Teleaula 2 Temas 3 e 4

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Fundamentos Históricos Teóricos 
Metodológicos do Serviço Social III 
 
Professora Ms Elaine Cristina Vaz 
Vaez Gomes 
Tema 3: O Perfil Pedagógico da “Ajuda” 
e o Serviço Social 
 
 
• Identificar aspectos sobre o perfil pedagógico 
reconhecido como pedagogia da ajuda e seu 
relacionamento com a organização do SS. 
• Compreender a 
 relação existente 
 entre atendimento 
 individualizado e o 
 processo de 
 acumulação do capital. 
Você já ouviu falar em perfil 
pedagógico da “ajuda”? 
No âmbito do Serviço Social, a compreensão da 
pedagogia da “ajuda” é algo muito importante, 
pois proporciona a apreensão de fatos ligados a 
padrões de atuação na 
profissão, encontrados 
até os dias atuais. 
 
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O perfil pedagógico da prática do assistente social 
contempla dois eixos: 
 
1. Determinações sócio-históricas e teórico-
políticas da institucionalização da profissão na 
sociedade capitalista. 
2. A racionalização e a reorganização da 
assistência social em bases técnico-científicas – 
mediação privilegiada de enfrentamento da 
questão social e controle social pelo capital sobre 
a classe trabalhadora. 
 
O desenvolvimento do processo de “ajuda” 
psicossocial individualizada no Serviço Social 
parte do ponto de vista de que a questão social é 
reduzida às suas manifestações na esfera 
individual. 
 
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Constitui-se em um problema moral. Esta noção 
justifica uma intervenção via assistência social 
individualizada de cunho moralizador, direcionada 
para a reforma moral e a reintegração social. 
 
Este vínculo mostra uma característica 
psicologizante do processo de organização da 
cultura, buscando reduzir as movimentações de 
massa e as organizações proletárias. 
Esta forma de atendimento, que atenua as ações das 
classes proletárias e dificulta a organização destas, acaba 
por atenuar as lutas e, portanto, facilita o processo de 
acumulação do capital, bem como propicia a manutenção 
do poder das classes dominantes. É valido ressaltar que 
a perspectiva de psicologização das relações sociais é um 
dos vetores que conformam o 
desenvolvimento da função 
pedagógica do assistente 
social. 
 
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O estudo de Mary Richmond, em diagnóstico social 
de 1950, mostra elementos substanciais da função 
pedagógica do assistente social vinculados às 
estratégias de reforma moral e reintegração social, 
na medida em que o referido estudo centra-se no 
aperfeiçoamento de procedimentos e instrumentos 
pedagógicos, inquéritos, 
observação, entrevista, 
visita domiciliar. 
O uso da visita, como coloca Martinelli (1997), 
remonta vários séculos, de forma que, desde a 
primeira Lei dos Pobres (1957), era preconizada a 
utilização da visita como instrumento de inspeção 
e intimidação do trabalhador. 
Além da fiscalização de sua vida pessoal e familiar, 
o propósito era a educação familiar nas áreas de 
saúde e higiene, de inspeção das condições de 
vida do trabalhador para justificar a concessão de 
auxílios e, principalmente, de rigoroso controle de 
absenteísmo. 
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Assim, “ajuda” psicossocial individualizada é 
norteada por princípios ético-religiosos 
consubstanciados na filosofia neotomista, 
harmonizados com valores éticos e políticos da 
democracia liberal. 
Tema 4: A Pedagogia da “Participação” 
e a Prática do Assistente Social. 
Objetivos: 
Compreender o desenvolvimento da pedagogia da 
“participação” no Serviço Social. 
 
Entender a proposta de 
Desenvolvimento da 
Comunidade e sua relação 
com o perfil pedagógico da 
“participação”. 
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Serviço Social e a Pedagogia 
da “Participação” 
Desenvolve-se e consolida-se a partir das 
propostas de Desenvolvimento de Comunidade 
(DC), sob a influência da ideologia 
desenvolvimentista, 
fundada na 
teoria da modernização. 
 
 
Teoria da Modernização 
Explica o subdesenvolvimento como um estágio 
de transição entre tempos históricos distintos, 
correspondentes a padrões socioculturais 
constitutivos de polos atrasados e modernos 
presentes em uma 
sociedade. 
 
 
Perspectiva da Modernização 
Conservadora 
Intensificada a partir dos anos 1950 e 1960 no 
continente latino-americano, por meio do processo 
chamado desenvolvimentismo. 
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Na pedagogia da “participação”, o ponto de partida é a 
influência da ideologia desenvolvimentista 
modernizadora, a partici-pação. 
 
Importante! 
As experiências de DC têm 
suas raízes nos anos 1920, 
considerando as iniciativas 
inglesas e norte-americanas 
 (CASTRO, 1984). 
A Estratégia Desenvolvimentista 
Utilizar uma retórica participacionista como 
fundamento das iniciativas de “ajuda” aos países 
pobres (educação, saúde e agricultura). 
O que Estava em Jogo? 
O conformismo mecanicista como princípio 
educativo imbricado na base das estratégias de 
difusão e reorganização da cultura dominante no 
mundo daseconomias dependentes. 
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As Atenções: 
• Da ONU e OEA em relação ao Serviço Social 
prendem-se, exatamente, na busca de 
profissionais especializados para o desempenho 
de funções pedagógicas e intelectuais referentes 
à participação popular. 
• As preocupações profissionais. 
• Difusão das inquietações e críticas. 
• Movimento de Reconceituação do Serviço Social 
na América Latina. 
O Movimento de Reconceituação 
“Vincula-se, na sociedade brasileira, à perspectiva 
de libertação, aberta pela revolução cubana e 
movimentos progressistas desencadeados na 
campo da educação 
popular [...].” 
(ABREU, 2010, p. 112). 
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As Motivações 
a) Demandas postas pelos organismos 
internacionais visando a difusão da ideologia e 
do modo de produção capitalista (ABREU, 2010, 
p. 114) 
b) Demandas e influências da perspectiva da 
modernização 
 conservadora 
 implementada no país, 
 no período 1956-1964, 
 compreendendo o 
 chamado período 
 desenvolvimentista. 
 
c) Demandas colocadas pela perspectiva de 
avanço profissional em torno de um dos seus 
objetivos históricos, isto é, o de “contribuir na 
geração do bem-estar coletivo [...] com um 
enfoque global” (ABREU, 2010, p. 115). 
• Retomada dos documentos de Araxá e 
Teresópolis. 
 
• Indicações substantivas para uma apreensão dos 
contornos do perfil pedagógico da prática do 
Assistente Social no contexto da influência 
ideológica da 
 modernização 
 conservadora. 
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O Subdesenvolvimento 
Constitui-se em um estágio econômico e cultural 
que deve ser ultrapassado com a expansão da 
economia em moldes industriais associada a 
mudanças culturais, no campo e na cidade. 
As funções pedagógicas desempenhadas pelo 
Assistente Social, nos âmbitos da mobilização e 
participação populares, nutrem-se da pedagogia 
autoritária dominante difundida pelo projeto de 
modernização conservadora. 
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Questões 
Para compreensão deste tema é essencial entender o que é 
designado como pedagogia da “ajuda” no SS. 
O termo “ajuda” apresentado neste tema refere-se ao 
processo de educação que o AS deve fazer com a classe 
operária, seguindo este perfil pedagógico, buscando 
oferecer-lhe razões 
práticas eregras de bom 
senso que busquem disciplinar 
questões especificamente aos 
padrões determinados pelas 
classes dominantes. 
A intervenção na vida privadae a desqualificação 
do homem das classes subalternas podem 
caracterizar-se como consequências negativas e 
como uma consequência positiva pode-se 
considerar o apoio oferecido ao trabalhador,
oferecendo acesso a 
determinadas fontes de 
cuidados, antes 
desconsiderados. 
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Como são justificadas as desigualdades sociais e 
como é vista a questão social nos primórdios do 
Serviço Social conforme estudos? 
Um ponto fundamental é a tendência à 
naturalização da vida social, em que as 
desigualdades sociais são justificadas como uma 
condição inerente à pessoa humana. A questão 
social para a Igreja Católica “é antes de tudo 
questão moral e religiosa, 
não econômica devendo ser 
resolvida por intermédio 
da caridade cristã e dos 
Ditames moral e do juízo 
da religião”. 
Foi necessário, então, adotar a modalidade 
interventiva no enfrentamento da questão social. É 
importante destacar que o papel desempenhado pelo 
Estado na prestação da assistência na sociedade 
brasileira tem sido fundamentado desde o 
Estado Novo, com a 
criação da Legião Brasileira 
de Assistência LBA. 
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Considerações Finais Tema 3 
A LBA contribuiu para a institucionalização de um 
padrão assistencial que, contraditoriamente, 
configura um tipo de filantropia estatal. Na 
atualidade, esse padrão assistencial ganha novos 
contornos em desdobramentos que formatam, sob 
a orientação neoliberal, 
uma prática assistencial 
dita “pública não estatal”. 
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Deste modo, essa linha de intervenção aparece 
não apenas como reedição do citado 
assistencialismo caritativo desenvolvido pela Igreja 
e entidades filantrópicas, às quais anteriormente 
cabia, quase exclusivamente, cuidar dos pobres. 
A pedagogia da “ajuda” em Serviço Social 
aprofunda-se, complexifica-se e transforma-se 
como parte do redimensionamento profissional face 
às demandas contraditórias das classes sociais. 
Bem como face à correlação de forças 
estabelecidas entre elas e, ainda, aos 
compromissos e avanços profissionais na direção 
de determinado projeto de sociedade, 
expressando-se de forma diferenciada, integrada à 
composição de outros 
perfis pedagógicos da 
prática profissional. 
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Considerações Finais Tema 4 
As experiências desencadeadas nos marcos das 
estratégias participacionistas do processo de 
desenvolvimento em seus diferentes momentos 
na sociedade brasileira, contraditoriamente, vão 
constituindo espaços de 
confronto entre projetos 
sociopolíticos diferenciados. 
A Constituição Federal de 1967 estabeleceu os 
institutos legais de um sistema ditatorial militar, 
sob a orientação da Doutrina da Segurança 
(ABREU, 2010, p. 122). 
 
Nas formulações do 
documento de Araxá 
distinguem-se os níveis de 
macro e micro atuações. 
 
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Macroatuação – relativa à integração das 
funções do Serviço Social à política e ao 
planejamento. 
 
Microatuação – correlata a esfera operacional, 
incluindo a administração 
e prestação de serviços.