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FRAZER,James. O Ramo de Ouro. Zahar Editores, 1982. O livro O Ramo de ouro inicia-se contando a história de um lugar onde, qualquer um poderia ser rei, na condição de tomar o ramo de ouro e matar aquele que era guardião do santuário de Diana, se estabelecendo como rei do bosque cujo seu destino também era ser morto por seu sucessor. O Ramo de ouro era o símbolo da deusa Diana. Porém o objetivo principal do livro não é narrar histórias de crenças e superstições, mas sim encontrar o pensamento mítico universal e traçar entre as diversas crenças uma unidade de semelhanças. Que, portanto levou o autor a fazer um grande estudo de mitos e folclores, magia e religiões buscando comparar-las para buscar identificar suas afinidades. Então se inicia uma explanação comparativa entre os rituais oferecidos a deusa Diana representando a fertilidade pelo fogo e o costume de acender velas no catolicismo. Como também a festa comemorada na Itália dia 13 de agosto e a festa da nossa senhora dia 15 de agosto, no qual podemos citar também a festa de Nossa senhora de Assunção ser comemorada no mesmo dia da festa de Iemanjá. Frazer usa de método comparativo entre identificar traços afins dentro de crenças distintas em lugares diferentes. Sendo assim dizia que a magia funcionava dentro do campo simpático, conforme se apreende do seguinte trecho: “Os deuses necessitavam tanto de seus fiéis quanto estes necessitavam dos deuses. Os benefícios conferidos eram mútuos. Se os deuses faziam a terra produzir com abundância, proliferarem os rebanhos e multiplicar-se a raça humana, esperavam que uma parte de sua prodigalidade a eles retornasse na forma de dízimo ou tributo. [...]. Seus divinos estômagos tinham de ser satisfeitos, suas divinas energias reprodutivas tinham de ser restauradas – por isso, os homens lhes deviam dar aquilo que comiam e bebiam e sacrificar-lhes o que havia de mais másculo nos homens e de mais feminino nas mulheres”. (p. 28) Frazer explanou dois tipos de magia simpática a imitativa, que consistia numa analogia, onde uma atitude semelhante gerará uma produção semelhante, e a contagiosa, que se pode entender através de uma representação, como por exemplo, costurar na boca de um sapo, uma peça de roupa de determinada pessoal, querendo produzir sobre ela um efeito ruim. Para Frazer a humanidade passaria por um processo de evolução, que passaria da magia, para uma forma mais organizada, a religião e depois para a ciência, seguindo esse raciocínio se percebe no autor um pensamento etnocêntrico conforme se apreende do seguinte texto: “Ambas as formas de pensamento são, de fato, extremamente simples e elementares. E não poderiam deixar de ser, já que são tão familiares em sua forma concreta, embora certamente não em sua forma abstrata, à tosca inteligência não só do selvagem como também dos ignorantes e dos obtusos em toda parte”. (p. 35) Percebe-se também nas relações políticas antigas, a relação do rei muitas vezes também atribuído poder divino, outra causa que pode ser comparada a história do ramo de ouro, pelo fato de o rei do bosque, ser o guardião da divindade. Nesse processo comparativo contata-se a crença de Frazer na unidade psíquica do homem, que se pode constatar em seus escritos, o evolucionismo cultural o que dessa forma pode-se mais contundentemente observar sua concepção etnocêntrica sobre o mundo.