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B R O M A T O L O G I A I CINZAS (minerais) NOS ALIMENTOS INTRODUÇÃO Cinzas de um alimento é o resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica, que é transformada em CO2, H2O e NO2; Constituição das cinzas: quantidades: K, Na, Ca e Mg; quantidades: Al,Fe, Cu,Mn e Zn; Traços: Ar, I, F e outros elementos; A cinza obtida não tem necessariamente a mesma composição que a matéria mineral presente originalmente no alimento, pois pode haver perda por volatização ou alguma interação entre os constituintes da amostra; Os elementos minerais se apresentam na cinza sob a forma de óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos, dependendo das condições de incineração e da composição do alimento. Algumas mudanças podem ocorrer, como a transformação de oxalatos de cálcio em carbonatos, ou até em óxidos; Os minerais perdidos por volatização: Carbonato do potássio: 900 ºC; Carbonato de sódio: 900ºC; Hg: 100 – 500ºC; Cd: > 450ºC; Zn e Pb: 300 – 1000 ºC; INTRODUÇÃO A composição da cinza vai depender da natureza e do método de determinação utilizado: Ca: concentração: produtos lácteos, cereais, nozes, alguns peixes e certos vegetais; Ca: todos os alimentos, exceto açúcar, amido e óleo; P : produtos lácteos, grão, nozes, carnes, peixes, aves, ovos e legumes; Fe : grãos, farinhas, produtos farináceos, cereais assados e cozidos, nozes, carnes, aves, frutos do mar, peixes, ovos e legumes; Fe : produtos lácteo, fruta e vegetais; Na: sal é a principal fonte, em quantidade média em produtos lácteos, frutas, cereais, nozes, carnes, peixes, aves, ovos e vegetais; Mg: nozes, cereais e legumes; Mn: cereais, vegetais e algumas frutas e carnes; Cu: frutos do mar, cereais e vegetais; S: alimentos ricos em proteínas e alguns vegetais; Co: vegetais e frutas; Zn: frutos do mar em pequena quantidade na maioria dos alimentos; Ex. conteúdo de cinzas totais varia da seguinte forma nos principais alimentos: Cereais: 0,3 – 3,3%; Produtos lácteos: 0,7 – 6,0% Peixes e produtos marinhos: 1,2 – 3,9%; Frutas frescas: 0,3 – 2,1%; Vegetais frescos: 0,4 – 2,1% Carnes e produtos cárneos: 0,5 – 6,7%; Aves: 1 – 1,2%; Nozes: 1,7 – 3,6% Óleos e gorduras: 0 (óleos e gorduras vegetais), 2,5% (manteiga e margarina); Leguminosas: 2,2 – 4%; Açúcares e xaropes: 0 – 1,2% Fe: grãos, farinhas, produtos farináceos, cereais assados e cozidos nozes, carnes, aves, frutos do mar, peixes, ovos e legumes; P: produtos lácteos, grãos, nozes, carnes, peixes, aves, ovos e legumes; importância Os constituintes minerais nos alimentos pode ser divididos em duas classes: Determinação de cinzas (total, solúvel e insolúvel) Determinação dos componentes individuais da cinza Determinação de cinzas (total, solúvel e insolúvel) Quantifica o teor de todos os minerais presentes na amostra; Verificar o índice de refinação para açúcares e farinhas; Nos açúcares, uma cinza muito alta dificultará a cristalização e a descolorização. Na farinha, a quantidade de cinzas influirá na extração. b) Níveis adequados de cinzas totais são um indicativo das propriedades funcionais de alguns produtos alimentícios. Ex. gelatina; Em geléias de frutas e doces em massa, a cinza é determinada para estimar o conteúdo de frutas; c) É um parâmetro útil para a verificação do valor nutricional de alguns alimentos e rações. Alto nível de cinzas insolúveis em ácido indica presença de areia. COMPONENTES INDIVIDUAIS DA CINZA Determina quais minerais estão presentes na amostra; Separação dos componentes minerais. Ex: ferro, sódio, potássio, etc... a) Indispensáveis para o metabolismo normal e geralmente constituem os elementos da dieta essencial (K, Na, Fe); b)Não tem nenhuma função conhecida ou até podem ser prejudiciais à saúde; Uso de agrotóxicos; Resíduos industriais; Resíduos metálicos (Pb e Hg); Ácido ascórbico (vit. C) e a estabilidade de sucos de frutas são afetadas por Cu; Alguns minerais podem aumentar ou impedir a fermentação de produtos fermentados; Há outros 3 tipos de classes de cinzas importantes para a caracterização da pureza e a verificação da adulteração de amostras: 1) Cinza solúvel e insolúvel em água: bastante utilizado para a determinação da quantidade de frutas em geléias e conservas; 2) Alcalinidade da cinza: as cinzas de frutas e vegetais são alcalinas, enquanto as de produtos cárneos e de certos cereais são ácidas. A alcalinidade das cinzas deve-se à presença de sais de ácidos fracos, como o cítrico, o tartárico e o málico, que na incineração são convertidos nos carbonatos correspondentes. Essa técnica é utilizada para verificar adulteração em alimentos de origem vegetal ou animal; 3) Cinza insolúvel em ácido: essa determinação é importante para a verificação da adição de matéria mineral a alimentos, como sujeira e areia em temperos, talco em confeitos e sujeira em frutas; MATERIAL E MÉTODOS DE ANÁLISE Cinzas Totais Cinzas Secas Cinzas Úmidas Peso das amostras variam com o conteúdo de cinzas dos produtos: Cereais, queijos e leite (3-5g); Açúcar, carnes, legumes e vinhos (5-10 g); Sucos, frutas frescas, frutas enlatadas (25 g); Geléias, xaropes, doces em massa (10 g); CINZA SECA Amostras líquidas ou úmidas devem ser secas em estufa antes da determinação das cinzas; CINZA SECA Produtos que contêm grande quantidade de matéria volátil, (condimentos) devem ser aquecidos vagarosamente de maneira que comecem a fumegar sem pegar fogo; CINZA SECA Produtos ricos em gordura também devem ser aquecidos cuidadosamente (baixa temperatura), para evitar excesso de chama, que poderia causar perdas por arraste; Manteiga (depois de seca, extrair a gordura com solventes orgânicos antes de incinerar); CINZA SECA Em queijos gordurosos, adicionar uma pequena quantidade de algodão absorvente (com quantidade de cinza conhecida) e incinerar cuidadosamente, para evitar respingos fora do cadinho; CINZA SECA Produtos açucarados tendem a formar espuma na determinação de cinzas. Isso pode ser evitado adicionando-se vaselina ou azeite de oliva em pequena quantidade, pois esses produtos possuem 0% de cinzas; CINZA SECA CINZA SECA Recomenda-se que açúcares e produtos açucarados (formam espuma) sejam secos a 100 ºC, em banho-maria ou em estufa. Depois deve-se adicionar pequenas gotas de azeite puro ou vaselina (0 % de cinzas) para então o produto ser aquecido vagarosamente; CINZA SECA Tipos de cadinhos: Quartzo: Pouco resistente a álcalis. Estável a altas temperaturas (até 1.100 ºC), pode ser lavado com HCL diluído e aquecido; CINZA SECA Vycor: vidro especial, tratado para remover praticamente todos os constituintes, exceto a sílica. Pode ser utilizado em T ºC acima de 900ºC e é resistente maioria dos compostos químicos, inclusive a ácidos; CINZA SECA Porcelana: Resistência à temperatura é ainda maior (1.200 ºC). Pode ser limpo com HCL diluído. É bastante utilizado por manter seu peso constante e pelo baixo preço. É susceptível a álcalis e pode rachar com mudanças bruscas de temperatura; CINZA SECA Aço: é utilizado para amostras grandes. Tem vantagem de baixo preço e alta resistência a ácidos e álcalis. É limpo mecanicamente, com areia ou esponja de aço; CINZA SECA Platina: é o melhor de todos, mas é muito caro. Tem alta resistência ao calor (1.773 ºC), boa condutividade térmica e é quimicamente inerte. Pode ser limpo por fervura em água ou ácidos; CINZA SECA Liga ouro-platina (90:10): muito caro e resistente somente até 1.100ºC, resistente a ácido fosfórico e a fusão alcalina; CINZA SECA Temperaturasde incineração Alimentos TEMPO 500°C MANTEIGA AMOSTRACOMPLETAMENTE BRANCA OU CINZA, E PESO CONSTANTE 525 °C MAIORIADOS ALIMENTOS AMOSTRACOMPLETAMENTE BRANCA OU CINZA, E PESO CONSTANTE 550 °C CEREAIS, LÁCTEOS,PEIXE, TEMPEROS, CONDIMENTOS E VINHOS AMOSTRACOMPLETAMENTE BRANCA OU CINZA, E PESO CONSTANTE 600 °C GRÃOSE RAÇÃO ANIMAL 2 HORAS CUIDADOS COM A PESAGEM DAS CINZAS: É leve e pode voar facilmente; Pode-se cobrir o cadinho com um vidro de relógio, mesmo quando estiver no dessecador; Cinzas higroscópicas: pesar o mais rápido possível num frasco com tampa. Ex.: frutas contém carbonato de potássio e absorve água facilmente; CINZA SECA CINZAS ÚMIDAS Recebe esse nome por que utiliza ácidos para digerir a matéria orgânica, até restar somente os minerais; É utilizada na determinação de elementos em traços, que podem ser perdidos na cinza seca, e também de metais tóxicos; ÁCIDO SULFÚRICO ÁCIDO NÍTRICO ÁCIDO PERCLÓRICO (HNO3-HClO4 ), MISTURAS Fraco, processo acelera adicionando um sal (sulfato de potássio) Bom. Pode evaporar antes da oxidação completa da amostra podendo formar óxidos insolúveis Mais usado. A proporção de ácidos depende do tipo da amostra. Pode explodir durante o processo DIFERENÇAS ENTRE OMÉTODO DE CINZAS SECAS E ÚMIDAS SECA ÚMIDA Técnicasimples e útil Usadana composição individual da cinza Mais comum para cinzas totais Mais rápida Altas temperaturas Baixas temperaturas Maior volatilização Baixa volatilização Mais sensíveis a amostras naturais Usa reagentes muito corrosivos Amostras grandes Amostras pequenas PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE CINZAS SECAS Identificar os cadinhos com lápis preto, e levá-los em estufa à 105 °C por no mínimo 2 horas. Pesar em balança analítica, e anotar o valor dos cadinho vazios previamente secos, mantidos em dessecador; Pesar e anotar o exato valor entre 3 e 5 g de amostra; Levá-los em mufla para incineração da matéria orgânica; A mufla deve permanecer com a porta semi-aberta até atingir a temperatura de 400 °C (durante esse período ir aumentando a temperatura do equipamento de 50 em 50 °C); Quando a temperatura atingir 400 °C fechar a porta da mufla e, elevar a temperatura para 600 °C por 2 horas; Após o período de 2 horas, desligar e manter fechada a porta da mufla e deixar a temperatura diminuir até 200 °C. (Caso não dê tempo de terminar a prática no dia, deixar as amostras no equipamento, e no dia seguinte ligar a mufla até atingir os 200 ° C) novamente; Retirar os cadinhos com pinça e colocá-los imediatamente em dessecador durante 1 hora ou até esfriarem completamente; Com a pinça, retirar os cadinhos do dessecador, pesar e anotar o valor de cada amostra; Cálculo: Peso cadinho com as cinzas – peso cadinho vazio) x 100 = % cinzas Peso da amostra Referência: AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTRY. Approved Methods of the American Association of Cereal Chemists. 10th ed. Minnesota: USA, 2003