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Matrizes para Materiais Compósitos Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) – Campus Itabira Itabira, 18 de março de 2013 Matrizes para materiais compósitos • Três maiores classes de matrizes: • Polímeros – Termorrígidos – Termoplásticos • Metais • Cerâmicas • Matrizes para materiais compósitos: • Matriz deve ser responsável principalmente pelas seguintes propriedades: • Temperatura de serviço • Comportamento viscoelástico • Propriedades transversais • Tipos de matrizes: Termorrígidas x Termoplásticas. • Características de cada uma delas - diferenciar as seguintes propriedades: • Resistência química, Tenacidade, Volume de produção, Densidade, Investimento nos meios de produção, Reaproveitamento, Estabilidade dimensional, Temperatura de utilização, Presença de ligações cruzadas, Solubilidade, Fusão. . Matrizes para materiais compósitos Termorrígidas durante a cura ocorrem mudanças químicas formando ligações cruzadas no final do processo; após a cura não permite nova moldagem ou fusão; e difícil reciclagem. exemplos: epóxi, poliéster, fenólica, poliimida, etc... Termoplásticas quando aquecida ocorrem mudanças físicas passando de sólido a líquido; solidifica no resfriamento; permite reaquecimento e nova moldagem; funde a altas temperaturas; e permite reciclagem. exemplos: PE, PP, PEI, PEEK, PET, PC, etc... Termorrígidos • Vulgarmente designados por termoendurecíveis. • Moléculas formam estruturas tridimensionais com ligações cruzadas. • O produto final é duro e não amolece com o aumento da temperatura. São insolúveis e infusíveis. • São mais rígidos e mais resistentes ao calor do que os termoplásticos. • Não recicláveis: depois de processados assumem forma permanente. • Apresentam viscosidades bastante inferiores às dos termoplásticos. Termorrígidos são mais utilizados em compósitos estruturais do que os termoplásticos (~ 80% dos plásticos reforçados). • Matrizes termorrígidas – Resinas poliéster, epóxi, fenólicas, poliimidas e bismaleimidas. • Resinas poliéster: Dominam o mercado de compósitos. • Resinas epóxi: usadas em aplicações tais como estruturas de aviões e encapsulamentos de componentes eletrônica. • Resinas fenólicas: Utilizadas em estruturas de módulos espaciais que necessitam suportar elevadas temperaturas. Termorrígidos 7 • Tipos de termorrígidos – Ativados por temperatura – Ativados por catalisador – Ativados por temperatura e catalisador Termorrígidos Reação entre um ácido difuncional (ou anidrido) e um álcool difuncional (glicol). Resinas de Poliéster Ácidos utilizados e glicóis utilizados: – Ácidos insaturados: ácido maléico, ácido fumárico. – Acidos saturados: ácido ortoftálico, ácido isoftálico. – Acidos clorados: retardantes de chama. – Glicóis: etileno glicol, dietileno glicol, propileno glicol. Resinas de Poliéster 10 Química do poliéster (1) Primeira condensação: Produtos de reação: (2) (3) Pq diácidos? Passo 1 – Reação de Polimerização: Adição de inibidores de cura. • Passo 2 - Policondensação: Formação de ligações cruzadas do poliéster com o monômero insaturado estireno. (a) Mistura dos reagentes (b) Etapa da iniciação (c) Formação de ligações cruzadas: (d) Rede tridimensional Tempo de gel para uma formulação típica de resina éster vinílica DER 411 – Dow Química: (a) em função da porcentagem de dimetilanilina e catalisador metil-etil- cetona (MEKP), (b) em função de naftenato de cobalto e catalisador metil-etil- cetona. Resinas de Poliéster Etapas da reação de cura das resinas poliéster Resina Líquida Pot Life Gel Time catalisador, acelerador Estado de gel Gelação Resina Líquida muito viscosa Tempo inicial de cura Tempo de cura Sólido mole Sólido duro Vitrificação Tempo de gel, pico exotérmico, tempo de desmoldagem e cura. Parâmetros de cura: número de patamares isotérmicos de temperatura, taxa de aquecimento entre os patamares, pressão e tempo total de cura. • Ciclo de cura: • Introduzir mínimas tensões residuais no compósito. • Permitir um ciclo de cura com o menor tempo possível. • Garantir uma completa cura da matriz polimérica. • Como escolher? Ciclo longo ou curto? Temperaturas altas ou baixas? O que pode resultar cura incompleta? 100 105 110 115 120 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 3,0% de umidade 7,5% de umidade vi sc os id ad e (m Pa .s ) Temperatura ( o C) Viscosidade Com carga Sem carga Tempo de manuseio O sistema permanece com viscosidade reduzida o suficiente para ser processado. Depende do processo e da viscosidade da formulação resina/endurecedor/diluente Quanto menores forem suas respectivas viscosidades separadamente, tanto menor será a viscosidade inicial do sistema. • Aplicações: capacetes, carcaças de barcos com fibras de vidro, componentes de carroceria de automóvel, cadeiras, piscinas, mámore sintético, revestimentos de tubulações, etc. • Vantagens: Baixo custo, baixa viscosidade e tempo de cura baixo, resinas totalmente translúcidas podem ser produzidas. • Desvantagens: Menor resistência mecânica do que a resina epóxi, alta contração volumétrica. Resinas de Poliéster Resinas viniléster ou éster vinílicas Resinas de Viniléster Resinas Epóxi Estrutura química de uma resina epóxi diglicidil éter de bisfenol A - DGEBA. Grupos epóxi e reação para formar a molécula epóxi. Produto final Grupos epóxi nas duas extremidades. Propileno + Cloreto Acetona + fenol Epiclorohidrina Bisfenol-A E outro bisfenol A E outra epiclorohidrina n médio Massa equivalente em epóxi MEE * Viscosidade ou ponto de fusão Shell Epon Dow DER Huntsman Araldite 0 170-178 4-6Pa.s 825 332 6004 0,07 180-190 7-10 Pa.s 826 330 6006 0,14 190-200 10-16 Pa.s 828 331 6010 2,30 450-550 65-80 ºC 1001 661 6065 4,80 850-1000 95-105 ºC 1004 664 6084 Caracteristicas de resina epóxi do tipo diglicidil éter de bisfenol A. RESINAS EPÓXI COMERCIAIS (DGEBA) SÃO MISTURAS DE OLIGÔMEROS E AS UNIDADES DE REPETIÇÃO PODEM VARIAR DE 0-25. *MEE: massa de resina (g) que contém um equivalente grama de epóxi. Massa molar da resina/número de anéis epoxídicos As resinas líquidas possuem MEE até 229, as semi-sólidas de 230-459 e as sólidas acima de 460, podendo chegar até 5000. A resina básica líquida é a de MEE = 190. Agentes de cura -Amínicos: aminas alifáticas (DETA, dietilenotriamina) e aminas aromáticas (DDM (difenil diamino metileno), DDS (difenil diamino sulfona). -Anidridos : menor reatividade que as aminas aromáticas, ciclos de cura relativamente longos; - Geralmente sao usados com aceleradores (aminas terciárias BDMA - benzildimetilamina): sistemas tricomponentes. Estruturas e características de agentes de cura a base de aminas comumente utilizados (aminas alifáticas). Necessário que cada molécula de amina tenha mais do que 2 hidrogênios de amina ativos. Reações de cura com aminas Estrutura linear.... O CH3 CH3 O OH NH2 N CH2 H OH CH2 NH2 N H O CH3 CH3 O O O NH2 NH2 NH2 NH2 + + Seguido pela formação de ligações cruzadas O CH3 CH3 O OH N CH2 H OH CH2 N HO CH2 O O CH3 CH3 O OH NH2 N CH2 H OH CH2 NH2 N H O CH3 CH3 O O + Reações de cura com aminas Necessário que cada molécula de amina tenha mais do que 2 hidrogênios de amina ativos. Densidade de ligações cruzadas X Resistência Química X Flexibilidade Condições: . • 1 sítio reativo de resina para cada sítio reativo de endurecedor (ideal). Quantidade de Amina Peso equivalente em hidrogênio ativo [PEHA] ou Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA]: unidade: gramas / equivalente. { também referido como peso equivalente hidrogênio-amina} – Definição: massa molar da amina dividida pelo número de hidrogênios ativos. Partes em peso do agente de cura por cem partes de resina [phr] unidade: gramas – Definição: gramas do endurecedor necessárias para cem gramas de resina epóxi. Exemplo de cálculo Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA] = 146 / 6 = 24 g / eq Para reação de cura de 100 gramas de resina com MEE = 200 g / eq, será necessário: Massa molar é 146 g/mol Funcionalidade é 6 phr = 24 * 100 / 200 = 12 gramas H2N-CH2-CH2-N-CH2-CH2-N-CH2-CH2-NH2 H H 12 g do agente de cura para 100 g de resina Como calcular a razão da mistura • Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA] • Massa equivalente em epóxi [MEE] Quantidade de endurecedor necessária para 100 g de resina epóxi 100 * MEHA MEE A razão da mistura pode ser otimizada para alcançar as propriedades desejadas!!! = Resina Epóxi • Vantagens: – Excelente adesão a várias cargas, fibras e outros substratos. – Proteção contra corrosão. (mercado de revestimento, ver: Akzo Nobel Coatings’ web-site). – Ausência de liberação de materiais voláteis. – Excelente resistência a solventes. – Baixa contração de cura. • Desvantagens: – Custo elevado, tempo de cura longo. – Pobre aparência (yellowish). Resina fenólica ou resina fenol/formaldeído, é um polímero termofixo reticulado resultante da reação entre fenóis e soluções de formaldeído. • Fenóis • Formaldeído Resinas fenólicas (Resinas fenol/formaldeído) Reação 3:2 CH2 CH2 OH OH OH OHOH 2CH2CH OH 2 CH2CH CH OH2 2OHCH 2OHCH OH CH2 CH2 CH 2 2 CH CH2 CH2CH 2CH OH OH OH OH OH nC6H5 OH + mHCHO meio ácido excesso de fenol aquecimento -H O 2 meio básico excesso de aldeído 2 aquecimento -H O resina tipo novolaca, fusível e solúvel resina tipo resol estágios A ou B resina no estado termorrígido estágio C aquecimento aquecimento agente de cura Resinas fenólicas (Resinas fenol/formaldeído) Resóis: são preparadas com um excesso de formaldeído em presença de um catalisador alcalino. São chamadas de resinas de um estágio. Razão molar formaldeído/fenol: 1:1. Reação de cura pode ocorrer por aquecimento ou pela adição de um catalisador ácido. Novolacas: são produzidas com catalisadores ácidos e menos de um mol de formaldeído por mol de fenol. São chamadas de resinas de dois estágios. Razão molar formaldeído/fenol: 0,88:1. Reação de cura só ocorre com a adição de agentes de cura. Hexametilenotetramina Propriedades • Opacas com colorações que variam de marrom a preto. • Alta resistência mecânica. • Boa resistência térmica, elétrica e química. • Baixo coeficiente de atrito. • Baixa absorção de água. Resinas de alto desempenho: Benzoxazinas - Resina Resistência à tração (MPa) Módulo de elasticidade (GPa) Alongamento à ruptura (%) Densidade (g/m3) Tg (ºC) Benzoxazina 44 - 64 4,3 – 5,2 1,0 - 2,4 1,22 -1,25 150-260 Fenólica 35 - 62 2,7 - 4,8 1,5 - 2,0 1,24 - 1,32 ≈ 175 Epóxi 28 - 90 2,4 3 - 6 1,11 - 1,40 150-261 Bismaleimida - - 2,0 1,35 - 1,40 250-300 Bismaleimidas BMI grupo das imidas Frágeis 1a, 2a geração Resistentes ao impacto 3a geração Agente tenacificante Vantagens: •Alta temperatura de serviço (1800C/ epóxi = 1300C) •Excelentes propriedades físicas a altas temperaturas e em meios úmidos •Baixa inflamabilidade •Maiores valores de Tg Desvantagens: •Necessidade de pós-cura •Elevado preço Termorrígidas Comuns Dados MATRIZ T. CURA ( C ) T. SERVIÇO ( C) Poliester Amb. - 121 60 - 140 Ester vinil Amb. 49 - 149 Epóxi Amb. - 177 65 - 191 Fenólica 177 - 232 148 - 232 Bismaleimida (BMI) 232 - 288 204 - 316 Ester cianato 121 - 177 93 - 288 Poliimida (PI) 316 - 399 260 - 371 Aplicação de termoplásticos • O uso de compósitos termoplásticos reforçados com fibras contínuas também tem sido ampliado no setor aeroespacial. • Redução drástica da fadiga, maiores valores de resistências ao impacto e ao fogo, baixa absorção de umidade, temperatura de serviço mais elevada e grande versatilidade na produção em série, exibindo propriedades mecânicas iguais ou superiores às apresentadas pelos compósitos termorrígidos. Exercícios (1) Deseja-se fazer uma resina poliéster utilizando 100 g de ácido maléico e etileno glicol. Uma quantidade estequiométrica de etileno glicol é utilizada. As ligações cruzadas serão feitas utilizando estireno. Assume que um monômero de estireno corresponde a um oligoéster. A partir do processo de ligações cruzadas, quantas ligações C=C são quebradas e quantas ligações C–C são formadas? R. 1.038 . 1024 ligações duplas são quebradas e 2.076 . 1024 ligações simples são formadas. (2) Deseja-se fazer uma resina poliéster utilizando 100 g de ácido maléico e etileno glicol. Uma quantidade estequiométrica de etileno glicol é utilizada. As ligações cruzadas serão feitas utilizando estireno. Calcule: a. A energia requerida para quebrar uma ligação C=C de 680 kJ/mol e a energia necessária para formar uma ligação C–C de 370 kJ/mol. Qual energia é gerada durante o processo de polimerização? R. 102.7 KJ. b. A capacidade calorífica do poliéster é 0.25 cal/g/°C. Assumindo que não ocorra nehuma perda por calor, qual é o aumento na temperatura da resina poliéster? Massa do carbono C= 12 g/mol, H = 1 g/mol, O = 16 g/mol e 1 caloria = 4.18 Joules. R: 463oC. (3) Em uma reação de cura de uma resina epóxi DGEBA usando um agente de cura a base de amina (DETA), quantos gramas de DETA devem ser utilizadas se 100g de resina epóxi forem utilizadas? R. Para cada 100 g de epóxi, 12.1 g de agente de cura. (4) O que significa grau de cura? Qual é o método usual mais utilizado para medir a extensão de uma reação de cura? Explique como o grau de cura de uma resina pode ser avaliado a partir de medidas de DSC, DMA e busque outras técnicas de caracterização que permitem fazer uma estimativa sobre o grau de cura. Exercícios