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Aquisição da Propriedade. O Código Civil contempla duas diferentes possibilidades de aquisição da propriedade: a)Modo originário – a aquisição será originária quando não houver translatividade (transferência jurídica), que significa quando não houver relação jurídica de transferência entre o anterior e o novo proprietário. E são elas: 1)Acessões - São acréscimos na coisa submetidos a teoria da gravitação jurídica, que diz que o acessório segue o principal, e o acessório, de ordinário pertence ao titular do principal. 2)Usucapião (pode não ser pacífica esse tendendimento) - É modo originário de aquisição de propriedade móvel e imóvel, é aquisição de propriedade pela posse prolongada no tempo. b))Modo derivado – a aquisição será derivada quando houver translatividade (transferência jurídica), que significa quando houver relação jurídica de transferência entre o anterior e o novo proprietário, existe um negócio jurídico base, existe uma relação jurídica sustentando a transferência. 1)Registro do título em cartório - É a aquisição da propriedade por modo derivado, é o registro no cartório de imóveis, não custa lembrar que esse registro é necessário tanto na hipótese de aquisição por titulo interveio quanto na aquisição por titulo causa mortis. Usucapião (captio significa “tomar” e usu quer dizer “ pelo uso” TOMAR PELO USO” Noções Gerais- Usucapião é modo originário de aquisição de propriedade móvel e imóvel, é aquisição de propriedade pela posse prolongada no tempo. Significa lembrar que se é um modo originário de aquisição da propriedade, a sentença que decreta a usucapião é declaratória do domínio e constitutiva do título. PONTES DE MIRANDA, no “Tratado das Ações”, afirmou que não existem sentenças puras, toda a sentença traz consigo diferentes cargas eficácias, sempre uma sentença terá diferentes forças de eficácia. “A sentença de usucapião terá como carga eficácia maior a declaração de domínio, apesar de também ser constitutiva de título”. Define-se em um breve histórico as quatro fases históricas do direito á usucapião. Lei das XII tábuas - A posse prolongada durante certo tempo (2 anos para imóveis e 1 ano para móveis por exemplo) dava o direito à usucapião. (constituía uma antiga legislação que está na origem do direito romano). Direito Quiritário - Surgiu a necessidade de um justo título que se apóia a posse, porém como fazia parte do sistema de direito Quiritário só aplicavam-se inicialmente as posses de terras dentro do império romano. E era exercido dentro de uma ação perante o pretor, nessa época a prescrição ainda não era meio aquisitivo. (quiritário era o carácter lendário, consuetudinário e exclusivo dos cidadãos romanos; os peregrinos fora!!). Justiniano - Fundiram-se as regras da usucapião em si enquanto direito, com as da ação em que esta era exercida. (Em seu governo, foi redigido o Código Justiniano “ um sistema de leis básico que afirmava o poder ilimitado do imperador e, ao mesmo tempo, garantia a submissão dos escravos e colonos a seus senhores). Imperador Teodósio Criou uma nova instituição de caráter extintivo das ações muito semelhante a nossa atual prescrição. De modo que nesta fase coexistiam duas formas de prescrição a extintiva das ações e a que dava o direito à usucapião. Estas idéias de prescrição geraram, na idade média, inúmeras divergências doutrinárias, estas, por sua vez, se reuniram em duas grandes correntes denominadas: corrente monista, onde se entendia que a usucapião era a mesma prescrição extintiva do direito de ação devido ao fato de haver a extinção para o legítimo proprietário do direito de reivindicar o imóvel, e corrente dualista, que acredita que são duas formas distintas de prescrição, enquanto uma origina direito a outra extingue direitos. Quanto ao conceito de usucapião MARIA HELENA DINIZ o define como "um modo de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais. E a aquisição do domínio pela posse prolongada." Usucapião e prescrição Usucapião não é outra coisa senão a prescrição aquisitiva e isso se explicam com muita tranqüilidade, pois o fenômeno da prescrição possui duas faces: 1ª Face – Face aquisitiva (chamamos de usucapião); 2ª Face – Face extintiva (chamamos puramente de prescrição) Ambos são o verso e o reverso da mesma moeda, portanto ser imprescritível é sinônimo de ser inusucapível, a conclusão é que se aplicam a usucapião todas as regras da prescrição. Sendo assim, aplicando-se a usucapião todas as regras da prescrição Ex.: Nas hipóteses de suspensão e de interrupção de prazo de prescrição também não ocorrerá prazo de usucapião. Requisitos a) Requisitos Pessoais: são aqueles referentes ao possuidor que pretende adquirir o bem e ao proprietário que irá sofrer desfalque em seu patrimônio. Há necessidade de averiguar a capacidade e a qualidade do adquirente. Todavia, são considerados capazes as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas de direito privado; as pessoas naturais abrangendo brasileiros, estrangeiros maiores de 18 anos, naturalizados, emancipados, e os absolutamente e relativamente incapazes, através de seus representantes legais. Atenção!!!! Não pode ser alegado o usucapião entre cônjuges na constância do casamento; entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar; entre tutores e tutelados e curatelados e seus tutores durante a tutela e a curatela, contra os absolutamente incapazes; contra os ausentes do pais em serviço público da União, Estado e Municípios; Os que se acharem servindo as forças armadas em tempo de guerra. b) Requisitos Reais: são aqueles referentes aos bens e direitos suscetíveis de serem usucapiados, uma vez que nem todos os direitos e todas as coisas são passíveis de usucapião. A coisa passível de ser adquirida por usucapião deve estar no comércio(res in commercio) e ser hábil (res habilis). Como também, só pode ser adquirido mediante usucapião os direitos reais que recaem sobre coisas prescritíveis (propriedade, servidão,etc). c) Requisitos Formais: são aqueles que compreendem os elementos necessários e comuns do instituto. Entretanto, classifica-se como pressupostos comuns: a posse revestida de “animus domini” (intenção de dono); a posse prolongada (lapso temporal que está exercendo a posse); a posse contínua (posse sem intervalo que deve ser exercida pelo possuidor), e a posse justa. c.1 Formais obrigatórios c.1.2-Posse qualificada - Qualificada, pois a posse que gera usucapião é uma posse mansa, pacífica e contínua, dizer que a posse é mansa e pacífica é dizer que ela não sofre contestação de terceiros. Atenção!! - E caso uma ação possessória seja ajuizada, essa posse deixará de ser qualificada? Não! Somente se ela for julgada procedente. Um exemplo é a posse indireta, exercida por um proprietário que por força contratual (comodato) entregou a coisa a um terceiro, portanto ele não pode tornar-se proprietário. A posse deve ser continua, mas o direito brasileiro admite a soma de posses, que é a possibilidade de o usucapiente (Propõe a ação) acrescer a sua a posse dos seus antecessores (união de posses), desde que sejam contínuas e pacíficas, esta soma de posses pode ser por: Atenção: a)Alguns bens são inidôneos para usucapião, pela sua natureza ou por força de lei (Ex.: Bens Públicos). b)O bem condominial pode ser usucapido por condômino? Sim! Em rega o condômino não pode usucapir o que já é seu, mas o STJ já decidiu que o condômino pode usucapir o bem condominial quando ele estabelecer posse com exclusividade. O bem de família pode ser usucapido? Sim! Pois a qualificação como bem de família torna a coisa impenhorável e inalienável, mas não torna a coisa imprescritível. c.1.3-Animus domini - É a intenção de ser dono. É o elemento subjetivo da usucapião. É o que impossibilita, por exemplo, o fâmulo da posse de usucapir o bem, pois este exerce a posse em nome de terceiro, como o detentor por exemplo (o chacreiro ou chacareiro), bem como, todo aquele que sabe que não pode ser dono do bem que possui, por exemplo, o locatário, o comodatário, etc.. c.1-4- Lapso Temporal - Prazos de usucapião. No direito brasileiro vamos encontrar diferentes prazos de usucapião: a)15 (quinze) anos para a usucapião extraordinária (art. 1.238 do CC) b) 10 (dez) anos para a usucapião ordinária (art. 1.242 do CC) c) 05 (cinco) anos para a usucapião especial rural, urbano individual, urbano coletivo d) 05 (cinco) ou 03 (três) anos para usucapião de bem móvel, a depender se estiver de boa-fé (03) ou de má-fé (05). Obs.: Os parágrafos únicos do art. 1238 e do art. 1242 determinam a redução do prazo da usucapião extraordinário ou ordinário, em cinco anos, quando o usucapiendi estiver morando ou tiver tornado a terra produtiva, quando estiver cumprindo a função social da posse. O juiz pode determinar esta redução de ofício, independentemente de pedido da parte. E por fim, o parágrafo único do art. 1242 exige também que o justo título tenha sido constituído por escritura pública. c.2- Formais Facultativos c.2.1 - Justo título - É um instrumento que seria idôneo para a transferência da propriedade. Para que o juiz reduza o prazo da usucapião ordinário exige-se que o justo título tenha sido constituído por instrumento público. c.2-2 - Boa-fé - Essa é a boa-fé subjetiva, consiste em ignorar o vício, esta boa-fé é presumida no justo título. Como a boa-fé é mero requisito facultativo. Espécies de Usucapião a)Usucapião Extraordinária (art. 1.238 do CC) Art. 1.238 do CC. Aquele que, por quinze anos (1- lapso de tempo), sem interrupção, nem oposição, possuir (posse) como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade (animus domini), independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença (decisão judicial), a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. É a usucapião comum que exige a presença tão somente dos requisitos obrigatórios. O prazo será de 15 (quinze) anos podendo o juiz reduzir para dez, quando usucapiendi estiver cumprindo a função social. (Função social da posse!!!!!) b)Usucapião Ordinária (art. 1.242 do CC) Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório justo título, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. É a usucapião comum que exige a presença além dos requisitos obrigatórios, também dos facultativos. O prazo será de 10 (dez) anos podendo o juiz reduzir para cinco, quando usucapiendi estiver cumprindo a função social e justo título com escritura pública. Esta espécie admite uma variação no art. 214, § 5º da Lei 6.015/73, chamado pela doutrina de “usucapião tabular”, que é a possibilidade de reconhecimento da usucapião em uma ação em que se discute a validade de um registro público. Art. 214 § 5o da Lei 6.015/73. A nulidade não será decretada se atingir terceiro de boa- fé que já tiver preenchido as condições de usucapião do imóvel. Usucapião Tabular - É a possibilidade de reconhecimento de usucapião como matéria de defesa em uma ação na qual se discute a validade de um registro público. Em nome da celeridade e da economia, para evitar que o réu de uma ação de nulidade de registro público promova uma nova ação para comprovar os requisitos da usucapião. Usucapião especial urbano individual (art. 183 da CF/88 – 1.240 Código Civil – Lei 10.257/2001 Art. 9) Usucapião na Constituição Federal a) Prazo de 05 anos; b) Imóvel não superior a 250 m² ; c) Independe de boa-fé; (MHD presunção) d) Usucapiente não pode ser titular de outro imóvel, rural ou urbano; e) Só é admissível uma única vez f) Admite a soma de posses; g) Finalidade de moradia por si ou por sua família; JOSÉ AFONSO DA SILVA afirma: "Finalmente, o art. 183 instituí o usucapião pró- moradia, em favor de quem possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para a sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. O § 1º dispõe que: 'o título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou mulher, ou ambos independente do estado civil'. Na verdade é o título de domínio e a concessão de uso, mas um ou outra, por que são institutos excludentes. Alias e bem da verdade a concessão do uso não tem cabimento no caso, pois a usucapião é modo de aquisição da propriedade e não meio de se obter a concessão do uso. Consigna-se outrossim, que esse usucapião não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez, no que o constituinte adotou bem, pois quer-se que o imóvel não seja mais objeto de moradia. Veda-se por outro lado para tal fim, o usucapião de imóveis urbanos." Art. 183 da CF/88. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Segundo MARIA HELENA DINIZ o fundamento essencial para esta forma de usucapião esta no fato de que "o solo urbano não deve ficar sem o aproveitamento adequado", sem duvida o que a autora se refere é a chamada função social da propriedade, que deve estar expressa em seu plano diretor. Usucapião no Código Civil - Art. 1.240 - Aquele que possuir como sua, área urbana de até 250 (duzentos e cinqüenta) metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Usucapião no Estatuto das Cidades - Art. 9- Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até 250 (duzentos e cinqüenta) metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. Usucapião especial urbano coletivo (arts. 10 e 12 do Estatuto das Cidades Lei 10.1257/2001) a) Prazo de 05 anos b) Finalidade de moradia c) Posse coletiva por população de baixa renda d) Imóvel superior a 250 m² e) Legitimidade de cada um dos possuidores, em conjunto ou separadamente, e da associação de moradores, na qualidade de substituto processual. “Art. 10 do Estatuto das Cidades. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. Usucapião especial rural (art. 191 da CF/88 – 1.239 Código Civil – Usucapião Pro labore) a) Prazo de 05 anos b) Finalidade de moradia por si ou por sua família ou tornando a terra produtiva. c) Usucapiente não pode ser titular de outro imóvel, rural ou urbano d) Não admite soma de posses ( MHD “seria possível no caso em que o usucapiente tenha feito parte do conjunto de pessoas que realizou atividades produtivas”) e) Imóvel não superior a 50 hectares Art. 191 da CF/88. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Para JOSÉ AFONSO DA SILVA: “Usucapião pró-labore. É o que prevê o artigo 191, em favor de quem, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição de área de terra em zona rural não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família tendo nela a sua moradia. Chama-se pró-labore esse usucapião especial, porque o título que o justifica decorre do fato de a terra ter sido tornada produtiva pelo trabalho do beneficiário e de sua família. Anota-se, contudo que não se verifica usucapião de imóveis públicos." Obs.: Todas estas categorias de usucapião podem ser alegadas como matéria defesa na forma da Súmula nº 237 do STF - A usucapião pode ser argüida em defesa. Usucapião Familiar ( Lei 12.424/2011) Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex- companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Assim sendo, se ex-conjuge ou ex-companheiro vier a abandonar imóvel seu ou do casal, onde residia com a família, perderá, depois de 02 anos, o direito à propriedade daquele e, prol do que permaneceu, fazendo do imóvel sua moradia desde que: a) Não tenha interposto medida judicial, resguardando seu direito sobre o bem; b) O imóvel seja urbano de até 250 metros quadrados; c) O possuidor direto não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Acessões Acessões - São acréscimos na coisa submetidos a teoria da gravitação jurídica, que diz que o acessório segue o principal, e o acessório, de ordinário pertence ao titular do principal. 1-Acessões Humanas (Artificiais Código Civil arts. 1.253 a 1.259). Ex.: Construções ou Plantações. Seguem ordinariamente a propriedade do solo, então se um terceiro realizou construção ou plantação em terreno alheio, em regra, perde direito a estes em favor do proprietário, Se procedeu de boa-fé merecerá indenização, para impedir enriquecimento sem causa. E se ela gerar prejuízo ao proprietário do solo, quem realizou será obrigado a desfazer e responder por perdas e danos. Exceção: “inversão episódica da teoria da gravitação” (art. 1.255, § único do CC) Inverte-se episodicamente a teoria da gravitação, e, portanto o titular do principal não vai adquirir o principal, mas sim o contrário, o dono do acessório adquire a propriedade do principal, e isso ocorre se concorrerem dois requisitos: a-Se a construção ou plantação exceder manifestamente o valor do terreno. b- Boa-fé do construtor ou plantador. Por exemplo: Se alguém de boa-fé edificar, em terreno alheio de pequena área, um edifício com dez andares, fez um alto investimento, cujo valor é bem maior do que o do terreno que não lhe pertence. Por isso mais justo será que passe a ser o proprietário do solo, mediante um pagamento de um quantum indenizatório. 2- Acessões Naturais. (Código Civil arts. 1248 a 1.252) Ex.: Avulsão, Aluvião, Ilhas, Abandono de Álveo. Avulsão - É o desprendimento abrupto e repentino de terras de uma propriedade ribeirinha, consiste em um pedaço de terra que fica avulso por ter se desprendido de uma propriedade de terra e liga-se a outra (esta adquirirá a propriedade de forma originária). O CC prevê o prazo decadência de 01 (um) ano, a contar no fato, para que o proprietário prejudicado reclame, e aquele que adquiriu escolhe se ele indeniza, ou devolve a terra, se for possível. Aluvião - É o desprendimento lento e paulatino de terras de uma propriedade ribeirinha para outra. Aqui não há direito de reclamação, o proprietário prejudicado não tem direito de reclamar, pois ele pode evitar o fenômeno. Ilhas - São formadas por acúmulo de terras em um rio, as ilhas formadas em um rio pertencem aos proprietários ribeirinhos na proporção de suas testadas (margens). ATENÇÃO! As ilhas formadas mesmo nos rios navegáveis pertencem aos seus proprietários ribeirinhos, pois o que a união tem é o rio e não as ilhas. Álveo Abandonado - DECRETO Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934 (Art. 9º do Código de Águas). Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto. Quando um rio muda de curso, a superfície que era coberta pela água e agora não é mais passa a pertencer ao proprietário ribeirinho respectivo, mesmo que o rio fosse navegável, pois o que a união tem é a água do rio e não o solo que sustenta o rio.