Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * GESTÃO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Prof. Henio Melo heniomelo@gmail.com * * LEI DE CRIMES AMBIENTAIS LEI No 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras providencias. * * AS RESPONSABILIDADES AMBIENTAIS Responsabilidade Civil : é a OBRIGAÇÃO de reparar o dano que uma pessoa causa a outra Responsabilidade Penal : é o dever jurídico de responder pela ação delituosa que recai sobre o agente imputável. Responsabilidade Administrativa: decorre de um ilícito administrativo * * Dano: consiste em prejuízo, ou perda de valor de um bem, causada por ação – ou omissão – específica. Dano => alteração de algo, em sentido negativo. O DANO AMBIENTAL => prejuízo causado ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. * * “se é certo que a poluição jamais chegará ao nível zero, também é certo que os custos sociais dela decorrentes devam ser suportados por aquele que, diretamente, lucra com a atividade e que está mais bem posicionado para controlá-la: o próprio EMPREENDEDOR”. (Édis Milaré) ordenamento jurídico => Garantir a permanência da vida na Terra, assegurando às gerações futuras a possibilidade de também se apropriar e utilizar esses recursos => ( conceito de sustentabilidade) * * Como definir quando a intensidade do dano é tal que efetivamente coloque em risco o equilíbrio ambiental ? EQUILÍBRIO AMBIENTAL => objeto de tutela jurídica, implicando a imposição de responsabilidade ao autor da ação. A caracterização do dano, sob o prisma legal, consiste na “DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL, A ALTERAÇÃO ADVERSA DAS CARACTERÍSTICAS DO MEIO AMBIENTE”. * * INDEPENDÊNCIA DAS RESPONSABILIDADES A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988) DETERMINA: AS CONDUTAS E ATIVIDADES CONSIDERADAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE, SUJEITARÃO OS INFRATORES, PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, A SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS, INDEPENDENTEMENTE DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS. * * * * O PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DAS RESPONSABILIDADES implica que o mesmo fato pode dar origem a sanções DISTINTAS: civis, penais e administrativas, CUMULATIVAMENTE. ESSA INDEPENDÊNCIA, TODAVIA, NÃO É ABSOLUTA. Algumas regras impõem influências entre uma esfera de responsabilidade e outra. * * A responsabilidade penal interfere na responsabilidade civil, no que toca às questões relativas ao fato e à autoria. Quando as questões de existência do fato (MATERIALIDADE) e de quem seja seu autor (AUTORIA) estiverem decididas no processo penal, essas matérias se projetam no processo civil. Nessa parte há influência da coisa julgada penal no processo civil. * * O Código Civil estabelece em seu art. 935: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. * * Havendo decisão no juízo criminal, não mais se discute sobre o fato ou autoria. No caso do art. 935, não mais se poderá questionar sobre a existência do fato ou sobre quem seja o seu autor se estas questões se acharem categoricamente decididas no juízo criminal. Essa decisão no juízo criminal refere-se à EXISTÊNCIA DE COISA JULGADA. * * Se o réu é absolvido na esfera penal por não existir prova suficiente para a condenação, a absolvição não o exime de responsabilidade civil nem administrativa. No direito penal, a responsabilidade depende da comprovação do dolo. Em direito civil e administrativo, basta que se comprove a existência do dano e a autoria. * * A responsabilidade civil no direito brasileiro, definida pelo Código Civil, possui duas categorias – OBJETIVA E SUBJETIVA Essa lógica está contida na Constituição Federal, art. 170, condiciona as atividades econômicas à proteção do meio ambiente, evidenciando a obrigatoriedade de se buscar um DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO. * * ESTABELECIMENTO DAS RESPONSABILIDADES: RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: =>fundamentada no ato ilícito Ex: ocupação ilegal ou garimpo em APA’s RESPONSABILIDADE OBJETIVA: =>fundamentada em dois fatores distintos: - No abuso de direito caracterizado na lei como ato ilícito – CC, art. 187 e - Nos casos especificados em lei e quando a atividade implicar risco – CC, art. 43. * * A caracterização da responsabilidade civil implica em OCORRÊNCIA DE UM DANO, PROVOCADO POR ATO ILÍCITO. Se não houver dano, ainda que cometido um ato ilícito, não existe a obrigação de reparar, à luz do Direito Civil. * * A lei dispõe que a conduta do agente será comissiva ou omissiva. CONDUTA COMISSIVA: o agente executa a ação – ato ilícito – que provoca o dano. CONDUTA OMISSIVA: o agente deixa de executar a ação que seria necessária para impedir a ocorrência do dano. NAS DUAS HIPÓTESES => CONFIGURA-SE O ATO ILÍCITO. * * O elemento subjetivo da conduta do autor do dano consiste em uma ação voluntária, que se traduz na vontade do agente em produzir ou permitir que ocorra o dano, agindo dolosamente. Com base no Código Civil, para caracterizar um ato ilícito é, necessária a existência comprovada dos seguintes elementos: Existência de um ato; • Ocorrência de um dano; • Nexo de causalidade entre o ato e o dano; • Caracterização de dolo ou culpa na conduta do autor * * Nexo causal => É o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido; Examinar o nexo de causalidade é descobrir quais condutas, positivas ou negativas, deram causa ao resultado previsto em lei. Assim, para se dizer que alguém causou um determinado fato, faz-se necessário estabelecer a ligação entre a sua conduta e o resultado gerado, isto é, verificar se de sua ação ou omissão adveio o resultado. * * Responsabilidade civil por ato ilícito (objetiva) Segundo o Código Civil, comete-se da mesma forma um ato ilícito no exercício excedente de um direito, ou no seu abuso Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. * * O Código Civil estabeleceu, além da fixada no art. 187, outra forma de responsabilidade objetiva, introduzindo a TEORIA DO RISCO. => aquele que, em sua atividade econômica, expuser a sociedade ao RISCO é obrigado a REPARAR EVENTUAIS DANOS que venha a causar. parágrafo único do art. 927 HAVERÁ OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, NOS CASOS ESPECIFICADOS EM LEI, OU QUANDO A ATIVIDADE NORMALMENTE DESENVOLVIDA PELO AUTOR IMPLICAR, EM RISCO PARA OS DIREITOS DE OUTREM. * * Essa formulação corresponde à estabelecida no art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81. Quando da formulação do Direito Ambiental, o sistema de responsabilidade então vigente – subjetiva – não bastava para responsabilizar os autores de danos ambientais. Muitas vezes, o dano ocorria sem que houvesse uma conduta dolosa, ou culposa, o que eximia os autores da responsabilidade Era necessário alterar essa lógica para as questões ambientais, responsabilizando os autores do dano, independentemente da ocorrência de condutas culposas ou dolosas. * * A edição da Política Nacional do Meio Ambiente veio trazer soluções a problemas, estabelecendo a Lei nº 6.938/81: Sem obstar a aplicação de outras penalidades previstas [...], é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a INDENIZAR OU REPARAR os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. * * O EMPREENDEDOR, ainda que em situação regular quanto ao licenciamento, é RESPONSÁVEL em caso de DANO PROVOCADO POR SUA ATIVIDADE. O § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938/81 menciona que o poluidor é obrigado a indenizar, sem trazer à tona a necessidade da existência de um ato ilícito. Basta ter o agente provocado o dano * * . A questão que se coloca diz respeito ao risco que o empreendedor impõe à sociedade, para obter lucro ou benefícios. Em caso de ocorrência de dano, ainda que tenha tomado todos os cuidados, ele é RESPONSÁVEL pela recuperação ou indenização decorrente do dano causado. * * A reparação de um dano, em direito civil, gera as seguintes obrigações para seu autor: • Obrigação de fazer: recuperar o bem danificado; • Obrigação de não fazer: cessar a atividade causadora do dano; • Obrigação de dar: indenizar, em caso de impossibilidade de recuperação do bem danificado. * * Embora o § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938/81 determine que o poluidor deverá reparar ou indenizar, o sentido que deve ser dado ao texto é de OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS e não alternativas, pelo que o poluidor deverá INDENIZAR E RECUPERAR, não bastando somente indenizar ou somente recuperar. Isso se dá, inicialmente, pela disposição do inciso VII do art. 4º da Lei nº 6.938/81, que determina RECUPERAÇÃO E/OU INDENIZAÇÃO.