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de restrições que a tornam inoperante e, portanto, negligenciável. Já Sweezy e Baran afirmaram que a lei teria sua razão de ser na etapa concorrencial do capitalismo, porém deixaria de atuar na etapa mono- polista, uma vez que nesta prevaleceria a tendência à elevação da taxa de lucro. Tal afirmação parecia tanto mais persuasiva quanto, entre os anos vinte e cinqüenta do século atual, a implementação de um pacote de grandes invenções técnicas e a situação defensiva da classe operária produziram, simultaneamente, o barateamento dos elementos do capital constante e a elevação da taxa de mais-valia. Em conse- qüência, subiu, de fato, a taxa de lucro nos Estados Unidos, durante os anos quarenta. A contra-argumentação, segundo a qual a lei atua pelos efeitos opostos à queda da taxa de lucro que ela mesma suscita (imperialismo, armamentismo, inflação etc.), deve ser levada em conta, uma vez que se evidencia entre tais efeitos e a atuação da lei uma conexão dialética. Acontece que, por exigência da metodologia dialético-materialista, ne- nhuma demonstração lógica dispensa a comprovação empírica a fim de alcançar o grau de suficiente convicção. Assim, o problema consiste na evidência empírica confirmadora de que, apesar da atuação lenta e irregular, a lei tem conduzido a um declínio secular da taxa de lucro. É por demais conhecido o fato de que as taxas de lucro, em países como Inglaterra, França, Alemanha e outros, foram consideravelmente mais altas na etapa inicial do capitalismo do que na sua etapa de “maturidade”. Ainda hoje, é possível observar que as taxas de lucro são mais altas nos países atrasados do que nos países avançados, o que, precisamente, atrai a exportação de capitais dos últimos aos pri- meiros. Ora, não é difícil verificar que, nos países atrasados, a com- posição orgânica do capital é mais baixa do que nos países avançados. Resta, apesar disto, a tese de Sweezy e Baran acerca da cessação da lei nas condições de domínio do capital monopolista. A este respeito, apresentamos aqui algumas evidências sumárias em sentido contrário. A primeira diz respeito à refutação de Mandel por Rowthorn. Apoiado na série histórica da relação capital/produto elaborada por Kuznets para o período 1880-1948, nos Estados Unidos, Rowthorn concluiu que, ao contrário do suposto por Mandel, a composição orgânica do capital vem caindo. Sucede que, na relação capital/produto, o termo capital é somente capital fixo, não incluindo o capital circulante também com- ponente do capital constante. Ora, a redução do valor e mesmo da massa do capital fixo nada nos diz acerca do valor e da massa do capital circulante (matérias-primas e matérias auxiliares) correspon- dentes à operação desse mesmo capital fixo. A tendência tecnológica predominante atua, no entanto, no sentido da operação de quantidades crescentes de matérias-primas por unidade de capital fixo. De tal ponto de vista, observa-se que, na indústria de transfor-