 pela EC 16. De 1965 ate 1988 só havia um legitimados que podia mover ADI, o procurado geral da república. Se ele não movesse, ninguém movia. Até 1988 o procurador era cargo de confiança do presidente da republica, presidente nomeava e demitia quem ele quisesse, portanto, o cargo de procurado dependia do poder executivo. Se o chefe executivo não tinha interesse em ajuizar ADI, então o procurador não ia mover ADI. Então ele era o único legitimado a mover ADI, era um direito dele. Ele podia ser provocado, mas isso não o obrigava a ajuizar ação. E era cargo de confiança do presidente. A partir de 1988, tudo mudou – o procurador geral da republica passou a ter uma certa blindagem, o presidente escolhe numa lista tríplice dentre integrantes da carreira (votação) e o procurador geral da republica só pode ser destituído pelo voto da maioria absoluta dos membros do senado (na época, procurador geral de republica ajuizou ação criminal contra o Collor – antes de 88 isso nunca aconteceria). Hoje não é só o procurador, são todos os legitimados do art. 103, CRFB -> trabalha com rol amplo de legitimados que podem mover ADI. A constituição pulverizou os legitimados do ADI. 
Trazer lei 9868. 
Art. 103 – legitimados para mover ADI: 
I - presidente da república
II – mesa do senado federal (mesa: órgão diretor da casa legislativa)
III – mesa 
IV – mesa de assembleia legislativa
V- governador de estado ou do DF
VI- procurador geral da república – permanece legitimado e é importante pela nova feição que a Const. de 88 deu ao ministério público
VII – OAB pelo seu Conselho Federal. Formada pelas seccionais regionais. Só o conselho é legitimado para mover ADI, mas não as seccionais. OAB/DF (seccional do DF); OAB/RJ(seccional do RJ). 
VIII- partido político com ?
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Aula 17 – Rio, 10.05.12 continuação...LEGITIMADOS PARA MOVER ADI
Esse rol é taxativo – só esses podem mover ADI, mais ninguém. 
Tem MP da União (MPU) e dos estados (MPE). MPU-> MP federal, do trabalho, militar e dos DF e territórios. O chefe é o procurador geral da república. 
Tudo que faz um promotor no estado, faz um procurador federal da Justiça Federal. 
MPU (PGR) (≠ procurador da republica-> chefe do MP da União) -> MPF – procurador da república (justiça federal); MPT – procurador do trabalho (justiça do trabalho); MPM – procuradores militares (justiça militar – só julga crime militar, sua função será penal); MPDFT – funciona como se fosse o MP estadual, mas é da União, é autônomo, mas não tem judiciário (União coloca o seu judiciário – o judiciário que funciona ali é o da União). MP
MPE (PGJ) -> na 1ª instância pode atuar em uma vara criminal ou numa vara não criminal. Se cair em uma criminal a designação correta é promotor de justiça, se cair em outra sem ser criminal, a designação correta é curador (no RJ, curador de ausente é defensor público, não se fala em MP, fora isso curador é membro do MP). Na 2ª instância atua perante a câmara do tribunal de justiça, e vai ser designador como procurador de justiça. 
└> aqui é tudo MP!
-Município também tem que ter uma defesa -> quem defende é o procurador do município. Aqui, não sem fala em MP.
-Estado -> quem representa o estado em juízo é o procurador do estado.Advocacia
Pública
-A advocacia geral da União (AGU) possui três carreiras: advogado da União (atua perante adm. pública da união, adm. pública direta); procurador federal (representa a adm. pública federal indireta, mas não é toda adm. pública indireta, é adm. pública indireta autárquica e fundacional -> advogado do INSS, do jardim botânico, da fio cruz, porque empresa pública e sociedade mista tem quadro próprio de advogados -> advogados da Petrobras . PROCURADOR FEDERAL NÃO É MEMBRO DO MP! PROCURADOR DA REPÚBLICA QUE É MEMBRO DO MP!; procurador da fazenda nacional para representar a fazenda pública nacional (fazenda pública federal).
Procurador geral da república -> Chefe do MP da União. 
MP eleitoral não existe em sim, o próprio procurador da república age como procurador eleitoral, mas não existe um MP chamado eleitoral.
VIII-> partido político com representação no CN. CN é formado por Senado Federal (representa os estados) e Câmara dos Deputados (representa o povo). Basta ter UM ÚNICO representante na câmara ou no senado. Se não tiver, mas fez parte de uma coligação que tem representante? Não tem! Mesmo que tenha tido coligação, não interessa porque não teve representante. 
Quem entra com ADI? São os deputados do partido? Não, eles não tem legitimidade para mover ADI, quem representa o partido é a executiva nacional.
O partido tinha um deputado federal, entrou com ADI, podia? Podia. Mas o partido pode perder esse único deputado federal, ai perde a representação no CN - até 2004, o STF entendia que a ação estava prejudicada (tinha que ter representante no momento de propositura da ação e no momento do julgamento), depois disso, o STF mudou o entendimento e passou a entender que o partido político tinha que ter apenas representação no momento de propositura da ação, prossegue o julgamento sem problema algum.
-Confederação sindical -> art. 535, CLT. Confederação é algo formado por 3 federações -> art. 534, CLT – isso são organizações sindicais.
-Entidade de classe de âmbito nacional -> entender o que é entidade de classe e o que é âmbito nacional. Entidade de classe -> é um conceito que na jurisprudência do Supremo é vacilante. O que temos como sólido é o seu critério, às vezes o Supremo vacila na aplicação do critério, mas o critério é esse. É aquilo que representa categoria profissional ou econômica. E a UNI? É entidade de classe? Não - é uma classe, mas não é uma categoria profissional e nem econômica, porque não existe como profissão estudante, mas apenas uma condição. Âmbito nacional -> temos 27 estados, e se tem representação em 20 tem representação nacional? Em 10? Na região sudeste (4 estados)? A constituição não fala o que é. Tanto a constituição quanto a lei reguladora de ADI não define, então tem que aplicar uma norma por analogia.
A constituição exige que o partido tenha âmbito nacional, não pode mais ser regional, então o partido para ter representação nacional tem que ter representação em pelo menos 9 estados -> lei orgânica dos partidos políticos – é a lei que tem ser aplicada por analogia. Tem que ter existência em pelo menos 9 estados da federação. Mas tem uma exceção: no caso da classe que a entidade representar existir em menos de 9 estados – nesse caso, a entidade de classes não precisa existir em 9 estados. A classe que ela representa existe em menos de 9 estados, então não tem porque se exigir a existência em pelo menos 9 estados.
Anotações Bárbara 
O rol do art.103, CF é taxativo.
O procurador-geral da república é o chefe do ministério publico da União, que envolve os ministérios públicos federal, do trabalho, militar, e do distrito federal e territórios.
Ministério Público Federal atua na justiça federal. O procurador aí é o Procurador da República, na 1ª instancia.
MPT – procurador do trabalhador. Faz a função de ministério público (que cuida de interesses coletivos) em relação às relações de trabalho.
MPM – procurador militar é perante justiça militar. Função meramente penal.
MPDFT – órgão do MP da União que exerce a função de MPE no DF e nos territórios federais (art.21, CF) Organização é a mesma do MPE
MPE:
1ª instância
Vara criminal – promotor de justiça
Vara não criminal – curador
Na prática é tudo promotor. Exceto curador de ausentes, que é defensor público.
2ª instância – procurador de justiça
Município:
Quem o defende é o procurador do município.
Estado:
 Quem o defende é o Procurador do Estado. Pouco importa se o Estado está certo ou não.
Defensoria Pública não faz advocacia pública, advocacia pública é advogar para ente público. Defensoria faz advocacia privada gratuita.
A advocacia Geral da União (AGU) possui 3 carreiras:
- advogado da União – atua perante administração pública da União. Representa adm. Pública direta.
- procurador federal – representa administração pública indireta autárquica e fundacional. É advogado de autarquias e fundações públicas. Não é membro do MP Federal, o membro do MP Federal é o procurador da República.
- procurador da Fazenda Nacional – representa a fazenda pública federal.
São 3 carreiras diferentes, não posso migrar de uma pra outra.
Procurador do Município pode fazer tudo, cai tudo na prova deles. Procurador do Município e Procurador do Estado não são MP, são advogados públicos.
Partido Político tem deputados mas nenhum senador, pode mover ADI? Sim, só precisa ter participação no Congresso Nacional, então basta ter um senador ou um deputado. Se não tiver mas fez parte de uma coligação que tem representante? Não, porque não tem representante no CN, ele se coligou a um partido que tem representação, mas ele não tem representação.
Quem entra com ADI é o órgão que representa o partido nacionalmente, não são os deputados, quem move a ADI é o partido, e quem o representa é sua executiva nacional.
E se o partido tinha um deputado quando moveu a ADI mas esse deputado muda de partido? Antes o STF dizia que a ação estava prejudicada, acabava. Em 2004 o STF mudou o entendimento e passou a entender que o partido político precisava de representação no CN apenas no momento da propositura da ação, procede o julgamento.
Confederação Sindical (arts.535 e 534, CLT) pode mover ADI, se não for o que está no art.535, CF não pode mover ADI.
Entidade de classe é um conceito vacilante na jurisprudência do STF. O que temos como sólido é o critério do STF: entidade de classe é aquilo que representa uma categoria profissional ou econômica. UNE (União nacional de estudantes) não é, porque não é profissão nem categoria econômica. Âmbito nacional é o que? A CF não diz nem a lei 9868, então tem que fazer analogia. Lei orgânica dos partidos políticos determina que para o partido político ser de âmbito nacional, tem que ter representação em pelo menos 9 estados. Cola: Onde está escrito “nacional” escreve art.9º(para lembrar de inciso IX). Exceção: quando a classe que a entidade representa existir em menos de 9 estados, aí a entidade não precisa existir em 9 estados.
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Aula 18 – Rio, 15.05.12 continuação...
-O STF inventou na sua jurisprudência uma característica chamada pertinência temática – não esta na constituição nem na lei que regula o julgamento de ADI-> O STF inventou isso, um requisito para os legitimados. 
O STF divide os legitimados da ADI em dois grupos: legitimados universais e os especiais – dois grupos legitimados a mover ADI. Os universais não precisam obedecer o requisito da pertinência, enquanto que os especiais devem obedecer o requisito da pertinência temática.
 A pertinência é temática é uma especial ligação entre o legitimado e a norma que se pretende declarar inconstitucional. Não é interesse de agir, porque a ADI é um processo objetivo, é um processo que não tem parte, não tem contraditório, não tem nada disso – eu observo se a lei é constitucional ou inconstitucional. Numa ADI, o que se quer no STF é que seja analisada se a norma é ou não constitucional, então não existe nenhum interesse subjetivo sendo analisado pelo STF, então não pode dizer que pertinência temática é interesse de agir.
 Os legitimados que tem que obedecer a pertinência temática são: governador de estado, mesa de assembleia legislativa, confederação sindical e entidade de classe de âmbito federal – todos os outros são universais, estão dispensados de demonstrar relação entre eles e a norma de inconstitucionalidade. 
É mais fácil pensar em dois: governador de estado e mesa de assembleia -> a pertinência temática é uma especial relação entre o legitimado e a norma de constitucionalidade, ou seja, tem que haver uma relação entre a norma que se quer declarar inconstitucional e o estado federação representado por eles. De um jeito de outro, aquela lei que se quer declarar inconstitucional tem que afetar aquele estado. Não é interesse de agir porque eles não são parte, são apenas legitimados, é direito objetivo.
Exemplo: 1)Governador do RJ pode mover ADI contra o estado de SP? Depende, tem que demonstrar que a lei estadual de SP vai afetar os interesses do estado do RJ, porque senão afetar não tem o que reclamar.
2)Estado do Paraná aprovou uma lei estadual, porem essa lei proibiu o cultivo de produtos transgênicos e também o transporte de produtos transgênicos no território do Paraná. Se você é um produtor de soja no Rio Grande do Sul e planta soja transgênica legalmente, e um grande mercado de soja do Brasil é lá fora, produzimos para exportar, e para exportar é por navio e não por avião – para exportar tem que ir até o porto e os maiores portos são Santos e Paranaguá (RJ também exporta bastante, mas não é o principal) -> Paranaguá fica no litoral do Paraná – então se você produz soja no Rio Grande do Sul tem que ir até Paranaguá para exportar, mas com a lei estadual não pode passar pelo Paraná com a plantação da soja transgênica, então teria que ir até Santos, mas isso seria muito trabalhoso e custoso , encarecendo o produto, impossibilitando de vender no mercado internacional por preço competitivo – então o governador do Rio Grande Sul poderia ajuizar ADI contra essa lei estadual do Paraná, há claramente pertinência temática.
Obs.: pode afetar o cidadão, mas se não afeta os interesses do Estado, não tem o que reclamar.
Confederação sindical e entidade de classes de âmbito nacional -> são pessoas? São pessoas jurídicas. Uma pessoa jurídica passa a existir com o registro competente/do órgão próprio dos seus atos constitutivos, os quais devem ter a finalidade da pessoa jurídica – se toda pj tem uma finalidade, uma confederação sindical e entidade de classes de âmbito só podem mover ADI se tiver relação entre as finalidades estatuárias e a lei que se quer declarar inconstitucional, só assim será pertinência temática. Mais uma vez se parece com interesse de agir, mas não é, sendo essa uma crítica à pertinência temática (o
fato de se parecer com interesse de agir e não ser). 
Caso da EC 52 – teve base na pertinência temática – sempre se permitiu no Brasil que os partidos tivessem liberdade para montar coligações políticas, e não havia nenhuma lógica entre as coligações (partidos que não tinham nada a ver entre si se uniam contra um outro partido) – em âmbito nacional. Mas isso causava uma confusão em âmbito estadual quando analisava ai a coligação que havia se formado. Tinha que ter uma coerência. Seria obrigatório os partidos em âmbito estadual e municipal seguirem as coligações em âmbito nacional? Sim, tendo que haver uma coerência entre as coligações. Ai que teve o problema, sendo criada a EC 52. 
	Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 52, DE 8 DE MARÇO DE 2006
	Vide ADIN nº 3.685-8
	Dá nova redação ao § 1º do art. 17 da Constituição Federal para disciplinar as coligações eleitorais.
        AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
        Art. 1º O § 1º do art. 17 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 17. ...................................................................................
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
..................................................................................." (NR)
        Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às eleições que ocorrerão no ano de 2002. Vide ADIN nº 3.685-8
        Brasília, em 8 de março de 2006.
	Mesa da Câmara dos Deputados
	Mesa do Senado Federal
	Deputado ALDO REBELO
Presidente
	Senador RENAN CALHEIROS
Presidente
	Deputado JOSÉ THOMAZ NONÔ
1º Vice-Presidente
	Senador TIÃO VIANA
1º Vice-Presidente
	Deputado CIRO NOGUEIRA
2º Vice-Presidente
	Senador ANTERO PAES DE BARROS
2º Vice-Presidente
	Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
1º Secretário
	Senador EFRAIM MORAIS
1º Secretário
	Deputado NILTON CAPIXABA
2º Secretário
	Senador JOÃO ALBERTO SOUZA
2º Secretário
	Deputado JOÃO CALDAS
4º Secretário
 
	Senador PAULO OCTÁVIO
3º Secretário
Senador EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS
4º Secretário
Garantia individual que proibia as pessoas serem pegas de surpresa.
Essa emenda poderia produzir efeitos a partir de 8 de março de 2007, mas em 2006 eu tinha eleição e eu não queria ter coligação proibida nessas eleições – foi uma jogada esperta, CN aprendeu a viajar no tempo.
EC não poderia fazer isso, a CONAMP entrou com ADI, pois estava mudando procedimento de eleição por meio de argumento fantasioso. A redatora, Ellen Greice, não admitiu/não deferiu, pois a CONAMP não tinha pertinência temática, e isso não afrontava interesse público.
Conselho Federal da OAB (art. 103, VII) tem destaque diferenciado dos demais, então não há porque o Supremo dar o mesmo tratamento ao Conselho Federal da Ordem que dá aos demais - Conselho Federal da OAB não é instituição de classe qualquer, então pode promover ADI com mais facilidade do que as outras instituições, então não precisaria de pertinência temática. -> Ministro Joaquim Barbosa questiona por que o Conselho Federal da OAB não tem que obedecer, mas o CONAMP tem.
A doutrina crítica esse requisito criado pelo STF. Por que o sistema de defesa da Constituição não pode ser aberto a qualquer órgão? Ainda mais em uma ordem neo-constitucionalista. Por que o Supremo fez isso? Para evitar uma avalanche de ADIs. Mas aquele temor do STF ser sufocado com ADIs não aconteceu, estabeleceram os legitimados, então o Supremo deveria rever esse requisito e ver que ele não se aplica, mas por enquanto ele ainda permanece, ainda que seja algo criado pelo STF e não esteja em lei. 
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Aula 19 – Rio, 17.05.12
-Procedimento de julgamento de uma ADI
Art. 103, §1º, CRFB -> procurador geral da república tem que dar parecer em todos os processos do STF. É humanamente impossível dar parecer em todos os processos do STF, mas está ali que tem que dar, então ele nomeia um grupo de subprocuradores da republica que vão atuar em seu nome. Subprocurador geral da república é o membro do MP. O MP atua como fiscal da lei – custo legis, se manifesta livremente quanto ao pedido feito ou pela procedência ou pela improcedência.
Mas também vimos que o procurador geral da república é legitimado a mover ADI – cabe ainda parecer do PGR? Tem que ainda existir essa fase processual? Quando o PGR é o autor, pode pular essa fase do parecer ou ainda assim o parecer é obrigatório? Sim, o parecer é obrigatório, mesmo quando o PGR é autor. O PGR ele é obrigado a dar parecer pela procedência da ação ou é livre para dar parecer de improcedência da ação? Já aconteceu – há todo sentido de que ele faça esse parecer, ainda mais se for outro procurador geral da república. 
O MP entra com uma ADI, está pedindo a declaração de inconstitucionalidade da lei. E o mesmo PGR que entrou com essa ação dá o parecer de improcedência dessa mesma ação – isso é possível? Ele se equivocou? Não. Improcedência da ADI iria equivaler a declaração de constitucionalidade da norma. 
Parecer é obrigatório. Se for o mesmo PGR vai ter que ter uma coerência entre os pareceres. Mas hoje essa discussão perde um pouco o sentido, pois já existe a ADC.
§3º -> o AGU pode dar parecer pela inconstitucionalidade da lei? Não, porque está escrito que o AGU defenderá o texto – então só tem que cumprir. Mas isso pode levar a uma contradição – AGU existe para defender os interesses da União judicial e extrajudicialmente – vamos imaginar uma ADI contra lei estadual e essa lei estadual viola competência legislativa privativa da União -> o interesse da União é ver esse lei ser considerada inconstitucional, a fim de preservar a sua incompetência. Mas qual é a competência do advogado geral da União? É ser defensor da lei, é o curador de constitucionalidade da lei, tem que defender a constitucionalidade da norma e essa função pode entrar em choque com a sua função de defender os interesses da União – isso pode? Sim, pois a União pode dar competências diversas para a mesma pessoa. Então mesmo quando o interesse da União é de inconstitucionalidade da norma, o AGU deverá dar um parecer de improcedência da ADI, a fim de criar um contraditório da ADI -> por que isso? Se ADI é processo objetivo, não precisa de contraditória e ai vem falar que a função do AGU é exercer o contraditório na ADI? Parece estranho – criaram essa função de curador de constitucionalidade da norma para permitir ao AGU proteger a norma, para que o STF tivesse uma opinião contrária a procedência da norma, mas isso não era necessário, e gera um comportamento esquizofrênico.
Uma vez um advogado da União deixou de dar contraditório, pois disse que já havia jurisprudência pacificada do STF em relação a inconstitucionalidade dessa norma. – STF tem jurisprudência pacificada que diz que compete à União legislar sobre bingos (Súmula vinculante nº2 – STF disse isso tantas vezes que editou súmula vinculante) – súmula vinculante não vincula o legislativo, então pode vir uma norma em relação a isso. Uma lei que regulamente bingos aqui no estado – PGR move ADI contra isso, vai para o AGU para este defender a constitucionalidade da norma -> mas como? Tem que dizer que é constitucional que os estados legislem sobre bingo, mas o STF disse que só a União pode legislar sobre bingo, mas você terá que fazer o contrário -> tem súmula vinculante sobre isso, não se pode pretender que o AGU venha advogar contra jurisprudência consolidada pelo STF, ele então não fez a defesa
– quando a ADI ela é movida contra uma lei que o STF já reputou aquele tese tratada na lei inconstitucional, quando já há jurisprudência pacifica do STF pela inconstitucionalidade, nesses casos o AGU está dispensado de defender a norma, é uma dispensa, ele não é obrigado a fazer, faz se quiser.
O STF não vem exigindo mais a manifestação do AGU pela constitucionalidade da norma, apesar de estar escrito no artigo como norma imperativa, mas a jurisprudência tem mudado. Se o AGU diz que não vai se manifestar para defender a norma impugnada, e entende-se que a tese não é nova ou pacífica no Supremo, e não se concorda com o fato de que o AGU não se manifeste, mandando a norma novamente para que eles façam a defesa da norma – temos como controlar a qualidade da defesa feita pelo AGU? Não, ele pode dizer qualquer coisa. Acaba fazendo uma defesa genérica – “essa norma não viola em nada a Constituição, por isso requer a improcedência da ação” -> se admite a defesa genérica, não precisa ser uma contestação ponto por ponto. Então o Supremo vem entendendo que a manifestação do AGU não é mais obrigatória em alguns assuntos, mas em outros é, então não se sabe qual é a posição certa do Supremo. A tendência é ver o AGU como parecerista da norma e não mais como curador. Esse artigo passa a não ter mais o menor sentido no controle abstrato. 
Opinião do professor Fábio Leite em um texto: Ou revogar esse artigo, ou então enquanto não revoga, aplica isso que a Constituição coloca, manda o AGU defender a norma colocada. Mas mantendo que o AGU não é obrigado a dar parecer quando já houver jurisprudência pacificada no Supremo sobre tal lei.
Importante para a prova: saber que o AGU não é obrigado a dar parecer quando já houver jurisprudência pacificada do Supremo.
Lei 9868/99: 
Regula o processo de julgamento da ADI e do ADC. ADI é desde 1965, e a lei que regula ela só surgiu em 99 – nesse período que não tinha lei, ficou sendo tocada a partir da jurisprudência do Supremo. 
Essa lei é baseada em dois pontos fundamentais: jurisprudência do STF – vamos normatizar, vamos mudar uma coisa ou outra, mas não precisa mudar muita coisa, sendo a própria jurisprudência consolidada do Supremo fonte de inspiração para essa lei; e a lei do tribunal constitucional alemã.
Art. 2º -> legitimados a mover ADI – a lei podia incluir um legitimado que não estava incluído no art. 103? Não. Em 99, a CRG dizia que podia mover ADI mesa de assembleia legislativa e governador de estado, a lei passou a dizer que pode mover ADI governador de estado e o governado de DF a mesa de assembleia legislativa e a mesa de assembleia legislativa do DF – pode isso? Sim. A jurisprudência do Supremo sempre admitiu que estes por analogia poderiam mover ADI, pois exercem a mesma função daqueles. Não precisa dessa redação, pois o Supremo sempre admitiu isso por analogia. Então esses passaram a constar no rol do art. 103. Não foi nem a EC e nem a lei de 99, mas sim a jurisprudência do STF que fez isso.
Art. 4º -> A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. -> a inépcia é um vício processual que não dá para suprir. Petição não fundamentada é aquele pedido que não tem fundamentação. Petição inicial de ADI manifestamente improcedente -> isso acontece quando não for caso de ADI – quando ADI for movida contra lei ou ato normativo que não pode ser objeto de ADI – exemplo: contra uma lei municipal. O que me guia a dar manifestamente improcedente é dizer que a lei não pode ser objeto de ADI, não adianta mover ação contra isso. Posso entrar com ADI contra lei anterior à Constituição? Não, pois aqui se fala em revogação – só fala em constitucionalidade editada após parâmetro de constitucionalidade, então o objeto de ADI deve ser posterior ao parâmetro de controle. Não cabe ADI para norma anterior à Constituição.
Exemplo: caso julgado pelo STF – ADI movida por uma associação de pilotos de propaganda do município do RJ em que questionavam uma lei municipal de 87 que regulamentava a propaganda área nas praias -> não cabe ADI contra lei municipal, não cabe ADI para norma anterior à constituição de 88 e a associação de pilotos de propaganda do RJ não é uma entidade de âmbito nacional, mas sim municipal, então não tem parte para mover ADI -> indeferiu inicial, isso é manifestamente improcedente. 
ADI movida contra lei federal de cotas por um partido político -> aqui pode!
Anotações Bárbara 
Procedimento de julgamento de uma ADI
Art.103, §1º, CRFB – procurador geral da República tem que dar parecer em todos os processos do STF, mas isso é humanamente impossível então ele nomeia subprocuradores da República. Então, às vezes os pareceres são dos subprocuradores, inclusive em caso de ADI. Função do MP Federal aí é ser parecerista, atuar como fiscal da lei, custus leges, e ele vai se manifestar livremente quanto ao pedido feito, pela procedência ou improcedência. Mas o Procurador geral da Republica pode mover ADI, nesse caso cabe ainda o parecer do PGR? Ainda assim tem que haver essa fase processual? Quando o PGR é o autor, pode pular a fase do parecer? O parecer é obrigatório mesmo nesse caso. O PGR é obrigado a dar parecer pela procedência da ADI que ele moveu, ou é livre para dar procedência ou improcedência? Já aconteceu do PGR dar improcedência à ADI que ele moveu, e quando muda de PGR há ainda mais sentido que possa ser dada improcedência.
O PGR move ADI e aí dá improcedência do pedido. Ele não se equivocou, o que ele quer na verdade aí é declarar a CONSTitucionalidade da norma. O STF fixou jurisprudência dizendo que o parecer é obrigatório e se for o mesmo PGR ele vai ter que ter coerência com a decisão inicial de mover a ADI, mas isso foi antes da CF de 88, hoje em dia já existe ADC.
AGU pode dar parecer para a inconstitucionalidade da lei? Não, porque o AGU defenderá o ato ou texto impugnado. Mas isso pode levar a uma contradição, o AGU existe para defender interesses da União judicial e extrajudicialmente. Se a ADI é contra uma lei estadual, o interesse da União é dar inconstitucionalidade da lei estadual, mas o AGU é curador, defensor da constitucionalidade do texto impugnado, isso entra em choque com sua função de defender o interesse da União. Isso é possível. Mesmo que vá contra interesse da União, o AGU deve defender texto impugnado, para criar um contraditório na ADI. Mas a ADI não tem contraditório, não tem partes, não é subjetivo o processo, como fica então? Criaram essa função de curador da norma pra permitir que o AGU defendesse a norma, criaram algo desnecessário e que pode gerar comportamento esquizofrênico. O contraditório, na verdade não é necessário, mas o constituinte criou. O STF disse que a CF é clara, o AGU tem que fazer a defesa da constitucionalidade da norma.
Uma vez um AGU deixou de dar contraditório, dizendo que já havia jurisprudência consolidada no STF em relação à inconstitucionalidade da norma. Súmula vinculante do STF – apenas a União pode legislar sobre bingo. Movem ADI contra lei estadual que legislava sobre bingo, chega no AGU para ele dar contraditório defendendo a lei. Não se pode pretender que o AGU venha advogar contra jurisprudência consolidada do STF, ele não fez a defesa. Então STF passou a entender que quando a ADI é movida contra lei que o STF já teve como inconstitucional de forma pacífica, nesses casos o AGU está dispensado de defender a norma, não é obrigado a fazer. 3º momento no STF: STF não vem mais exigindo manifestação do AGU pela constitucionalidade da norma. Isso porque ele raciocinou que se obrigam o AGU a defender uma norma quando este diz que não quer defender a norma, não concorda com a norma, o AGU ia acabar falando qualquer coisa no contraditório, não estaria de fato defendendo a norma, estaria fazendo uma defesa genérica. Não tem partes, não tem ampla defesa, é um processo objetivo, então pode haver defesa genérica. A tendência atualmente é enxergar o AGU como parecerista, e não mais como curador de constitucionalidade da norma.
A L.9868 de Nov. de 99 regula o processo de julgamento da ADI e ADC. Antes dessa lei surgir a ADI era regida pela jurisprudência do STF. Essa lei é baseada em 2 pontos fundamentais: jurisprudência do STF e a lei do tribunal constitucional alemão.
O art.1º da lei é apenas introdutório. O art.2º trata dos legitimados a mover ADI, a lei podia incluir legitimado que não estava no art.103 da CF? Não, o que acontece é que a jurisprudência do STF sempre aceitou que estes por analogia pudessem mover ADI, pois tinham funções iguais às do governador de estado e assembleia legislativa. E depois a EC45 mudou o art.103 e passou a permitir que governador de DF e mesa de câmara legislativa do DF movessem ADI.
Quando uma petição inicial de ADI é manifestamente improcedente? Quando não for caso de ADI, é aquela movida contra lei ou ato normativo que não pode ser objeto de ADI. Ex.: contra uma lei municipal. É irrelevante o assunto da lei, nem adianta julgar se não pode ser objeto de ADI.
Posso entrar com ADI contra norma anterior à CF? Não, porque aí é Teoria da Revogação, e não controle de constitucionalidade. Só falo em constitucionalidade para lei ou ato normativo posterior ao parâmetro de controle, que é a norma constitucional violada. Não cabe ADI para norma anterior à Constituição. A revogação é automática, mas e se eu tiver dúvida sobre se a norma foi revogada ou não? Continua não cabendo ADI, só cabe ADI para norma editada após o parâmetro.
Improcedente é quando julga e dá improcedência. Manifestamente improcedente nem julga.
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Aula 20 – Rio, 22.05.12
-Lei 9868/99
Art. 7º -> não se admitirá intervenção de terceiros em ADI – porque não há parte. O terceiro é quem não é parte da relação processual. Se eu não tenho parte, como vou ter terceiro? Não dá, o conceito de terceiro se dá a partir da exclusão de parte. Na ADI, o processo é objetivo, não tem contraditório e nem ampla defesa porque não tenho partes. Não posso dizer que os legitimados do art. 103 são autores. Os legitimados são para provocar a jurisdição. Os legitimados não podem desistir do processo. Portanto, se não tenho parte, não posso ter terceiro. 
§2º -> Manifestação de outros órgãos não é intervenção de terceiro – aqui nós estamos falando do amicus curiae (amigos da corte) – tem a função de influir na decisão judicial, tem um interesse de que a decisão do Supremo em ADI seja de um lado ou pra outro (isso existe basicamente em todas as ações abstratas que o Supremo julga). Amicus curiae procura influir na decisão do Supremo. Tem que ser órgão de representatividade (a Igreja chegou a se manifestar no aborto de fetos anencéfalos). Então o Supremo precisa ter os seus amicus (amigos), alguém que vai influir na decisão. Quem pode ser amicus curiae são os legitimados, mas não apenas eles, órgãos e órgãos não legitimados a mover ADI - o requisito para ser amicus curiae é que esse órgão tem que ter uma representatividade na sociedade. 
Voltando ao controle difuso: Como é feito o julgamento no Órgão Especial – art. 482, CPC -> quando o órgão fracionário acolhe a alegação de inconstitucionalidade. §1º; §2º -> todos do art. 103 podem falar, tendo papel de amicus curiae. O que o OE está fazendo é uma abstratividade do controle difuso – abre a questão da participação constitucional para além das partes, abre para amicus curiae.
Art. 9º, §1º -> Supremo ouve os especialistas que podem auxilia-lo na análise de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade. Supremo vem utilizando muito a audiência pública – sociedade aberta e fechada: Supremo sendo sociedade fechada, deve ouvir a sociedade aberta, ainda mais em situações polêmica, pois ouvir a sociedade aberta pode ser melhor para tomar aquela decisão. Supremo escuta a sociedade aberta e tem mais elementos para embasar a sua decisão, tornando a decisão mais democrática. Questão da perícia tratada nesse artigo -> cabe perícia em ADI – hoje isso é admitido, mas o Supremo nunca tinha admitido perícia em ADI até a lei 9869 de 99. Antes não cabia perícia em ADI, pois ADI envolve lei e não ato normativo, portanto não há o que ser periciado – a perícia é sobre o objeto controvertido. Por que fazer perícia se o objeto de ADI é lei? Até a edição da lei 9868/99 o Supremo tinha isso como entendimento pacificado, mas, por força da lei, passou a admitir perícia em ADI.
O controle abstrato de constitucionalidade é democratizado com o amicus curiae e com a perícia.
-Cautelar da ADI:
Importante por causa do efeito represtinatório. A cautelar na ADI pode ter efeito represtinatório. 
Lei 9868/99, art. 10 -> um relator sozinho não pode conceder a cautelar. Tirando a situação de recesso, a decisão da liminar tem que ser por maioria absoluta. O objetivo de uma ADI é declarar a lei inconstitucional o objetivo da cautelar na ADI é suspender os efeitos da lei. Enquanto não se resolve o mérito, ad cautelum e para de aplicar essa lei. 
§1º -> a medida cautelar erga omnes será concedida com efeito ex nunc (daqui pra frente). A liminar é ex nunc porque a decisão é temporária, não sei se esta decisão será mantida ou não. Em regra, o mérito da ADI tem efeitos ex tunc (no passado), a cautelar na ADI não, é no futuro, é temporária. Exceção: Supremo pode entender que tem eficácia retroativa. 
Art. 11, §2º -> Efeito represtinatório -> Lei A é revogada pela Lei B. A Lei C revoga a Lei B. Quando a lei revogadora (Lei B) perde os seus efeitos, a lei revogada (Lei A) volta a ter os seus efeitos. Lei C ao revogar a Lei B, faz esta perder a vigência. No Brasil, é proibido o efeito represtinatório, a lei A não voltaria a ter vigência. 
Mas se temos a Lei B não revogada por outra, mas sim porque houve a concessão de cautelar em ADI – Lei B, revoga a lei A, as relações jurídicas que se firmaram foram firmadas com base na Lei B. depois vou ter concessão de cautelar em ADI, com relação a Lei B, ou seja, suspendendo os efeitos da Lei B – com efeitos para o futuro (ex nunc) -> a partir daqui a Lei B não produz mais efeitos. O que foi constituído no período da lei B, é regulado pela Lei B, mas e depois que a cautelar é concedida? Como vai ser regulado? Aí temos que ir ao art. 11, §2º -> efeito represtinatório: as relações jurídicas vão passar a ser reguladas pela Lei A. A lei revogada vai se restaurar. Se o Supremo entender que a Lei A também é incompatível e não quer que ela produza efeitos tem que dizer isso de forma expressa na citação da cautelar. Aqui, a lei revogadora perdeu vigência não porque foi revogada por outra lei, mas porque foi tida como inconstitucional.
Podemos ter o caso também de que a lei A é revogada pela lei B, mas depois percebe-se que a lei B é inconstitucional – isso é diferente do efeito represtinatório. A lei B não produziu efeitos, voltando a lei A produzir efeitos.
ADC 
Art. 102, I, “a”, 2ª parte -> Ação Declaratória de Constitucionalidade – só cabe para lei ou ato normativo FEDERAL. Não cabe para lei municipal, estadual e distrital. 
ADC foi criada pela EC3. Essa lei foi criada pelo governo federal, para poder declarar constitucionalidade de várias leis impopulares, que sabia que seriam questionadas pelo poder judiciário. Criou uma ação para declarar constitucionalidade de atos do governo federal, para escapar do controle difuso. Por isso que é só para lei ou ato normativo federal. Então só tem quatro legitimados: presidente, mesa da câmara e do senado, procurador geral da república – ADC nasceu como instrumento de governo e não como de estado, por isso foram evitadas as oposições. 
Quando uma lei nasce, ela nasce com presunção de constitucionalidade - preciso da ADC para declarar constitucional aquilo que já se presume como constitucional? Quem tem trabalho é quem tem que provar/demonstrar que é inconstitucional – presunção de constitucionalidade. ADC nasceu numa polêmica muito grande, dizendo que afrontava o contraditório e ampla defesa. Por que existe ADC então? Nem os defensores conseguiram explicar. O questionamento da ADC é que vai violar ampla defesa, porque
na primeira instância a parte poderia estar se defendendo alegando a inconstitucionalidade, e quando o STF aceita uma ADC, sobre essa norma, acaba com a defesa da parte, a parte não pode usar um argumento importante em sua defesa. Quem defende a ADC: ADC seria a mesma coisa que a ADI quando esta é julgada improcedente, e quando a ADI é tida como procedente, viola o direito de ampla defesa da outra parte, que alegava que a lei era constitucional em face do outro que dizia que era inconstitucional. EC 45 revogou tacitamente o art. 13 da lei 9868/99 (riscar esse artigo e escrever ver art. 103, CRFB, EC 45). Com a EC se igualou os legitimados da ADI e da ADC. Então hoje essa polêmica acabou.
ADI é instrumento de Estado, mas ADC é de governo. 
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Aula 21 – Rio, 24.05.12 continuação...ADC
Lei 9868/99
Art. 13 -> esse artigo foi revogado pela EC45. Hoje quem pode mover ADC são os mesmo que podem mover ADI. Supremo declarou ADC como sendo constitucional. É instrumento de Estado e não de governo. 
Art. 14 -> requisitos da petição inicial da ADC.
 I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;
II - o pedido, com suas especificações;
 É a mesma coisa que para ADI, mas tem uma novidade, o inciso III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. -> a inconstitucionalidade precisa ser demonstrada. Se eu não provo a inconstitucionalidade, eu presumo a norma como sendo válida. Isso é decorrência da própria supremacia da norma constitucional. Então qual é a razão para entra com ADC? O Supremo na questão de ordem número 1 que entendeu como constitucional ADC, entendeu que o ADC precisa ser justificada. Não se pode entrar com ADC só porque se quer. Se trabalho com principio da presunção da constitucional, significa que uma ADC só vale quando essa presunção de constitucionalidade estiver sendo abalada. Sabemos que a controvérsia pode ser doutrinária – não pode ser qualquer controvérsia para que possa provocar o Supremo numa ADC, tem que ser uma controvérsia judicial relevante – o Supremo na questão de ordem número 1 sobre ADC definiu isso. ADC vai existir por causa do controle difuso, quando juízes e tribunais estão declarando a norma inconstitucional, se precisa do Supremo para declarar a norma constitucional. 
Se no problema diz a lei foi criada no dia 10 e no dia 15 alguém entrou com uma ADC, não deu tempo de ter controvérsia judicial da lei. – é caso de deferimento da inicial, pois teve falta de controvérsia relevante. A controvérsia tem que ser judicial. Só tenho controvérsia quando o judiciário não está harmônico – alguns acham que é constitucional, outros acham que é inconstitucional, alguns juízes aplicam a lei e outros não. Tem que haver essa controvérsia – decisões de ambos os lados. Tem que ter entendimentos divergentes, trazendo índices de instabilidade – a ideia de ADC é trazer segurança jurídica. 
Art. 15 -> o que falou sobre ADI vale pra cá. Manifestamente improcedente quando não é caso de ADC. Não cabe ADC de lei estadual ou distrital, só em relação a lei ou ato normativo federal. 
Art. 16 -> típico de controle abstrato – processo objetivo. Não cabe desistência, porque não é um processo subjetivo. Em um processo subjetivo tem o interessa das partes, tem interesses disponíveis, podendo entrar com desistência. Em um processo objetivo não cabe desistência. No processo objetivo não existe interesse subjetivo, existe uma análise em tese da norma, o interesse é indisponível. 
Art. 18 -> não se admitirá intervenção de terceiro, mas se admite amicus curiae.
Art. 20, § 1º -> audiência pública – a mesma coisa que vale para ADI. 
Art. 21 -> medida cautelar de ADC. É uma espécie de liminar. Na ADI, o objetivo da cautelar é suspender a aplicação da norma. Quando entro com uma ação qualquer e entro com uma liminar eu quero efeitos imediatos, quero antecipar os efeitos da decisão de mérito. Antecipar o provimento de mérito. Numa ADI quero declarar a inconstitucionalidade, então quero com a cautelar suspender os efeitos da norma. Numa ADC, quero declarar a norma constitucional, por causa da controvérsia judicial, quero impedir que os juízes declarem a norma inconstitucional, então com uma cautelar quero impedir que os juízes declarem a inconstitucionalidade da lei, e vou fazer isso suspendendo os processos que envolvam a aplicação da lei. Suspender os efeitos da lei. 
Juízes e tribunais entendem que a lei “x” é constitucional, outros entendem que é inconstitucional, algum legitimado do art. 103 ingressa com ADC para declarar a constitucionalidade dessa lei. O Supremo suspende os processos que envolvam a aplicação dessa lei, ficando estes processos parados. 
Quando o Supremo concede a cautelar na ADC os processos param, ficam suspendidos. E os que entraram com o processo fazem o que? Espera. O Supremo pode levar 1 ano, 5, 10 anos para julgar o mérito? E os que tinham o processo ficam como? Onde está o acesso a justiça, o provimento judicial? É justo que os que entraram com o processo fiquem eternamente nas mãos do Supremo ter boa vontade de julgar o caso? Não, até pelo princípio do acesso a justiça. Diferentemente da ADI, a cautelar na ADC precisa ter caso – na ADI não precisa ter prazo porque não suspendo processo. As pessoas precisam ter acesso à justiça. Art. 21, parágrafo único -> Supremo tem 180 dias após conceder cautelar. É um prazo razoável para esperar. Passou 181 dias, a ADC continua normalmente, mas a liminar cai e ai os processos voltam a andar, porque não pode manter o processo das pessoas suspensos eternamente.
O Supremo concedeu uma liminar, passando 180 dias o Supremo pode conceder uma nova cautelar por mais 180 dias? A ideia do prazo de 180 dias é impedir que os processos fiquem suspensos por muito tempo, mas o Supremo já fez isso e sem maiores questionamentos. Como o Supremo admitiu então pode ocorrer novamente. 
Art. 22 -> decisão da ADI e ADC – mérito -> é o quórum para o julgamento, para começar o julgamento tem que ter 8 ministros presentes. 
Art. 23 -> 6 votos. 8 para começar a julgar e a decisão tem que ser tomada por 6 votos, porque é a maioria absoluta no Supremo (primeiro nº inteiro após a metade – metade de 11 é 5,5, primeiro nº inteiro após é 6). 
8 ministros – e se o julgamento terminar 5 pela inconstitucional e 3 contra a constitucionalidade – a norma foi declarada inconstitucional? Não, pois não foi por maioria absoluta. 5 não é maioria absoluta. A decisão não tem eficácia erga omnes, não é nada, é apenas uma opinião. -> Art. 23, parágrafo único - Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido. Não decide nada, pode-se, por exemplo, reconhecer a inconstitucionalidade, mas não será vinculante, vai poder presumir a constitucionalidade então.
Art. 24 -> Supremo primeiro deve julgar se a norma é ou não constitucional, e aí resolve o mérito – em ADI e em ADC. Ambas podem ser procedentes ou improcedentes. Quando digo que a norma é constitucional, se o Supremo estiver julgando a ADC dirá que a ADC é procedente. Se o Supremo decidir que a norma é constitucional e estiver julgando AI a ADI será improcedente. Se o Supremo entender que a norma é inconstitucional, e estiver julgando uma ADC dirá que esta será improcedente. Se entender que a norma é inconstitucional e estiver julgando uma ADI dirá que esta é procedente. 
Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.
ADI: procedente -> inconstitucional; improcedente -> constitucional
ADC: procedente
-> constitucional; improcedente -> inconstitucional 
Ambivalência entre ADI e ADC. Elas têm o sinal trocado - Em uma eu peço a constitucionalidade e na outra eu peço inconstitucionalidade, mas são ações idênticas entre si. A tese da ambivalência é comprovada por este artigo 24, é o entendimento majoritário. 
Para o professor Fábio Leite não existe essa ambivalência. Não podem ser a mesma coisa pois existem diferenças básicas:
1)Na ADI vou ter manifestação do AGU e na ADC é sem o AGU. 
2)Na ADC tem que ter controvérsia judicial relevante, na ADI é sem controvérsia judicial. Então posso entrar com uma ADI no dia seguinte à criação da lei? Sim. Mas na ADC não posso fazer isso.
3)A ADI é para lei e ato normativo federal ou estadual. ADC é para lei ou ato normativo federal. Diferença quanto ao âmbito.
Então não dá para ter ambivalência. Se eu parto da tese da ambivalência significa que estou dizendo que a improcedência de uma, implica na procedência da outra e isso não é verdade. Não posso dizer que quando cabe improcedência de lei estadual, cabe procedência de lei estadual, pois não pode ter ADC de lei estadual, isso não existe. Se eu tenho ADC improcedente, significa que ele julgaria a ADI daquele jeito? Não, pois é preciso ter manifestação do AGU. Entende que ADI e ADC não poderiam ser equivalente. Mas existe uma exceção: hoje, tem se admitido que o AGU tem sido autorizado a não defender constitucionalidade da norma, quando há jurisprudência pacífica do Supremo em relação a inconstitucionalidade da norma. Só há equivalência da ADC em relação a ADI, pois o Supremo admite que se o AGU não quiser se manifestar, não precisará. Então só teria equivalência da ADC em relação a ADI – quando a ADI é improcedente, a ADC é procedente.
Art. 26 -> A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível. Só cabe embargos declaratórios para suprir alguma omissão. 
Art. 27 -> Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Quando o Supremo declara a inconstitucionalidade, pela doutrina majoritária, em regra essa decisão produz efeitos para o passado (ex tunc). A decisão de inconstitucionalidade tem efeitos ex tunc, retroagem até a data de criação da lei, em razão do princípio da supremacia da norma constitucional – nenhuma lei ou ato normativo pode violar a constituição, então digo que a lei declarada inconstitucional produz efeitos para o passado – ab ovo – desde o início. A norma é inconstitucional desde o início, não produzindo nenhum efeito no ordenamento. Norma inconstitucional ab ovo ou com efeitos ex tunc. Essa é a regra.
Porém, as vezes fazer isso pode causar insegurança jurídica, traz consequências danosas. E é ai que entra a tese da Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão. Governo está recando um imposto há anos, e ai alguém entra com uma ADI, e ai se declara essa norma inconstitucional desde o início, está dizendo que toda a cobrança feita com base nessa lei é inconstitucional, então o contribuinte tem o direito de pedir de volta o que pagou e o governo vai ter que devolver essa arrecadação – o governo ter que restituir o que cobrou de muitas pessoas durante 5 anos vai decretar a falência do seu país. Então não declara, mas ai é injusto fazer com que os cidadãos paguem por algo que é inconstitucional. A solução então aplicar é Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão, declarando inconstitucional, mas sem que tenha efeitos ex tunc. Para ter efeitos ex nunc tem que ter 2/3 e ser expresso. Quando não diz nada vai ser efeito ex tunc. Tem que ser situações de segurança jurídica ou excepcional interesse social – o normal é o efeito ser ex tunc, só nesses casos é que pode aplicar a modulação dos efeitos temporais. 
Outra coisa a ser feita é fixar um outro momento para produzir os efeitos. Pode arbitrar a data. Governo tem tanto tempo para acertar a inconstitucionalidade declarada.
Também pode declarar a inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade – declara a norma inconstitucional, mas não está anulada – quer declarar a tese inconstitucional, mas não quer invalidar a lei -> Declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade. Declara a inconstitucionalidade da tese. 
Art. 28, parágrafo único -> eficácia erga omnes, efeito vinculante.
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Aula 22 – Rio, 29.05.12
ADIO
ADI por omissão. O problema é que você não fez nada quando deveria ter feito. Isso leva a uma inconstitucionalidade, inconstitucionalidade por omissão. 
Art. 103, §2º - omissão de medida para tornar a norma inconstitucional. Posso dizer que o órgão julgador dessa ação é o STF. Também posso dizer que quem pode entrar com essa ação são os mesmos da ADI genérica – art. 103, caput – são os mesmo legitimados para ADI, ADC e ADIO. Efetividade de normas constitucionais – estamos falando de tornar normas constitucionais efetivas. Temos que voltar para o conceito de normas constitucionais do José Afonso -> normas constitucionais: eficácia plena, eficácia contida e eficácia limitada. Eficácia limitada -> dividida em institutiva, a qual é subdividida em impositiva e facultativa, e programática.*
Classificação de Rui Barbosa -> norma autoaplicável é aquela que assim que a CF é promulgada está apta a produzir todos os efeitos, não precisa de norma reguladora, não precisa ser regulamentada. Norma não autoaplicável quando a CF é promulgada ela só produz efeitos com norma reguladora, não está apta a produzir efeitos. Vou pensar na ADIO para normas não autoaplicáveis, porque vou precisar de uma medida para torna-las efetivas. 
Eficácia Plena	Impositiva -> Cabe ADIO
Eficácia Contida	Institutiva 
Eficácia Limitada 		Facultativa -> Não cabe ADIO
 	Programática
Campo da ADIn por Omissão
*Agora vou pensar isso dentro da classificação de José Afonso: Eficácia plena -> aquela norma constitucional está apta a produzir todos os seus efeitos, e a norma que quer restringir os seus efeitos será inconstitucional. É autoaplicável – assim que a CF foi promulgada estava apta a produzir todos os seus efeitos, e não pode norma infraconstitucional restringir isso. Não pode ter seu efeito contido. Se norma infraconstitucional restringir o seu efeito, a norma infraconstitucional será inconstitucional.
Norma de eficácia limitada -> pede norma regulamentadora para produzir seus efeitos. É não autoaplicável, é campo da ADIO. 
Norma de eficácia contida -> é diferente das outras duas. É aquela norma constitucional que com a promulgação da CF está apta a produzir todos os seus efeitos. – a norma de eficácia limitada precisa de norma regulamentadora para produzir seus efeitos, a norma de eficácia contida não. Mas, permite, tolera que uma norma infraconstitucional venha restringir o seu alcance. Exemplo: art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, profissão, ofício, atendidas as qualificações que a lei estabelecer – essa norma constitucional não precisa de norma regulamentadora. Norma de eficácia contida é autoaplicável, então não me preocupo com ela para ADIO. Não é campo de ADIO. Posso dizer que todos nessa sala têm o direito constitucional de exercer a advocacia? Sim, temos direito de exerce qualquer trabalho, ofício que quisermos, ideia de liberdade de exercício da profissão. Só que a Constituição diz que a lei pode conter esse direito de exercer qualquer trabalho – norma contida admite que norma infraconstitucional venha restringir o seu alcance. Isso não é inconstitucional, porque a própria Constituição permite – algumas profissões a lei diz que tem alguns requisitos para que o sujeito possa exercer
a profissão, o que te impede de exercer a profissão é a lei. Para ser advogado, além de requisitos técnicos, tem que saber falar bem e escrever bem – isso é fundamental para um bom advogado – o que impede de exercer a advocacia não é a Constituição, é a lei, porque ainda não preenchemos dois requisitos: aprovação do exame do ordem e bacharelado em direito. Já um vendedor não tem lei que impeça exercer ofício de vendedor.
Nossa preocupação é lei de eficácia limitada então. É dividida em institutiva (impositiva ou facultativa) e programática. As programáticas estabelecem metas de ações do Estado (a maioria está no título VIII). É necessária a atuação legislativa para viabilizar, concretizar esses direitos, porque as normas são abstratas. São tão abstratas que vão precisar de uma regulamentação para se tornarem concretas. Essas normas por serem facilmente regulamentadas acabam não sendo um “prato cheio” para ADIO. O meu problema é outro, o meu problema é de falta de legislação. 
Então não me preocupo com ADIO em normas programáticas. Vou me preocupar com ADIO em normas institutiva – normas institutivas cria um instituto, não é uma meta de finalidade do Estado, as institutivas criam algo, instituem algo. Exemplo: art. 7º, I – são direitos dos trabalhadores -> isso não é uma meta do Estado brasileiro, isso foi uma decisão para proteger o trabalhador; art. 7º, XXI – constituinte decidiu que o aviso prévio é de no mínimo 30 dias e deve ser proporcional ao tempo de serviço; art. 32, §4º - lei federal disporá sobre a criação - institui pro DF polícia civil, polícia militar e polícia civil, foi isso que fez o constituinte, mas não regulamentou, o constituinte apenas toma a decisão; art. 37, VII – greve de serviço público não é proibida, mas reconhece que tem que ter regra própria, por causa da estabilidade, mas não é o constituinte que regulamenta essa regra própria. Institui, mas não regulamenta, por isso que é norma de eficácia limitada institutiva. 
As normas constitucionais de eficácia limitada institutiva podem ser impositivas ou facultativas. Nas impositivas a criação da norma regulamentadora é obrigatória, já na facultativa a criação da norma regulamentadora é facultativa – exemplo: 125, §3º, CRFB -> se o Estado tiver menos de 20 mil militares estaduais (PM) não pode ter justiça militar estadual, se tiver 30 mil pode ter justiça militar estadual, mas ano é obrigatório, o Estado cria se quiser – não posso dizer que o Estado está omisso na criação de justiça militar, porque é facultativo. Se não está omisso na criação da lei estadual, posso entrar com uma ADIO pelo Estado não ter criado justiça militar? Não, porque não é inconstitucional o fato do Estado não ter criado, não pode estar omisso por algo que não é obrigado. Outro exemplo é o art. 22, parágrafo único -> não é obrigatório delegar ao Estado, é facultativo, e se não criar norma para regulamentar isso, não é inconstitucional. Onde que vou me preocupar com a ADIO? Vou em preocupar quando a norma é de eficácia limitada institutiva impositiva, na facultativa não cabe. Só cabe na impositiva. Não cabe ADIO nem mandado de injunção.
Diferença entre ADIO e mandado injunção -> o mandado de injunção é individual (quem entrou leva, quem não entrou não leva), é para direito e deveres referentes a direitos fundamentais, é só para direito fundamentais, então tem campo próprio. Quando eu tenho um direito fundamental que não foi ainda regulamentado vai caber mandado de injunção como ADIO. A ADIO cabe para qualquer norma de eficácia limitada institutiva impositiva que não foi regulamentada. Criamos essas duas ações porque o constituinte estava com medo, estava consagrando uma série de direitos logo após ter acabado a ditadura militar, então tinha medo que esses direitos fossem criados, mas que não fossem criadas normas regulamentadoras para eles – a constituinte não tem que regulamentar, mas se o CN não fizer, a Constituição vira letra morta e isso o constituinte não admite, por isso já pensaram em duas ações: não fizeram norma regulamentadora, entra com ADIO, não fez regulamentação para direitos fundamentais, entra com mandado de injunção. O Judiciário deve suprir a omissão do CN nesse ponto, quando não faz a regulamentação do direito fundamental – isso em mandado de injunção (mandado de injunção é individual, se você entrou com ele, você leva). A doutrina também admitiu o mandado de injunção coletivo. 
Art. 103, §2º -> STF decreta o prazo de 30 dias – e se não seguir o prazo? Nenhuma consequência. Então não tem prazo para ADIO. Qual o efeito da ADIO então? É declarar a omissão. A omissão é perceptível, então o Estado tem a obrigação moral de criar a norma regulamentadora. Não pode dar prazo para eles legislarem, mas é uma condenação moral. A condenação moral do CN e nada é a mesma coisa. Esse poder de vergonha só funcionou claramente uma vez – caso do reajuste anual para os servidores públicos -> Supremo declarou que o Estado tinha que dar esse reajuste, se não desse seria inconstitucional, mas não diz como deveria se dar esse reajuste, isso não cabia ao Supremo, o que cabe ao Supremo é declarar inconstitucional a omissão, por causa da separação dos poderes, não é ele quem tinha que regulamentar. “Power of Shame” -> poder de envergonhar. Supremo se encarregou de matar o mandado de injunção e a ADIO. Então STF diz que não tem que regulamentar, mas apenas declarar a omissão, transformando o mandado de injunção em nada. Em respeito a separação de poderes, o STF não pode suprir a omissão, só o CN, e se não há prazo, então ficava por isso mesmo, o CN acaba arquivando e não faz nada. Mandado de injunção foi transformado em um nada – “que foi sem nunca ter sido”. Essa posição antiga do STF foi liderada pelo Moreira Alves, mandado de injunção foi morto. Mandando de injunção e ADIO ficaram mortas. O nº de mandados de injunção despencou, porque não tinha porque entrar com mandado de injunção. O CN estava em mora, e mesmo que você conseguisse suprimento do STF, não dava em nada. Isso foi até o MI 708 – esse mandado de injunção foi ajuizado pelos sindicatos de trabalhadores em educação do município de João de Pessoa (MI 708 -> impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João de Pessoa; afirmava a impossibilidade da categoria em exercer o Direito Fundamental à greve por falta de regulamentação d art. 37, VII, CRFB) -> impossibilitados de fazer greve. STF cansou e viu que o CN não estava nem aí para o que o Supremo decidia. Decidiu que o mandando de injunção nesse caso não tinha mais efeito declaratório, e sim efeito constitutivo – STF não criou norma regulamentadora, mas disse que se aplicaria por analogia o direito à greve. O mesmo ocorreu no caso da regulamentação do aviso prévio – por mais que o STF declarasse a omissão do CN, o CN continuava sem obedecer o que o Supremo decidia, então, aqui, mais uma vez, o STF colocou o mandado de injunção com efeito constitutivo e não como declaratório – CN fez a regulamentação e criou a lei 12.506/2001, regulamentando o aviso prévio proporcional -> não há justificativa para o CN ficar inerte por 20 anos, o CN resolveu criar porque o STF ameaçou fazer a regulamentação, e o CN chegou a conclusão quer era melhor ele criar do que o STF. NÃO É TODO MANDADO DE INJUNÇÃO QUE TEM EFEITO CONSTITUTIVO, DEPENDE DA POSIÇÃO DO SUPREMO – em outros casos, o STF volta à posição antiga, fazendo o que a doutrina diz desde 89, isto é, que o STF apenas declara a omissão. Mandando de injunção continua sendo inter partes e declaratório, só naquela questão que teve eficácia erga omnes e teve efeito constitutivo. 
AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 125, §2º, CRFB -> cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Ação de controle concentrado abstrato no Tribunal de Justiça. 
Art. 18 -> União, Estado Membro, DF e Município. Os entes
federados organizam-se pela sua própria organização -> criam as suas próprias normas jurídicas. A União organiza-se por meio da Constituição e leis federais. Os Estados organizam-se pela Constituição e Lei Estadual que adotarem (art. 25). O DF organiza-se por meio de lei orgânica e leis distritais (art. 32). O município se organiza por meio de lei orgânica e por meio de leis municipais (art. 29). Só tem Constituição a União e o Estado. A lei orgânica não possui natureza constitucional. Lei orgânica é lei de organização – não pode dizer que lei orgânica é a Constituição municipal, isso não existe, e nem do DF.
Penso em ações de defesa da Constituição Federal (ADI, ADC, ADPF) e da Constituição Estadual. Então os Estados tem que ter o seu mecanismo de defesa da sua Constituição. Tem o apelido de “ADI estadual”. Representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais. Tenho norma estadual ou municipal contra a Constituição Estadual e quem vai julgar isso é o TJ – tem autonomia, é uma federação, então como tem autonomia não cabe ao Supremo julgar. Quem defende a Constituição Federal é o maior tribunal federal, que é o STF, e quem vai defender a Constituição Estadual é o maior tribunal do estado, que é o TJ – TJ é o órgão de cúpula do judiciário também. Controle concentrado e abstrato perante o TJ.
Quem é legitimado a mover esse ação – é a Constituição do Estado que tem que dizer isso. No RJ, os legitimados que podem mover ADI estadual estão no art. 162, CERJ (Constituição do Estado do Rio de Janeiro). Esse artigo foi considerado inconstitucional, pois disse mais do que deveria, tinha que ser por simetria do art. 103, CRFB -> Supremo deu ação como improcedente, se a Constituição Estadual quer pulverizar os legitimados, ela pode, pois era a função da Constituição de 88, então se a Constituição Estadual quer pulverizar os legitimados dela, ela pode. 
Problema: imagina que tenho uma lei estadual que esteja em confronto com um artigo da Constituição do RJ, o TJ pode julgar essa ação de inconstitucionalidade? Sim. Mas vamos supor que esse artigo é idêntico a um da Constituição da República, o TJ pode continuar julgando? A princípio não, porque caberia ao Supremo julgar, mas depois passou a entender que o TJ não ia julgar a lei estadual em face da Constituição da República, mas sim em face da Constituição Estadual. Então o fato da Constituição Estadual ser idêntica à Constituição da República não impede ação de inconstitucionalidade. Mas se entrar com ADI estadual e ADI federal ao mesmo tempo sobre o mesmo tema, suspende o processo no TJ. Se o TJ não interpretar igualmente não cabe ADI contra decisão judicial, no caso, admite-se RE.
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Aula 23 – Rio, 31.05.12
AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA
Art. 36, III, CRFB. 
É uma ação utilizada em caso de intervenção federal. Tem que analisar a intervenção federal como um todo para analisar essa ação. 
Intervenção federal é uma exceção à regra geral da federação. O que caracteriza a autonomia dos entes federativos é a não intervenção. O que caracteriza a federação é a autonomia. A forma de estado brasileira é a forma federativa, o Brasil é uma federação, e o que caracteriza a federação é a autonomia dos entes federativos. Pelo art. 18, CRFB temos os entes federativos – União, Estados, DF e os municípios – 4 entes federativos.
O que caracteriza a autonomia é essa tripla capacidade de autorgnaização, autogoverno e autoadministração. Autorgnaização -> capacidade que o ente tem de se auto organizar (leis federais e constituição federal; leis estaduais e constituição federal; leis municipais e lei orgânica; leis distritais e lei orgânica). Autogoverno é a capacidade de se governar sem a interferência dos outros entes. Autoadministração capacidade que cada ente tem para administrar seus recursos, sua administração, observando as leis brasileiras. Todo ente federativo tem isso, senão não é entende federativo. 
A intervenção federal é justamente uma exceção à essa regra da autonomia. Se o que caracteriza uma federação é a autonomia dos entes federativos temos que entender que a intervenção federal é exceção. Não temos intervenção federal desde 88, no Brasil, mas ela se mantém pois pode ser uma necessidade, se precisar está ai para ser utilizada. Pela intervenção federal é possível tirar o governador eleito pelo povo. Esperamos não precisa usar, mas é bom ter à disposição, caso seja necessário se utilizar desse mecanismo (o mesmo vale para o estado de sítio e para o estado de defesa). 
Vamos ver então a exceção da exceção. Não tem caso prático sobre isso. Tem que saber o que fazer caso isso seja decretado. Depois de 88 a jurisprudência sobre isso é zero. Pré 88 temos alguns casos – Getúlio Vargas utilizava muito isso -> Getúlio utilizava a intervenção para afastar seus adversários políticos, e isso não era bom. 
A intervenção federal é em hipóteses raras, específicas, de crise institucional, logo o rol de matéria que justifica a intervenção federal é um rol taxativo -> art. 34, CRFB. 
Em tempos de intervenção federal o ente maior intervém no menor, então a União pode intervir no Estado, mas o Estado não pode intervir na União. O Estado pode intervir no Município, mas este não pode intervir no Estado. É óbvio que o ente maior pode intervir no menor, mas é importante lembrar quem pode intervir em quem. União pode intervir no Estado, no DF, mas não pode intervir no município, porque o Estado é autônomo e se a União intervisse no município, a União estaria desrespeitando a autonomia do Estado. A união não pode intervir em municípios do Estado, porque ela tem que respeitar a autonomia dos Estados. 
A União intervém em Estado Membro e no DF:
U
EM DF
M
A União não intervirá em Municípios de Estados, para estes as únicas hipóteses de intervenção possível encontram-se no art. 35, CRFB, configurando intervenção estadual. 
A União não intervirá em Municípios de Estados, podendo intervir apenas em Estados, no DF ou em municípios localizados em território federal, já que o território não possui autonomia, sendo descentralização administrativa da União (autarquia territorial federal). 
A União não intervirá em Municípios de Estados. Significa que a União não intervirá em Municípios de Estados. Logo a União não intervirá em Municípios de Estados!!!
Aqui no RJ tivemos um problema na saúde pública – o governo federal e o municipal fizeram um acordo em relação a administração de hospitais. Governo federal passou pra administração municipal 6 hospitais, e o governo federal passaria a verba para o governo municipal poder administrar isso. Foi dito pelo município que o governo fderal passou a diminuir o repasse desses recursos, depois de um tempo o governo federal passou a não entregar mais verba nenhuma. O município teria procurado o governo federal para dizer que não tinha verbas para administrar. Então o governo municipal disse que não administraria mais, mas o governo federal disse que não podia fazer isso, então os hospitais ficaram sem administração alguma no meio dessa briga – a população ficou no meio disso. O art. 15 da lei 8080 diz que pode ter intervenção na secretaria municipal da saúde -> ministério da saúde interviu para tomar a administrar daqueles 6 hospitais e o prefeito achou ótimo, mas além disso também interveio em mais outros 3 hospitais que eram da administração do município, e o município não gostou disso, mas a União disse que estava intervindo. O prefeito da época ingressou no Supremo com MI, argumentando direito liquido e certo de não sofrer qualquer espécie de intervenção da União, porque a União não pode intervir em município, exigindo a administração daqueles 3 hospitais. Os 3 hospitais foram liberados e os outros 6 não foram, porque o município não pediu, mas se pedisse teria conseguido. 
Antes de ver a intervenção tem que ver quem pode intervir. 
Quem intervém em município do DF? DF não pode ser dividido em municípios, logo quem irá intervir em município
do DF? Ninguém, porque eles não existem. 
Art. 34, CRFB – questão da prova da OAB. Sobre intervenção federal: a)a União não intervirá nos Estados e nem nos municípios exceto para manter a integridade -> errada, não intervém em município; b)União não intervirá em municípios e em municípios do DF, exceto para repelir invasão estrangeira -> errada, ñ existe município do DF; c)DF não intervirá em seus municípios, exceto para ...? -> errada, DF não é dividido em seus municípios; d) ? – dão 4 hipóteses reais de intervenção, mas só o que vinha depois do “exceto para” (que estão nos incisos do art. 34, CRFB), tem que prestar atenção no que vem antes.
Art. 35 -> a União pode intervir em município de território porque território não tem autonomia, quem cuida e administra território é a União, então é o problema dela. Estes território podem ser divididos em municípios. Tínhamos três municípios de territórios: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha, que estavam sobre a administração federal, não tinham governador eleito, era a União que administrava, porque não tinha autonomia, quem toma decisões políticas é o presidente. Eles não existem mais, Fernando de Noronha pertence a Pernambuco e os outros dois viraram Estado. Mas posso vir a ter território federal no futuro. Art. 18, §2º -> os territórios federais integram a União. A estrutura administrativa é da União, e é ela quem tem que cuidar. Quando aquela região já está desenvolvida o suficiente, pode ser transformada em Estado.
-Hipóteses de intervenção federal: 
Hipóteses do art. 34. A CF apresenta o princípio da não intervenção – a União não intervirá – exceto -> rol taxativo :
inciso I: Rio Grande do Sul declara a independência do Brasil -> caberá intervenção, porque não pode um estado querer sair da federação, a federação é indissolúvel e o Brasil é um Estado Nacional, não admite perda de território assim. Manutenção da integridade nacional. 
II -> hipótese gravíssima, de guerra, invasão estrangeira. De uma unidade federativa em outra é a pior, é a hipótese de guerra civil. Repelir invasão estrangera ou de uma unidade da Federação em outra. 
III -> Grave comprometimento da ordem pública – no RJ quase todos tem uma história de violência para contar, geralmente de assalto, mas nada disso justifica a intervenção, apesar de ser terrível, não justifica pois é algo da rotina de uma metrópole, isso são as instituições políticas não conseguindo trabalhar – por mais que tenhamos episódios de violência, a rotina da cidade permanece a mesma, não houve grave comprometimento da ordem pública. Um grave comprometimento da ordem pública seria o 11 de setembro de 2001, mas na realidade brasileiro temos o 11 de setembro de 2002 em que Fernandinho Beira Mar mandou fechar o Rio de Janeiro, justamente para provocar pânico nas pessoas, devido ao 11 de setembro de 2001. Isso sim foi um grave comprometimento da ordem pública, pois colégios estavam fechados, comércio fechou, o Tribunal de Justiça do Rio também fechou suas portas, com medo de ser metralhado. Ninguém queria arriscar a vida de ninguém. Outro exemplo: PCC em São Paulo – dias e dias que a cidade parou, um caos, as pessoas em pânico, trancadas em casa – isso é um grave comprometimento da ordem pública. Foi dito no início da aula que depois de 88 não teve intervenção federal, mas acabaram de ser dados dois exemplos de comprometimento de ordem pública – o grave comprometimento da ordem pública ocorreu e a intervenção federal não ocorreu por que? Porque a decisão é política, o presidente da república intervém se quiser, a discricionariedade é dele, e ninguém pode obriga-lo a fazer isso, é decisão exclusiva presidencial, depende do presidente da república.
 IV -> Garantia do livre exercício de quaisquer poderes das unidades da federação. Está falando de poder executivo, legislativo e judiciário, porque está falando de Estado. Poder executivo -> governador; Poder legislativo -> assembleia legislativa; Poder judiciário -> - exemplos: governador de estado mandando fechar tribunal de justiça, ou assembleia legislativa destituindo governador de estado no impeachment sem garantir contraditório e ampla defesa, é nesse nível. 
V-> Reorganização das finanças das unidades da federação. Se não repassar a verba que deve é caso de intervenção federal.
 VI -> Provimento à execução da lei federal, ordem ou decisão judicial. Lei federal tem que ser cumprida, ordem judicial e poder de decisão do judiciário também tem que ser cumpridos. Precatório -> quando poder público deve alguma coisa para alguém em razão de sentença judicial transitada em julgado - É uma ordem judicial e não pagou -> isso é hipótese de intervenção judicial? Sim. Então o que fazem? Absolutamente nada – mas não pode colocar isso numa prova. Pararam de pagar por anos, então chegou uma hora que não tinha dinheiro para pagar o que devia, a dívida se tornou impagável. O STF entende que nesse caso não é hipótese de intervenção federal, pois esta é uma medida inócua, pois se retirar o governador e colocar um interventor, o interventor terá o mesmo problema, também irá se deparar com uma dívida enorme, então a intervenção federal não resolve o problema. No caso de precatório, a intervenção federal é rejeitada constantemente, pois é uma medida inócua, pois o interventor terá o mesmo problema que o governador (falta de recursos para quitar a dívida). Uma empresa tem dívida de 500 mil com o estado, o que a empresa faz? Compra o precatório, paga 100 mil nele e o Estado aceita, então a empresa paga o precatório, o Estado fica com um prejuízo de 500 mil, e a empresa quita a sua dívida -> isso vem acontecendo o tempo todo. Tinha que proibir precatório para fazer recompensação tributária. O não cumprimento de precatório acarreta intervenção federal em tese, contudo no caso de inexistência de verba suficiente e para quitar os débitos precatórios é entendimento pacífico do STF que a medida é inócua, pois se retirar o governador e colocar o interventor este não irá conseguir resolver o problema.
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Aula 24 – Rio, 05.06.12 continuação...
Em algumas das hipóteses de intervenção tratada na última aula é que vamos ter ação de representação interventiva.
VII -> categoria chamada princípios constitucionais sensíveis – são tão sensíveis que se violados acarreta a pior sanção que o Estado pode ter, que é a intervenção federal, perde a sua autonomia. Esses princípio sensíveis são: a)forma republicana , sistema representativo e regime
democrático;; b)dignidade da pessoa humana; c)autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e
indireta; e)aplicação do mínimo exigido – estado tem um mínimo para gastar em saúde e educação. 
Art. 35 -> hipóteses de intervenção dos Estado nos municípios: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.
É possível intervenção estadual por violação de princípios sensível estadual. A Constituição Estadual pode estabelecer princípios sensíveis estaduais.
Art. 36 -> a decretação de intervenção dependerá:
 I -> quando tiver solicitação do Poder Executivo e do Poder Legislativo coagido e impedido. Diferença entre solicitação e requisição - O alguém que solicita é sempre o presidente da república – art. 84, X -> competência para intervenção federal é do presidente -> decretar e executar a intervenção federal -> algumas situações tem juízo político do presidente. Decisão exclusiva do presidente. Quando tem a solicitação o presidente decreta se quiser, ele não é obrigado a decretar, é juízo de discricionariedade do presidente da república. Se a coerção
for contra o Poder Judiciário, passa a ser requisição do Supremo – não é o Supremo que está sendo coacto ou impedido, a coerção está sendo exercida contra o Judiciário estadual -> O Supremo julga procedente a solicitação do judiciário, e o Supremo requer ao presidente, sendo este obrigado a decretar a intervenção. É obrigado a intervir, porque o Supremo já analisou que é caso de intervenção. Se o presidente não intervir, ele fica sujeito a crime de responsabilidade. 
II -> nessas hipóteses o tribunal determina e requer intervenção. Caso de intervenção inócua (ele deu na aula passada – caso do precatório).
III -> Supremo decide essa ação e o presidente é obrigado a intervir também.
Todas as outras hipóteses que não estão no art. 36 é discricionariedade do presidente. No art. 36 não, nessas hipóteses ele é obrigado a intervir, salvo no casos de solicitação do inciso I. Em todas as outras o presidente é obrigado a intervir. Se não está no art. 36 é juízo de discricionariedade do presidente. É um juízo político, é decisão dele com exclusividade. Se ele não acha que é caso de intervenção, então você não pode fazer nada. Se o presidente não quiser entrar em guerra, nós não vamos. 
Os parágrafos do art. 36 tratam de duas hipóteses: intervenção estadual e federal. Pode ser intervenção federal ou estadual. § 1º -> quando não tem a fase judicial, tem que ter a fase legislativa – quando o judiciário já decreta que é intervenção, o presidente tem que decretar, mas quando é discricionariedade do presidente da república, é necessário o controle do poder legislativo -> se for intervenção federal vai pro CN e se for intervenção estadual vai para a assembleia legislativa. “Decreto de intervenção, SE COUBER INTERVENTOR” -> há decretação de intervenção sem interventor? Sim. Pode ter intervenção sem ter interventor, porque o que caracterizou a intervenção foi o decreto de intervenção -> o decreto de intervenção pode ser suficiente para reestabelecer a normalidade - No caso de uma questão contra a ordem pública (hipótese de discricionariedade) – sai o decreto de intervenção, mas o presidente consegue colocar ordem na situação antes de sair o decreto -> teve intervenção, não teve interventor. Quando o decreto é suficiente para reestabelecer a normalidade é possível a hipótese de intervenção sem interventor. 
Não preciso nomear interventor e nem passar pelo Poder Legislativo, se só o decreto bastou para reestabelecer a normalidade.
AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA
Art. 36, III, CRFB -> o legitimado único -> procurador geral da república -> é o único legitimado a mover essa ação. Essa ação, hoje, cabe em duas hipóteses: 1)violação de princípios constitucionais sensíveis, que estão no art. 34, VII – ARI nasceu daí, só servia para isso, para ver se o Estado violou princípios sensíveis; 2) hoje, também cabe na hipótese de violação de lei federal -> essa segunda hipótese foi criada pela EC 45. Hoje, é uma ação rara.
É uma ação de controle concentrado concreto – vamos ver se no caso concreto o Estado violou princípio sensível ou se houve recusa ou violação de lei federal. Julgada procedente o presidente deve decretar a intervenção federal. É concentrada porque só o Supremo julga, e é concreto porque é num caso concreto.
Foi regulada pela lei 12.562/11. 
Pelo art. 5º dessa lei é cabível liminar em ARI – jurisprudência antiga do STF não admitia isso, por ser análise concreta – se confundia com o mérito. Mas agora, o Supremo vai ter que admitir liminar. Não tem jurisprudência atual do Supremo sobre isso. 
Art. 11 da lei -> mostra que o presidente não tem discricionariedade, é obrigado a intervir, a cumprir com a decisão do STF. Tem esse artigo 11 por conta do art. 84, X. 
ADPF – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Essa ação está prevista na CF art. 102, § 1º - pelo artigo vemos que não é uma matéria propriamente constitucional - O artigo não esclarece nada. 
É uma norma constitucional de eficácia limitada, então precisa de norma regulamentadora para produzir seus efeitos. Essa regulação veio com a lei 9882/99. 
ADPF veio preencher um vácuo – onde não caberia controle abstrato. Se não cabe ADI, tem que caber alguma coisa, e essa alguma coisa seria a ADPF, de forma a permitir que o controle abstrato tivesse incidência mais ampla. 
Art. 1º -> pode ser preventiva (evitar a lesão) ou repressiva (reparar a lesão).
Nem a lei e nem a CF definiram o que são preceitos fundamentais. O entendimento da jurisprudência, praticamente pacificado, é que preceito fundamental é aquele que envolve princípios fundamentais (título I a IV da CF), direitos fundamentais (título II), cláusula pétrea e princípios constitucionais sensíveis. 
Direito fundamental -> é um gênero que possui 5 espécies direitos individuais, coletivos, sociais, nacionalidade e políticos. -> abrir a CF no índice sistemático, CF é dividida em títulos -> possui 9 títulos – o nome do título II -> dos direitos e garantias fundamentais -> os capítulos são divididos em cada uma dessas 5 espécies. Tratados de direitos humanos também carregam direitos fundamentais, também pode acarretar ADPF e também há direitos fundamentais espalhados pela CF, não apenas no art.5º. Mas direito fundamental é aquele que tem a ver com esses assuntos, esteja aonde estiverem na CF. 
Parágrafo único -> posso ter ADPF abstrata que seria esse artigo única e ADPF concreta que seria o art. 1º, caput? Teria uma definição mista de ADPF. Essa posição foi afastada pelo STF e a maior parte da doutrina não a segue. A ADPF é tratada como ação abstrata. O parágrafo único é uma ADPF direta, e o caput é uma ADPF incidental. Incidental porque pode ser discutida no curso de um processo – surge por provocação do STF, por violação de preceito fundamental discutido no processo (processo sobre abortos -> surge caso de aborto de anencéfalos – obrigar uma mulher a prosseguir com uma gravidez assim é tortura, a mulher não é obrigada a ter essa estrutura psicológica, obrigar a mulher a prosseguir com uma gravidez desse tipo é violação à preceito fundamental). Direta porque posso suscitar o STF diretamente, serve inclusive para lei ou ato normativo municipal anterior à CF.
Art. 2º -> os legitimados são os mesmo que da ADI. Fazer remissão ao art. 103, CRFB. Inciso II foi vetado (não existe veto tácito). 
Art. 4º -> ADPF tem caráter subsidiário, ou seja, só cabe ADPF se não tiver outro meio eficaz de sanar a lesividade. Mas isso não pode ser interpretado de forma restrita – no caso do aborto anencéfalo tinha ação, mas não davam jeito, então teve que se criar outro meio. Por isso o caráter subsidiário da ADPF. 
Art. 5º -> cabe liminar em ADPF - O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.
§ 3º -> A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. ADPF incidental pode acontecer isso. 
Art. 6º, § 1º -> cabe amicus curiae – igual a ADI e ADC.
Art. 8º -> A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros.
Art. 11 -> modulação temporal da ADPF – é igual a ADI e ADC – repete tudo que falou no art. 27 da 9868.
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
-Gerações de Direitos
Direitos fundamentais tem historias, e por isso conseguimos cataloga-los em algumas gerações de direitos. Temos que entender como que eles chegaram até a CF e por que entraram nas Constituições. 
O Absolutismo Monárquico falava sobre o poder absoluto do soberano – “O Estado sou eu”. Um dos maiores filósofos dessa
época foi Hobbes -> Hobbes escreve o Leviatã afirmando a natureza perversa do ser humano, tem uma natureza má, e a partir dai parte de um conflito de todos contra todos. O estado de natureza em Hobbes é um estado caótico, de guerra, de desconfiança, sendo o homem o lobo do homem. Saímos da natureza e vamos ? através de um contrato – abrem mão do seu poder, em favor do soberano -> é melhor obedecer uma ordem justo do soberano, do que viver no estado de natureza, e ao desobedecer a uma ordem do soberano, volto ao estado de natureza, estado de guerra de todos contra todos, então um soberano injusto é melhor do que a guerra de todos contra todos. A garantia de direitos fica muito limitada, pois depende do rei. 
John Locke -> “Segundo Tratado sobre o Governo Civil” -> também pensa que vivíamos na natureza, que era um estado de incerteza, porque eu podia ter um direito natural (direito consagrado pela natureza, pelo fato de eu ser humano – direito à vida, direito de propriedade), mas do que adiante eu ter esses direitos, se não posso tê-los garantidos? Não posso conviver com essa certeza, não adiante ter direito, se não tem a garantia desse direito. Criamos o Estado para garantir os nossos direitos naturais – o Estado através do soberano tem o objetivo de garantir o direito natural dos súditos, se o soberano não garante os meus direitos naturais, eu tenho um direito de resistência, fato que Hobbes jamais admitiria. Você pode desobedecer o soberano, porque você quer a manutenção do direito natural. Se o soberano viola direito natural, ele que rompe o contrato, e eu não posso aceitar que o soberano o viole, pois é a obrigação dele garantir os direitos naturais. Estado não pode fazer tudo o que quer.
Acontece a independência dos EUA, colonos muito influenciados por Locke – queriam romper com o governo absoluto e ter maior liberdade na vida comercial -> havia muito cobrança em cima deles, e entendem que o soberano não garantia mais os seus direitos naturais, o rei estava violando os direitos naturais, e por isso declaram a independência. 
Em 1787 – Convenção de Filadélfia -> abolia a confederação e institui a Constituição dos EUA. O constitucionalismo começa a nascer. Estavam constituindo uma nova noção, uma nova forma de Estado. Criaram federação, controle do poder político – não pode ter governo absolutista, opressor -> organizam federação, presidencialismo, várias estruturas de limitação do poder de estado, a fim de garantir a liberdade. Presidente não pode fazer tudo aquilo que ele quer – separação de poderes. Toda estrutura de limitação garantindo liberdade e liberalismo econômico -> era importante que o Estado não intervisse na economia -> mínima intervenção do Estado. 
Dois anos depois da Constituição Americana temos a Revolução Francesa – ideia da revolução é o do liberalismo político, garantir a liberdade do povo com a limitação do poder político. Contra o absolutismo monárquico. Pregava a abolição do absolutismo e fim de privilégios do primeiro e segundo estados. Proclamação dos Direitos dos Homens e do Cidadão – Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 
Primeira dimensão dos direitos fundamentais -> era dos direitos de liberdade; limitações fortes ao poder do Estado; liberdades negativas na medida em que impunham uma abstenção de agir do Estado; liberdade de agir e de pensar; liberdade de contratar. Estado não se meta, garanta apenas a minha liberdade. Primeira dimensão -> Liberdade. Direito à vida, à propriedade, à liberdade, manifestação de pensamento, inviolabilidade do corpo, garantias judiciais.
 Isso funcionou muito bem, até que outra revolução aconteceu, a revolução industrial, até que mudou tudo. Mudou toda a infraestrutura da economia e da sociedade, a modo de produção passa a ser industrial, política de cercamento do campo, para produzir tem que ser industrial, o industrial tem a posse dos bens de produção, se você não tem a posse dos bens de produção, você tem que vender a sua força de trabalho na área industrial. Nova relação econômica, nova relação de poder entre capital e poder, afirmação do capitalismo como sistema econômico. Em termos de direitos fundamentais, eu tinha a primeira dimensão que estava vigendo – liberdade de contratação. Impossível a boa negociação do salário, da jornada e das condições de trabalho em igualdade de condições com os empregadores. Condições degradantes de trabalho. Essa liberdade de contratar nas relações de trabalho gerou baixos salários, condições precárias das fábricas, extensas jornadas de trabalho, uso de trabalho infantil e feminino, inexistência de direitos trabalhistas e previdenciários. Isso leva à proibição de organização de sindicatos (não pode protestar por boas condições de trabalho) e questão social como “questão de polícia”. 
O comunismo nasce pelos excessos do capitalismo. Os trabalhadores começam a ser organizar. 
Grave crise social pelas condições terríveis de vida da classe operária. Lançamento do Manifesto Comunista de Marx e Engels, mesmo sendo proibido se organizar em sindicatos, começavam se organizar. Questão social -> diversas lutas eclodiam para amenizar a questão social levantada pela industrialização e excessivo acúmulo de lucros; 8 de marco de 1957 -> mulheres queimadas vivas dentro da fábrica por exigirem melhores condições de trabalho. 
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Aula 25 – Rio, 12.06.12 continuação...DIREITOS FUNDAMENTAIS
-Gerações de direitos fundamentais – Evolução Histórica dos Direitos Fundamentais
Absolutismo monárquico, inexistência de limitação de poder político e chegamos às revoluções liberais, que tem a ideia de garantir a liberdade e limitar o poder político. Liberdade conta com o poder despótico. Trazemos nesse períodos os direitos negativos, queremos uma não intervenção do Estado, o Estado não pode intervir na esfera econômica. Isso funciona por um bom tempo até que chega a Revolução Industrial.
Foi de fato uma revolução, uma mudança muito grande na infraestrutura da sociedade, modo de produção capitalista/industrial, e o capitalismo se afirma como força econômica e temos que o sujeito tinha que ser proprietário para os meios de produção. Forma-se a classe da burguesia e o proletariado tem que vender a sua força de trabalho para poder viver. Vigorava a liberdade de contratar, liberdade para agir, para falar e por contrato. Se tinha liberdade para contratar, contratava-se da maneira como as partes queriam, mas isso é uma verdade do campo de vista, pois, na pratica, o sujeito que tinha o maior poder econômico é que determinava essa situação, ou seja, não tinha liberdade para contratar, o industrial é que estabelece as regras, e oferece um salário baixo, diz que tem que trabalhar de segunda a segunda, sem nenhum folga, não tem férias e o trabalho é extremamente pesado, uma jornada de 14 horas por dia, sem nenhuma proteção específica (nem proteção ao trabalho feminino ou trabalho infantil), nenhum direito trabalhista. 
Essa situação vai levar ao comunismo, para combater os excessos do capitalismo. Os trabalhadores começam a se organizar, a leitura do manifesto comunista – trabalhadores começam a se organizar em sindicatos e em uma série de lutas. 
A questão social continua, teve a Comuna de Paris, que foi um levante dos operários e o primeiro governo operário da história – foi reprimida de forma violenta e o exército francês matou cerca de 20 mil pessoas. 
A Igreja entra nessa questão com a sua doutrina social – papa edita a encíclica Rerum Novarum (coisas novas) -> tratava da dignidade humana nas relações de trabalho. O papa diz que o trabalhador tem direito a dignidade da pessoa humana nas relações de trabalho. A importância disso é que ele lança as bases do direito do trabalho. Ele percebe que o trabalhador tem que ser tratado com mais dignidade, então ele trabalha com a necessidade de um dia de repouso, trabalha com a ideia de uma remuneração mínima e justa para que o trabalhador possa sustentar sua família com dignidade, direito à férias. A Igreja Católica quando olha para
o cenário do homem vê uma exploração de fato do homem pelo homem, uma situação que reduz o trabalhador a farrapo humano, os sindicatos estavam se criando, a repressão policial não estava mais adiantando, Marx e Engels estavam sendo lidos e seguidos, e ai a Igreja percebeu que uma mudança de rota precisava se traçar, pois quando tudo isso explodisse, a Igreja sabia que iria explodir junto.
A Igreja lança a sua doutrina social – alguma chance de algum industrial seguir a orientação do papa? Nenhuma. Só resolve quando o Estado intervém na economia -> era uma necessidade, tinha que mudar, a liberdade de contratar não estava mais dando conta, então entra a segunda geração de direitos fundamentais. O Estado vai estar presente, vai ter uma atuação positiva, tem que garantir os direitos dos menos favorecidos. Essa segunda dimensão de direitos é uma outra forma de trabalhar com a igualdade. A Constituição Mexicana de 1917 foi a primeira a atribuir aos direitos trabalhistas o status de direito fundamental. A Constituição de Weimar de 1919 foi a instituidora da primeira república alemã e a Constituição de 1934 do Brasil sofreu influência da Constituição Alemã, instituindo os direitos sociais aos trabalhadores. Constituição de Weimar é marco fundamental de ascensão do Estado Social, é extremamente liberal e democrática, reorganizou o Estado em função da sociedade, não levando apenas em consideração os interesses sociais, direito dos trabalhadores como direitos fundamentais (Brasil só começa a ver isso em 1934). Dentro dos limites da dignidade humana, é garantida a liberdade econômica dos indivíduos – atuação intervencionista do Estado na ordem econômica, para garantir essas situações básica de pessoa humana.
Em 1917, aparece a Revolução Russa, um novo modelo é implementado, revolta popular contra o sistema czarista (absolutista e praticamente feudal), ditadura do proletariado. 
Direitos Fundamentais de Segunda Dimensão -> Era dos Direitos à Igualdade (sentido material), forte participação do Estado na economia.
A revolução industrial trouxe outras consequências para além do século XIX, mudou o mundo, algumas consequências vão aparecer agora, como o problema ambiental, pois o progresso falava em destruir florestas – isso aconteceu em toda a Europa e nos EUA - as fábricas geravam muita poluição e só fomos perceber os efeitos disso no século XX, trouxe problemas para as gerações futuras. Se percebe que a questão ambiental não afeta um único local, mas vários países e todos os cidadãos. Nos anos 60 do século XX, inicia-se uma grande preocupação com a ecologia, tinha que cuidar sim da questão ambiental, as empresas foram tocadas em relação a isso, por causa da intervenção do Estado. Temos também o problema da fome – anos 70/80 começou uma onda de preocupação com a fome na África atinge o mundo, percepção da violação do direito a não morrer de fome, começamos a criar uma rede de solidariedade mundial, todos tem direito a viver um ambiental saudável e equilibrado, todos têm direito a não morrer de fome, todos têm direito a viver em paz. Da mesma forma, o mundo repudia os conflitos armados dos anos 60, percepção do direito à paz.
Surge a terceira dimensão dos direitos fundamentais. Há direitos que não pertencem apenas um individuo ou a um grupo especifico, mas sim a toda a coletividade, são direitos difusos, espalhados no corpo social, Direitos de Solidariedade.
A primeira dimensão trabalhava com a liberdade, a segunda com a igualdade e a terceira com a fraternidade. -> o lema da revolução francesa. A evolução histórica dos Direitos Fundamentais coincide com o lema proposto pela Revolução Francesa. São as três gerações básicas de direitos fundamentais. Primeira geração direitos individuais, liberdade, Estado não intervém; segunda geração o Estado intervém, direito de igualdade; terceira geração são direitos difusos, para a coletividade e não individuais, são direitos de solidariedade. Em relação a essas três gerações, não há divergência na doutrina, só nos que vieram depois desse. Direito sobre o corpo (aborto, sexo), direito de informática. Direitos fundamentais tem essa característica histórica, de estar sempre surgindo novos, mas esses 3 ninguém discute. 
 -Características dos direitos fundamentais:
1)Historicidade -> os direitos fundamentais têm uma evolução histórica, uma geração de direitos não sucede a outra, mas se agregam, hoje, trabalhamos com as 3 gerações. 
2)Inalienabilidade -> Não se pode inalienar os direitos fundamentais porque estes não têm conteúdo econômico.
3)Irrenunciabilidade -> Não se pode renunciar a um direito fundamental, não se pode abrir mão pura e simplesmente de um direito fundamental.
Art. 5º - todos os direitos fundamentais podem ser ponderados, não existem direitos fundamentais absolutos. Não há como saber prima face qual direito prevalece.
Princípio da unidade da Constituição – a Constituição é una, não pode haver inconstitucionalidade dentro dela.
Os iguais são tratados igualmente e os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades, então, apesar da CRFB prever a igualdade entre homens e mulheres não é inconstitucional, por exemplo, o art. da CRFB que prevê o alistamento militar para os homens e não para as mulheres, pois essa distinção serve para a proteção das mulheres. A Lei Maria da Penha também não viola a CRFB, pois é protetiva da mulher.
Igualdade do 5º caput em relação às cotas: mesmo raciocínio, mas é mais difícil de defender. Se deve ao racismo, as pessoas que sofrem com o racismo estão em situação de desigualdade, e as cotas servem para equilibrar isso.
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Aula 26 – Rio, 14.06.12 continuação...DIREITOS FUNDAMENTAIS
Análise dos direitos expressos na Constituição – art. 5º.
Inciso I -> Princípio da igualdade.
Inciso II -> Princípio da legalidade. Exemplo: Ninguém é obrigado a aceitar cheque, pois não há nenhuma lei que obrigue um estabelecimento a isso. Em direito empresarial isso é diferente, pois os costumes são uma fonte do direito muito forte. Aqui é um direito fundamental como gênero, e individual como espécie, pois é voltado para o cidadão. Outro exemplo: Prostituição. Não há uma proibição quanto a isso. Não é crime, nem proibição. Porém, a exploração da prostituição que não é permitida (não se pode ser cafetão).
Art. 37, caput -> Princípios da administração pública. O princípio da legalidade está contido neste artigo. É um princípio setorial da administração pública. Aqui este princípio será um pouco diferente, pois será um Princípio de ESTRITA legalidade. Se não é uma conduta estritamente permitida, a administração pública não pode tê-la.
Inciso III -> Tortura.
Inciso IV -> livre manifestação do pensamento, você pode se expressar de maneira livre. Mas é importante lembrar que não existe direito fundamental absoluto – todo direito fundamental pode ser relativizado, especialmente diante de outros direitos. Esse inciso não significa que o sujeito pode falar tudo aquilo que ele deseja sem ser responsabilizado – você será responsabilizado por isso sim, por isso que é vedado o anonimato. Você pode falar o que quiser, mas terá que arcar com as consequências disso. 
Posso me valer de um pseudônimo? Posso. Isso não viola a garantia. Posso ter um blog e assinar com um pseudônimo - O problema é as pessoas pensarem que a internet é um mundo livre, em que você pode escrever qualquer coisa que pensa, tem até a utilização de “nicks”, em vez de pseudônimo, mas tanto nesse caso, como no caso de pseudônimo, você pode ser responsabilizado sim. 
E num jornal como fica? Ou um artigo não assinado no jornal? Quem é responsável? O jornal – sempre há alguém a ser responsabilizado. Eu tenho como localizar o escrito. 
A internet não pode ser um território livre em que você pode escrever o que quiser e afetar a honra das pessoas. A polícia tem mecanismos para achar quem está escrevendo o que não podia. 
No caso de biografia não autorizada, ou jornal não autorizado, é possível ordem judicial exigindo o recolhimento
dos livros ou do jornal? Sim, porque não existe direito fundamental absoluto. 
Quando falamos em liberdade de expressão, falamos em liberdade com responsabilidade – por isso mesmo é que o direito fundamental não é absoluto. Há possibilidade do judiciário de impedir determinados atos, a decisão de impedir a circulação de periódicos, por exemplo, mas ai são casos excepcionais. É uma decisão excepcional dada à liberdade de expressão, mas pode ser tomada por força do art. 5º, XXXV, onde a mera ameaça de direito pode ser tutela do poder judiciário. 
Inciso V -> é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo. Sobre direito moral é o artigo 5º, inciso X. O inciso V trata basicamente do direito de resposta. 
Marco Aurelio diz que o judiciário não pode impedir a circulação de jornais - o abuso da liberdade de expressão no inciso IV, leva a responsabilidade, mas não ao impedimento de exibir o material. O que existira é a responsabilidade disso que se deve responder, tem que ter direito de resposta proporcional ao agravo -> mas não é essa a posição majoritária. 
O direito de resposta é fundamental em democracias para que você possa ter a responsabilidade em cima da liberdade de expressão. O direito de resposta deve ser proporcional ao agravo. 
Não há só casos de direito de resposta em situações políticas, pode haver também entre particulares. Um carro corsa fechou um ônibus, e causou um acidente. Um jornal contou o acidente, publicou a matéria ocupando a página inteira do jornal, falando que o senhor fulano do carro corsa tal, fez uma manobra proibida e ocasionou o acidente, o fulano que foi citado ao ver seu nome no jornal não gostou, pois não foi ele que cometeu o acidente, o carro já não era mais seu, mas ele não comunicou ao DETRAN. Ele entrou com um direito de resposta, mas o jornal disse que não tinha culpa, pois ele teve a preocupação de ir até o DETRAN e ver quem era o dono do veículo, mas o judiciário disse que isso não era relevante, pois o que o jornal deveria ter feito é ver quem era o motorista e não o dono do carro, afinal o que mais existe hoje é comodato de carro. O direito de resposta foi concedido, e então o jornal teve que publicar na página inteira do jornal novamente o direito de resposta, sendo proporcional ao agravo.
-Inciso X -> são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação dano material é um dano patrimonial, é quantificável, patrimônio tem que ter expressão econômica necessariamente. Existe o dano moral, que não atinge patrimônio, ele basicamente atinge a dignidade da pessoa humana, é uma situação de desonra, vergonha, é um sofrimento moral.
Dano à imagem, dano à moral, tudo isso também pode ser relativizado (ponderação de princípios e valores – analise do caso concreto). Sempre quem tem situação de dano moral a única solução é analisar o caso concreto. Caso da Maitê Proença ter posado nua para a playboy -> porém um jornal pegou uma foto dele, antes do lançamento da revista e estampou essa foto na primeira página - ela moveu ação de dano material e moral em face do jornal -> cabe o dano material (exploração econômica da imagem) -> quando ela assinou com a playboy, a playboy pagou para que ela posasse nua, isso tem um preço, se você quer ter uma foto da Maitê Proença para aumentar a venda do seu jornal, pague; agora a questão do dano moral -> deve ser concedido ou não? Você tem que conhecer todas as situações do caso concreto, tem que saber como é a foto, se os seios dela foram expostas, se foi a vulva que foi exposta – a foto que foi publicada é uma foto que ela estava nua, mas era uma de foto artística em que a mulher estava se cobrindo com o próprio corpo, cobrindo uma das partes íntimas dela – tem que se preocupar com isso, com o caso concreto -> se os seios dela estivessem expostos caberia dano moral com certeza. Ela não estava vestida, mas também não houve exposição das partes íntimas. Porém o público de quem compra o jornal é um e de quem compra a playboy é outo, não é qualquer um que vai ter acesso, já o jornal qualquer que passa pela banca, mesmo que não compre o jornal, terá acesso ao jornal. A questão é que ela não concordou que a foto dela fosse publicada na foto. O judiciário também não sabia o que fazer, os tribunais se dividiram -> um dos votos foi que o dano moral é quando a vítima sente dor na alma, situação de vexame, constrangimento, sofrimento, vergonha, e ela sendo uma das mulheres mais linda do Brasil, o seu corpo lhe causa alegria e não vergonha e sofrimento, não cabendo então dano moral. Mas o STJ reformou a sentença e concedeu o dano moral -> ela concordou aparecer desnuda na revista da playboy, mas não em outros meios de comunicação. 
Outro caso -> uma estudante universitária foi para praia em Santa Caterina e lá resolveu fazer “topless” – essa praia em que ela estava não é de nudismo. Ela tirou a parte de cima do biquíni, e ficou com os seios expostos, sendo que era uma praia muito frequentada. Acontece que ela foi fotografada e apareceu no jornal, no dia seguinte, a foto dela com os seis nus, sem tarja com a legenda :” calor de 40º em Floripa”, logo na capa do jornal. O jornal é entregue na porta das casas aos assinantes, eis que o pai dela pega o jornal e reconhece a filha com os seios expostos no jornal, mas não foi só o pai que viu a foto, como todos os amigos da faculdade. Ela moveu ação alegando violação ao direito de imagem e dano moral -> professor acha que caberia indenização – ela se expos por vontade própria, mas houve vontade dela de se expor para as pessoas que estavam ali naquela localidade, foi uma opção dela, ela concordou com isso, mas ela não concordou que a exibição dela nua fosse para um jornal que circulasse em toda a cidade, e que estaria sensível a colegas de faculdade, de trabalho, ela poderia ser facilmente reconhecida em uma entrevista de emprego (já que a cidade é pequena), e tudo isso prejudica a vida dela, cabendo dano moral. Ela concordou em se expor para o público da praia e não para o público amplo – se formos comparar, é bem parecido com o caso da Maitê Proença. Mas o STJ não concedeu o pedido de dano moral, pois disse que ela se expôs porque quis, ela quis correr risco de alguém fotografa-la -> como ela optou correr o risco, não cabe dano moral, ninguém pagou para ela tirar sutiã, ela quis correr esse risco. -> mas o professor acha errado, pois já acha errado alguém fotografar e colocar em rede sociais, ainda mais o jornal fazer isso, que se aproveitou economicamente dela – assim como o caso da Maitê em que teve exploração econômica dos jornais também. Para o professor isso seria contradição, então. Não teve nem dano material, porque ela não era figura pública, não usava a imagem de forma econômica. 
Quando se tem fato jornalístico, é permitido que a pessoa seja retratada sem maiores problemas. Não cabe ao Judiciário ditar o que é e o que não é fato jornalístico e não cabe a autorização da utilização da imagem, e não cabe indenização então. Quando o evento vai ser possível de ser jornalístico não cabe autorização do uso de imagem. 
O caso da Cicarelli. Caso do Chico Buarque. 
-Inciso VI -> é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. 
Mas não pode ter culto envolvendo sacrifícios humanos – não posso dizer que vida prevalece sobre liberdade religiosa, pode dizer que nesse caso concreto, direito à vida deve prevalecer à liberdade religiosa e pelo princípio de unidade da Constituição, esta tem que ser interpretada harmonicamente, então quando fala em liberdade de culto tem que harmonizar esse direito com todos os outros, inclusive com o que trata de direito á vida, então não pode sacrifício porque a vida é um direito fundamental indisponível, não pode ceder a sua vida a outrem, e com isso respondemos juridicamente. O que é diferente da
situação do Testemunha de Jeová (caso da transfusão de sangue).
E o caso de sacrifícios de animais? Art. 225, §1º, VII -> não pode submeter animais à crueldade. Um animal não pode ser sujeito de direitos, só pode ser sujeito de direito é pessoa física ou jurídica, pois precisa ter personalidade para ser sujeito de direitos. Animal é objeto, é um bem. Então posso me utilizar de um animal para me alimentar, mas não me utilizar de pessoas. Mas a crueldade desmedida e desnecessária é diferente é diferente – já houve condenações por crueldade contra animais -> caso dos adolescentes que amarraram as patas de cachorro no para-choque do carro e saíram dirigindo. Mas os casos de utilizar animais em sacrifícios religiosos é permitido, como no caso do candomblé, em que é uma questão cultural e difundida. – tem que ponderar com uma questão religiosa que existe no Brasil há anos, e animal não é sujeito de direito. A crueldade é ter o tratamento cruel com animal sem uma razão. A questão da religiosidade e da alimentação justificam. O caso dos rodeios também é cultural, então é permitido.
Matéria da G2: Controle abstrato, e pouca coisa de direitos fundamentais. 
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Aula 27 – Rio, 03.07.12 – Aula extra depois da G2 continuação....DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 5º
-XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
E o quarto de hotel/motel? Pode-se entrar no quarto dele forçosamente sem autorização judicial no meio da noite? O quarto de hotel se equivale à casa? Sim, o que vale para casa, se aplica ao hotel. E o escritório de advocacia também. Pode ter busca e apreensão em escritório de advocacia, mas tem que ter alguns requisitos para isso que estão no Estatuto da Ordem.
Casos em que você pode entrar sem o consentimento de morador: flagrante, ou durante o dia por ordem judicial (mandado). Munido de mandado o oficial pode entrar na casa de uma pessoa sem o consentimento dela durante o dia – o que é dia? Existem três correntes para definir o que é o dia -> 1)dia é o expediente forense (essa não tem mais defensores – tribunais tem autonomia, cada um tem o seu expediente, então seguindo essa teoria seria tudo uma bagunça, pois cada um teria um horário diferente. Não dá para trabalhar com esse critério, por isso ele foi abandonado); 2)José Afonso defende o dia sendo de 6h às 18h – esse critério não está de acordo com a realidade, pois no inverno escurece mais cedo, temos o horário de verão; 3)STF diz que o diz é o período correspondente entre a alvorada e o crepúsculo, é do nascer do sol ao pôr do sol. Art. 172, CPC -> autoriza a citação fora do expediente forense, atendendo ao 5º, XI, só pode fazer então durante o dia; pode ser fora do expediente, desde que seja feito até o pôr do sol -> há posição do Supremo sobre o assunto em RE: não cabe falar em citação por desobediência porque o oficial não poderia citá-lo a noite, não dá autoridade para que o juiz dê mandado de citar à noite, o que o juiz pode é dar autorização para citar fora do expediente, mas não à noite. Não pode citar à noite, não interessa o art. 172, §2º.
-XII -> é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Parece que é só a comunicação telefônica que pode ser quebrada por ordem judicial, mas não, é qualquer tipo de comunicação. Pode ter quebra de sigilo em e-mail também. 
Só pode ser em caso de crime. Não pode grampear o telefone da mulher ou do homem para saber se um dos dois tem amante, nem quebrar o sigilo do e-mail de um dos dois, traição não é caso de crime. 
Quando empresa dá internet e e-mail para funcionário, a empresa pode verificar o e-mail dele, sem autorização judicial, pois nesse caso é ferramenta de trabalho. O computador é da empresa e é instrumento de trabalho. 
Esse inciso é exemplo clássico de norma constitucional de eficácia contida: não precisa de norma regulamentadora, mas sim norma que limite o seu alcance. Só pode restringir o sigilo de comunicações pela lei, seria inviolável, e esse direito só seria contido por uma lei -> até a lei 9296/96 esse direito era absoluto. O direito ao sigilo de comunicações era absoluto até essa lei, passando a ser restrito por essa lei.
-XIII -> é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Outro exemplo de norma de eficácia contida.
- XIV -> é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Não tem liberdade de imprensa sem esse inciso. É direito do jornalista não informar a sua fonte, quem passou aquela informação a ele. 
-XV -> é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Tudo pode ser restrito em caso de estado de sítio.
-XVI -> todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Direito coletivo, direito de liberdade. 
-XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
-XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
-XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
-XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
-XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
-XXII - é garantido o direito de propriedade;
-XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
-XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
A desapropriação também pode ser por causa de reforma agrária, é a chamada desapropriação sanção. 
-XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
-XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
-XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
-XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
-XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Tudo que você cria na empresa, pertence à empresa, não é seu. Algumas empresas dão bonificação a empregados que tem grandes ideias, mas não é
obrigatório. 
pegar com o Guilherme.

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