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INTRODUÇÃO O maior avanço no cálculo integral veio com os trabalhos de Newton e Leibnitz no fim do século XVI, em que a noção de derivada tem papel fundamental. Os métodos desenvolvidos por Newton e Leibnitz tornaram a integral uma ferramenta com inúmeras aplicações, bem além da geometria, em todas as áreas da ciência e da engenharia. O cálculo integral é muito usado em Engenharia Civil, principalmente o cálculo numérico de integrais, para calcular áreas, volumes, cargas, resultante de carregamentos (em estruturas planas e espaciais), centros de gravidade, centroides, momentos de inércia, deformações, solução de estruturas hiperestáticas (equações elásticas), etc. Outras aplicações mais avançadas como cálculo das áreas de estruturas, hidráulica, hidrologia, geotecnia, etc. Isto sem falar nas áreas de transportes, logística, otimização que abrangem uma gama enorme de aplicações da Engenharia Civil. Exemplo típico de uma aplicação de cálculo integral em Engenharia Civil, é a avaliação do volume de material em uma jazida, através de integração dupla numérica utilizando as coordenadas x, y e z medidas pela topografia e pela sondagem de laboratório. Outra seria o cálculo de uma área de inundação de uma bacia hidrográfica, para calcular a cota de inundação para construção de uma barragem, etc. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 2 UNIDADE 1 – INTEGRAL INDEFINIDA 1.1 Primitiva Se as derivadas das funções são f ’(x) = 2, g’(x) = x 3 e s’(t) = 4t. Como determinar as funções f, g e s? Esta operação de determinar a função original a partir da derivada é a operação inversa da derivação chamada primitivação. Definição: Uma função F é uma primitiva de uma f(x) se para cada x no domínio de f(x) acontecer F ‘ (x) = f(x). Se F(x) é primitiva de f(x), então F(x) + C é chamada de integral indefinida da f(x) denotada por ∫ ( ) ( ) . diferencial integrando Símbolo da integral Ex.1: F(x) = x 3 G(x) = x 3 – 5 são primitivas de 3x 2 , pois a derivada de cada uma é 3x 2 . H(x) = x 3 + 0,3 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 3 Ex.2: F(x) = é primitiva de f(x) = x2, pois F ‘ (x) = . 3x2 = x2 Ex.3: Seja a função y = 4x 3 + 6x + 5 , a sua integral é Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 4 Integrais de Funções Polinominais Ex.: Determine cada integral indefinida: a) ∫ ∫ ∫ b) ∫( ) ∫ ∫ ∫ c) ∫ √ ∫( √ √ ) ∫( ) = + 2 Há essencialmente dois métodos empregados no calculo de integrais indefinidas (primitivas) de funções elementares. Um é a integração por substituição e outro método é chamado de integração por partes. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 5 1.2 METODO DA SUBSTITUIÇÃO O Método da Substituição ou Mudança de Variável por Integração é utilizado em casos de integrandos mais complexos quando é difícil reconhecer os passos necessários para ajustar o integrando a uma fórmula de integração básica. Quando isso ocorre, um procedimento alternativo é a substituição ou mudança da variável. A integral é reescrita em função de u e du. Regra: Se u = g(x) for função derivável então ∫ ( ( )) ( ) ∫ ( ) i.é; u = g(x) e du = g’(x) dx Exemplo 1: Exemplo 3. Exemplo 4: ∫ √ dx Para encontrar essa integral usamos uma nova variável: mudança da variável x para a nova variável u. u = 1 + x 2 derivando; du = 2x dx Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 6 então podemos escrever ∫ √ ∫√ 2x dx = ∫√ + c = √( ) Resumo: Aplicação Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 7 1.3 METODO DA INTEGRAÇÃO POR PARTES Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 8 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 9 Exemplo 4.: Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 10 Aplicação Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 11 Tabelas básicas de Integrais Indefinidas Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 12 UNIDADE 2 – INTEGRAL DEFINIDA Integral Definida de Riemann DEFINIÇÃO: Seja f continua no intervalo fechado [a,b]. A área (A) da região limitada pelo gráfico de f pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b é denotada por A = ∫ ( ) A expressão ∫ ( ) é chamada de integral definida de a até b, em que a é o limite inferior da integração e b é o limite superior de integração. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 13 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CALCULO Diretrizes para o uso do Teorema Fundamental do Cálculo: i) O teorema descreve uma forma de calcular uma integral definida, não um procedimento para determinar primitivas. ii) Ao aplicar o teorema é útil usar a notação acima iii) A constante de integração C pode ser removida pois; ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 14 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 15 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 16 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 17 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 18 APLICAÇÃO DO TEOREMA: A integral de uma taxa de variação é a variação total: ∫ ( ) ( ) ( ) . Esse princípio pode ser aplicado para todas as taxas de variação nas ciências naturais e sociais. Abaixo estão alguns exemplos dessa ideia: i) Se V(t) for o volume de água em um reservatório no instante t, então sua derivada V´(t) é a taxa segundo a qual a água flui para dentro do reservatório no instante t. Portanto, ∫ ( ) ( ) ( ) é a variação na quantidade de água no reservatório entre os instantes de tempo t1 e t2. ii) Se a massa de uma barra medida a partir da extremidade esquerda até um ponto x for m(x), então a densidade linear p(x) = m´(x). Logo ∫ ( ) ( ) ( ) é a massa do segmento da barra que está entre x=a e x=b. iii) Se C(x) for o custo de produzir x unidades de uma mercadoria, então o custo marginal é a derivada C´(x). Logo, ∫ ( ) ( ) ( ) é o crescimento do custo quando a produção está crescendo de x1 até x2 unidades. iv) Se quisermos calcular a distância percorrida durante o intervalo de tempo, teremos de considerar os intervalos quando a partícula move-se para a direita e também intervalos para a esquerda. Em ambos os casos a distância é calculada integrando-se velocidade escalar v(t). Portanto, ∫ | ( )| . 2.1 APLICAÇÃO – VOLUME DE UM SOLIDO DE REVOLUÇÃO Fazendo uma região plana girar em torno de uma reta no plano, obtemos um sólido que é chamado SOLIDO DE REVOLUÇÃO. A reta ao redor da qual a região gira é chamada EIXO DE REVOLUÇÃO. Ex.: fazendo a região limitada pelas curvas, y = x, y = 0 e x = 4 girar em torno do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cone. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 19 Se o retângulo delimitado pelas retas x = 0, x = 1, y = 0 e y = 3 girar em torno do eixo dos y, obtemos um cilindro. Consideremos agora o problema de definir o volume do sólido T gerado pela rotação em torno do eixo x da região plana R. Suponha que f(x) é continua e não negativa em [a, b]. Seja o comprimento do intervalo [xi – 1, xi]. Considere a = x0 < x1 < ... < xi – 1 < xn = b. Em cada intervalo escolhemos um ponto qualquer ci. Para cada i, i = 1, ... , n, construímos um retângulo R de base xi e altura f(ci). Fazendo cada retângulo Ri girar em torno do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cilindro, cujo volume é dado por; A soma dos volumes dos n cilindros, que representam Vn é dada por; Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 20 Podemos observar que à medida que n cresce muito e cada xi i = 1, ..., n, torna-se muito pequeno, a soma dos volumes dos n cilindros aproxima-se do que intuitivamente, entendemos como o volume do sólido T. DEFINIÇÃO: Seja y = f(x) uma função continua não negativa em [a, b]. Seja R a região sob o gráfico de a até b. O volume do sólido T gerado pela revolução de R em torno do eixo dos x é definido por A soma que aparece acima é uma soma de Riemann da função [f(x)] 2 .Como f é continua, pela definição de integral definida temos: A fórmula pode ser generalizada para outras situações: i) Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 21 Supondo f(x) g(x), x [a, b], o volume do sólido T gerado pela rotação de r em torno do eixo x é dado por: ii) Ao invés de girar ao redor do eixo dos x, a região R gira em torno do eixo y Neste caso, temos; iii) A rotação se efetua ao redor de uma reta paralela a um dos eixos coordenados. Se o eixo de revolução for a reta y = L, temos; Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 22 Se o eixo de revolução for a reta x = M, temos: Ex.: A região R limitada pela curva y = o eixo x e as retas x = 1 e x = 4, gira em torno do eixo x. Encontrar o volume do sólido de revolução gerado. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 23 Ex.: Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo x da região limitada pela parábola y = ( ) e pela reta y = ( ). Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 24 Ex.: A região R delimitada pela parábola x = 1/2 y2 + 1 e pelas retas x = -1, y = 2 gira em torno da reta x = -1. Determinar o volume do sólido de revolução obtido. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 25 2.2 APLICAÇÃO – AREA DE UMA SUPERFICIE DE REVOLUÇÃO DEFINIÇÃO: Seja C uma curva de equação y = f(x) onde f e f’ são funções contínuas em [a, b] e f(x) 0 x [a, b]. A área da superfície de revolução S gerada pela rotação da curva C ao redor do eixo dos x é definida por; A soma acima não é exatamente uma soma de Riemann da função f(x) √ ( ) pois aparecem dois pontos distintos ci e di. No entanto, é possível mostrar que o limite acima é a integral desta função. Temos então; Se considerarmos a curva x = g(y), y [c, d] girando em torno do eixo dos y, a área será dada por Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 26 2.3 INTEGRAL IMPRÓPRIA As integrais impróprias são de grande utilidade em diversos ramos da Matemática como, por exemplo, na solução de equações diferenciais ordinárias via transformadas de Laplace e no estudo das probabilidades, em Estatística. As integrais definidas ∫ ( ) exige que o intervalo [a,b] seja finito e f seja continua em [a, b], ou seja, consideramos a função integranda contínua num intervalo fechado e limitado. São chamadas de integrais impróprias nos seguintes casos: - Funções definidas em intervalos do tipo [a,+∞), (−∞, b] ou (−∞,+∞), ou seja, para todo x ≥ a ou x ≤ b ou para todo x ∈ R, respectivamente ou - Se f possui uma descontinuidade infinita no intervalo [a, b), i.é, tendem ao infinito em algum lugar do intervalo. Ex. ∫ são impróprias, pois ambos os limites de integração são infinitos. Ex. ∫ √ e ∫ ( ) são impróprias, pois seus integrandos possui uma descontinuidade infinita (tendem ao infinito em algum ponto). Por exemplo, qdo x = 1 e x = -1, respectivamente. Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 27 b 2 5 10 100 1000 10000 1- 1/b 0,500 0,800 0,90 0,990 0,9990 0,9999 A integral tende a um limite quando b aumenta ilimitadamente. Definição: Integrais com limites de integração infinitos i) Se f é contínua para todo x ≥ a definimos ii) Se f é contínua para todo x ≤ b definimos iii) Se f é contínua para todo x definimos Se nas definições anteriores os limites existirem, as integrais impróprias são ditas convergentes; caso contrário, são ditas divergentes. Ex. Calcule as seguintes integrais impróprias: Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 28 [4] Calcular área sob a curva y = a direita de x = . ∫ ∫ ou seja, a integral converge e área é 2 u.a. Outros exemplos: Ex. Calcular se convergir a integral I = ∫ ( ) = Ex. A integral ∫ converge ou diverge? Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral II Profa. Flavia Mendes Integral Definida 29 Definição: Integrais impróprias com integrandos infinitos i) Se f for contínua em [a, b) e tender a infinito em b então ii) Se f for contínua em (a, b] e tender a infinito em a então iii) Se f for contínua em [a, b] exceto para algum c em (a, b) no qual f tende a infinito então Se o limite correspondente existir dizemos que a integral imprópria é convergente, caso contrário será divergente se o limite não existir. Ex.: [2]