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GEX114 - Ca´lculo Nume´rico Profa.Dra. Amanda Castro Oliveira Departamento de Cieˆncias Exatas - DEX/UFLA amanda@dex.ufla.br Cap´ıtulo 6 Integrac¸a˜o Nume´rica Graficamente, considerando uma func¸a˜o f (x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b], podemos relacionar I = ∫ b a f (x)dx com a a´rea entre a curva f (x) e o eixo das abscissas. cap6fig1.jpg Figura: integral e a´rea 6.2.5 Quadratura Gaussiana As fo´rmulas de Newton-Cotes para integrac¸a˜o nume´rica estudadas anteriormente sa˜o obtidas integrando-se os polinoˆmios interpoladores e, como as expresso˜es dos erros envolvem a (n + 1)-e´sima ou (n + 2)-e´sima derivada do integrando, sa˜o exatas para polinoˆmios de grau ≤ n ou no ma´ximo de grau ≤ n + 1. Vamos tentar agora obter fo´rmulas de integrac¸a˜o nume´rica que sa˜o exatas para polinoˆmios de graus superiores. Considere a integral I = ∫ b a f (x)dx . Desejamos desenvolver uma fo´rmula de integrac¸a˜o na forma:∫ b a f (x)dx = ∫ xn x0 f (x)dx ≈ A0f (x0) + A1f (x1) + · · ·+ Anf (xn) onde os coeficientes Ai e os pontos xi , i = 0, · · · , n devem ser determinados de forma a obter a melhor precisa˜o poss´ıvel. Este problema apresenta 2n + 2 inco´gnitas, A0,A1, · · · ,An, x0, x1, · · · , xn 6.2.5 Quadratura Gaussiana Agora os no´s de integrac¸a˜o passam a ser inco´gnitas. A ideia que Gauss teve foi de atrave´s da localizac¸a˜o o´tima dos no´s de integrac¸a˜o, calcular a integral com erro nulo. Podemos esperar que seja poss´ıvel encontrar valores que integrem exatamente polinoˆmios de grau ≤ 2n + 1, uma vez que estes sa˜o definidos por 2n + 2 paraˆmetros. Vamos tentar o caso mais simples poss´ıvel, considerando 2 pontos:∫ b a f (x)dx = A0f (x0) + A1f (x1) Para simplificar vamos fazer uma mudanc¸a de varia´veis e considerar o intervalo de integrac¸a˜o dado por [−1, 1]. De fato, podemos sempre reduzir um intervalo de integrac¸a˜o [a, b], com a e b finitos, no intervalo [−1, 1] por meio de uma mudanc¸a de varia´vel, como, por exemplo: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a), t ∈ [−1, 1] 6.2.5 Quadratura Gaussiana Agora os no´s de integrac¸a˜o passam a ser inco´gnitas. A ideia que Gauss teve foi de atrave´s da localizac¸a˜o o´tima dos no´s de integrac¸a˜o, calcular a integral com erro nulo. Podemos esperar que seja poss´ıvel encontrar valores que integrem exatamente polinoˆmios de grau ≤ 2n + 1, uma vez que estes sa˜o definidos por 2n + 2 paraˆmetros. Vamos tentar o caso mais simples poss´ıvel, considerando 2 pontos:∫ b a f (x)dx = A0f (x0) + A1f (x1) Para simplificar vamos fazer uma mudanc¸a de varia´veis e considerar o intervalo de integrac¸a˜o dado por [−1, 1]. De fato, podemos sempre reduzir um intervalo de integrac¸a˜o [a, b], com a e b finitos, no intervalo [−1, 1] por meio de uma mudanc¸a de varia´vel, como, por exemplo: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a), t ∈ [−1, 1] 6.2.5 Quadratura Gaussiana Agora os no´s de integrac¸a˜o passam a ser inco´gnitas. A ideia que Gauss teve foi de atrave´s da localizac¸a˜o o´tima dos no´s de integrac¸a˜o, calcular a integral com erro nulo. Podemos esperar que seja poss´ıvel encontrar valores que integrem exatamente polinoˆmios de grau ≤ 2n + 1, uma vez que estes sa˜o definidos por 2n + 2 paraˆmetros. Vamos tentar o caso mais simples poss´ıvel, considerando 2 pontos:∫ b a f (x)dx = A0f (x0) + A1f (x1) Para simplificar vamos fazer uma mudanc¸a de varia´veis e considerar o intervalo de integrac¸a˜o dado por [−1, 1]. De fato, podemos sempre reduzir um intervalo de integrac¸a˜o [a, b], com a e b finitos, no intervalo [−1, 1] por meio de uma mudanc¸a de varia´vel, como, por exemplo: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a), t ∈ [−1, 1] 6.2.5 Quadratura Gaussiana Assim, qualquer que seja x ∈ [a, b], existe t ∈ [−1, 1] tal que x = x(t). Teremos tambe´m que dx = x ′(t)dt = 12(b − a)dt, assim:∫ b a f (x)dx = ∫ 1 −1 f (x(t))x ′(t)dt = ∫ 1 −1 F (t)dt onde F (t) = 1 2 (b − a)f (1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a)) Dessa forma, constru´ımos uma fo´rmula de integrac¸a˜o da seguinte maneira: ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) Os paraˆmetros A0,A− 1, t0 e t1 devem ser determinados de tal forma que a integrac¸a˜o seja exata para polinoˆmios de grau ≤ 3, neste caso, (n = 1). 6.2.5 Quadratura Gaussiana Assim, qualquer que seja x ∈ [a, b], existe t ∈ [−1, 1] tal que x = x(t). Teremos tambe´m que dx = x ′(t)dt = 12(b − a)dt, assim:∫ b a f (x)dx = ∫ 1 −1 f (x(t))x ′(t)dt = ∫ 1 −1 F (t)dt onde F (t) = 1 2 (b − a)f (1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a)) Dessa forma, constru´ımos uma fo´rmula de integrac¸a˜o da seguinte maneira: ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) Os paraˆmetros A0,A− 1, t0 e t1 devem ser determinados de tal forma que a integrac¸a˜o seja exata para polinoˆmios de grau ≤ 3, neste caso, (n = 1). 6.2.5 Quadratura Gaussiana Para tanto, vamos exigir que integre exatamente os seguintes polinoˆmios F0(t) = 1,F1(t) = t,F2(t) = t 2 e F3(t) = t 3. Uma vez que qualquer polinoˆmio de grau ≤ 3 pode ser escrito como: P3(t) = a0F0(t) + a1F1(t) + a2F2(t) + a3F3(t) Dizer que a fo´rmula e´ exata para polinoˆmios de grau ≤ 3 equivale a dizer que: ∫ 1 −1 1dt = 2 = A0 + A1∫ 1 −1 tdt = 0 = A0t0 + A1t1∫ 1 −1 t2dt = 2 3 = A0t 2 0 + A1t 2 1∫ 1 −1 t3dt = 0 = A0t 3 0 + A1t 3 1 6.2.5 Quadratura Gaussiana Que nos leva a um sistema na˜o linear com quatro equac¸o˜es e quatro inco´gnitas: A0 +A1 = A0t0 +A1t1 = A0t 2 0 +A1t 2 1 = A0t 3 0 +A1t 3 1 = 2 0 2/3 0 Podemos resolver este sistema tomando, t0 = −t1 e a soluc¸a˜o e´ imediata e dada por: A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 E podemos enta˜o escrever: IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) Esta fo´rmula e´ chamada de Quadratura de Gauss, e´ exata para polinoˆmios de grau ≤ 3, por construc¸a˜o, e pode ser usada para aproximar integrais de func¸o˜es na˜o polinomiais. 6.2.5 Quadratura Gaussiana Que nos leva a um sistema na˜o linear com quatro equac¸o˜es e quatro inco´gnitas: A0 +A1 = A0t0 +A1t1 = A0t 2 0 +A1t 2 1 = A0t 3 0 +A1t 3 1 = 2 0 2/3 0 Podemos resolver este sistema tomando, t0 = −t1 e a soluc¸a˜o e´ imediata e dada por: A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 E podemos enta˜o escrever: IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) Esta fo´rmula e´ chamada de Quadratura de Gauss, e´ exata para polinoˆmios de grau ≤ 3, por construc¸a˜o, e pode ser usada para aproximar integrais de func¸o˜es na˜o polinomiais. 6.2.5 Quadratura Gaussiana Que nos leva a um sistema na˜o linear com quatro equac¸o˜es e quatro inco´gnitas: A0 +A1 = A0t0 +A1t1 = A0t 2 0 +A1t 2 1 = A0t 3 0 +A1t 3 1 = 2 0 2/3 0 Podemos resolver este sistema tomando, t0 = −t1 e a soluc¸a˜o e´ imediata e dada por: A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 E podemos enta˜o escrever: IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) Esta fo´rmula e´ chamada de Quadratura de Gauss, e´ exata para polinoˆmios de grau ≤ 3, por construc¸a˜o, e pode ser usada para aproximar integrais de func¸o˜es na˜o polinomiais. 6.2.5 Quadratura Gaussiana Calcule I = ∫ 3 1 3exdx , usando a quadratura gaussiana para n = 2 pontos. Fazendo a mudanc¸a de varia´vel na func¸a˜o f (x) = 3ex no intervalo [1, 3] para o intervalo [−1, 1], temos: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a) = 1 2 (3− 1)t + 1 2 (3 + 1) = t + 2 e F (t) = 1 2 (b−a)f (1 2 (b−a)t+1 2 (b+a)) = 1 2 (3−1)f (1 2 (3−1)t+1 2 (3+1)) = F (t + 2) = 3et+2 Assim I = ∫ 3 1 3exdx = ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) 6.2.5 Quadratura Gaussiana Calcule I = ∫ 3 1 3exdx , usando a quadratura gaussiana para n = 2 pontos. Fazendo a mudanc¸a de varia´vel na func¸a˜o f (x) = 3ex no intervalo [1, 3] para o intervalo [−1, 1], temos: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a) = 1 2 (3− 1)t + 1 2 (3 + 1) = t + 2 e F (t) = 1 2 (b−a)f (1 2 (b−a)t+1 2 (b+a)) = 1 2 (3−1)f (1 2 (3−1)t+1 2 (3+1)) = F (t + 2) = 3et+2 Assim I = ∫ 3 1 3exdx = ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) 6.2.5 Quadratura Gaussiana Calcule I = ∫ 3 1 3exdx , usando a quadratura gaussiana para n = 2 pontos. Fazendo a mudanc¸a de varia´vel na func¸a˜o f (x) = 3ex no intervalo [1, 3] para o intervalo [−1, 1], temos: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a) = 1 2 (3− 1)t + 1 2 (3 + 1) = t + 2 e F (t) = 1 2 (b−a)f (1 2 (b−a)t+1 2 (b+a)) = 1 2 (3−1)f (1 2 (3−1)t+1 2 (3+1)) = F (t + 2) = 3et+2 Assim I = ∫ 3 1 3exdx = ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) 6.2.5 Quadratura Gaussiana Calcule I = ∫ 3 1 3exdx , usando a quadratura gaussiana para n = 2 pontos. Fazendo a mudanc¸a de varia´vel na func¸a˜o f (x) = 3ex no intervalo [1, 3] para o intervalo [−1, 1], temos: x(t) = 1 2 (b − a)t + 1 2 (b + a) = 1 2 (3− 1)t + 1 2 (3 + 1) = t + 2 e F (t) = 1 2 (b−a)f (1 2 (b−a)t+1 2 (b+a)) = 1 2 (3−1)f (1 2 (3−1)t+1 2 (3+1)) = F (t + 2) = 3et+2 Assim I = ∫ 3 1 3exdx = ∫ 1 −1 F (t)dt ∼= A0F (t0) + A1F (t1) 6.2.5 Quadratura Gaussiana Como A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) = 3et0+2 + 3et1+2 = 51.9309 Compare este resultado com o valos exato I = ∫ 3 1 3exdx = 52.10118 e com os resultados obtidos pela regra 1/3 de Simpson com n = 3, 5 e 7 pontos. 6.2.5 Quadratura Gaussiana Como A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) = 3et0+2 + 3et1+2 = 51.9309 Compare este resultado com o valos exato I = ∫ 3 1 3exdx = 52.10118 e com os resultados obtidos pela regra 1/3 de Simpson com n = 3, 5 e 7 pontos. 6.2.5 Quadratura Gaussiana Como A0 = A1 = 1 t0 = −t1 = √ 3 3 IG = F (− √ 3 3 ) + F ( √ 3 3 ) = 3et0+2 + 3et1+2 = 51.9309 Compare este resultado com o valos exato I = ∫ 3 1 3exdx = 52.10118 e com os resultados obtidos pela regra 1/3 de Simpson com n = 3, 5 e 7 pontos. 6.3 Observac¸o˜es As fo´rmulas de Quadratura Gaussiana produzem resultados melhores com menor esforc¸o computacional do que as regras de Simpson, no sentido que, com menos avaliac¸o˜es da func¸a˜o e´ poss´ıvel obter melhores resultados. Entretanto, nem sempre, a expressa˜o da func¸a˜o a ser integrada esta´ dispon´ıvel, podendo ser conhecida em pontos definidos por experimento. Neste caso, as fo´rmulas de quadratura de Gauss na˜o podem ser usadas. Quando aumentamos o nu´mero de pontos, ambas as fo´rmulas melhoram a precisa˜o, como o esperado. Se o intervalo de integrac¸a˜o for grande, podemos subdividi-lo e aplicar a fo´rmula de Gauss a cada subintervalo, de modo ana´logo a`s fo´rmulas repetidas. Pro´xima semana... P3-estudem!!! Este curso chegou ao fim!! Obrigada por tudo!! Sucesso para todos! Este material e´ inteiramente baseado na bibliografia do curso, principalmente no livro texto :RUGIERO, M. A.G; LOPES,V Ca´lculo Nume´rico: Aspectos teo´ricos e computacionais, Editora McGraw-Hill.1997. ARENALES, S;DAREZZO,A. Ca´lculo Nume´rico: aprendizagem com apoio de software; Thomson Learning, Sa˜o Paulo,2008 CUNHA, C. Me´todos nume´ricos para as engenharias e cieˆncias aplicadas;Editora da UNICAMP,1993 Este material na˜o substitui a bibliografia.