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1 Laboratório de Ciências 2a Aula LEI DE OHM, CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS. MATERIAL A SER UTILIZADO: – 1 miliamperímetro ou multímetro digital; – 1 resistor comercial de valor a ser determinado; – 1 LED; – 1 fonte de tensão; – Cabos; – placa para montagem de circuito; 2 1. Objetivo: Estudar a lei de Ohm. Descobrir o valor da resistência de um resistor através da construção de gráficos e comparar o valor obtido com uma única medida. 2. Introdução: Uma das melhores maneiras de representar dados experimentais é a construção de gráficos. Com eles, podemos ter uma visão geral do comportamento de uma grandeza física em função de outra. Na aula de hoje, utilizaremos gráficos para estudar a relação entre corrente e tensão elétrica em circuitos simples. Na aula anterior pudemos observar fenômenos causados pela passagem de corrente em um circuito resistivo. Verificamos que, a corrente do circuito depende, entre outras coisas, da resistência imposta pelos elementos do circuito à passagem de corrente. Na aula de hoje vamos utilizar um circuito simples (figura 1) para estudar o comportamento da corrente de um circuito quando variamos o valor da tensão elétrica fornecida pela fonte de tensão. Nesta figura, utilizamos uma representação simbólica que é usual na eletrônica, que é explicada na tabela 1. Tabela 1: Figura 1: 3 2.1 Lei de Ohm O valor da corrente elétrica que passa através de um determinado elemento do circuito (por exemplo, através do resistor R, figura 1), pode ser descrito através da seguinte equação: 𝑈 = 𝑅𝑖 ou 𝑖 = 1 𝑅 𝑈 (1) onde U é o valor da tensão elétrica, R é um valor que caracteriza a resistência do elemento do circuito e i é a corrente elétrica. No caso dos resistores comerciais utilizados em sala de aula até agora, o valor de R é constante, ou seja, não muda quando mudamos U ou i. Elementos que possuem esse tipo de comportamento são chamados de elementos ôhmicos. Existem elementos em que sua resistência muda conforme o valor da tensão elétrica em seus terminais. Esses elementos são chamados de não-ôhmicos. 2.3 Relações lineares entre grandezas São aquelas nas quais as grandezas envolvidas estão relacionadas por uma dependência do tipo: 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (2) onde a é o coeficiente angular e b é o coeficiente linear. O coeficiente angular corresponde à inclinação da reta, ou seja, 𝑎 = 𝛥𝑦 𝛥𝑥 , enquanto que o coeficiente linear b é obtido pela interseção da reta com o eixo y, como indica a Fig.2. Este é o caso do circuito da figura 1, quando R é constante, ou seja, quando o componente R é Ôhmico. Comparando-se as equações (1) e (2), podemos associar i → y e U → x. Assim, o gráfico da corrente em função da tensão será uma reta, com coeficiente angular a = 1/R e coeficiente linear b = 0. Figura 2: 0 2 4 6 0 2 4 6 8 10 12 Grandeza x (Unidade) G ra n d ez a y (U n id ad e) Grandeza y em função de X 4 2.3 Regras básicas para construção de gráficos 1) Colocar um título, especificando o fenômeno físico em estudo, que relaciona as grandezas medidas. 2) Escrever nos eixos coordenados as grandezas representadas, com suas respectivas unidades. No eixo horizontal (abscissa) é lançada a variável independente, isto é, a variável cujos valores são escolhidos pelo experimentador. No eixo vertical (ordenada) é lançada a variável dependente, ou seja, aquela obtida em função da primeira. Outra maneira de escolher os eixos é olhando a equação que descreverá o fenômeno. Para y = f(x), colocamos os valores de y na vertical e de x na horizontal. 3) A escala deve ser escolhida de tal forma que facilite tanto a construção quanto a leitura dos gráficos. A escala pode ser imaginada como uma fração tipo m:n, onde m é um número de divisões da escala, e n é o número correspondente de unidades de medida. Por exemplo, uma escala 1:2 pode representar um gráfico onde para cada 1 cm temos 2 Volts. ESCALAS ONDE A FRAÇÃO CORRESPONDENTE DÁ UMA DÍZIMA PERIÓDICA NÃO SERÃO ACEITOS (ex. 1/3, 1/6 etc). A representação dos números na escala deve ter o mesmo número de algarismos significativos das medidas. 4) A escala adotada em um eixo não necessita ser igual a do outro. 5) Escolher escalas tais que a precisão dos pontos sobre o gráfico seja aproximadamente igual à precisão dos pontos que representam os dados experimentais. Se por exemplo o gráfico é feito muito mais precisamente do que o justificado pela precisão dos dados, os pontos serão indevidamente espalhados e torna-se difícil opinar sobre a forma da curva. 6) Nunca se deve assinalar os dados correspondentes aos pontos experimentais, sobre os eixos coordenados. 7) Quando todos os pontos experimentais já estiverem marcados no gráfico, resta traçar a curva. Esta não precisa passar sobre todos os pontos. De fato, é possível que a curva não passe por nenhum ponto do gráfico. Sendo assim, não é necessário que a curva tenha início no primeiro e termine no último ponto experimental. A figura 3 é um exemplo de uma boa construção de um gráfico. 5 4. Procedimento 4.1. Elemento ôhmico 1. Monte o circuito da figura 4 (com R desconhecido que está na bancada) e utilizando o miliamperímetro analógico ou o multímetro digital como medidor de corrente. 2. Acerte os dois botões de ajuste de tensão da fonte regulada para fornecer inicialmente 0V. 3. Prepare em seu caderno uma tabela com três colunas e pelo menos 10 linhas para anotar valores medidos de tensão, corrente e resistência (veja a tabela 2 para ter um exemplo). 4. Aumente a tensão de 0.5 em 0.5 V, anotando na tabela o valor da tensão indicado no visor da fonte (mostrado em volts) e o valor da corrente correspondente, até o valor de 5V. 5. Calcule o valor de R para os valores medidos. 6. Faça um gráfico em papel milimetrado da corrente medida em função da tensão mostrada no visor da fonte. Figura 3: Exemplo de um bom gráfico, mostrando o movimento de uma partícula em função do tempo. Figura 4: 6 7. Trace uma reta que melhor se ajuste aos pontos experimentais. Observe que a reta não precisa necessariamente passar por todos os pontos. 8. Calcule os coeficientes angular e linear da reta. Qual a interpretação física desses coeficientes? 9. Compare o valor do inverso do coeficiente angular calculado com os valores da resistência calculado no item 5 e com o valor nominal da resistência utilizada, que será dito pelo professor. Tensão (V) Corrente (mA) Resistência () Tabela 2: 4.2. Elemento não-ôhmico 1. Coloque um LED em série ao resistor R, conforme a figura 5; 2. Para este caso, varie a tensão da fonte em intervalos de 0.3 V até que a fonte forneça 3 V e em intervalos de 0.5 V a partir de 3 V, até atingir 5 V, sempre medindo o valor da corrente com o miliamperímetro. Anote os valores em uma tabela. 3. Faça um gráfico da tensão em função da corrente medida pela fonte junto com o gráfico construído na primeira parte da aula. Para isso, apenas adicione os novos pontos no gráfico construído na seção 4.1. Lembre-se de que o conjunto de pontos da seção 4.1 você deve representar com um tipo de símbolo (por exemplo, cruzes) e o conjuntos de pontos desta seção com outros símbolos (círculos por exemplo); 4. Qual a diferença entre o comportamento dos dois circuitos? O que causou a mudança entre eles? Por que o gráfico do circuito muda com o LED? 5. O que acontece com a resistência do LED quando variamos a tensão? Figura 5: 7 2 – Anexo 1 Nesta aula, alguns grupos irão utilizar um multímetro no ligar do microamperímetro. Multímetros são equipamentos permitem medir resistência, tensão e corrente de circuitos. A figura 6 mostra o multímetro que iremos utilizar nesta aula. Para utilizar o multímetro como amperímetro nesta aula, siga os seguintes passos: Ligue um fio preto do multímetro no conector marcado com “COM” e um vermelho no conector marcado com “V/mA/”; Ligue o multímetro na função AMPERíMETRO: mude a chave seletora do multímetro para a faixa PRETA marcada com o símbolo A), na escala de 20 mA (marcada na figura); Atenção: Para medida de corrente, o multímetro deve ser ligado sempre em SÉRIE ao circuito. Pergunte ao monitor ou ao tutor como se faz isso.