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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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modo de produção decadente por um novo modo de produção, ou seja,
no essencial, da necessidade de favorecer a implantação e expansão
de novas relações de produção adequadas ao desenvolvimento desobs-
truído das forças produtivas. O modo de produção capitalista, em vir-
tude das contradições do seu próprio movimento, teria de ceder lugar
ao modo de produção comunista. Se foi enfático no concernente a esta
conclusão, Marx não deixou senão escassas e sucintas idéias acerca
das características do comunismo. Rejeitou as idealizações utópicas e
ateve-se àquelas inferências possíveis a partir do próprio capitalismo.
Marx se pretendia cientista e não profeta.
Os temas a seguir abordados foram escolhidos pela relevância
que assumem na concepção marxiana sobre a dinâmica do modo de
produção capitalista.
O capital social total e as contradições de sua reprodução
No Livro Segundo — conforme já observado, aquele mais dedicado
à macroeconomia —, Marx buscou esclarecer como era possível efeti-
var-se a reprodução do capital social total, uma vez que este se cons-
tituía de numerosos capitais individuais concorrentes, cuja atuação,
pela própria natureza do capitalismo, pressupunha a ausência de su-
bordinação a uma planificação centralizada.
Todo modo de produção deve ser também um modo de reprodução.
Por força, no fundamental, dos mecanismos econômicos e também pelo
suporte que o modo de produção recebe das instituições político-jurídicas
consolidadas, da ideologia dominante, dos costumes da vida cotidiana
etc., cada circuito da produção é sucedido por novo circuito, numa rei-
teração incessante. De outra maneira, seria inevitável a cessação da
existência da própria sociedade. Se a evidência empírica comprova que
a reprodução também ocorre na formação social capitalista, a questão
a elucidar consiste na demonstração de como isto é possível num regime
em que a produção socializada se realiza entre as paredes de empresas
de propriedade privada.
O feito de Marx, no Livro Segundo, encontrou precedente e fonte
de inspiração no Tableau Économique de Quesnay. Marx o tinha em alta
conta e realçou sua grande significação científica. Não obstante, entre o
Tableau e os esquemas da reprodução do Livro Segundo medeia uma
distância enorme, de cujos marcos basilares basta assinalar o primeiro:
a teoria do valor-trabalho, ausente na concepção do precursor francês.
Os esquemas da reprodução formulam-se em termos de valor,
discriminando-se o produto social anual em três partes: capital cons-
tante, capital variável e mais-valia. Ao mesmo tempo, o produto social
tem a composição bissegmentada por uma grande linha divisória de-
terminada, não pelo valor, mas pelo valor de uso. Em conseqüência,
o produto social procede de dois departamentos: o Departamento I —
produtor de bens de produção; e o Departamento II — produtor de
OS ECONOMISTAS
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