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FICHA TÉCNICA ©2010. SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Central.Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei Nº 9.610). CNA Diretoria Executiva Senadora Kátia Abreu Presidente da CNA Ágide Meneguette (PR) 1º Vice-Presidente Pio Guerra Júnior (PE) Vice-Presidente de Secretaria Ademar Silva Júnior (MS) Vice-Presidente de Finanças Fábio de Salles Meirelles Filho (MG) Vice-Presidente Executivo Assuero Doca Veronez (AC) Vice-Presidente Diretor Carlos Rivaci Sperotto (RS) Vice-Presidente Diretor Dep. Fed. Homero Alves Pereira (MT) Vice-Presidente Diretor José Ramos Torres de Melo Filho (CE) Vice-Presidente Diretor Júlio da Silva Rocha Júnior (ES) Vice-Presidente Diretor Vice-Presidentes Almir Morais Sá (RR) Álvaro Arthur Lopes de Almeida (AL) Ângelo Crema Marzola Júnior (TO) Carlos Augusto Melo Carneiro da Cunha (PI) Carlos Fernandes Xavier (PA) Eduardo Silveira Sobral (SE) Muni Lourenço Silva Júnior (AM) Fábio de Salles Meirelles (SP) Francisco Ferreira Cabral (RO) João Martins da Silva Júnior (BA) José Mário Schreiner (GO) José Hilton Coelho de Sousa (MA) José Zeferino Pedrozo (SC) José Álvares Vieira (RN) Luiz Iraçu Guimarães Colares (AP) Mário Antônio Pereira Borba (PB) Renato Simplício Lopes (DF) Roberto Simões (MG) Rodolfo Tavares (RJ) SENAR Conselho Deliberativo do SENAR Senadora Kátia Abreu Presidente Titular: Júlio da Silva Rocha Júnior Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo Suplente: Roberto Simões Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais Titular: Carlos Rivaci Sperotto Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul Suplente: Ágide Meneguette Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná Titular: Ângelo Crema Marzola Júnior Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins Suplente: Francisco Ferreira Cabral Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia Titular: Renato Simplício Lopes Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal Suplente: José Mário Schreiner Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás Titular: Raimundo Coelho de Souza Vice-Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão Suplente: João Martins da Silva Júnior Presidente da Federação da Agricultura do Estado e Pecuária do Estado da Bahia Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Ministério da Educação (MEC) Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) Agroindústria (CNI) Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) ______________________________________________ Secretário Executivo do SENAR Daniel Klüppel Carrara Chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR Andréa Barbosa Alves SUMÁRIO Apresentação do programa ................................................................................... Módulo 01: Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade ...................... Módulo 02: Propriedade e direitos fundamentais e constituicionais ........................ Módulo 03: Propriedade: lei e indenizações ............................................................ Encrramento do curso ........................................................................................... 02 08 18 28 39 Apresentação do Curso 2Curso 06 - Direito de Propriedade Apresentação do programa Olá, Em nome do Sistema CNA/SENAR, a presidente da CNA, Kátia Abreu, preparou um pequeno texto para falar da sua satisfação em lançar este programa de capacitação, via internet, da Escola do Pensamento Agropecuário. Olá! Sou Kátia Abreu e é com muito prazer que lhe apresento mais uma iniciativa do Sistema CNA/SENAR: A Escola do Pensamento Agropecuário. Um centro de conhecimento com a função primordial de produzir e difundir novas ideias ligadas ao setor agropecuário. Este é um programa de capacitação pela internet, extremamente prático e abrangente. Todos poderão acessar o conteúdo dos diversos cursos e as diversas ferramentas que serão postas em prática, para garantir o debate e o aprendizado. Teremos blog, twitter, chat e tira-dúvidas, garantindo o melhor para você. Esta escola foi feita para todos que atuam no campo, mas também são bem-vindos todos que tenham interesse pela agropecuária e queiram participar dos seis cursos. Os seis cursos oferecidos pela Escola do Pensamento Agropecuário são os seguintes: Direito de Propriedade, Meio Ambiente, Pobreza Rural, Educação e Qualificação Profissional, Trabalho Decente e Abastecimento e Renda. Nós queremos promover a integração entre os diversos segmentos da sociedade e a comunidade científica para que, juntos, possamos aprofundar debates e construir novos caminhos para o conhecimento. Acredito no conhecimento e sei que o setor agropecuário brasileiro é a alavanca da economia do País. Somos o setor que representa um terço do PIB brasileiro, um terço dos empregos gerados e, em 2009, fomos responsáveis por 42% de todas as exportações do Brasil. Isso não é pouco, temos que ter orgulho da agropecuária, ela é de todos os brasileiros. Somos a maior potência agrícola do mundo e podemos acabar com o maior mal da humanidade, a fome. Para isso, temos que buscar meios de garantir a produção, o respeito ao meio ambiente a segurança do trabalhador, a renda e o abastecimento. Combater as inseguranças jurídicas no campo e, principalmente, difundir a responsabilidade social da atividade agropecuária. Sejam bem-vindos à Escola do Pensamento Agropecuário! Como diz Paulo Freire “Educação não transforma o mundo, educação muda pessoas, pessoas transformam o mundo.” Um abraço e bom trabalho a todos. Capacitação da Escola do Pensamento Agropecuário Lhe convidamos a conhecer um pouco mais sobre os cursos deste programa. Vamos seguir! Apresentação do Curso 3Curso 06 - Direito de Propriedade Tópico 01: Apresentação do programa Este programa de capacitação é composto por 06 cursos: Capacitação da Escola do Pensamento Agropecuário Curso Tempo para realizar cada curso Carga-horária Trabalho decente 15 dias 8 horas Pobreza rural 15 dias 4 horas Educação e qualificação profissional 15 dias 6 horas Abastecimento e renda 15 dias 6 horas Direito de propriedade 15 dias 6 horas Meio ambiente 15 dias 10 horas Neste programa você irá escolher o curso que mais lhe interessa e realizar sua matrícula. Assim que concluir, poderá se matricular em um dos demais cursos e assim sucessivamente. Importante Você deverá seguir a sugestão do cronograma de estudos para realizar o curso com sucesso e receber o certificado. O curso tem duração de 15 dias. Você terá acesso ao ambiente on-line 24 horas por dia durante este período para que possa estudar os conteúdos e realizar as atividades. Caso você tenha mais disponibilidade de tempo de estudo por semana poderá concluir o curso em menos tempo. Por exemplo: se estudar em média 1 hora por dia, levará 15 dias para concluir, mas se tiver mais tempo terminará antes e poderá realizar a matrícula em outro curso. Ao concluir o curso, você poderá imprimir o certificado que ficará disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Ah! Para cada curso que concluir, você terá direito a um certificado, que será enviado, via correio, pelo Sistema CNA/SENAR. Observe na tabela acima a quantia de horas de cada curso. Apresentação do Curso 4Curso 06 - Direito de Propriedade Assim que terminar de ler o texto acima, convidamos você a conhecer o que estudará neste curso e o que o Sistema CNA/SENAR espera que você aprenda ao concluí-lo. Vamos seguir! Escola do Pensamento Agropecuário A Escola do Pensamento Agropecuário é um centro de conhecimento que tem como função primordial a produção e a difusão de pesquisas, estudos e diagnósticos, embasados na metodologia científica focada no desenvolvimento agropecuário. Sua estrutura se subdivide em três pilares básicos, a saber: Unidade de Produção: Nesta etapa a instituição abre espaço para receber teses, organizar seminários, apoiar alunos de mestrado e doutorado que estejam defendendo o Pensamento Agropecuário. Unidade de Formação: Terá um espaço para formar novas linhas de pensamento por meio de cursos para estudantes universitários e profissionais. Esta unidade prevê, ainda, a formatação de cursos em parceria com redes de universidades que passam a ser parceiras, ao aderirem livremente a Escola de Pensamento Agropecuário. Nesta unidade de formação será construído um Banco de Dados em uma Rede Virtual de Formação. Unidade de Articulação: Processo de interação com Universidades, Associações de Classes, Entidades Estudantis, Poder Judiciário e Poder Legislativo, com o objetivo de ampliar a rede de parceiros e difundir a linha de pensamento que a escola produz e defende. Os estudos e pesquisas serão frutos de demandas indicadas pelo Sistema CNA/SENAR, e os produtos gerados serão compartilhados com os demais membros do Sistema. A Escola do Pensamento Agropecuário pretende valer-se das melhores e mais democráticas modalidades de ensino, gestão e transferência do conhecimento, usando sistemas informatizados de educação à distância e, também, “in loco”. Poderá valer-se do Canal do Produtor, sites do Sistema CNA e do SENAR e salas da Inclusão Digital Rural, além de outros meios prioritariamente voltados ao produtor rural e à população do campo brasileiro. Para o Sistema CNA/SENAR, a Escola vai ser um referencial nacional em agropecuária, fornecendo embasamento científico ao debate que permeia o setor, valorizado pela ciência. Então! Agora convidamos você a conhecer um pouco mais sobre a Escola do Pensamento Agropecuário. A presidente da CNA, Kátia Abreu preparou um pequeno vídeo para falar da sua satisfação em lançar este curso e, especialmente, por ter a sua companhia nos próximos dias para que, juntos, possamos criar uma nova era para a agricultura brasileira. Palavras da presidente da CNA Apresentação do Curso 5Curso 06 - Direito de Propriedade Lhe convidamos a conhecer um pouco mais sobre a Escola do Pensamento Agropecuário. Vamos seguir! Informações sobre o Curso Olá! Neste curso você conhecerá ou relembrará alguns aspectos do direito de propriedade, entendido como um fundamento essencial das sociedades livres e democráticas. E que a origem do direito de propriedade ressalta que o trabalho realizado e aquisições obtidas a partir do resultado deste trabalho são de titularidade de seu proprietário e de nenhum outro homem. Já no tema aspectos conceituais do direito de propriedade, que o conceito de direito de propriedade previsto na Constituição Federal é entendido de forma mais ampla que o direito real previsto na legislação civil. Além disso, em propriedade e direitos fundamentais e constituição verifica-se que o direito de propriedade é um dos direitos fundamentais assegurados na Constituição. Por fim, em propriedade: lei e indenização será exposta a ideia de que a legislação disciplina o direito de propriedade, bem como algumas hipóteses de desapropriação mediante prévia e justa indenização em dinheiro. Dessa forma, uma das ações que o Sistema CNA/SENAR, está colocando em prática é este curso. Ele, em especial, traz informações importantes que auxiliam na prática do seu trabalho no Brasil. Olá! Um forte abraço pra você, que participa de mais um curso da Escola do Pensamento Agropecuário, vamos tratar agora de direito de propriedade. O direito de propriedade é garantido pela Constituição Federal, está lá, no artigo 5º, inciso 22, mas nem sempre é respeitado. No mundo rural, o direito de propriedade tem sido relativizado, ou seja, uma hora é cumprido e outras não. O direito de propriedade é um tema ligado a questão fundiária, uma área sobre a qual ainda paira muito desconhecimento, principalmente quando o debate envolve a titularidade e o domínio de terras. Em todas as regiões, propriedades rurais são alvos de desapropriações promovidas pelo poder público para criação de unidades de conservação, terras indígeneas, comunidades quilombolas e para assentamento da reforma agrária. Neste curso, nós vamos oferecer informações importantes que ajudarão você a compreender essa situação. Nós precisamos conhecer nossos direitos diante dessas situações para saber agir dentro da legalidade. Não vamos discutir neste curso a legitimidade da reforma agrária ou das questões indígeneas ou quilombolas, a nossa intenção é enriquecer o debate sobre o direito de propriedade. Você precisa conhecer seus limites e aprender a defendê-los. Os programas sociais, desenvolvidos pelos governos, nós respeitamos, só não podemos permitir que os usem para invadir os nossos direitos. Tenham todos um bom curso. Objetivos do curso Apresentar as leis que regulamentam o direito de propriedade que trata sobre a reforma agrária e assentamentos rurais. Apresentação do Curso 6Curso 06 - Direito de Propriedade Módulo Orientação das atividades Cronograma Módulo 01: Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade Durante o estudo do Módulo 01, você deve: Realizar a leitura dos conteúdos Fazer o desafio Participar do fórum e chat Realizar as atividades 1º ao 4ºdia Módulo 02: Propriedade e direitos fundamentais e constitucionais Durante o estudo do Módulo 02, você deve: Realizar a leitura dos conteúdos Fazer o desafio Participar do fórum e chat Realizar as atividades 5º ao 9º dia Módulo 03: Propriedade: lei e indenizações Durante o estudo do Módulo 03, você deve: Realizar a leitura dos conteúdos Fazer o desafio Participar do fórum e chat Realizar as atividades 10º ao 14º dia Fechamento do curso e certificação Período para você finalizar as atividades pendentes e salvar em seu computador os materiais de seu interesse e o certificado. 15º dia O curso tem duração de 15 dias com carga horária de 06 horas. Você terá acesso ao ambiente on-line 24 horas por dia durante o período, para que possa estudar os conteúdos e realizar as atividades. Para que você possa concretizar este objetivo, organizamos o curso em 03 módulos: Módulo 1: Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade. Módulo 2: Propriedade e direitos fundamentais e constituição. Módulo 3: Propriedade: lei e indenização. Para lhe ajudar elaboramos um plano de estudo, como sugestão, para você organizar o seu tempo e estudo. Plano de estudos Plano de estudos Chat Fique atento! Seu tutor entrará em contato com você para informar dia e horário do chat e você poderá tirar suas dúvidas. Apresentação do Curso 7Curso 06 - Direito de Propriedade Seu tutor Como você deve ter lido no módulo de ambientação, neste curso você terá apoio e orientação permanente de um tutor, especialista no assunto deste curso. Ele mandará e-mails, responderá suas dúvidas pela ferramenta Tira-dúvidas e pela ferramenta Mensagens, e irá lhe convidar para discutir nas ferramentas Fóruns e Chat. Enfim, ele será seu “Anjo da Guarda”. Você gostaria de conhecê-lo? Caso sua resposta seja sim, lhe convidamos a ler ao vídeo de apresentação do seu tutor. Neste curso você terá um estudo dinâmico com várias atividades, recursos e animações. Também terá a companhia de dois colegas de cursos. Um deles é um produtor rural que se chama Davi, dono de uma propriedade de médio porte, que tem como premissa conhecer seus direitos e deveres, por isso, quer sempre “estar informado” para também evitar “dores de cabeça”. Diante disso, Davi conversa com um advogado especialista nessa área, chamado Otávio, sobre uma situação que vem ocorrendo em algumas terras vizinhas em que os proprietários não estão conseguindo produzir dentro do percentual estabelecido pelo governo e, estão correndo risco de perder suas terras. Depois de uma conversa inicial, o advogado convida o produtor rural a realizar um curso oferecido gratuitamente pelo Sistema CNA/SENAR que trata, justamente, sobre direito de propriedade. Bem, eles irão interagir entre si e com você, no decorrer do curso, socializando suas experiências e alguns textos importantes sobre o tema do curso. Então, vamos conhecê-los! Bons estudos! Colegas do curso Olá, Meu nome é Janes Sandra Dinon Ortigara, gosto de ser chamada apenas de Janes. Tenho 35 anos, sou natural de Guarujá do Sul – SC. Morei durante 20 anos em São Miguel do Oeste e, há 04 anos, moro em Florianópolis. Gosto muito de esporte, fui atleta de voleibol durante muitos anos e nas horas de folga viajar é o que eu mais gosto de fazer. Sou graduada em Ciências Contábeis e Bacharel em Direito pela Unoesc - Universidade do Oeste de Santa Catarina, Especialização em Gestão de Finanças Públicas, MBA Executivo em Formação de Consultores Empresariais e Mestrado em Recursos Humanos. Trabalhei como tutora do Programa Negócio Certo e, atualmente, trabalho como Consultora. Será um grande prazer interagir e trocar conhecimentos com cada um de vocês e, desde já, coloco-me à disposição para sanar quaisquer dúvidas e esclarecimentos. Forte Abraço. Janes Sandra Dinon Tutora Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 8Curso 06 - Direito de Propriedade Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 9Curso 06 - Direito de Propriedade Davi: Olá, Otávio! Como você está? Otávio: Olá, Davi! Estou bem. Que bom que veio me visitar! Davi: Pois é, Otávio, gostaria de conversar com você sobre uma situação que vem ocorrendo em algumas terras vizinhas da minha propriedade. Otávio: Diga, amigo, o que se passa? Davi: É sobre a desapropriação de terras e invasões. Otávio: Hum.... Davi: Alguns vizinhos não estão conseguindo produzir dentro do percentual estabelecido pelo governo e estão correndo o risco de perderem suas terras. Otávio: Bom, amigo Davi, é difícil entender a diferença no tratamento que dão aos empresários do setor urbano e rural. Davi: Pois é, Otávio, e eu gostaria de ajudar meus vizinhos, mas como? Otávio: Davi, como você sabe o Sistema CNA/SENAR oferece cursos para auxiliar os produtores rurais. Davi: Sim, já fiz quase todos os cursos oferecidos pelo Sistema CNA/SENAR! São muito educativos e esclarecedores. Têm me ajudado muito no dia a dia com o meu trabalho. Otávio: Então, vai começar um curso que trata justamente sobre isso que está acontecendo nas terras dos seus vizinhos. Davi: Ah! Sim, vou fazer e também já recomendei a eles. Otávio: Ótima decisão. Assim poderemos continuar conversando durante o curso. Davi: Sim, com certeza! Então vamos nos encontrar lá! Davi foi até o escritório de Otávio para conversar um pouquinho. Vamos acompanhar a visita! Visita ao escritório de Otávio Olá! Seja bem-vindo ao módulo 1, que tratará sobre direito de propriedade, origem do direito de propriedade e aspectos conceituais. Neste módulo você conhecerá ou relembrará sobre direito de propriedade, que o aborda como um fundamento essencial das sociedades livres e democráticas e sobre a diferença entre ação social chamada de “responsabilidade social” nas empresas urbanas e o “cumprimento da função social” para as empresas rurais. Apresentação do módulo Direito de propriedade, origem do direito de propriedade e aspectos conceituais Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 10Curso 06 - Direito de Propriedade Verá a origem do direito de propriedade, ressaltando que o homem reconhece a liberdade que tem e sabe que nenhum outro homem pode ter direito sobre os frutos de seu trabalho sem o seu consentimento de seu proprietário. E no tema aspectos conceituais do direito de propriedade, você verá que nos termos do direito civil, em regra, é titular da propriedade aquele que a adquiriu de acordo com os critérios legais. Por isso, até o término deste módulo, você deverá ser capaz de: Objetivos Entender a origem do direito de propriedade. Conhecer os aspectos conceituais do direito de propriedade. Agora que você já conheceu o conteúdo que será trabalhado neste módulo e os objetivos de aprendizagem, leia no próximo tópico o desafio lançado para você! Caso não saiba ou não tenha certeza, não se preocupe! Pois até o final deste módulo você terá acesso a essas informações e muitas outras. Bom Estudo! No início de cada módulo você será convidado a realizar um desafio, pois o objetivo é ajudá-lo a verificar o que já conhece sobre o assunto a ser abordado em cada módulo. Então, vamos fazer o desafio deste módulo? Desafio do módulo Desafio O que você entende por direito de propriedade? Direito de propriedade, origem do direito de propriedade e aspectos conceituais Neste tópico você vai conhecer ou relembrar sobre a diferença entre ação social chamada de responsabilidade social nas empresas urbanas e cumprimento da função social para as empresas rurais. Leia a seguir. Direito de propriedade Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 11Curso 06 - Direito de Propriedade Nos últimos anos, empresas de todos os setores vêm investindo e usando a “Responsabilidade Social” como bandeira e discurso de marketing. Discursos são feitos, projetos são implantados, iniciativas são estimuladas. Todas como uma forma de atrair clientes, ajudando o planeta e sua população em uma demonstração voluntária de pró-atividade. Essa nova tendência vem se traduzindo em excelentes projetos, que vêm sendo implementados com uso de recursos privados, sempre ligados a retornos financeiros vinculados à imagem da empresa, ao relacionamento com o cliente, ou melhoria de rendimento de funcionários. Ou seja, sempre ligando e objetivando seu negócio e sua viabilidade financeira, mesmo que de forma indireta. Com o setor rural, como sempre é diferente. A empresa rural tem a obrigação, desde o estatuto da terra, de “cumprir a sua função social” independente dos resultados financeiros ou viabilidade econômica da empresa rural. O produtor/empresário deverá produzir em um percentual mínimo de sua área (80% do total) com uma produtividade mínima (100% do estabelecido pelo Governo), definida em escritórios, por técnicos que, muitas vezes, não têm nenhuma noção do que é administrar uma empresa rural. E caso não cumprir os percentuais citados estará sujeito a ter sua propriedade desapropriada por ser improdutiva. Fazendo uma comparação grosseira, caso houvesse o mesmo tratamento com as empresas urbanas, equivale dizer que: se uma fábrica de móveis, instalada em duas plantas diferentes, com uma determinada capacidade de produção, por algum motivo econômico, tiver que suspender a produção em uma das plantas, estaria sujeita à desapropriação. Se mantivesse a produção nas duas plantas, mas reduzisse o volume de produção por inviabilidade econômica, da mesma forma estaria sujeita à desapropriação. Difícil entender os motivos da diferença no tratamento aos empresários do setor urbano e do rural. É óbvio que o interesse do setor é produzir em sua plena “capacidade instalada”, usando das mais modernas tecnologias disponíveis, para atingir o maior nível de produtividade possível. Se não o fazem, é porque não dispõem de capital para fazê- lo ou porque não identificam mercado que justifique o volume de produção ou porque a produção nestes níveis não possui viabilidade econômica. Trata-se de uma questão de decisão em âmbito gerencial e não parece justo exigir que o produtor rural produza um volume de produto sem ter mercado para sua venda. Nem tão pouco precise usar uma tecnologia de custo tão alto que inviabilize a sua rentabilidade. Entretanto, se não conseguimos atender ao nível de exploração da área e também o nível de produtividade esperado como querem os tecnocratas, imediatamente teremos nosso direito de propriedade ameaçado, seja pela desapropriação, seja pela invasão. Agora que você já conhece ou relembrou sobre responsabilidade social, desapropriação e percentual mínimo de produtividade estabelecida pelo governo. Veja, a seguir, o que o Sistema CNA/SENAR pensa sobre direito de propriedade! Vanessa Realce Vanessa Realce Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 12Curso 06 - Direito de Propriedade Você sabia que o direito de propriedade é um fundamento essencial das sociedades livres e democráticas? Tópico 01: Direito de propriedade O Sistema CNA/SENAR considera que o direito de propriedade é um fundamento primordial das sociedades livres e democráticas. Onde este direito não é clara e amplamente assegurado, não há liberdade nem democracia. Esta é uma lição da história. Em vista disso, a Reforma Agrária, como meio de estender o direito de propriedade e multiplicar o número de proprietários no campo, respeitando-se o direito e as leis, amplia e aprofunda a liberdade e a democracia. Por esta razão o Sistema CNA/SENAR apóia a cessão de terras públicas, ou desapropriadas de acordo com as leis, a agricultores que pretendam de fato dedicar-se à produção rural. O Sistema CNA/SENAR se opõe às invasões de terras ou de quaisquer propriedades privadas ou públicas, como também repudia os métodos violentos de ação de indivíduos ou movimentos que se proclamam defensores da Reforma Agrária. A partir da experiência que o Sistema CNA/SENAR tem na produção rural, procura advertir que apenas a propriedade da terra, por si só, não é suficiente para assegurar a viabilidade da exploração agrícola e garantir uma boa condição de vida para os novos agricultores e suas famílias. Outros recursos como: financeiros, técnicos e de capacitação profissional, são imprescindíveis. Portanto, uma Reforma Agrária efetiva, que vise a resultados econômicos concretos, deve tratar equilibradamente de todos os aspectos. A ênfase exclusiva na distribuição de terras tem, na prática brasileira, criado assentamentos que não conseguem se viabilizar, por falta de todos os recursos que são necessários. Em vista disso, o Sistema CNA/SENAR quer apoiar os produtores dos assentamentos, da mesma forma que apóia o conjunto dos produtores rurais brasileiros, compartilhando com eles seus recursos institucionais e integrando-os na luta comum pela melhoria das condições da produção e da vida rural no Brasil. Até aqui tudo bem? Alguma dúvida? Lembre-se, qualquer dúvida entre em contato com o seu tutor, no Ambiente Virtual de Aprendizagem, pela ferramenta Tira-dúvidas! Após leitura sobre direito de propriedade e reforma agrária, acompanhe a seguir um texto que o seu tutor preparou para vocês, sobre origem do direito de propriedade. Vamos lá! O estudo sobre Origem do direito de propriedade será apresentado pelo seu tutor. Leia, a seguir, o que o ele preparou para você. Origem do direito de propriedade Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 13Curso 06 - Direito de Propriedade Para aprender ou relembrar sobre origem do direito de propriedade, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e faça o download do arquivo que se encontra na sala de aula. Caso surjam dúvidas, ou curiosidades, durante o estudo do curso, não hesite em contatar o tutor pela ferramenta Tira-dúvidas, ele está lhe aguardando. Mas, se não houver dúvidas, vamos seguir em frente! A seguir, acompanhe no próximo tópico aspectos conceituais do direito de propriedade, vamos lá? Bem, a noção de propriedade do direito nasce da própria ideia de liberdade do indivíduo. Aliás, esse é um conceito que foi aceito pelos cientistas ditos contratualistas. A propriedade é fruto do próprio trabalho humano, ou seja, tudo que você obtém, todos os frutos que você colhe, do seu direito, da sua liberdade de trabalho é de sua propriedade, portanto, é um direito fundamental seu. Quando os contratualistas assumiram que o direito de propriedade é um direito fundamental, na verdade eles defendem que você tem que sair do seu estado natural. A sociedade tem que ser regida por regras, por ordenamentos jurídicos e, são esses conceitos de liberdade, de propriedade que vão gerar segurança jurídica dentro da sociedade. Coloque em prática a sua leitura, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e para realizar a atividade desse tópico. Atividade Arraste as palavras abaixo para completar as frases. Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 14Curso 06 - Direito de Propriedade Agora que você já colocou em prática suas leituras, acompanhe no próximo tópico aspectos conceituais do direito de propriedade, vamos lá? A propriedade é um direito real, ou seja, sobre um bem conforme se encontra no regime jurídico definido pela legislação civil. No caso da legislação brasileira o art. 1228 do Código Civil, estabelece as faculdades básicas da propriedade, definindo-a como o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou a detenha. Nos termos do direito civil, em regra, é titular da propriedade aquele que a adquiriu de acordo com os critérios legais. Aspectos conceituais do direito de propriedade Acompanhe a conversa de Davi e Otávio, que estão muito animados com o curso oferecido pelo Sistema CNA/SENAR. Davi: Otávio, você está gostando do curso? Otávio: Sim, Davi! Estou gostando muito! Davi: Você sabia que meus vizinhos, que estão com problema para legalizar suas propriedades, estão fazendo o curso também? Otávio: Sim, Davi! Eu soube! Até conversei outro dia com alguns deles. E me disseram que o Sistema CNA/SENAR tem contribuído muito esclarecendo as dúvidas deles. Davi: Nossa, Otávio que bom! Eu gostaria muito ajudá-los, como você sabe, e este curso, veio em boa hora! Otávio: Bom, vamos voltar aos estudos, pois no próximo tópico vamos saber mais sobre os aspectos conceituais do direito de propriedade. Davi: Vamos, sim! Nos encontramos no Ambiente Virtual de Aprendizagem! A seguir, continue a leitura sobre aspectos conceituais do direito de propriedade e, qualquer dúvida, você já sabe, entre em contato com o seu tutor, no Ambiente Virtual de Aprendizagem, pela ferramenta Tira-dúvidas. Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 15Curso 06 - Direito de Propriedade No tópico anterior você pôde perceber que nos termos do direito civil, em regra, é titular da propriedade aquele que adquiriu de acordo com os critérios legais. Neste tópico você verá como o direito de propriedade é compreendido pelo Supremo Tribunal Federal. Leia a seguir. Tópico 01: Aspectos conceituais do direito de propriedade Tem prevalecido que o direito de propriedade previsto na Constituição Federal não é somente aquele determinado pela legislação civil , mas também, outros direitos de conteúdo patrimonial (direitos relativos ao patrimônio: casa, carro, bens materiais, crédito, etc.). Como ressalta o autor Hesse, o aproveitamento privado de um direito de valor patrimonial. Desse modo, compreende-se o direito inscrito no art. 5º, caput e inciso XXII, da Constituição de forma ampliada, como o direito fundamental do cidadão de não ser desapropriado de seu patrimônio, sem uma justa indenização. Com relação ao conceito constitucional de propriedade, o Supremo Tribunal Federal, ao examinar na ADI nº 1.715-3/DF a constitucionalidade de ato normativo que fixava prazo para reclamação de valores depositados em conta corrente por pessoas que não efetuaram o devido recadastramento, analisou o alcance do direito fundamental constante do art. 5º, XXII, da Constituição. Isso porque, segundo a legislação civil, o direito sobre as quantias depositadas em instituições bancárias deixa de ter natureza real para assumir caráter creditício. Ao manifestar seu entendimento sobre a questão, o Ministro Sepúlveda Pertence sustentou precisamente que propriedade para os fins constitucionais é sinônimo de patrimônio, e que os direitos de crédito se situam no campo normativo da proteção constitucional à propriedade. Também o Ministro Carlos Velloso perfilhou orientação semelhante. Para ele, a disposição constitucional garantidora do direito de propriedade não fica somente no direito real, ou não deve ser interpretada em sentido estrito, abrangendo também, numa interpretação extensiva (...), a titularidade do crédito, ou o direito de crédito, dado que essa titularidade implica em ser, de certa forma, proprietário. Desse modo, ao se reconhecer proteção constitucional aos direitos creditícios sob a garantia da propriedade, favoreceu-se via interpretativa abrangente que dá ao direito fundamental do direito de propriedade significado mais amplo que a conceituação da legislação civil. Após leitura dos aspectos conceituais do direito de propriedade, acompanhe no próximo tópico a conclusão do módulo. Ah, caso você ainda tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com o tutor pela ferramenta Tira-dúvidas, ele está lhe aguardando. Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 16Curso 06 - Direito de Propriedade Estamos concluindo módulo 1 que tratou sobre “Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade”. Nele você teve a oportunidade de conhecer ou relembrar sobre direito de propriedade e sobre a Reforma Agrária, que tem o objetivo de estender o direito de propriedade e multiplicar o número de proprietários no campo. Pôde constatar, também, a diferença no tratamento entre empresas urbanas e empresas rurais, onde as empresas urbanas vêm investindo e usando a “Responsabilidade Social” como uma demonstração voluntária de pró-atividade, mas com o objetivo de fazer marketing. Já as empresas rurais têm a obrigação de “cumprir a sua função social” independente dos resultados financeiros ou viabilidade econômica da empresa rural, e não atendendo o percentual de produção estipulado pelo governo, correm o risco de perder suas terras ou delas serem invadidas. Já o tema origem do direito de propriedade abordou a propriedade como direito fundamental, no sentido de que trabalho exercido pelo homem e os frutos que dele obtiver são de sua propriedade. Pois o trabalho que ele realizou e adquiriu, são propriamente dele, e ninguém tem o direito sobre aquilo que ele conseguiu com seus esforços. Em termos jurídicos, sua segurança e estabilidade promovem a valorização do trabalho enquanto atividade humana. E sobre esta perspectiva o trabalho e propriedade são tomados como aspectos inerentes à condição humana e à liberdade pessoal. E finalizando, o tema aspectos conceituais do direito de propriedade ressaltou que tem prevalecido que o direito de propriedade previsto no art. 5º, inciso XXII da Constituição Federal não é só o direito à propriedade previsto no art. 1.228 do Código Civil, mas também outros direitos de conteúdo patrimonial. Em vista disso, compreende-se o direito de propriedade como direito fundamental do cidadão não ser desapropriado de seu patrimônio, sem uma justa indenização. Ah! Nossa conversa continua no próximo módulo, onde trataremos sobre um assunto de suma importância que é “propriedade e direitos fundamentais e constituição”. Aguardamos você lá! Ah! Mas antes realize a atividade final deste módulo no tópico a seguir! Vamos lá? Concluindo o módulo Módulo 01 - Aspectos conceituais e origem do direito à propriedade 17Curso 06 - Direito de Propriedade Atividade final do módulo Lembre-se: você deve acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem para realizar esta atividade. Assinale as alternativas corretas a. ( ) Há, certamente, pessoas que não entendem que existe uma relação entre a definição do direito estadual e o alcance da norma civil. b. ( ) As empresas de todos os setores vêm investindo e usando a “Responsabilidade Social” em uma demonstração voluntária de pró-atividade. c. ( ) Já a empresa rural tem a obrigação, desde o estatuto da terra, de “cumprir a sua função social” independente dos resultados financeiros ou viabilidade econômica da empresa rural. d. ( ) Tem prevalecido que o direito de propriedade previsto no art. 5º, inciso XXII da Constituição Federal não é só o direito à propriedade previsto no art. 1.228 do Código Civil, mas também outros direitos de conteúdo patrimonial. e. ( ) A Reforma Agrária, como meio de defender o direito de propriedade e multiplicar o número de proprietários da área urbana, desrespeitando-se o direito e as leis, amplia e aprofunda a liberdade e a democracia. Saiba mais LEAL, Roger. Direito de propriedade. ROSENFIELD, D.L. Reflexões sobre o direito de propriedade. Referências PEREIRA, Caio M. da S. Instituições de direito civil. Rio de Janeiro: Forense, Vol. IV, 19. ed., 2008. BURDEAU, Georges. Les libertés publiques. Paris: LGDJ, 3. ed., 1966. ARENDT, Hanna. A condição humana. São Paulo: Forense Universitária, 10. ed. Jean-Jaques Israel. Direito das Liberdades Fundamentais. Barueri: Manole, 2005.. LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Cap. V, n. 27 e 36, São Paulo: IBRASA, 1963. SILVA, José A. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 23. ed., 2003. OTERO, Paulo. Instituições Políticas e Constitucionais. Coimbra: Almedina, Vol. I, 2007.