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BAN 100 - Roteiro de estudo platelmintos

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Enviado por Laila Barbosa em

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Roteiro de estudo – BAN 100 
Profa. Maria Augusta Lima Siqueira 
Phylum Platyhelminthes 
 
O Filo Platyhelminthes (grego, Platy=achatado, helminth=verme) possui cerca de 20.000 
espécies descritas de animais de vida-livre e parasitas com o corpo achatado dorso-
ventralmente. 
As principais características dos animais do grupo são: 
• Corpo achatado dorso-ventralmente; 
• Simetria bilateral; 
• Triblásticos acelomados; 
• Sistema nervoso com um gânglio cerebral na região anterior e cordões longitudinais ligados 
por comissuras ventrais; 
• Protonefrídeos como estruturas de excreção e osmorregulação; 
• Hermafroditas com sistema reprodutor completo; 
• Intestino incompleto ou ausente (em Cestoda); 
• Corpo não segmentado; 
• Sistemas respiratório, circulatório e esquelético ausentes. 
O filo é dividido em quatro classes: 
1) Classe Turbellaria: 
Existem cerca de 3.000 espécies de turbelários descritas, sendo que a maioria habita o fundo 
dos oceanos. As planárias (terrestres) são os indivíduos mais conhecidos. De uma maneira 
geral, apresentam as seguintes características: 
• Animais de vida-livre, marinhos (maioria), dulci aquícolas ou terrestres; 
• Carnívoros (predadores ou necrófagos); 
• Boca desemboca em uma faringe muscular; material não digerido é eliminado pela boca 
(intestino incompleto); 
• Parede corporal com grande produção de muco por células especializadas (rabidóides): 
Proteção contra dessecação (spp terrestres), auxílio na troca gasosa, locomoção, captura de 
presas, adesão ao substrato, defesa de predadores; 
• Sistema nervoso com concentração de neurônios (gânglios) na região cefálica. Sistema 
nervoso “em escada”; 
• Órgãos sensoriais: mecano e quimiorreceptores concentrados na região cefálica e da faringe; 
ocelos (“olhos” rudimentares – percepção luminosa); 
• Circulação e troca gasosa feitas por difusão; 
• Excreção e osmorregulação feitas por protonefrídeos: túbulos com fundo-cego que 
terminam nas células-flama (direcionam os excretas e fluidos para um poro excretor – 
nefridióporo - que os libera no ambiente); 
• Reprodução assexuada: fissão transversal ou regeneração (grande capacidade); 
• Maioria hermafrodita (monóicos) com fecundação cruzada e fertilização interna; 
2) Classe Monogenea: 
A maioria das 1.100 espécies de monogenéticos descrita é ectoparasita de vertebrados 
aquáticos, principalmente peixes. Alimentam-se de muco, restos celulares ou sangue dos 
hospedeiros. São organismos adaptados para se prenderem à pele de animais com 
movimentos rápidos. Apresentam as seguintes características: 
• Presença de órgãos adesivos nas regiões anterior (prohaptor) e posterior (opistohaptor). O 
prohaptor auxilia na sucção do alimento e o opistohpator possui ganchos e ventosas 
aumentando a capacidade de adesão; 
• Possuem apenas 1 hospedeiro durante o ciclo (Monogenea = uma geração), ou seja, não 
possuem hospedeiros intermediários; 
• São hermafroditas, mas a auto-fecundação é rara; 
• A fecundação cruzada resulta na produção de ovos que são liberados na água, liberam larvas 
livre-natantes (oncomiracídeos) que infestam novos hospedeiros; 
• Algumas espécies são importantes pragas em viveiros de criação de peixes de água-doce (ex. 
Dactylogyrus vastator, ectoparasita de carpas); 
3) Classe Trematoda: 
3.1) Subclasse Digenea: 
A subclasse Digenea (“duas gerações”) possui o maior número de espécies da classe e tem 
grande importância econômica e médico-veterinária. Por esta razão, será o grupo estudado 
durante a disciplina. São conhecidos de maneira geral como fascíolas e há cerca de 11.000 
espécies descritas. São endoparasitas de vertebrados e causadores de importantes doenças 
em animais domésticos e no homem. Os ciclos de vida são geralmente complexos, com 
desenvolvimento indireto, podendo haver de 2 a 3 hospedeiros, razão do nome da subclasse. 
As características gerais são: 
• Infecção de dois ou mais hospedeiros durante o ciclo de vida. Geralmente o primeiro 
hospedeiro intermediário é um caramujo, o segundo hospedeiro intermediário (quando 
existe) é um artrópode e o hospedeiro definitivo é um vertebrado; 
• Maioria é parasita do intestino ou de estruturas associadas ao trato intestinal (dutos biliares, 
dutos pancreáticos); 
• Corpo possui uma ventosa oral que circunda a boca e auxilia na alimentação e fixação. 
Alguns também têm uma ventosa ventral para auxiliar na adesão ao corpo do hospedeiro; 
• O corpo é revestido por um tegumento adaptado à vida endoparasitária: ele proporciona 
proteção, especialmente contra as enzimas presentes no intestino do hospedeiro, além de 
absorver alguns nutrientes como glicose e aminoácidos. 
• São anaeróbios facultativos, podendo viver em locais do corpo do hospedeiro onde não há 
oxigênio disponível; 
• Protonefrídeos realizam excreção e osmorregulação, liberando fluidos e excretas 
nitrogenados em ductos que desembocam em uma bexiga, que se comunica com o meio 
externo por um nefridióporo; 
• Hermafroditas, mas a auto-fecundação é rara. Durante a cópula há troca mútua de esperma 
e a fecundidade é muito alta (há produção de um grande número de ovos); 
• Schistosoma mansoni: causador da esquistossomose em humanos. No Brasil, de 8 a 10 
milhões de infectados. A doença pode ser letal. Ao contrário da maioria dos digenéticos, são 
dióicos com dimorfismo sexual e com machos e fêmeas que vivem pareados. A fêmea vive 
alojada no corpo do macho. 
www.funasa.gov.br: mapa da doença no BR. 
4) Classe Cestoda: 
Contém 3.400 espécies de endoparasitas intestinais de vertebrados. A parede corporal é 
adaptada para absorção de nutrientes dos hospedeiros, pois não possuem trato digestivo. A 
subclasse com maior número de representantes e de grande importância médico-veterinária é 
a Subclasse Eucestoda. 
4.1) Subclassse Eucestoda 
Conhecidos como solitárias. Características gerais: 
• Corpo dividido em: 
- Escólex (região anterior): possui ventosas, espinhos ou ganchos para adesão ao hospedeiro; 
- Colo (após escólex): região proliferativa, que origina o estróbilo; 
- Estróbilo: maior porção do corpo do animal. Região alongada formada por anéis (proglótides) 
que apresentam órgãos reprodutores masculino e feminino (monóicos). 
• Podem atingir até 15m de comprimento; 
• Parede corporal com dobras que aumentam a superfície de absorção; 
• Ausência de boca e trato digestivo: nutrientes absorvidos pelo tegumento por difusão e 
transporte ativo; 
• Moléculas maiores: digestão inicialmente extracelular por enzimas da parede 
corporal; 
• Troca gasosa e circulação por difusão, anaeróbicos facultativos; 
• Sistema nervoso com anel nervoso (no escólex) que origina vários neurônios; órgãos do 
sentido reduzidos – apenas mecanorreceptores no escólex; 
• Sistema nervoso, protonefrídeos, músculos e órgãos reprodutores repetem-se nas 
proglótides; 
• Monóicos com fecundação cruzada quando há parceiros; auto-fecundação comum (entre 
proglótides ou dentro da mesma proglótide); Fecundação interna; Ovos armazenados nas 
proglótides; 
Dentre as espécies com maior importância parasitológica, estão a Taenia solium e T. saginata. 
Medidas para controle de teníase/cisticercose: 
- tratamento de teníase intestinal 
- uso de latrinas 
- hábitos de higiene 
- combate aos suínos com cisticercose 
- comer carne de porco bem-cozida

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