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Sintese, Validade e Precisão - Capítulo 5

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Enviado por Wanessa Lisbôa em

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Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia
Capítulo 5
Validade e Precisão
Gisele Aparecida da Silva Alves
Mayra Silva de Souza
Makilim Nunes Baptista
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Validade e Precisão:
Conceitos imprescindíveis na prática do psicólogo que faz uso de testes psicológicos na avaliação psicológica
Conselho Federal de Psicologia (CFP), a partir de 2001 monitora a qualidade dos testes:
Para um teste ser aprovado para uso profissional e comercialização é necessário preencher os seguintes critérios:
Apresentação de fundamentação teórica do instrumento
Evidencias empirícas de validade e precisão relatadas no manual do teste
Instruções de aplicação e correção do teste no manual
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Resolução CFP 006/2004, estipula que estudos referentes a validade e a precisão dos instrumentos
 devem ser realizados de modo a não ultrapassar um período de
vinte anos
Assim, nenhum teste é aprovado ou reprovado para sempre
Sendo que apenas pode não haver em determinado momento estudos que justifiquem
seu uso de forma segura
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Validade:
	A validade de um teste, basicamente, diz respeito 
	a tarefa de medir o que este se destina a medir, 
ou seja, o teste mede aquilo a que ele se propõe.
Logo, os testes precisam demonstrar
 	evidencias de validade
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Validade de um teste no contexto de avaliação:
Verificar as evidências de validade do teste registradas no manual do teste
Considerar as qualidades do teste diante de um propósito ou uma utilização particular. Afinal, um mesmo teste pode servir a um objetivo de avaliação e não servir a outro diferente
Objetivos diferentes podem ser: 
Populações diferentes : 
Contextos diversos: clínica, hospital, transito, etc
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Definição de Validade, segundo Anastasi e Urbina(2000):
Definição nomeada tripartite : abordagem clássica, validade dividida em três tipos
Validade de conteúdo: responde a pergunta, “ os itens do teste representam adequadamente a característica que se quer avaliar?”
Validade de critério: responde a pergunta, “os itens do teste conseguem fazer uma previsão no presente ou no futuro?” Se evidências são encontradas no momento presente ou futuro sobre a questão que mede o teste, há a evidência de validade baseada no critério
Validade de construto: responde a pergunta, “quanto os itens do teste realmente medem uma determinada característica?” 
No entanto, a validade de conteúdo e a de critério apresentam informações sobre o
construto, de modo que quase toda informação sobre o teste contribuíra para a sua
validade de construto de formas diversas. Assim, validade de construto passou a ser
entendida como um conceito abrangente em que se incluem outras formas de validade
(Primi, Muniz & Nunes, 2009) 
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A validade no contexto atual não está distinguida em tipos mas em
fontes pelas quais se torna possível encontrar evidências de validade:
Evidencias de validade baseadas no conteúdo:
Relação entre o conteúdo do teste e o domínio que se quer avaliar.
Os itens do teste necessitam representar de forma adequada a característica psicológica que se quer avaliar
Adequação e representatividade dos itens
Para avaliar se o conteúdo dos itens do teste é adequado ou não são chamados especialistas na área nomeados juízes
Os juízes avaliam se a descrição do conteúdo foi feita de maneira cuidadosa, julgando a relação entre o que o teste traz em seu conteúdo e o que deveria trazer de acordo com a literatura
Essa fonte equivale ao tipo de validade de conteúdo 
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Evidências de validade baseadas nas relações com outras variáveis:
Nessa fonte verifica-se as relações entre os escores do teste e outras variáveis medindo a mesma característica, características relacionadas ou características diferentes
As outras variáveis podem ser : sexo, idade, desempenho acadêmico, critério diagnóstico, critérios externos, outros testes
Exemplo:
Um teste visa avaliar a inteligência de alunos do terceiro ano do ensino fundamental.
 O resultado do teste pode ser comparado ao desempenho acadêmico
Se for encontrada relação entre as pontuações, ou seja os resultados indicam por exemplo inteligência alta e sucesso escolar
pode-se interpretar que foi encontrada evidencia de validade do teste baseada na relação
com outras variáveis, no caso critérios externos 
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 Relações entre variáveis:
Figura 1
A partir dessa relação é possível inferir evidências de validade que convergem, referência a mesma característica ou características bastante relacionadas
Figura 2
A partir dessa relação é possível inferir evidências de validade, segundo características relacionadas
Figura 3
A partir dessa ilustração é possível inferir que as relações encontradas são muito baixas ou foi constatada evidencia de validade divergente, ou seja as características ou construtos são diferentes 
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Evidência de validade baseada nas relações com outras variáveis:
Essa fonte equivale à validade de critério
Sendo assim, é possível obter dados sobre a capacidade do teste no que se refere a predição
Exemplo:
Um teste utilizado na seleção de pessoal para vaga de emprego, é capaz de predizer o sucesso do indivíduo avaliado no cargo pretendido
Em uma avaliação para cargos hierárquicos mais altos, uma das habilidades a serem avaliadas é a de liderança que pode predizer o desempenho dos candidatos quando ocuparem o cargo que requer esse tipo de habilidade
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Evidência de validade baseada na estrutura interna:
Essa fonte de evidência de validade busca relação entre o teste e seus itens, através de análises estatísticas como a correlação e a análise fatorial
Evidências de validade baseadas no processo de resposta:
Processos mentais presentes na execução das tarefas propostas pelo teste
Modelos explicativos do processo mental que ocorre durante a execução das tarefas propostas nos itens do teste e previsões dos comportamentos de acerto, tempo de reação, etc, segundo a teoria de referência da característica avaliada pelo teste.
As observações dos padrões de resposta são comparadas ao modelo teórico e, quanto mais próximas maior a confiança no modelo teórico de base para a interpretação do que o teste avalia
Outra forma de estudar essa fonte de validade é analisar as respostas do indivíduo, quando questionado sobre as estratégias para responder aos itens do teste
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Evidências de validade baseadas nas consequências da testagem:
Essa fonte avalia as consequências sociais do uso do teste para verificar se as implicações de sua utilização coincidem com os resultados, de acordo com a finalidade do teste
Expectativa: o teste contribua de modo benéfico em contextos clínicos, escolares, seleção de pessoal, etc
Esta fonte de evidência da validade implica ter uma visão ampliada da situação e não somente do teste, uma vez que estão envolvidos, além do psicólogo responsável pela avaliação, outros agentes, tais como: profissionais de outras áreas, governo, etc que fazem uso dos dados finais da avaliação para tomada de decisões, e podem utilizar a informação de maneira equivocada, enviesada, de modo a prejudicar indivíduos e sociedade, de um modo geral
Ampliar a situação da testagem e avaliar suas consequencias pode ser visto como uma atitude ética. Como exemplo, um instrumento diagnóstico é aplicado num indivíduo e, se conseguir detectar precocemente uma doença e indicar uma intervenção adequada ao caso, é sinal de que o efeito produzido foi benéfico, como desejado, e este resultado agrega evidência de validade consequencial ao teste utilizado
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Precisão, Confiabilidade, Fidedignidade:
Refere-se a estabilidade do teste, quanto mais próximas forem as pontuações obtidas por métodos
ou em situações diferentes,
Maior a consistência do teste (Anastasi& Urbina, 2000; Cronbach, 1996)
Exemplo: uma só pessoa submetida ao mesmo teste que avalia traços de personalidade, realizado em dois lugares diferentes, por pessoas diferentes. Sendo uma só pessoa avaliada pelo mesmo teste, espera-se resultados próximos. Se assim ocorrer, pode-se conferir precisão ao teste e no caso de resultados diferentes, desconfia-se de um erro de medida.
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O conceito de precisão opõe-se ao de erro de medida, ou seja quanto mais preciso for considerado um teste, significa que mais livre de erros ele se encontra
No entanto, nenhuma medida está livre de erro, e os erros interferem no resultado de um teste
Fontes de erro de medida: 
Contexto da testagem : aplicador, avaliador, ambiente de testagem, motivos da aplicação do teste
Testando
	Condições emocionais: disposição, ansiedade, fadiga, acertos ao acaso, familiaridade com o conteúdo, subjetividade
Teste em si
 
Se os devidos cuidados forem tomados, parte dos erros provindos dessas tres fontes
pode ser anulada ou minimizada
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Métodos para se estimar os coeficientes de precisão:
Cada um deles tem suas fontes de erro. Não se trata de eliminar os erros, mas de identificar suas fontes e estimar a extensão de sua influência. 
Se o erro for muito grande, o teste perde sua validade
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Método das formas alternadas: formas paralelas
O mesmo indivíduo pode ser avaliado com duas ou mais formas do teste no mesmo dia ou em dias diferentes.
Fontes de erro:
Aplicação das formas paralelas no mesmo dia (imediato): 
	Principal fonte de erro: relacionada ao conteúdo, familiaridade. Uma das formas do teste pode estar mais suscetível a familiaridade dos respondentes do que a outra, gerando erro e diminuindo o coeficiente de precisão
Aplicação em dias diferentes:
	Fontes de erro: além do erro ligado ao conteúdo, essa avaliação pode sofrer influências do fator tempo
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Método do teste-reteste:
Consiste na aplicação e reaplicação do mesmo teste ao respondente, mas em ocasiões diferentes.
Fonte de erro:
A principal fonte de erro é relacionada ao tempo, já que são feitas duas aplicações do teste em momentos distintos. 
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Método das metades ( Split-half):
Consiste na divisão do teste em duas partes homogêneas ou equivalentes, porém ele é aplicado uma única vez ao testando
A divisão das metades pode ocorrer de modo que sejam separadas com relação aos itens pares e ímpares ou a primeira e segunda metade do teste, etc
Fonte de erro:
A principal fonte de erro é relacionada ao conteúdo dos itens
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Método de precisão entre avaliadores:
Consiste em solicitar a avaliação de dois ou mais avaliadores diferentes ao mesmo método respondido pelo indivíduo, estabelecendo-se uma correlação entre os resultados dos avaliadores.
Fonte de erro:
A principal fonte de erro está relacionada a subjetividade do avaliador
Quando os testes dependem em grande parte do julgamento do avaliador como é o caso das técnicas projetivas, os resultados para o mesmo teste aplicado na mesma pessoa podem ser diferentes, pois nessa avaliação está embutida a subjetividade e a interpretação pessoal do avaliador
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Estatística para a obtenção do coeficiente de precisão:
Correlação entre as pontuações do teste, segundo o seu formato específico.
Quanto mais correlacionadas essas pontuações estiverem, ou seja coeficiente próximo de 1, maior a precisão encontrada
Quanto menos correlacionada, ou seja coeficiente mais próximo de zero, menor precisão da medida

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