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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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de restrições que a tornam inoperante e, portanto, negligenciável. Já
Sweezy e Baran afirmaram que a lei teria sua razão de ser na etapa
concorrencial do capitalismo, porém deixaria de atuar na etapa mono-
polista, uma vez que nesta prevaleceria a tendência à elevação da taxa
de lucro. Tal afirmação parecia tanto mais persuasiva quanto, entre
os anos vinte e cinqüenta do século atual, a implementação de um
pacote de grandes invenções técnicas e a situação defensiva da classe
operária produziram, simultaneamente, o barateamento dos elementos
do capital constante e a elevação da taxa de mais-valia. Em conse-
qüência, subiu, de fato, a taxa de lucro nos Estados Unidos, durante
os anos quarenta.
A contra-argumentação, segundo a qual a lei atua pelos efeitos
opostos à queda da taxa de lucro que ela mesma suscita (imperialismo,
armamentismo, inflação etc.), deve ser levada em conta, uma vez que
se evidencia entre tais efeitos e a atuação da lei uma conexão dialética.
Acontece que, por exigência da metodologia dialético-materialista, ne-
nhuma demonstração lógica dispensa a comprovação empírica a fim
de alcançar o grau de suficiente convicção. Assim, o problema consiste
na evidência empírica confirmadora de que, apesar da atuação lenta
e irregular, a lei tem conduzido a um declínio secular da taxa de lucro.
É por demais conhecido o fato de que as taxas de lucro, em países
como Inglaterra, França, Alemanha e outros, foram consideravelmente
mais altas na etapa inicial do capitalismo do que na sua etapa de
“maturidade”. Ainda hoje, é possível observar que as taxas de lucro
são mais altas nos países atrasados do que nos países avançados, o
que, precisamente, atrai a exportação de capitais dos últimos aos pri-
meiros. Ora, não é difícil verificar que, nos países atrasados, a com-
posição orgânica do capital é mais baixa do que nos países avançados.
Resta, apesar disto, a tese de Sweezy e Baran acerca da cessação
da lei nas condições de domínio do capital monopolista. A este respeito,
apresentamos aqui algumas evidências sumárias em sentido contrário.
A primeira diz respeito à refutação de Mandel por Rowthorn. Apoiado
na série histórica da relação capital/produto elaborada por Kuznets
para o período 1880-1948, nos Estados Unidos, Rowthorn concluiu que,
ao contrário do suposto por Mandel, a composição orgânica do capital
vem caindo. Sucede que, na relação capital/produto, o termo capital é
somente capital fixo, não incluindo o capital circulante também com-
ponente do capital constante. Ora, a redução do valor e mesmo da
massa do capital fixo nada nos diz acerca do valor e da massa do
capital circulante (matérias-primas e matérias auxiliares) correspon-
dentes à operação desse mesmo capital fixo. A tendência tecnológica
predominante atua, no entanto, no sentido da operação de quantidades
crescentes de matérias-primas por unidade de capital fixo.
De tal ponto de vista, observa-se que, na indústria de transfor-

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