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1 CAPITULO I INTRODUÇÃO A FERTILIDADE DO SOLO 1. Elementos Essenciais De maneira geral, qualquer elemento químico que se encontre na solução do solo pode ser absorvido1 pela planta. No entanto, a presença de um elemento químico no tecido vegetal não implica que ele seja fundamental para a nutrição da planta e, conseqüente, para o seu crescimento2 e desenvolvimento3. Aqueles que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas são denominados de elelmentos essenciais ou nutrientes. Para caracterizar-se como nutriente o elemento deve atender critérios de essencialidade. Arnon & Stout (1939) postularam três critérios para caracterizar o elemento químico como nutriente essencial. São eles: a) a ausência do elemento impede que a planta complete seu ciclo; b) a deficiência do elemento é específica, podendo ser prevenida ou corrigida somente mediante o seu fornecimento; c) O elemento deve estar diretamente envolvido na nutrição da planta, sendo que sua ação não pode decorrer de correção eventual de condições químicas ou microbiológicas desfavoráveis do solo. Epstein (1975), de maneira simples e direta, funde os dois últimos critérios em apenas um, afirmando que: para o elemento ser essencial deve fazer parte da molécula de um componente ou metabólito essencial. Mais rescentemente Epstein (1999) define que um dado elemento é essencial quando ele tem um claro papel fisiológico na planta. Atualmente são reconhecimento com essenciais 17 elemntos (Quadro 1), no entanto, com a evolução das pesquisas em fisiologia e nutrição mineral de plantas, a essencialidade de outros elementos poderá ser comprovada. O silício e sódio, por exemplo, são indicados em alguns trabalhos e livros como nutriente essencial (Taiz & Zeiger, 2002). Outros elementos, quando em concentrações muito baixas, estimulam o crescimento de plantas, embora sua essencialidade ainda não tenha sido demonstrada ou, apenas demonstrada sob determinadas condições especiais. Esses têm sido denominados de elementos benéficos, sendo eles: Al, Co, Se e V. Apesar de serem 1 Abroção é o processo pelo qual solutos do meio externo são transferidos através da membrana plasmática para o interior celular. 2 Crescimento é o aumento progressivo de biomassa dos organismos. Pode ser expresso como aumento de massa, volume, altura ou comprimento. 3 Desenvolvimento é a seqüência cronológica de eventos que compreendem o cilco de vida de um organismos. 2 considerados essenciais para determinadas espécies, Si e Na também figuram nesta categoria. 2. Macro e Micronutrientes As plantas contêm, em termos gerais, de 800 a 900 g/kg de H2O e, por conseguinte de 100 a 200 g/kg de matéria seca. Desta matéria seca, 96 a 192 g/kg correpondem as moléculas orgânicas compostas essencialmente por C, O, H. Assim, estes elementos têm, obviamente, sua essencialidade comprovada. Estes elementos são obtidos pelas plantas a partir da água absorvida pelas raízes e do CO2 absorvido via fotossíntese. A massa restante, 4 a 8 g/kg, é constituída pelos nutrientes minerais4. Entre eles, N, P, S, K, Ca e Mg são exigidos e absorvidos em maiores quantidades. Apresentam-se em maiores teores5 na planta, sendo, portanto, denominados de macronutrientes (Quadro 1). Além destes, Fe, Mn, Zn, Cu, B, Mo e Cl e Ni são exigidos em menores quantidades, ocorrendo, portanto em menores teores, sendo por isto, denominados micronutrientes (Quadro 1). Em alguns casos diferenças nos teores de macro e micronutreintes não são muito grandes. Plantas como, côco (Cocus nucifera L) ou cebola (Allium cepa L) podem, por exempl, apresentar teores de Cl equivalentes ou superiores ao de alguns macronutrientes como fósforo e magnésio. Isto também ocorre entre diferentes tecidos na planta. Por exemplo, células do mesófilo foliar têm teores de Fe e Mn maiores do que os de S e Mg. Por ser essencialmente quantitativa, sob o aspceto ficiológico a classificação em macro e micronutriente não teria sentido, mas ela é amplamente utilizada na fertilidde do solo, nutrição de plantas e mesmo na fisiologia. De acordo com Taiz & Zeiger (2002) o Si é macronutriente com teores da ordem de 1 g/kg e o Na como micronutrientes com teores da ordem de 10 mg/kg. 4 A denominação nutriente mineral deve-se ao fato da planta absorvê-los do solo. 5 Teor é a proporção de um constituinte em relação ao todo. Teores de nutrientes na planta é expresso, em geral, em relação a matéria seca. Por exemplo: g/kg; mg/kg, dag/kg. 3 Quadro1. Faixa de teores dos nutrientes na matéria seca de um vegetal Nutriente Teor1 Nutriente Mineral Teor1 Nutriente Mineral Teor1 g/kg g/kg mg/kg Carbono 420 Nitrogênio 10 - 50 Ferro 50 – 700 Oxigênio 440 Fósforo 1,2 - 2,2 Manganês 15 – 2000 Hidrogênio 60 Potássio 15 - 30 Zinco 10 – 200 Cálcio 10 - 25 Cobre 5 – 30 Magnésio 2 - 4 Níquel 0,1 – 1,0 Enxofre 2 - 3 Boro 15 – 260 Molibdênio 0,1 – 2,0 Cloro 100- 2000 1 Frequentemente os teores são expressos em dag/kg que equivale percentagem (%), que correspondem ao teor em g/kg dividido por 10. São expressos em relação ao material vegetal seco em estufa, na faixa de 65 a 70 °C, por 48 h ou até peso constante. 3. Funções dos Nutrientes Minerais Essenciais Nitrogênio As palntas absorvem N na forma amoniacal (NH4+) e nítrica (NO3 -), sendo esta a forma preferencialmente absorvida, exceto em solos sob condições adversas à nitrificação. Uma vez absorvido, para que ocorra a asimilação6 o NO3- deve ser reduzido a NH4+. Funcionalmente o N é constituínte de compostos orgânicos, tais como: aminoácidos, amidas, proteínas, ácidos nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, hexoaminas, alcalóides, e outros. Uma das principais funções do N nas plantas é sua participação na molécula de clorofila. Seu papel na constiutição das proteínas torna-se evidente ao considerar que estas contêm, em média, 180 g/kg de N. Conseqüentemente, o nitrogênio é exigido em grandes quantidades pelos vegetais, encontrando-se teores que variam de 10 a 50 g/kg. O N apresenta interações7 com P, S e K. A absorção de NO3- estimula a absorção de cátions, enquanto que a absorção de NH4 + pode restringir a absorção de cátions como o Ca2+, por exemplo. 6 Asimilação é a incorporação de nutriente mineral em compostos orgânicos, por exemplo: pigmentos, emzimas, lipídios, ácidos nucléicos e aminoácidos. 7 Interação é a expressão da capacidade de um determinado fator interferir, positiva ou negativamente, na eficáica de um ou mais outros fatores. 4 Fósforo O fósforo é absorvido pelas plantas nas formas aniônicas: H2PO4- e HPO4-2 e é assimilado nos compostos orgânicos como PO4-3 . De modo geral, é um nutriente importante para a produção de energia e a integridade estrutural dos tecidos. Ele é constituinte de ácidos nucléicos, nucelitídeos, coenzimas, fosfolipídios, fosfo-açucares, ácido fítico, etc. O fósforo tem papel fundamental em todas as reações que envolvem o ATP. Apesar de suas importantes funções, os teores de P nos tecidos vegetais são relativamente baixos, variando de 1,0 a 10 g/kg, sendo que a faixa de suficiência8 para a maioria das culturas varia de 1,2 a 3,0 g/kg. O P pode apresentar interações com N, S e micronutrientes como Cu, Fe, Mn e Zn. Enxofre O enxofre também é absorvido pelas plantas sob a forma aniônica como sulfato (SO4-2), que, posteriormente é reduzido para ser assimilado. Pode ser encontrado em teores que variam de 1,0 a 4,0 g/kg, sendo freqüente apresentar-se com teores superiores ao do P. Assim como o N, a estrutura química S permite a formação de ligações covalentes estáveis. Assim, a maior proporção do S na planta está ligado aos aminoácidos cisteína (-C-SH), metíonina (-C-S-CH3) e cistina (-C-S-S-C) e proteínas. Participa ainda de coenzimas e vitaminas essenciais para o metabolismo. O S pode apresentar interações notadamente com o N, P, B e Mo. Potássio O potássio é absorvido na forma catiônica K+, que também é a forma em que se encontra nas células. Os teores de K nas plantas podem apresentar grande variação, de acordo com a espécie e o manejo cultural. Os teores mais comumente encontrados situam-se entre 10 e 35 g/kg. Ao contrário do N, P e do S o K não forma ligações covalentes que confere estabilidade aos complexos, portanto não é um nutriente extrutural. O K desempenha importante papel na regulação do potencial osmótico das células. Sob este aspecto desempenha importante papel no fechamento e abertura dos estômatos. Além disso, atua como co-fator em mais de 40 enzimas, participando do metabolismo protéico e fotossíntético e, ainda, no transporte de assimilados. È de grande importância para o controle eletroquímico da célula. 8 Faixa de suficiência corresponde aos teores limites em que o nutriente deve ocorer na planta para que esta não tenha seu crescimento comprometido pela deficiência. 5 Cálcio O cálcio é absorvido na forma catiônica Ca2+ e mantém-se na forma iônica no tecido vegetal. Os teores de cálcio nos tecidos vegetais variam entre 5 a 30 g/kg. A maior parte do Ca nas plantas ocorre formando ligações intermoleculares na lamela média da parede celular e das membranas. Contribui, assim, para a estabilidade estrutural do tecido vegetal e o movimento intercelular de vários metabólitos. Atua, ainda, como catalisador de enzimas envolvidas na hidrólise do ATP ede fosfolipídios. Teores adequados de Ca ajudam a planta a evita o estresse decorrente da presença de metais pesados e, ou, salinidade. A substituição do cálcio por metais pesados pode causar um desequilibrio estrutural alterando a rigidez da parede celular. Apresenta interações com Mg e K, sendo que o excesso de Ca promove deficiências desses. Magnésio O magnésio é outro nutriente absorvido na forma catiônica Mg2+. O teor de Mg nos tecidos dos vegetais pode variar de 1,5 a 10 g/kg. Mais da metade do Mg contido nas folhas é encontrado na clorofila, já que a molécula desta possui um átomo central de Mg. Além disso, o Mg é ativador das enzimas envolvidas com a fosfato-transferase, relacionadas, portanto, com o metabolismo energético. Apresenta interações com Ca e K, sendo que o excesso de Mg promove deficiências destes. Ferro O Fe pode ser absorvido na forma catiônica Fe3+, Fe2+ e Fe-quelato9. Se aceita que o Fe precisa ser reduzido para ser absorvido, assim a capacidade das raízes reduzirem Fe3+ a Fe2+ parece ser fundamental para a sua absorção pela planta. O teor foliar adequado nas plantas cultivadas varia de 50 a 1000 mg/kg. O Fe é constituinte de enzimas envolvidas com a transferência de elétrons (reações de oxi-redução), tais como citcromos. Esta função se deve a reversibilidade de seu estado do oxidação de Fe2+ para Fe3+. Ele também é essencial para a síntese do complexo proteína-clorofila nos cloroplastos. Zinco O Zn2+ é a forma predominantemente absorvida, embora haja evidências de que quelatos de Zn possam ser absorvidos. O teor adequado nos tecidos foliares varia de 9 Quelato é o complexo resultante da ligação de um íon metálico a moléculas de natureza orgânica polidentadas (pontos de ligação) por meio de duas, três, quarto ou seis coordenações. 6 10 a 200 mg/kg. O Zn é importante para a atividade de várias enzimas. Por exemplo, é constituinte de álcool desidrogenase, desidrogenase gluâmica e anidrase carbônica. È requerido para biosíntese de clorofila em algumas plantas. O Zn influencia a síntese da auxina ácido indolacético. Manganês O Mn é absrovido pela planta na forma Mn2+, mas outras formas solúveis no solo também podem ser absorvidas. O teor foliar adequado varia entre 10 e 2000 mg/kg. Folha de bananeira, por exemplo, pode conter até 2000 mg/kg de Mn. O Mn atua como ativador de muitas enzimas, tais como: desidrogenase, descarboxilase, kinases, peroxidases e oxidases. Juntametne com outros cátions ativadores, atua na evolução de O2 no processo fotossintético. Devido sua reversibilidade entre formas reduzidas e oxidadas está envolvido em processos de oxi-redução no sistema de transporte de elétrons. Cobre O Cu é absorvido na forma Cu2+ e Cu-quelatos. Os teores foliares adequados variam de 3 a 30 mg/kg. À semelhança do Fe, ele está associado com enzimas envolvidas em reações de oxi-redução, devido a sua reversibilidade entre as formas Cu2+ e Cu2+. Algumas destas enzimas são: oxidase do ácido ascórbico, tirozinase, monoamina oxidase, uricase, citocromo oxidase. Assim como o Zn, o cobre atua como constituinte e co-fator de enzimas, participa do metabolismo de proteínas e de carboidratos e na fixação simbiótica de N2. O cobre pode interferir no metabolismo do Fe, resultando no desenvolvimento de deficiências de Fe. Boro O B pode ser abosrvido como ácido bórico não dissociado e como ânion BO33-. Os teores foliar adequados variam de 10 a 200 mg/kg. Forma complexos com manitol, ácido polimanuronico e outros constituintes da parede celular, estando envolvido no alongamento celular, no metabolismo do ácido nucléico e funções da membrana. Está associado com a formação do tubo polínico e a germinação do pólen. Molibdênio O Mo é absorvido como molibdato (MoO42-). É um dos nutriente exigido em menor quantidade, sendo que os teors foliares adequados variam entre 0,1 e 2,0 mg/kg. Os íons de Mo cujo estado de oxidação varia de Mo4+ até Mo6+ são 7 componentes de várias enzimas envolvidas em reações de oxiredução, entre elas a nitrato redutase e a nitrogenase. Assim, o Mo tem papel fundamental no metabolismo no N, por meio da redução do nitrato, que é fundamental para a assimilação do N, e por meio da fixação de N2 atmosférico, considerando que a nitrogenase é a única enzima com capacidade para romper a ligação tripla que une os átomos de N na sua forma biatômica (N2). Cloro O Cl é absorvido pelas raízes e pelas folhas como âníon cloreto (Cl-). Os teores foliares variam de 1 a 100 mg/kg, mas podem chegar a 20 g/kg nas palmeiras como o côco e dendê além das liliáceas, como alho e cebola. O cloro não é encontrado em nenhum metabólito em plantas superiores, mas é requerido nas reações de quebra da molécula de água na fotossíntes para a produção de O2. Ele também é requerido na divisão celular, tanto em folhas como em raízes. Sua atuação também esta relacionada com a neutralização de cátions e o equilibrio osmótico de planta. Níquel O Ni é abosrvido na forma catiônica Ni2+. Os teores foliares variam entre 0,1 a 1,0 mg/kg. A uréase é a única enzima nas plantas superiores que contém Ni. Assim plantas deficientes em Ni acumulam uréia nas folhas o que causa necrose nas bordas das folhas. O Ni é requerido por microrganismos que fixam N, por participar de enzima que atua na geração do gás hidrogênio durante a fixação do N. 4. Funções dos Elementos Benéficos Silício O Si é abundante na litosfera e, por isso, trabalhos que procuram determinar sua essencialidade, ou mesmo os efeitos benéficos ao crescimento, requerem precauções especiais quanto à contaminação. Atualmente, na literatura há indicação do Si como nutrientes essencial na categoria de macronutriente (Taiz & Zeiger, 2002),considerando os elevados teores no tecido vegetal. Em gramíneas que crescem em ambientes alagados, como o arroz estes teores variam de 47 a 71 g/kg; em gramíneas que crescem em ambientes drenados, como cana-de-açucar, arroz, outros cereais e dicotiledôneas os teores variam entre 5 e 14 g/kg, enquanto que em leguminosas os teores são inferiores a 2,5 g/kg (Marschner, 1986). 8 Os efeitos benéficos do Si têm sido descritos para diferentes espécies. Em geral ele se acumula como sílica amorfa na parede celular, contribuindo para propriedades mecânicas, tais como rigidez e eleaticidade. O Si forma complexos com polifenois, funcionando como uma alternativa para a lignina, no reforço da parede celular. Plantas com maiores teores de Si têm maior resistência ao tombamento, à infecção por fungos e ao ataques de insetos O Si contribui para amenizar a toxidez de alguns metais, como o Mn. Sódio O Na é apontado como elemento essencial na categoria de micronutriente por Taiz & Zeiger (2002) para algumas espécies. Esta essencialidade é comprovada para especies halófitas como plantas do gênero Atriplex encontrados na Austrália e no Chile. Plantas com metabolismos de C4 e CAM (metabolismo ácido das crassuláceas10) requerem o Na para regeneração do fosfoenolpiruvato, que é o substrato da primeira carboxilação nestas rotas metabólicas. O íon Na+ tem-se mostrado, também, capaz de substituir o K+ em algumas funções relacionadas com o equilíbrio iônico interno das plantas. Alumínio O Al é reconhecidamente um elemento tóxico para inúmeras espécies cultivadas. No entanto, trabalhos empregando solução nutritiva demonstram que o Al em baixas concentrações estimula o crescimento. Para cana-de-açucar, milho, beterraba e algumas leguminosas forrageiras esta concentração varia entre 0,2 e 5 mg/L. Tal efeito pode ser atribuído ao fato do Al prevenir a toxidez do Fe, Mn e P, quando em altas concentrações, o que pode ocorrer em soluções nutritivas. Tem se atribuído ao Al efeito fungicida prevenindo a infecção do sistema radicular. No entanto, estes efeito são exceções, visto que na maioria das situações o Al tem uma ação tóxica sobre as plantas. 10 Metabolismo Ácido das Crassuláceas (Crassulacean Acid Metabolism) é uma via metabólica para a síntese de carbohidratos presentes em certas espécies de plantas, especialmente plantas suculentas (como as da família Crassulaceae, onde este metabolismo foi detectado pela primeira vez). Em sintese, as plantas CAM abrem os seus estomas durante a noite, absorvendo dióxido de carbono durante este período, e armazenando-o sob a forma de ácido málico. Durante o dia, com a incidência de luz solar, o ácido málico sofre reações e é transformado em moléculas de glicose. 9 Cobalto O Co pode ser encontrado nas folhas dos vegetais em teores que variam de 0,03 a 1,0 mg/kg. Condições especiais de solos ricos em Co podem propiciar, em algumas espécies, teores de 2 a 4 g/kg. O Co é importante na síntese da da vitamenina B12 (coenzima cobalamin B2), que afeta a síntese da proteína leghemoglobina nos nódulos de leguminosas infectadas por bactérias do gênero Rhizobium, sendo esta importante para o processo de fixação biológica. Selênio Os teores de Se nos tecidos vegetais em teores variam entre 0,01 e 1 mg/kg. Em solos com elevada disponibilidade do elemento, espécies forrageiras podem apresentar concentrações excessivamente elevadas, a ponto de serem constatados casos de toxicidade em animais. Vanádio Os efeitos benéficos do V são citados em maior intensidade apenas para vegetais inferiores. Poucas referências citam efeitos benéficos em milho quando suprido por solução nutritiva contendo 0,25 mg/L (Singh, 1971; Tisdale & Nelson, 1975). 5. Conceito de Fertilidade do Solo Têm-se feito numerosas tentativas para conceituar a fertilidade do solo, entretanto, existe a tendência de relacioná-la com produtividade11, o que não é verdadeiro. Para esclarecer a diferença entre produtividade e fertilidade, suponha-se que um solo fértil gere alta produção de algodão em um ano com boas condições de chuva e temperatura. Em um ano atípico, com menor quantidade e má distribuição de chuvas, a produção de algodão, no mesmo solo, cairá substancialmente. O motivo dessa queda, não é a perda de fertilidade do solo, mas a restrição climática. Pode-se concluir que o uso de um solo fértil nem sempre implica em alta produtividade, pois esta é resultante da interação de vários fatores, inerentes á planta, ao clima, ao solo e às condições de manejo. Atualmente são indentificados 54 fatores que, em conjunto, determinam a produtividade. No âmbito do solo a fertilidade é um dos componentes, pois as 11 Produtividade é a expressão da produção por unidade de produção. Por exemplo: kg/ha, t/ha, L/vaca, etc. 10 condições físicas e microbiológicas são determiantes da produção. Além disso estes fatores, sobretudo a fertilidade, são afetados pelas características mineralogicas e pelos procesos químicos predminantes no solo. A produção poderá ser limtada em solos férteis com impedimentos físicos, que provocam restrições ao transporte dos nutrientes e ao desenvolvimento do sistema radicular. No entanto, um solo produtivo deve apresentar fertilidade elevada, ou ter sido, previamente, corrigido. Deste modo a fertilidade tem sido conceituada como "a capacidade do solo de ceder os nutrientes às plantas" (Raij, 1981; Braga, 1983). Alguns autores (Malavolta, 1976; Raij, 1981) acrescentam que esta capacidade deve ser mantida durante todo o ciclo de vida da planta, mesmo que esta deixe de absorve-los ou utiliza-los em uma determinada fase. Este conceito, no entanto, também é questionável, uma vez que a relação solo planta não e uma via de mão única, onde o solo cede e a planta recebe por meio das raízes. As plantas podem alterar características do solo na rizosfera12 de modo a favorecer a disponibilidade13 de um ou mais nutrientes. Um destes mecanismos é a acidificação da rizosfera. A formação de quelatos entre ácidos orgânicos excretados e metais potencialmente tóxicos é um mecanismo que as plantas utilizam para evitar a absorção destes metais. A interação com microrganismos, como por exemplo, com micorrizas e bactérias do gênero Rhizobium, é uma estratégia que favorece a aquisição de fósforo e nitrogênio, respectivamente. O conceito de fertilidade do solo apresenta várias limitações importantes em sua interpretação. Assim, por exemplo, a resposta em produção de uma planta pode ser diferente quando se aplicam doses crescentes de um nutriente em solos diferentes. Conforme se observa na figura 1, o solo LE (Latossolo Vermelho Escuro) tem maior produtividade refletindo aparentemente, maior capacidade para ceder nutrientes essenciais. Da mesma forma, um solo com determinada fertilidade pode apresentar diferente produção com diferentes espécies de plantas (Figura 2), posto que as plantas variam em sua capacidade de absorção e de utilização de um mesmo nutriente (Epstein, 1975; Malavolta, 1976; Sanchez, 1981; Mengel & Kirby, 1982). Nesse caso, a braquiária mostra maior capacidade de produção. 12 O volume de solo que próximo às raízes, que sofre influencia direta destas, denominas-e rizosfera. 13 Nutriente disponível é aquele que se encontra em uma forma química potencialmente absorvível pela planta. Este conceito é fundamental para a fertilidade do solo sendo que a sua consolidação avançará com os estudos na disciplina. 11 0 10 20 30 40 50 S (kg/ha) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Matéria seca (g) LE AQ LE: $Y = 6,5386 + 0,4265X - 0,0053X2 R2 = 0,996 AQ: $Y = 5,4869 + 0,2341X - 0,0014X2 R2 = 0,975 Figura 1. Produção da matéria seca de capim jaraguá (Hyparrhenia rufa) em resposta à aplicação de doses de enxofre em um Latossolo Vermelho- Escuro (LE) e uma Areia Quartzosa (AQ). Fonte: Casagrande & Souza, 1982. 0 10 20 30 40 50 S (kg/ha) 0 5 10 15 20 25 30 35 Matéria seca (g) Braquiária Jaraguá Braquiária: $Y = 6,3691 + 1,0225X - 0,0104X2 R2 = 0,999 Jaraguá: $Y = 3,2609 + 0,5510X - 0,0053X2 R2 = 0,998 Figura 2. Produção de matéria seca das gramíneas forrageiras, braquiária (Brachiaria decumbens) e jaraguá (Hyparrhenia rufa), em resposta à aplicação de doses de enxofre em um Latossolo Vermelho-Escuro. Fonte: Casagrande & Souza, 1982. 12 Dessa forma, conclui-se, que considerando determinado nutriente o solo pode ser fértil, porém, em relação à outro nutriente não. O mesmo se observa em relação à espécie cultivada, ou ainda em relação a diferentes variedades de uma mesma espécie (Russell & Russell, 1973; Epstein, 1975; Malavolta, 1980; Magnani, 1985). Percebe-se, assim, que o conceito de fertilidade deve considerar, também, a espécie a ser cultivada. A fertilidade do solo pode ser vista sob os três aspectos: natural, potencial e atual (Buol et al., 1974; Lepsch, 1983). Fertilidade Natural A fertilidade natural corresponde à fertilidade do solo que ainda não sofreu nenhum manejo, ou seja, não foi trabalhado e, portanto, não sofreu recente interferência antrópica. É muito usada na avaliação e classificação de solos onde não existe atividade agrária. Dá idéia da capacidade que apresenta um solo ou unidade de classificação para ceder os nutrientes (Lepsch, 1983). Por exemplo, um solo distrófico (V < 50%) aparentemente apresentaria menor capacidade de ceder os nutrientes, do que um eutrófico (V ≥ 50%). Na verdade, este índice pouco representa em termos da real capacidade de ceder nutrientes, já que um solo pode ser distrófico e ter uma CTC superior, com maiores teores de cátions trocáveis, do que um solo eutrófico e, portanto, ter condições de fornecer maior quantidade de nutrientes para as plantas (Quadro 2). Quadro 2. Características químicas de dois solos com diferentes graus de saturação de bases (V) Solo SB T V ----------- cmolc/dm3 --------- % Eutrófico 2 3 66,7 Distrófico 7 15 46,7 Fertilidade Potencial Sob o enfoque da fertilidade potencial, evidencia-se a existência de algum elemento ou característica que impede o solo de mostrar sua real capacidade de ceder os nutrientes. Assim, persistindo essas condições limitantes, a capacidade de ceder nutreintes estará obstruída, ainda que a fertilidade potencial seja alta. Entre as características limitantes cita-se o caso de solos ácidos, onde o teor de Al3+ é elevado e a disponibilidade de Ca, Mg e P é baixa ou insuficiente, o que se poderia corrigir com adição de calcário, gesso e fosfato. 13 Assim, também, os solos salino-sódicos apresentam conteúdos excessivos de Na+, o que eleva o pH e ocasiona diminuição da disponibilidade de micronutrientes, principalmente Fe, Mn, Zn e Cu. Fertilidade Atual A fertilidade atual é a que apresenta o solo após receber práticas de manejo para satisfazer as necessidades das culturas. Corresponde a fertilidade de um solo já trabalhado. Deve ser interpretada considerando-se as correções realizadas, por exemplo, calagem, adubação fosfatada, etc. A fertilidade atual é caracterizada pela determinação das formas disponíveis dos nutrientes do solo. 6. Adubação Quando o solo apresenta restrições de fertilidade, em um ou mais nutrientes, utilizam-se adubos ou fertilizantes com o propósito de colocar a disposição da planta maiores quantidades dos nutrientes. Adubos ou fertilizantes são produtos de natureza orgânica ou mineral, sendo esta de origem natural ou sintética, que são capazes de veícular um ou mais nutrientes para as plantas. Conseqüentemente, adubação ou fertilização compreendem a prática de aplicar adubos ou fertilizantes. A adubação pode ter como enfoque corrigir o solo em sua capacidade de ceder um ou mais nutrientes. Sob este enfoque a prática é denominada adubação de correção. Neste caso o adubo é aplicado em toda á superfície do solo e às vezes incorporado em uma determinada camada de solo. A adubação pode, ainda, ter por enfoque atender a demanda da planta em solos com deterinadas restrições de ceder os nutrientes. Neste caso é denominada adubação de produção. Esta pode ser feita no ato do plantio, ou posteriormente, quando a planta passou pelos estádios iniciais de desenvolvimento, e neste caso é denominada adubação de cobertura. Resposta à adubação Quando se aduba visa-se, de fato, aumentar ou manter a disponibilidade de um ou mais nutriente e aumentar o teor de matéria orgânica (Russell & Russell, 1973; Tisdale & Nelson, 1975; Sanchez, 1981; Thomas & Hargrove, 1984). As plantas respondem ao aumento da disponibilidade com melhor desenvolvimento, maior crescimento e produção. Em geral refere-se à esta reação como resposta à adubação, no entanto, a resposta é, de fato, ao aumento da disponibilidade dos nutrientes. A 14 expressão desta reação é feita por meio de funções matemáticas que relacionam o efeito (cresimento, produção), denominada de variável dependente (Y), com a causa (doses do nutriente), denomida variável independente (X): Y = ƒ (x). As expressões matemáticas destas funções (equações) são denominadas curvas de respostas à adubação. As Figuras 1 e 2, exemplificam na forma gráfica e matemática, curvas de resposta a adubação sulfatada. As curvas de respostas podem assumir diferentes formas. Uma delas é a linear, quando há proporcionalidade entre o incremento da produção (Y) e o incremento das doses (X) (Figura 3 A). Outra possíbilidade é a forma exponencial (Figura 3 B). Esta função compreende uma fase de crescimento proporcional da produção, seguido de uma fase com crescimento menos que proporcional e, por último, uma fase de estabilização. Isto lhe dá o caráter assintótico, ou seja, a tedência da curva ser paralela ao eixo horizontal (X). Em uma terceira possibilidade (Figura 3 C) a função mostra esta mesma tendência até atingir um máximo a partir do qual ela decresce. Assume desta forma, o caráter de uma parábola. Ŷ = α0 + α1 X (A) 0 300 600 900 0 50 100 150 200 250 300 Dose do nutriente (kg/ha) P ro du çã o (k g/ ha ) )cX-10-(1 A Yˆ = (B) 0 150 300 450 600 0 50 100 150 200 250 300 Dose do nutriente (kg/ha) P ro du çã o (k g/ ha ) Ŷ = α0 + α1 X - α2 X2 (C) 0 200 400 600 800 0 50 100 150 200 250 300 Dose do nutriente (kg/ha) P ro du çã o (k g/ ha ) Figura 3. Formas de curvas de resposta da produção (Y) (kg/ha) de acordo com doses de um nutriente (X) kg/ha. 15 Leis Gerais da Adubação A análise, interpretação e compreensão da resposta à adubação, baseiam-se em princípios que têm sido denominados de leis da adubação14. Há três leis fundamentais: da restituição, do mínimo e do máximo, que serão apresentadas nesta ordem, emobra não corresponda a sequência cronológica da elaboração de seus enunciados. 1. Lei da Restituição O esgotamento da fertilidade dos solos, devido a cultivos sucessivos, resulta na redução da produtividade. Segundo esta lei, para manter a fertilidade do solo é indispensável restituir aqueles nutrientes absorvidos pelas plantas e exportados com as colheitas mais aqueles perdidos do solo, ou seja, aqueles que não foram reciclados. Esta lei foi enunciada por Voisin (1973). Esta concepção seria aceita sem restrição desde que o solo tenha uma boa fertilidade. No entanto, deve-se ter em conta que, muitos solos são naturalmente pobres em um ou mais nutrientes, ou apresentam restrições devido a elevada acidez ou elevada salinidade, por exemplo. Portanto, neste caso, inicialmente as deficiências ou excessos existentes devem ser ser corrigidas. 2. Lei do Mínimo Conhecida como lei de Liebig, foi enunciada em 1843 por este pesquisador alemão. Segundo a proposição de Liebig, o crescimento de uma planta é limitado por aquele nutriente que se encontra em menor proporção no solo, em relação à necessidade da planta (Russell & Russell, 1973; Tisdale & Nelson, 1975; Raij, 1981). Este enunciado tem um caráter qualitativo. Sua aplicabilidade é complexa, porque em condições normais de campo, muitas vezes são vários os nutrientes ou fatores que limitam a produção, além da ação de suas interações. Segundo a lei de Liebig, sob um enfoque quantitativo o crescimento é contínuamente linear até um ponto onde se alcança um "plateau" devido à insuficiência de outro nutriente que, então, se torna o limitador do crescimento. Se suprido, este novo nutriente provoca outro surto de crescimento, até que novo nutriente (ou fator) se torne limitante e, assim, sucessivamente (Figura 4). Em outras palavras, uma 14 Embora o termo seja de uso consagrado, a idéia de lei, talvez não seja a mais própria para expressar o significado dos seus enunciados. São, de fato, a base científica que possibilita a compreenção da resposta à adubação. 16 adubação com N e K não traria aumento na colheita se o elemento mais limitante no solo fosse o P. Somente após a plicação do P é que haveria possibilidade de resposta linear a N ou a K. A aplicabilidade desta lei ser restringiria quando a resposta a adubação se expressa proporcional às doses aplicadas (Figura 2 A). O aspecto quantitativo da lei do mínimo, também é limitado considerando que as resposta biológica se expressam por funções curvilineares. Limite genético, luz etc. ( fatores não controláveis) "Plateau" de produção para B (limitação por C) "Plateau" de produção A (limitação por B) A AB ABC Nutrientes aplicados P para A "Plateau" de produção para A (limitação por B) Produção ABC Figura 4. Resposta linear à adição de nutrientes baseada na Lei do Mínimo. Diante às restrições da Lei do Mínimo para explicar as respostas à adubação, quer sob o aspecto quantitativo ou qualitativo, duas outras leis foram enunciadas, como derivadas dela. 2.1. Lei de Mitscherlich ou dos Incrementos Decrescentes Em 1909, o alemão E. A. Mitscherlich, tomando como base dados de uma série de ensaios, desenvolveu uma equação relacionando o crescimento de plantas ao suprimento de nutrientes (Tisdale & Nelson, 1975). Mitscherlich, observou que o aumento linear da produção à aplicação de um nutriente, em quantidade insuficiente no solo, proposta por Liebig, éra complementado por uma resposta curvilinear em reação à doses adicionais daquele nutriente, até atingir uma produção máxima (Malavolta, 1976; Braga, 1983; Pimentel Gomes, 1985). Tal concepção ajusta-se às curvas de respostas de natureza exponencial (Figura 5). Esta lei pode ser expressa como: “a adição de doses crescentes de um nutriente ao solo, promove incrementos de produção cada vez menores”. Assim, sua expressão matemática na forma derivada seria: 17 Y)c(A dX dY −= , em que: dY é o incremento da produção em relação ao incremento dX; A é a produção máxima atingível; c é uma constante de proporcionalidade, ou coeficiente de eficácia do fator X. Esta expressão nos indica que os aumentos de produção (Y) porporcionado por cada unidde de nutriente aplicado (X) é porporcional a quantidade de produção ainda necessária para atingir a máxima produção. Em sua forma integrada esta função pode ser escrita como: )cX10(1A Yˆ −−= Dose de X Y A Figura 5. Representação gráfica da equação de Mitscherlich, ou dos incrementos decrescentes. 2.2. Lei da Interação Uma concepção qualitativa atual para a lei do mínimo seria: um nutriente em quantidade insuficiente no solo reduz a eficiência, mas não elimina por completo os efeitos de outros nutrientes. Em outras palavras a insuficiência de um nutritiente no solo reduz a eficácia dos outros nutrientes e, por conseguinte, diminui o rendimento das colheitas (Voisin, 1973). A lei da interação (Voisin, 1973) é uma conepção mais moderna para a lei do mínimo, sob o seu aspecto qualitativo, sendo que: cada nutriente é mais eficaz quando os outros estão mais perto dos seus ótimos (Figura 6). Muitos experimentos têm mostrado que existem interações entre os nutrientes e entre os nutrientes e outros fatores de produção, isto é, um ou mais nutrientes exercem influência mútua ou recíproca. Essa influência pode ser positiva, sinérgica, como há 18 que há entre N e P; N e K; P e Ca; P e S; P e H2O do solo; N e Irrigação; N e Controle de más ervas. No entanto ela também pode ser negativa, antagônica, onde um fator ou elemento limita a ação de outro elemento, como ocorre entre Al e P; Al e Ca; P e Zn; P e Fe; P e Cu; Ca e Zn; S e Mo; Ca e B; Zn e Fe. A Figura 6 exemplifica graficamente a interação positiva entre N e P, mostrando maiores ganhos de produção devido às doses de N na presença de 100 kg/ha de P. Essas interações ocorrem não somente na planta, mas, também no solo. A presença de enxofre em quantidades adequadas na planta, por exemplo, favorece a redução do nitrato (NO3-) para a síntese de aminoácidos. Se ocorrer elevação na concentração de S diminui a de NO3- e, ao contrário, ocorrerá acúmulo de NO3- na planta. Figura 6. Representação gráfica a relação entre doses de N e P e a produção, evidenciando os efeitos de cada um dos nutrientes e a ineração entre eles. 3. Lei do Máximo De acordo com esta lei o excesso de um nutriente no solo reduz a eficácia de outros e, por conseguinte, pode diminuir a produção, o que condiz com as curvas de respostas que assumem forma parabólica (Figura 2 C) (Voisin, 1973). Este fato não é previsto pela lei de Mitscherlich, na sua primeira aproximação. A produção cersce com as doses de um nutriente até atingir um máximo e depois começa a diminuir. Nesse caso o excesso do nutriente limita ou deprime a produção, devido a desequilíbrios nutricionais ou a efeito de tóxicos. Matematicamente, a resposta da planta é representada pela equação de segundo grau: $Y b b X b X= + −0 1 2 2 , em que: 0 200 400 600 800 1000 Dose N (kg/ha) Pr od uç ão (k g/ ha ) Sem P 100 kg/ha de P Efeito interação NxP Efeito do P Efeito do N 19 Y é a produção obtida em resposta à quantidade do nutriente X aplicado ao solo. A partir desta equação pode-se estimar a dose em que a produção é máxima. 3.1. Lei da Qualidade Biológica Considerando os efeitos negativos na alimentação animal pela produção de pastagem com teores de nutrientes desequilibrados, pela adição exagerada de certos corretivos ou adubos, Voisin (1973) propôs a "lei da qualidade biológica", que seria uma derivação da lei do máximo. De acordo com este enfoque a aplicação de adubos deve ter como primeiro objetivo a melhoria da qualidade do produto, a qual tem prioridade sobre a produtividade. 7. Bibliografia ALVAREZ V., V. H. 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