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ADEVAIR HENRIQUE DA FONSECA MARIA JULIA SALIM PEREIRA CLASSIFICAÇÃO E MORFOLOGIA DE PLATELMINTOS EM MEDICINA VETERINÁRIA: TREMATÓDEOS COLEÇÃO PARASITOLOGIA VETERINÁRIA SEROPÉDICA 2002 ADEVAIR HENRIQUE DA FONSECA Professor adjunto Departamento de Parasitologia Animal – UFRRJ MARIA JULIA SALIM PEREIRA Professora adjunto Departamento de Parasitologia Animal – UFRRJ CLASSIFICAÇÃO E MORFOLOGIA DE PLATELMINTOS EM MEDICINA VETERINÁRIA: TREMATÓDEOS COLEÇÃO PARASITOLOGIA VETERINÁRIA SEROPÉDICA 2002 2 Copyright © Adevair H. da Fonseca Capa: Adevair H. da Fonseca e Maria Julia S. Pereira Ilustrações: Adevair H. da Fonseca Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 2002 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Adevair Henrique da Fonseca Cx. Postal: 74.519 – 23.851-970 Seropédica, RJ F 676c Fonseca, Adevair Henrique da 1958- CD Classificação e morfologia de platelmintos em medicina veterinária: trematódeos [CD-ROM] / Adevair Henrique da Fonseca, Maria Júlia Salim Pereira. – Seropédica, RJ: o autor, 2002. 1 CD – ROM: il. (color). – (Coleção Parasitologia Veterinária) Inclui bibliografia. ISBN 85-902479-3-7 1. Trematódeo. 2. Helmintologia veterinária. 3. Parasitologia veterinária. I. Pereira, Maria Julia Salim, 1958- .II. Título. III. Série. 595.121 3 PREFÁCIO Este material didático foi elaborado na tentativa de renovar o processo de comunicação, no ensino de parasitologia veterinária, usando a tecnologia como uma das soluções para abreviar a defasagem entre o fazer e o comunicar, reduzindo o tempo gasto e possibilitando ensinar mais, a mais gente e em menos tempo. A classificação zoológica usada foi adaptada de Brooks et al. (1985) e as descrições morfológicas dos táxons têm como base (Barros, 1993; Brooks et al. 1985; Dawes, 1968; Freitas, 1977; Mehlhron, & Piekarski, 1993; Olsen, 1977; Pinto, 1938; Skrjabin et al., 1964. Soulsby, 1987). Esta obra, que é parte da Coleção Parasitologia Veterinária, contém a classificação zoológica, a caracterização morfológica e ilustrações dos principais parasitos da subclasse Trematoda de importância em Medicina Veterinária e em Saúde Pública. As ilustrações foram obtidas a partir de formas evolutivas, previamente preparadas, utilizando-se de microscópio óptico, microscópio estereoscópio, câmera fotográfica, scanner de mesa, câmera VHS, placa digitalizadora para a captura das imagens e as edições em microcomputador. A obra encontra-se disponível em CD-ROM, fita VHS e slide 35mm. O conteúdo do CD está arquivado em pdf modo texto e em ppt modo slide e pode ser acessado usando, respectivamente, os programas Acrobat e Ppview32 existentes no CD. A fita VHS está disponível em sistema PAL-M. O conteúdo, nos modos slide ppt, VHS e slide 35mm está agrupado em módulos, que, por necessidade técnica da forma de apresentação foram ou não subdivididos. 4 SUMÁRIO Caracterização morfológica dos táxons superiores de eukaryota 07 1. Império Eukaryota 07 1.1. Reino Archezoa 07 1.2. Reino Protozoa 07 1.3. Reino Chromista 07 1.4. Reino Fungi 07 1.5. Reino Animalia 07 1.6. Reino Plantae 07 Caracterização morfológica de filos do reino Animalia 07 A. Filo Nemathelminthes 07 B. Filo Acanthocephala 07 C. Filo Platyhelminthes 08 Caracterização morfológica de parasitos do filo Platyhelminthes – infraclasse Digenea 08 C.1. Superclasse Cercomeria 08 C.1.1. Classe Cercomeridea 08 1. Subclasse Trematoda 08 1.1. Infraclasse Digenea 08 1.1.1. Ordem Paramphistomida 08 A.1.Família Paramphistomidae 08 A. 1.1. Gênero Paramphistomum 09 Espécie Paramphistomum cervi 09 A. 1.2. Gênero Cotylophoron 09 Espécie Cotylophoron cotylophorum 09 A. 1.3. Gênero Zigocotyle 10 Espécie Zigocotyle lunata 10 A. 1.4. Gênero Balanorchis 10 Espécie Balanorchis anastrophus 10 1.1.2. Ordem Echinostomatida 10 A. Superfamília Cyclocoeloidea 10 A.1. Família Cyclocoelidae 10 A.1.1.Gênero Typhlocoelum 10 5 Espécie Typhlocoelum cucumerinum 10 B. Superfamília Fascioloidea 11 B.1. Família Fasciolidae 11 B.1.1. Gênero Fasciola 11 Espécie Fasciola hepatica 11 C. Superfamília Echinostomatoidae 11 C.1. Família Echinostomatidae 12 C.1.1. Gênero Echinostoma 12 Espécie Echinostoma revolutum 12 1.1.3.Ordem Strigeida 13 A. Superfamília Schistosomatoidea 13 A.1. Família Schistosomatidae 13 A.1.1. Gênero Schistosoma 13 Espécie Schistosoma mansoni 13 B. Superfamília Brachylemoidea 14 B.1. Família Brachylaemidae 14 B.1.1.Gênero Brachylaemus 14 Espécie Brachylaemus mazzantti 14 B.1.2.Gênero Postharmostomum 15 Espécie Postharmostomum commutatum 15 1.1.4.Ordem Opisthorchiida 15 A.1. Família Heterophyidae 15 A.1.1. Gênero Phagicola 15 Espécie Phagicola longus 15 1.1.5. Ordem Plagiorchida 15 A. Superfamília Lecithodendroidea 16 A.1. Família Prosthogonimidae 16 A.1.1. Gênero Prosthogonimus 16 Espécie Prosthogonimus cuneatus 16 Espécie Prosthogonimus ovatus 16 B.. Superfamília Dicrocoeloidea 16 B.1. Família Dicrocoeliidae 16 B.1.1. Gênero Dicrocoelium 16 6 B.1.2. Gênero Eurytrema 16 Espécie Eurytrema coelomaticum 16 B.1.3. Platynosomum 17 Espécie Platynosomum fastosum 17 A.1. Família Eucotylidae 18 A.1.1. Gênero Tanaisa 18 Espécie Tanaisa bragai 18 Literatura consultada 19 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Paramphistomum cervi 8 Figura 2 - Cotylophoron cotylophorum 9 Figura 3 - Typhlocoelum cucumerinum 10 Figura 4 - Fasciola hepática 11 Figura 5 - Echinostoma revolutum 12 Figura 6 - Schistosoma mansoni 13 Figura 7 - Brachylaemus mazzantti 14 Figura 8 - Eurytrema coelomaticum 16 Figura 9 - Platynosomum fastosum 17 Figura 10 - Tanaisa bragai 18 7 Caracterização morfológica dos táxons superiores de eukaryota 1. Império: Eukaryota Corliss, 1994 Organismos com material nuclear e organelas especializadas delimitadas por membrana. 1.1. Reino: Archezoa Haeckel, 1894 Organismos unicelulares primitivamente sem mitocôndrias; plastídeos e corpúsculo de Golgi típicos; hidrogenoma e peroxisoma presentes; amebóides ou flagelados. 1.2. Reino: Protozoa Goldfuss, 1818 Organismos com tamanho entre 1mm a 50mm ou mais, tendo a maioria de 5 a 250 mm. A principal linha de evolução foi por meio de especializações subcelulares ou organelas com função de alimentação, locomoção, osmorregulação e reprodução. A reprodução é sexuada e/ou assexuada. 1.3. Reino: Chromista Cavalier-Smith, 1981 Organismos fototrópicos, predominantemente unicelulares. Cloroplasto no lume do retículo endoplasmático. Mitocôndrias geralmente com cristas tubulares. Aparelho de Golgi e peroxisona presentes. Flagelo presente ou não. 1.4. Reino: Fungi Linnaeus, 1753 Organismos, em sua maioria, pluricelulares, com parede celular formada por quitina e outros polissacarídeos não celulósicos, mitocôndrias presentes, cloroplastos e sistema nervoso ausentes, locomoção por cílios e flagelos ou sem locomoção em sua maioria, nutrição heterotrófica (saprofítica ou parasítica), reprodução sexuada e assexuada. 1.5.Reino: Animalia Linnaeus, 1753 Organismos pluricelulares eucariotas; mitocôndrias e sistema nervoso presentes; cloroplastos e parede celular ausentes; locomoção por cílios, flagelos e fibras contráteis; tecidos e órgãos com funções específicas; nutrição heterotrófica (ingestão); reprodução sexuada. 1.6. Reino: Plantae Linnaeus, 1753 Organismos pluricelulares; nos grupos superiores mitocôndrias e cloroplastos presentes; parede celular celulósica presente, sistema nervoso ausente; locomoção por cílios e flagelos em grupos inferiores e em alguns gametas, nenhuma locomoção na maioria dos grupos, alimentação autotrófica (fotossintetizante) em sua maioria; reprodução sexuada. Caracterização morfológica de filos do reino Animalia A. Filo: Nemathelminthes Schneider, 1873 Animais invertebrados, de corpo cilíndrico, com simetria bilateral, pseudocelomado, não segmentado, corpo revestido por cutícula, com ou sem expansões; tubo digestivo desenvolvido ou atrofiado, sistemas circulatório e respiratório ausentes, sistema excretor e osmoregulador glandular ou tubular , sexos usualmente separados. B. Filo: Acanthocephala Rudolphi, 1808 Helmintos de corpo alongado, mais ou menos cilíndrico ou achatado, com simetria bilateral, cutícula provida de pregas transversais e às vezes espinhos; a extremidade anterior do corpo possui 8 uma tromba ou brobóscide protrátil, revestida de espinhos ou ganchos; tubo digestivo ausente; sexos separados. C. Filo: Platyhelminthes Corpo com simetria bilateral, revestimento externo citoplasmático sincicial, usualmente comprimido dorsoventralmente; sem cavidade geral; tubo digestivo ausente ou presente, quando presente, é rudimentar; sem sistema respiratório; o sistema circulatório, quando presente, é rudimentar; sistema excretor ou osmoregulador do tipo protonefrítico. Caracterização morfológica de parasitos do filo Platyhelminthes - infraclasse Digenea C.1. Superclasse: Cercomeria Brooks, 1982 Adulto com um ovário e dois ou mais testículos; tubo disgestivo presente ou ausente; estilete copulador presente ou ausente; glândula de Mehlis presente; vesícula excretora única. C.1.1. Classe: Cercomeridea Brooks, O’Grady & Glen, 1985 Corpo, em geral, achatado dorsoventralmente; segmentações presentes ou ausentes; órgãos de fixação armados de acúleos ou não; adultos com poros genitais masculino e feminino abrindo-se contiguamente; tubo digestivo, se presente, bifurcado constituindo-se em dois cecos. 1. Subclasse: Trematoda Rudophi, 1808 Corpo achatado dorsoventralmente ou não, não-segmentado, tegumento liso, com escamas e/ou espinhos; órgãos de fixação consistem em ventosas (Digenea) ou em disco adesivo ventral (Aspidobothrea), com uma vagina abrindo-se na superfície dorsal (canal de Laurer's); ventosas adesivas; sem estilete copulador, genitália do macho constituída de cirro, bolsa do cirro, glândula prostática e vesícula seminal interna, poro genital do sistema masculino abrindo-se no átrio genital e independente do poro genital feminino; o ciclo de vida completa-se em dois hospedeiros, um molusco e um vertebrado. 1.1. Infraclasse: Digenea Van Benden, 1858 O primeiro estádio larvar é um miracídio. Este possui um par de células em flamas, cercária com poro excretor dorsal secundário e poro excretor primário posterior no final da cauda; cercária com intestino bifurcado, constituindo-se em dois cecos; adulto com poro excretor único localizado na extremidade posterior do corpo e útero posterior ao ovário; quando anterior, justaposto à bifurcação do tubo digestivo e com alças contendo os ovos, as ventosas, quando presentes, têm de localização ventral ou subventral. 1.1.1. Ordem: Paramphistomida Szidat, 1936 Cercária biocular, com sistema excretor ciclóide e, em algumas espécies, sem faringe; rédia com apêndice; cercária em molusco e metacercária no substrato. A.1.Família: Paramphistomidae: Fischoeder, 1901 Corpo robusto, piriforme, com acetábulo na extremidade posterior do corpo, terminal ou subterminal; ventosa oral com ou sem divertículos; faringe ausente ou presente; cecos simples, alongados ou curtos; poro genital geralmente mediano, às vezes provido de ventosa genital; ovário pequeno e pós-testicular; vitelárias desenvolvidas situadas nos campos laterais; útero mediano, localizado entre o ovário e a bifurcação do ceco. 9 A. 1.1. Gênero: Paramphistomum Fischoeder, 1901 Corpo piriforme; testículos lobulados, localizados um posterior ao outro e na metade posterior do corpo; bolsa do cirro ausente; ovário receptáculo seminal e glândula de Mehlis pós-testiculares; poro genital mediano e no terço anterior do corpo; ventosa genital ausente; vitelárias em grupos compactos, situadas lateralmente. Espécie: Paramphistomum cervi (Zeder, 1790), (FIG. 1). Parasito do rúmen e retículo de bovinos, caprinos, ovinos. Fig.1. Paramphistomum cervi A. 1.1. Gênero: Cotylophoron Stiles & Goldberger, 1910 Acetábulo terminal; ventosa genital presente; testículos lobulados localizados um posterior ao outro e oblíquos; ovário e recepitáculo seminal pós-testicular. Espécie: Cotylophoron cotylophorum (Näsmark, 1937), (FIG. 2). Parasito do rúmen e retículo de bovinos, caprinos, ovinos. Fig. 2. Cotylophoron cotylophorum 10 A. 1.3. Gênero: Zigocotyle Stunkard, 1917 Ventosa oral com um par de divertículos; poro genital sem ventosa genital; acetábulo com saliências papiliformes; testículos lobulados, situados um posterior ao outro e na região média do corpo; ovário pós-testicular. Espécie: Zigocotyle lunata (Diesing, 1836) Parasito do intestino de aves e mamíferos. A. 1.4. Gênero: Balanorchis Fishoeder, 1901 Boca contornada por 12 a 15 projeções papiliformes; ventosa oral com divertículos, acetábulo terminal; testículos compactos, de localização posterior e situados lado a lado; ovário pequeno e pré- testicular; bolsa do cirro presente; poro genital posterior à bifurcação do ceco; ventosa genital presente; vitelárias globulosas em grupos de 12 a 18, situadas nos campos laterais. Espécie: Balanorchis anastrophus Fishoeder, 1901 Parasito do rúmen de bovinos. 1.1.2. Ordem: Echinostomatida La Rue, 1957 Adulto com acetábulo na região mediana do corpo, espinhos no corpo e útero localizado entre o ovário e o acetábulo; rédia com apêndice e colar. A cercaria, que pode deixar o molusco e encistar no substrato, tem poro excretor primário na metade anterior da cauda e poro excretor secundário terminal. A. Superfamília: Cyclocoeloidea Stossich, 1902 Adulto com acetábulo rudimentar ou ausente; poro genital próximo à boca. A cercária permanece no molusco. Os adultos são parasitos do sistema respiratório de aves. A.1. Família: Cyclocoelidae Stossich, 1902 Corpo oval ou lanceolado; cecos fundidos posteriormente; gônadas posteriores; vitelárias de localização lateral e posterior; útero ocupando área intercecal; poro genital abrindo-se próximo á boca. A.1.1.Gênero: Typhlocoelum Stossich, 1902 Tegumento revestido de escamas; poro genital próximo à boca; cecos fusionados, com divertículos; faringe desenvolvida; ventosas ausentes; testículos lobulados; ovário arredondado; vitelárias extracecais. Espécie: Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809), (FIG.3). Parasito da traquéia, dos brônquios e dos sacos aéreos de marrecos, patos. 11 Fig. 3. Typhlocoelum cucumerinum B. Superfamília: Fascioloidea Railliet, 1895 Adulto sem vesícula seminal externa, com vitelárias abundantes, acetábulo no terço anterior do corpo e testículos ramificados; cercária com o poro excretor primário no terço anterior da cauda. B.1. Família: Fasciolidae Railliet, 1895 Corpo foleáceo; tegumento espinhoso; ventosa oral terminal; faringe e esôfago presentes; gônadas ramificadas ou dendríticas, ovário anterior aos testículos; poro genital entre o acetábulo e a bifurcação cecal, bolsa do cirro presente; vitelárias foliculares. B.1.1. Fasciola Linnaeus, 1758 Corpo grande, foleáceo; cone cefálico distinto; tegumento espinhoso; ventosa oral terminal; faringe desenvolvida; esôfago curto; ceco ramificados; acetábulo na base do cone cefálico; testículos ramificados um na frente do outro e entre as vitelárias; ovário ramificado e pré-testicular, próximo ao acetábulo; útero pré-testicular. Espécie: Fasciola hepatica Linnaeus, 1758, (FIG. 4). Parasito de canais biliares de ovinos, bovinos, caprinos, suínos, homem e outros. 12 Fig. 4. Fasciola hepatica C. Superfamília: Echinostomatoidea Looss, 1899 Adulto sem vesícula seminal externa, com acetábulo no terço anterior do corpo e com colar junto à ventosa oral; cercária com o poro excretor primário no terço anterior da cauda. C.1. Família: Echinostomatidae Looss, 1899 Corpo alongado e tegumento espinhoso; ventosa oral com ou sem colar cefálico; bolsa do cirro presente; testículos ovais ou ligeiramente lobulados; ovário pré-testicular; vitelárias desenvolvidas. C.1.1. Gênero: Echinostoma Rudolphi, 1809 Corpo alongado e espinhoso; ventosa oral com colar cefálico de dupla fileira de espinhos; ventosa ventral maior que a oral; testículos situados na metade posterior do corpo e um anterior ao outro, podendo estar ligeiramente deslocados da linha mediana; ovário na linha mediana ou levemente deslocado desta; vitelárias situadas lateralmente. Espécie: Echinostoma revolutum (Froelich, 1802), (FIG. 5). É um parasito dos intestinos delgado e grosso de aves e mamíferos. 13 Fig. 5. Echinostoma revolutum 1.1.3. Ordem: Strigeida La Rue, 1926 O corpo do adulto é espinhoso, com acetábulo localizado na região mediana e ventral. Nas espécies hermafroditas, o ovário localiza-se entre os testículos, o poro genital é mediano e anterior ao acetábulo. O útero localiza-se entre o ovário e o acetábulo. O miracídio tem dois pares de células em flama, A cercária tem cauda bifurcada; poro excretor secundário ausente; poro do sistema excretor primário junto da bifurcação do ceco. A metacercária, quando presente, ocorre no segundo hospedeiro intermediário. A. Superfamília: Schistosomatoidea Stilles & Hassall, 1898 Rédia ausente; duas gerações de esporocisto; cercária e adultos sem faringe; metacercária ausente. A.1. Família: Schistosomatidae Stiles & Hassall, 1898 Os parasitos desta família tem corpo alongado e sexos separados, com dimorfismo sexual. Os machos são robustos, com sulco longitudinal (canal ginecóforo) para abrigar a fêmea; cecos fusionados na extremidade posterior; ventosa oral e acetábulo pequenos; faringe ausente; quatro ou mais testículos; poro genital atrás e próximo ao acetábulo. As fêmeas têm ovário alongado, compacto e situado próximo e à frente da união dos cecos; vitelárias desenvolvidas ocupando a região pós-ovariana. Os adultos são parasitos do sistema circulatório de aves e mamíferos. A.1.1. Gênero: Schistosoma Weinland, 1858 Machos: as ventosas oral e ventral localizadas na extremidade anterior; região pós-acetabular com margens laterais achatadas e curvadas ventralmente, formando o canal ginecóforo; tegumento com espinhos; seis a nove testículos e poro genital localizado posteriores e próximos ao acetábulo. Fêmeas: corpo cilíndrico afilando-se nas extremidades; tegumento liso, exceto nas ventosas e na extremidade posterior; ovário compacto e alongado, situado na metade anterior do corpo, próximo à bifurcação do ceco; vitelárias pós-ovarianas; útero curto contendo um ou dois ovos, raramente quatro. Espécie: Schistosoma mansoni Samson, 1907, (FIG.6). Parasito das veias mesentéricas do homem, roedores, bovinos. 14 Fig. 6. Schistosoma mansoni B. Superfamília: Brachylemoidea Joyeux & Foley, 1930 Adulto com poro genital subterminal e cirro espinhoso; cercária com cauda longa e bifurcada; duas gerações de esporocistos; rédia ausente. B.1. Família: Brachylaemidae Joyeux & Foley, 1930 Corpo alongado ou oval, com ou sem espinhos; ventosa e faringe desenvolvidas; esôfago e pré-faringe curtos; cecos longos; acetábulo no terço anterior do corpo; testículos um à frente do outro podendo estar ligeiramente oblíquos, usualmente na extremidade posterior; ovário anterior, posterior ou entre os testículos; vitelárias nos campos laterais, extracecais; útero pré-testicular. cercária permanece no molusco até ser ingerida pelo próximo hospedeiro intermediário. B.1.1.Gênero: Brachylaemus Dujardin, 1873 Cecos longos, alcançando a extremidade posterior do corpo, retilíneos ou ligeiramente sinuosos; útero desenvolvido ocupando toda a região intercecal e anterior as gônadas; testículos e ovário na linha mediana longitudinal. Espécie: Brachylaemus mazzantti (Travassos, 1927), (FIG.7) É parasito do intestino delgado do pombo. 15 Fig. 7. Brachylaemus mazzantti B.1.2.Gênero: Postharmostomum Witenberg, 1923 Cecos longos e sinuosos, atingindo a extremidade posterior do corpo. Espécie: Postharmostomum commutatum (Diesing, 1858) É parasito do ceco de galinhas, pombos, perus. 1.1.4.Ordem Opisthorchiida La Rue, 1957 Adulto com acetábulo na região mediana do corpo, espinhos no corpo, receptáculo seminal presente, bolsa do cirro e cirro ausentes; ovos embrionados ingeridos pelos moluscos; rédia sem apêndice; cercária com poro excretor primário à curta distância da porção anterior da cauda, poro excretor secundário terminal, cauda simples (não em forquilha); metacercária em outro molusco. A.1. Família: Heterophyidae Odhner, 1914 Corpo pequeno, ovóide ou piriforme; ventosas desenvolvidas, rudimentares ou ausentes; tegumento espinhoso principalmente na porção anterior; acetábulo na região equatorial; testículos posteriores; ovário pré-testicular; vitelárias nos campos laterais e posteriores; útero pré-testicular e posterior ao poro genital que è próximo ao acetábulo; ventosa genital presente. A.1.1. Gênero: Phagicola Faust, 1920 Ventosa oral circundada por espinhos peribucais; prefaringe e faringe desenvolvida; ovário deslocado da linha mediana; poro genital na linha mediana; bolsa do cirro ausente; vesícula seminal externa desenvolvida; vitelárias constituídas por foliculos volumosos. Espécie: Phagicola longus Ransom, 1828 É parasito do intestino de aves aquáticas, ocasionalmente do cão, gato. 1.1.5. Ordem Plagiorchida La Rue, 1957 Adulto sem vesícula seminal externa, receptáculo seminal presente, acetábulo no meio do corpo, corpo espinhoso; cercária com poro excretor primário sem se prolongar em direção à cauda, poro excretor secundário terminal; metacercária no último hospedeiro intermediário; ovos com miracídio ingeridos pelo molusco hospedeiro. 16 A. Superfamília: Lecithodendrioidea (Odhner, 1910) Adulto com vitelária formando ramos lateralmente na região mediana do corpo. A.1. Família: Prosthogonimidae Lühe, 1909 Tegumento com escamas ou espinhos; ventosas pequenas; poro genital, geralmente deslocado para um lado da ventosa oral; testículos lobulados ou compactos situados lado a lado, na linha longitudinal ou na transversal; ovário lobulado, anterior aos testículos; útero ocupando grande parte da porção posterior do corpo; vitelárias laterais. Os adultos são parasitos de bolsa de Fabricius, cloaca e oviduto de aves e fígado de mamíferos A.1.1. Gênero: Prosthogonimus Lühe, 1899 Testículos compactos situados lado a lado; vitelárias laterais da região equatorial a extremidade posterior do corpo; cecos sinuosos. Espécie: Prosthogonimus ovatus (Rudolphi, 1803) É parasito da bolsa de Fabricius, oviduto e cloaca de aves galiformes. B.. Superfamília: Dicrocoelioidea Looss, 1899 Corpo alongado, ovalado ou piriforme; adulto com sistema genital masculino simples, cirro e bolsa do cirro desenvolvidos, cecos simples, não atingindo a extremidade posterior; vesícula seminal reduzida. B.1. Família: Dicrocoeliidae Looss, 1899 Ventosa oral subterminal; faringe presente; esôfago pequeno; bolsa do cirro pré-acetabular; poro genital anterior à bifurcação do tubo digestivo; testículo pós-acetabular; ovário pós-testicular; vitelárias nos campos laterais, extracecais e na região mediana do corpo; alças uterinas pós-ovarianas. Os hospedeiros intermediários são: moluscos, insetos e crustáceos terrestres; os hospedeiros definitivos: são répteis, aves e mamíferos. B.1.1. Gênero: Dicrocoelium Dujardin, 1845 Corpo alongado e lanceolado; poro genital abrindo anterior a ventosa ventral e próximo à bifurcação do ceco, bolsa do cirro alongada; testículos lobulados, situados em diagonal e imediatamente posterior à ventosa ventral, ovário globular, pequeno, pós-testículos e ligeiramente deslocado da linha mediana. Espécie: Dicrocoelium dendriticum (Rudolphi, 1819) É parasito dos dutos biliares de bovinos. B.1.2. Gênero: Eurytrema Looss, 1907 Corpo alongado, ovalado ou piriforme; tegumento com espinhos; poro genital localizado junto à bifurcação do ceco; bolsa do cirro alongada, atingindo a margem do acetábulo; testículo na mesma linha horizontal, pós-acetabular; ovário globular, ligeiramente deslocado da linha mediana e pós-testicular. Espécie: Eurytrema coelomaticum (Giard & Billet, 1892), (FIG. 8). É parasito dos canais pancreático de bovino, caprino, ovino. 17 Fig. 8. Eurytrema coelomaticum B.1.3. Platynosomum Looss,1907 Corpo alongado; poro genital próximo à bifurcação cecal, bolsa do cirro desenvolvida e pré- acetabular, testículos dispostos lado a lado, junto e posterior ao acetábulo, porém atingindo a margem deste; ovário deslocado da linha mediana e pós-testicular. Espécie: Platynosomum fastosum Kossack, 1910, (FIG. 9). É parasito dos canais biliares e da vesícula biliar de gato. 18 Fig. 9. Platynosomum fastosum CLASSIFICAÇÃO INDEFINIDA A.1. Família: Eucotylidae Skrjabin, 1924 Porção anterior mais ou menos triangular; tegumento com pequenos espinhos; cecos fusionados ou não; ventosa oral e faringe presentes; testículos ovais, situados junto à bifurcação cecal e posteriores, na mesma zona ou não; ovário pré-testicular; vitelárias nos campos extracecais; acetábulo rudimentar; útero desenvolvido. A.1.1. Gênero:Tanaisa Skrjabin, 1924 Cecos ligeiramente sinuosos e fundidos; testículos pré-equatoriais, na mesma zona ou pouco deslocados; ovário com lobos pequenos; útero situado entre o esôfago e a margem posterior do corpo. Espécie: Tanaisa bragai (Santos, 1934), (FIG. 10). É parasito dos dutos renais de galinha, pombo, peru. 19 Fig. 10. Tanaisa bragai LITERATURA CONSULTADA Barros, L.A. Aspectos patalógicos observados nas infecções experimentais de aves piscívoras e mamíferos com metacercárias de Phagicola longus (ranson, 1920) Price, 1932 (Digenea, Heterophyidae). Itaguaí, UFRRJ, Instituto de Biologia, 1993, 62p., Tese (Mestrado em Parasitologia). Brooks, D.R.; O'Grady, R.T. & Glen, D.R. Phylogenetic analysis of the Digenea (Platyhelminthes: Cercomeria) with comments on their adaptive radiation. Can. J. Zool. v. 63, p.411-443, 1985. Dawes, B. The trematoda. London: Cambridge University press, 1968. 644p. Freitas, M. Helmintologia Veterinária. Belo Horizonte: Rabelo, 1977. 340p. Mehlhron, H. & Piekarski, G. Fundamentos de parasitologia: parasitod del hombre y de los animales domésticos. 3 ed. Zaragoza: Acriba, 1993. 391p. Olsen, O. W. Parasitologia animal: II platelmintos, acantocefalos y nematelmintos. Barcelona: Aedos, 1977. 305-719p. Pinto, C. Zooparasitos de interesse Médico-Veterinário. Rio de Janeiro: Mello, 1938. 375p. Skrjabin, K.I. et al. Keys to trematodes of animals en man. Urbana: Illinois University press, 1964. 351p. Soulsby, E.J.L., Parasitologia y enfermidades parasitarias en los animales domésticos. 7 ed. México: Interamericana, 1987. 823p.