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Dicas de estudo DDIIRREEIITTOO PPRROOCCEESSSSUUAALL CCIIVVIILL Prof. Vicente de Paula Ataíde Junior 50 LEMBRETES DE VÉSPERA 1. Não se pode confundir as condições da ação – possibilidade jurídica do pedido, interesse processual e legitimidade das partes – com os elementos da causa – partes, causa de pedir e pedido. 2. Competência é a “medida da jurisdição”; competência absoluta é aquela que não pode ser modificada pela vontade da partes; por se tratar de matéria de ordem pública, a incompetência absoluta pode ser conhecida de ofício pelo juiz, a qualquer tempo, sendo fundamento, inclusive, para a ação rescisória; alega-se a incompetência absoluta por preliminar de contestação; competência relativa é aquela que pode ser modificada pela vontade das partes, pelo que o juiz não pode declarar, de ofício, a incompetência relativa (súmula 33 STJ); compete ao réu alegar, por meio de exceção, a incompetência relativa do juízo; caso a exceção de incompetência relativa não seja interposta no prazo legal, ocorre a prorrogação de competência. 3. São critérios de competência absoluta: em razão da matéria, em razão da pessoa e a competência funcional; são critérios de competência relativa: territorial e valor da causa. 4. A nulidade da cláusula de eleição do foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu (art. 112, parágrafo único, CPC). 5. Será competente a Justiça Federal nas causas em que a União, entidade autárquica federal ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou opoentes, exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral ou do Trabalho (art. 109, I, CF). 6. É absoluta a competência dos Juizados Especiais Federais (60 salários-mínimos). 7. É absolutamente competente o foro da situação da coisa, quando se tratar de ação real imobiliária (posse e propriedade de bens imóveis, como usucapião e ação reivindicatória) – art. 95 CPC. 8. Legitimação ordinária: defender em nome próprio, interesse próprio; legitimação extraordinária (substituição processual): defender em nome próprio, interesse alheio (ex. sindicatos); representação: defender em nome alheio, interesse alheio (ex. tutor, pais no poder familiar). O representante não é parte. 9. O rito sumário deve ser aplicado nas causas até 60 salários-mínimos ou cuja matéria esteja prevista no art. 275, II, CPC (ex. indenizações por acidente de trânsito em via terrestre). 10. No rito sumário: (a) deve-se juntar o rol de testemunhas na petição inicial ou na contestação; se requerer perícia, deve-se indicar o nome do assistente técnico e os quesitos na petição inicial ou na contestação; (b) o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação; entre a data da juntada aos autos do mandado de citação cumprido e a data da audiência deve haver o prazo mínimo de dez dias, dobrado para a Fazenda Pública; (c) a contestação será apresentada, inclusive na forma oral, na audiência; se o réu não comparecer à audiência será revel; na contestação pode haver pedido contraposto, pelo que não cabe reconvenção no rito sumário; (d) não cabe no rito sumário: ação declaratória incidental e intervenção de terceiros, salvo assistência, recurso de terceiro prejudicado e intervenção fundada em contrato de seguro (art. 280, CPC). 11. Efeitos materiais da citação: constitui o devedor em mora e interrompe a prescrição; efeitos processuais da citação: torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa (art. 219, CPC). A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. 12. Meios de citação: correio, oficial de justiça, edital e meios eletrônicos. A citação por hora certa é forma de citação por oficial de justiça. 13. Citação pessoal: correio, oficial de justiça e meios eletrônicos; citação presumida: hora certa e edital. Para o réu revel citado por edital ou por hora certa o juiz dará curador especial. Dicas de estudo 14. Ocorrerá revelia quando o réu, devidamente citado, não contestar a ação; o efeito material da revelia é a presunção de veracidade dos fatos (art. 319, CPC); esse efeito não se aplica a direitos indisponíveis. 15. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. 16. O Ministério Público e a Fazenda Pública têm prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. 17. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de um modo geral, para falar nos autos. Mas, não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando um só dos litisconsortes haja sucumbido (sum. 641 STF). 18. São respostas do réu: exceções (incompetência relativa, impedimento e suspeição), contestação e reconvenção. As exceções de impedimento e suspeição também podem ser apresentadas pelo autor. As exceções suspendem o processo. 19. A contestação e a reconvenção devem ser apresentadas simultaneamente, em peças separadas, juntadas nos mesmos autos e julgadas pela mesma sentença. Enquanto que a contestação é peça de defesa, a reconvenção é nova ação de conhecimento, conexa com a ação principal, proposta pelo réu contra o autor. 20. A reconvenção é autônoma, pelo que se for extinto o processo principal, a reconvenção prossegue e será julgada sozinha. Não cabe reconvenção no rito sumário, nos juizados especiais, no processo cautelar e nas ações dúplices, como as possessórias. 21. A ação declaratória incidental pode ser proposta pelo autor ou pelo réu e objetiva ampliar os limites objetivos da coisa julgada; não cabe no rito sumário; se extinta a ação principal, também é extinta a ação declaratória incidental. 22. Cabe julgamento antecipado da lide quando houver revelia com efeito material (presunção de veracidade) ou quando não houver necessidade de produzir provas em audiência. 23. A audiência preliminar visa à conciliação, saneamento do processo, fixação dos pontos controvertidos e deferimento das provas. É dispensável quando os direitos não admitirem transação ou quando esta for improvável. 24. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada (art. 285-A, CPC). 25. Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações dos arts. 267 (sentença terminativa) ou 269 (sentença de mérito). Decisão interlocutória é o ato do juiz que resolve questão incidental, no curso do processo. Contra sentença cabe apelação, contra decisão interlocutória cabe agravo. 26. São irrecorríveis as decisões do relator que, no agravo de instrumento, (a) converte-o em agravo retido ou (b) aprecia o efeito suspensivo ou a antecipação da tutela recursal. 27. Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá agravo retido oral e imediato. 28. O juiz não receberá a apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do STF e STJ. Dessa decisão cabe agravo de instrumento. 29. Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. 30. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver (a) reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou (b) julgado procedente a ação rescisória. 31. O STF, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral. Não há o pressuposto da repercussão geral no recurso especial (STJ). 32. A prescrição será pronunciada de ofício pelo juiz. A decadência convencional não pode ser pronunciada de ofício. Prescrição e decadência são matérias de mérito. 33. A sentença pode ser liquidada por arbitramento, por artigos e por cálculo do credor. Da decisão de Dicas de estudo liquidação caberá agravo de instrumento. 34. Na execução de sentença, caso o devedor não efetue o pagamento no prazo de 15 dias, o montante da condenação será acrescido de multa de 10%. 35. Na execução de título extrajudicial, o devedor é citado para pagar no prazo de 3 dias, sob pena de penhora. 36. Na execução de sentença, da intimação da penhora corre o prazo de 15 dias para a impugnação, que não tem efeito suspensivo; da decisão que resolve a impugnação cabe agravo de instrumento, salvo se houver a extinção da execução, caso em que caberá apelação. 37. Na execução de título extrajudicial, da juntada aos autos do mandado de citação cumprido, corre o prazo de 15 dias para o devedor apresentar embargos a execução, que não têm efeito suspensivo. Contra a sentença dos embargos cabe apelação. No prazo dos embargos, poderá o devedor requerer o parcelamento da dívida, desde que deposite 30% do valor em execução. Mas o parcelamento significa confissão da dívida e renúncia aos embargos. 38. Os embargos à execução não dependem de penhora, depósito ou caução, ao contrário, portanto, da impugnação. 39. É definitiva a execução de títulos executivos extrajudiciais; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo. 40. São requisitos da antecipação de tutela: (a) verossimilhança das alegações; (b) prova inequívoca; (c) receio de dano ou abuso do direito de defesa; (d) reversibilidade do provimento antecipado. 41. Ação monitória: cabe citação por edital; pode-se cobrar cheque prescrito; cabe contra a Fazenda Pública; cabe reconvenção caso a ação monitória seja convertida para o rito ordinário. 42. Havendo medida cautelar preparatória, a ação principal deve ser proposta no prazo de 30 dias, contados da efetivação da medida, sob pena de cessação da eficácia da medida, vedação da repropositura da cautelar e responsabilidade civil objetiva do autor. 43. Não há coisa julgada material no processo cautelar, a menos que seja reconhecida prescrição ou decadência. 44. Para a ação rescisória é preciso que haja (a) decisão de mérito contra a qual não caibam mais recursos; (b) que incida alguma das hipóteses do art. 485 CPC e (3) que seja observado o prazo decadencial de dois anos, contados do trânsito em julgado. 45. Nos juizados especiais não cabe citação por edital, nem ação rescisória; nos juizados especiais federais não há reexame necessário, nem prazos especiais para a Fazenda Pública. 46. Não cabem embargos infringentes no processo de mandado de segurança. 47. É cabível a execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública. 48. Cabem embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito. 49. Não cabe recurso especial contra acórdão de turma recursal dos juizados especiais, mas cabe recurso extraordinário. 50. Cabe recurso especial por divergência jurisprudencial quando esta for constatada entre diferentes tribunais inferiores. Dicas de estudo Prof. Juliano Colombo Ponto importante dentro da disciplina de Processo Civil diz respeito acerca dos prazos processuais. Verdadeira mola propulsora do ato processual, o prazo pode ser caracterizado como o lapso temporal com termo inicial e termo final estabelecido pela lei ou pelo juiz para a realização válida e eficaz do ato processual. Eduardo Couture assim define “O processo não é uma coisa feita, um caminho que se deva percorrer, senão uma coisa que se deve fazer ao largo do tempo. Os prazos são, pois, os lapsos outorgados para a realização dos atos processuais”. (Fundamentos del Derecho Procesal Civil, 1974) Sendo lapso temporal, possui dois termos: o termo inicial (dies a quo); o termo final (dies ad quem). Passado o termo final, extingue-se a faculdade de promover a realização do ato. “Em se tratando de prazos, o intérprete, sempre que possível, deve orientar-se pela exegese mais liberal, atento às tendências do processo civil contemporâneo – calcado nos princípios da efetividade e da instrumentalidade – e à advertência da doutrina de que as sutilezas da lei nunca devem servir para impedir o exercício de um direito.(Revista do Superior Tribunal de Justiça 34/362) . Passo a citar alguns artigos do CPC relevantes dentro da matéria de prazos processuais: Art. 177 - Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa. Prazos Legais, Judiciais e Convencionais - Prazos legais: São estabelecidos na lei de forma fixa, para a prática do ato processual, como por exemplo o prazo de resposta do réu e o prazo dos diversos recursos. - Prazos Judiciais: São os fixados pelo juiz para que se realize o ato processual, como por exemplo o de conclusão da prova pericial (art. 427, caput), entre outros. - Prazos Convencionais: São aqueles que a lei permite sejam requeridos pelas partes, de comum acordo, como por exemplo a suspensão do processo (art. 265, II). Quando houver omissão da lei relativamente a determinado prazo, compete ao juiz fixá-lo, de forma adequada para que possa ser realizado o ato processual. Prazos Comuns e Particulares - Prazos Comuns: São os prazos destinados a todas as partes para a prática de determinado ato processual. Como exemplo temos o prazo para recurso de sentença que acolheu parcialmente o pedido, dado que autor e réu são vencidos. O prazo para embargos de declaração, qualquer que tenha sido o teor da sentença ou do acórdão também é comum. - Prazos Particulares: São os prazos dirigidos a apenas uma das partes. Como exemplo temos o prazo para o autor se manifestar sobre a contestação. Art. 181 - Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo. § 1º. O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação. § 2º. As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação. Dicas de estudo Prazos Dilatórios - Prazos Dilatórios: São os prazos a respeito dos quais pode ocorrer alteração ou prorrogação por convenção das partes ou por determinação do juiz. No que tange ao prazo dilatório, importa referir que a convenção deve ocorrer antes de esgotado o prazo objeto do acordo. Em suma para a prorrogação do prazo dilatório faz-se necessário: 1) o comum acordo para a prorrogação; 2) requerimento antes do termo final do prazo que se pretende modificar; 3) motivo legítimo, necessidade de fundamentação; 4) aprovação pelo juiz, novo vencimento do prazo. A dificuldade encontrada no CPC refere-se ao fato de que a lei não estipulou quais prazos são dilatórios e portanto poderiam ser revogadas. A resposta é dada pela jurisprudência, que entende como dilatório, por exemplo, o prazo para a juntada de documentos, o arrolamento de testemunhas e as de maneira geral qualquer diligência1. No que tange às custas, estas devem ser suportadas pela parte a quem aproveita a alteração. Caso aproveite a ambas, deverão ser rateadas proporcionalmente entre elas. Art. 182 - É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias. Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos. Prazos Peremptórios - Prazos Peremptórios: são aqueles fixados expressamente pela lei e que não admitem prorrogação mediante requerimento das partes. Como exemplo temos o prazo para oferecimento da contestação, exceção e reconvenção, bem como o prazo para recorrer. O prazo recursal, por ser peremptório, não pode sofrer suspensão por convenção das partes.(STJ, Revista dos Tribunais 698/209). Por fim, cumpre referir que o CPC permite ao juiz que em casos excepcionais amplie todo e qualquer prazo, mesmo os peremptórios, desde que seja difícil o transporte na Comarca, ou tenha ocorrido caso de calamidade pública. Art. 183 - Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa. § 1º. Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. § 2º. Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar. Prazos Próprios e Impróprios - Prazos Próprios: São os fixados para as partes, cuja inobservância acarreta desvantagem para aquele que o descumpriu, gera a imediata perda do direito de prática do ato processual, independentemente de manifestação judicial. A inobservância do prazo próprio gera o fenômeno processual da preclusão. A preclusão processual é a perda do direito processual, a perda da faculdade de realizar o ato processual, em virtude do seu não-exercício no tempo útil. É princípio básico e fundamental do direito 1 José Frederico Marques, Manual de Direito Processual Civil, 1a. ed. v. I, no. 302, p. 354-355. O Simpósio Nacional de Direito Processual Civil, realizado em 1975, em Curitiba, aprovou o entendimento de que “para os fins do art. 181, por prazo dilatório deve ser entendido o que é fixado por norma dispositiva e por prazo peremptório o fixado em norma cogente”. Dicas de estudo processual. A preclusão aqui referida é a preclusão temporal, sendo um dos efeitos da inércia da parte, acarretando a perda da faculdade de praticar o ato processual. Não há preclusão temporal para o juiz. A justa causa referida nos §§1o e 2o é o impedimento eficaz que por si só faz com que não se possa realizar o ato processual. Importante que este impedimento deve ser alheio à vontade da parte ou interessado e conseqüência de fato ou evento imprevisto. A parada dos serviços judiciais, em razão de greve do funcionalismo, constitui obstáculo ao curso regular do prazo recursal (STJ, Resp 11618). Os atestados médicos graciosos, além de vagos e imprecisos, e após o indeferimento do recurso intempestivo, não comprovam força maior impeditiva da prática do ato processual (Revista Trimestral de Jurisprudência do STF 91/143) - Prazos Impróprios: São os prazos destinados ao juiz, aos órgãos judiciários e aos auxiliares da justiça, cuja inobservância não acarreta situação processual detrimentosa para aquele que o descumpriu. Pode dar ensejo à sanções disciplinares. O ato processual praticado além do prazo impróprio é válido e eficaz. Não há preclusão temporal. Prazos do Juiz Art. 187. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que este Código Ihe assina. Os prazos para o juiz praticar atos no processo são impróprios, porque seu descumprimento, via de regra não acarreta nenhuma conseqüência processual. A norma permite que o juiz exceda o prazo, mesmo sendo impróprio, desde que haja motivo justificado. Excedendo o juiz o prazo sem justificação, cabe representação administrativa contra ele. Art. 189. O juiz proferirá: I - os despachos de expediente, no prazo de 2 (dois) dias; II - as decisões, no prazo de 10 (dez) dias. Trata-se regra lógica que pretende impedir a duração indefinida dos processos. Prazo é contado a partir da conclusão. No que tange a sentença, o CPC estabelece que o juiz a profira no prazo de 10 dias, tanto no procedimento sumário (art. 281) quanto no ordinário (art. 456). Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa. Prazos do Serventuário Art. 190. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas e executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados: I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei; II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz. Parágrafo único. Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da ordem, referida no no Il. 24 horas para a conclusão 48 horas para execução dos atos processuais A norma atinge todos aqueles que têm, de alguma forma, atribuições a serem exercidas no processo, tais como escrivão, chefe de secretaria, escrevente, entre outros. O processo tramita por impulso oficial, de sorte que a parte não precisa solicitar ao serventuário que pratique o ato processual que lhe fora determinado pelo juiz. O escrivão atua como a corda ou mola que dá permanente movimento ao processo, Dicas de estudo em virtude disto, a marcação de prazos curtos para seus atos, que, na maioria, são meras intimações e singelos registros das ocorrências nos autos. Art. 193. Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que este Código estabelece. Art. 194. Apurada a falta, o juiz mandará instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de Organização Judiciária. Esta fiscalização pode ocorrer de ofício ou provocada pela parte. Ocorrendo motivo legítimo, dará o juiz por justificado o atraso. Em caso contrário mandará instaurar procedimento administrativo para punir o faltoso, consoante as normas de Organização Judiciária local. Prazos para Liticonsortes com Diferentes Procura-dores Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. A duplicação dos prazos beneficia tanto os liticonsortes ativos como os liticonsortes passivos. Importante que sejam diferentes os procuradores. Na expressão ‘falar nos autos’ estão abrangidas todas as manifestações da parte no processo, inclusive contra-razões de recursos. Aplica-se o art. 191 somente enquanto durar o litisconsórcio. Súmula 641 do STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido” Bibliografia utilizada e recomendada: Nelson Nery Júnior, “Código de Processo Civil comentado”, 2007; Humberto Theodoro Júnior, “Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento”, 2007; Theotonio Negrão, “Código de Processo Civil”, 2008.