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Resenha de “A linguística e sua história” de Bárbara Weedwood por Dalila de Castro Realino Estudos Linguísticos II Estudo Dirigido por Professora Rivânia Maria Trotta Sant'Ana Instituto de Ciências Humanas e Sociais Universidade Federal de Ouro Preto No texto “A Linguística e sua história”, Bárbara Weedwood esmiúça a história da linguística. A autora inicia sua explanação afirmando que, ao contrário do que é usualmente pensado, a linguística não é uma ciência nova, recente. De fato, o estudo da linguagem iniciou-se com o nascer da escrita. A fim de fornecer um vasto panorama de como e por que a língua e a linguagem foram estudadas no passado, Bárbara considera todas as tradições e contextos em que tais estudos estavam inseridos. Iniciando sua narrativa, Bárbara nos conta que o primeiro pensador a refletir sobre a linguagem e suas questões foi Platão, com primeiro registro histórico em Atenas. As reflexões de Platão tem influências fundamentais na linguística, como discorre a autora ao dizer-nos que em Crátilo, Platão questiona se a língua é intrínseca à realidade espiritual ou física ou se é vernaculamente arbitrária. Na antiga Grécia a linguagem era um dos métodos para compreender a realidade, não ficando restrito a Platão o estudo da questão, a autora também nos conta como Aristóteles e os estoicos também se debruçaram sobre a temática. Prosseguindo com sua narração cronológica da história da linguística, Bárbara Weedwood fala-nos sobre os romanos, que atribuíam aos gregos a introdução da gramática na cultura latina. Descreve, pormenorizadamente, a codificação e a transmissão da língua na antiga Roma. Apresenta- nos a Teoria da littera, visão precursora da moderna dicotomia letra-som, e a etimologia, estudo da origem das palavras. Caminhamos com a autora através da linha do tempo e chegamos a Idade Média, na qual nos é explicitado como se dava o ensino do latim. Foi nessa época que nasceram as primeiras gramáticas do ocidente, devido a demanda dos estudantes estrangeiros. Na época, o latim era a língua universal. Houve um grande movimento objetivando traduções de várias línguas para o latim, para que o acesso ao conteúdo se tornasse facilitado. Devido a esse fator, foram criadas gramáticas tanto para o latim, quanto para línguas vernáculas. No renascimento, nos é apontado o surgimento de duas abordagens distintas da linguagem: a abordagem “particular”, que se concentrava nos fenômenos físicos que diferenciam as línguas e a abordagem “universal”, buscava a inspiração da linguagem, seu método filosófico e lógico. Desde o Renascimento, a linguística tem se caracterizado pela alternância e inter-relação dessas duas abordagens. Com a abordagem “particular”, a que se concentrava em estudar os fenômenos que diferenciavam as línguas, os aspectos que diferiam uma língua da outra foram ficando cada vez mais evidentes. Trabalhou-se muito em gramáticas que fossem tão mais universais quanto possível fosse. Nesse quadro, desenvolve-se muito a filologia. Cresce o interesse, após observação de inúmeras semelhanças entre as línguas, de se descobrir a língua mãe, ou a língua originária. Dá-se, então, no Renascimento, maior abordagem “universal” da linguagem. Bárbara Weedwood, no texto “A linguística e sua história”, apresenta-nos um panorama, detalhado e cuidadoso, da linguística pelo curso da história. Leitura recomendada aqueles que procuram se aprofundar na gênese e desenvolvimento da linguística.