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Resumo da obra:A luta pelo direito - Rudolf von Ihering
Desde os primórdios da civilização, o Direito existe. Através dos séculos, assim como o ser humano, o Direito foi transmutando-se. Pela guerra pelo fogo e pelo aço, as várias sociedades foram forjadas. Juntamente com elas, nasce o sentimento jurídico, formado pela necessidade de regramento e pela percepção de mundo dos seres.
Com esse sentimento enraizado em nós, a luta pela manutenção desses direitos começou. Seja entre nações, entre povos ou entre particulares é uma constante luta, uma constante busca. Dessa maneira, não se compreende o Direito como uma teoria morta, algo passivo, mas como uma força viva. Força que depende da sociedade e que mantém a mesma em constante ordem.
O Direito não nasce passivamente. Aqueles que nisso acreditam, cegos são, posto que nunca tiveram que lutar para manter suas propriedades, suas sua honra ou sua vida. As leis só vigoram porque há sempre um braço firme as assegurando. Seja ele as constituições federais ou as instituições dos Estados.
É uma concepção puramente romântica acreditar que o direito nasce naturalmente, sem dor, sem ação, como parte inerente ao ser humano. O direito não vem de forma passiva. Ele é (ou deveria ser) o equilíbrio entre a força e a brandura, entre a espada e a balança. O abandono dessa luta, dessa jornada constitui a maior expressão de desprezo. Constitui a morte do Direito. Pode-se afirmar que a energia e o amor com que o povo ou um individuo presa pelo seu Direito e o defende está na medida do trabalho e dos esforços que lhe custou para conquistar os mesmos.
Assim sendo, a luta pela qual conseguimos os nossos diretos não é uma fatalidade, mas uma benção.
Podemos citar aqui a instituição da CLT, por Getúlio Vargas, que instituiu esta para impedir que os trabalhadores lutassem pelos seus Direitos, controlando assim, possíveis revoltas populares e suprimindo – mesmo que momentaneamente – quaisquer leis desfavoráveis à seu governo. Nesse caso, podemos dizer que por falta de luta, o trabalhador brasileiro ganhou suas leis de regramento, porém não há nelas um sentimento de posse, de pertencimento. Não poderiam eles dizer que – naquela época – era exatamente o que buscavam, o que queriam.
Com esse raciocínio podemos afirmar que a luta é essência do Direito e que sem aquela, este não pode se apresentar em sua integridade. Construímos então a máxima:” A luta pelo Direito é um dever do indivíduo para consigo próprio.”
Dentro dessas considerações, a pergunta que fica na cabeça de alguns leitores é: Porque lutar por algo tão subjetivo? Algo tão intáctil? Todavia, o Direito não está somente no campo das idéias. É um sentimento que temos (ou deveríamos ter) de auto-preservação. Os seres humanos, em geral, buscam seus direitos mais fervorosamente de acordo com o seu modo de viver. Um camponês irá lutar por justiça contra uma invasão de terras com tal voracidade que identificaremos nele esse sentimento jurídico a que tanto nos reportamos nesse texto. Segue o mesmo exemplo um militar injuriado que por sua vez irá buscar reparação e lutará pela sua honra. Entretanto, quando invertemos os papéis, não vemos em seus íntimos a mesma força e a mesma vivacidade que encontramos no exemplo anterior. Isso prova que cada um defende e busca seus direitos de acordo com seu modo de vida e seu interesse.
Sendo assim, esse dever já supracitado que cada indivíduo tem consigo mesmo, se é esquecido, extingue a essência do ser, pois se deixamos de buscar reparação nos regramentos humanos, jamais a justiça e o sentimento jurídico nascerão novamente em seu intimo. Nesse sentido, as leis da sociedade perdem o sentido para aquele ser. Ele não se sente mais amparado pelas regras sociais e, assim, perde o sentimento jurídico, e há aí a inexistência do Direito propriamente dito: a luta.
Uma nação não é senão a soma de todos os indivíduos que a compõem. Sente, pensa e opera como sentem, pensam e operam esses indivíduos. Quando qualquer um renuncia ao seu direito, não está somente sendo prejudicado, mas também prejudica aos demais cidadãos e a própria sociedade em que está inserido. Faz com que não somente o direito particular perca o sentido, mas também com que as próprias leis percam o sentimento de justiça. Não existe direito concreto senão onde existirem condições pelas quais a regra jurídica abstrata consolida a existência desse direito. Sendo assim, não é somente a luta que define o direito, mas também a prática. Onde as leis não são aplicadas, não há aí, por definição, o direito propriamente dito. Quem defende seu direito com o devido fervor, defende também todo o direito. O interesse e as conseqüências de seu ato dilatam-se, portanto muito pra lá de sua pessoa.
Sempre que o patrão não se resolver nunca a aplicar os regulamentos do trabalho, sempre que o credor não se decidir nunca a penhorar seu devedor, e que o publico que comercializa não exigir o preço exato e a observância das taxas, não será apenas a autoridade da lei que estará comprometida, mas a ordem real da vida civil, e será difícil dizer até onde poderão chegar as conseqüências disso.
Dessa maneira, vemos que apesar de o direito subjetivo depender de um regramento, esse regramento, esse direito objetivo depende da defesa daquele. No MEU direito, se compreende todo o direito que é violado e contestado. A luta e o eterno trabalho do direito. Sem luta não há direito, como sem trabalho não há propriedade. A partir do momento em que o direito renuncia a apoiar-se na luta, abandona-se a si próprio. Só deve merecer a liberdade e a vida, quem para as conservar luta constantemente. Chegamos aqui, na máxima e ao final desta discussão: “A busca pelo direito é um dever do indivíduo para com a sociedade.”
Em síntese, o autor expressa em sua obra, a importância da luta para o direito. Prova que em sua essência, o direito contém como principal força propulsora a luta. Todavia, para que essa luta ocorra, e esse direito privado seja defendido, deve haver o interesse do individuo cujo direito foi desrespeitado. Dessa maneira, voltamos a primeira máxima supracitada: A luta pelo direito é um dever do individuo para consigo próprio. Mas não podemos nos esquecer que alem da busca por um direito, a lei depende também de ação, de movimento. Assim sendo, quando uma lei, não é acionada pelos indivíduos, ela perde força, e cai em desuso. Aí então, se pensarmos em apenas uma lei, não haverá problema, todavia se nós perdemos nosso sentimento jurídico, não apenas uma lei estará em perigo, mas toda uma constituição. Então, se raciocinarmos por esse caminho, nós vivemos sob os regramentos legais, mas sem nossa interferência e nossa luta pelos nossos direitos, todo o direito desfalece. O direito subjetivo, se cumprido e usado à seu favor pelas pessoas, faz mais vivo o direito objetivo. Depende de cada um de nós mantermos os regramentos sociais não permitindo que o arbítrio e a ilegalidade cheguem a abalar a base de nossa sociedade: O direito.
Acabamos aqui de construir a segunda máxima do autor: “A busca pelo direito é um dever do indivíduo para com a sociedade.” E também agora entendemos a importância do direito para a sociedade. Sem direito, não há sociedade, todavia o primeiro inexiste na falta do segundo. Observamos aqui então uma relação de mútua dependência. Ambos crescem e se desenvolvem através dos séculos, um complementando o outro e a luta é a força propulsora de toda essa transmutação através do espaço temporal.
Em "A luta pelo direito", Ihering defende a ideia de que o direito deve ser conquistado pela luta. Esta, por sua vez deve perdurar enquanto o direito estiver sobre as ameaças da injustiça. Nenhum cidadão deve abster-se da luta pelo direito. "Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta [...]". (p. 27). A paz só é encontrada no fim do direito que é conquistado pelo prélio.
Podemos afirmar sem o menos receio que o amor que um povo dedica ao seu direito e a energia despendida na sua defesa são determinados pela intensidade do esforçoe do trabalho que ele lhe custou. Os elos mais sólidos entre um povo e seu direito não são forjados pelo hábito, mas pelo sacrifício. (p. 34)
A simbologia do direito, representada pela Deusa Têmis é retomada na obra. Ihering diz que a balança e a espada usadas pela Deusa representam, quando utilizadas com a mesma habilidade, o verdadeiro estado de direito. A espada significa o poder de coerção, já a balança o equilíbrio.
De acordo com o livro o direito é usado em duas definições distintas, a objetiva e a subjetiva. O direito objetivo é aquele manipulado, imposto pelo Estado. "[...] o ordenamento legal da vida [...]" (p.29). O direito subjetivo é a abstração da norma, resulta da vontade do indivíduo para satisfazer seus interesses protegidos pelo direito objetivo. Segundo o autor o objetivo principal de seu trabalho está no terreno do direito subjetivo, não obstante ele não vai privar-se do direito objetivo, pois a luta está, também, no terreno objetivo.
A luta no direito objetivo é provocada pela transgressão ou negação desse direito. Todos os direitos estão sujeitos a esse risco, pois o interesse de uns pela defesa do direito sempre está em desacordo ao interesse de outros pelo seu desrespeito. "Dessa maneira, resulta que a luta se repete em todas as áreas do direito, tanto nas planícies do direito privado como nas alturas do direito público e do direito internacional". (p. 35)
Uma pessoa, ao ter seu direito transgredido, pode ou não lutar para reavê-lo. Isso dependerá do interesse dela pelo objeto em litígio. Lutar ou não por esse direito é legítimo. "[...] o direito objetivo deixa a cada um a opção de fazer valer ou abandonar seu direito subjetivo [...]". (p.39). Não obstante, a luta pelo direito é um dever da pessoa para consigo mesma, e, por conseguinte, para toda a comunidade "[...] todo homem é um combatente pelo direito, no interesse da sociedade [...]" (p. 62). Só não é vantajoso lutar pelo direito, quando estiver, a vida do titular, sob ameaça. "[...] A luta pelo direito é a poesia do caráter". (p. 54)
Ihering classifica o direito público e o direito criminal como dever das autoridades estatais, já o direito privado como faculdade das pessoas privadas, ou seja, depende da iniciativa individual das pessoas. Sendo assim, o direito privado fica sujeito ao desconhecimento e à covardia, já que nem todos fazem valer seu direito. Surge aí, no direito privado, a luta contra a injustiça. "[...] no campo do direito privado há de ser travada uma luta do direito contra a injustiça, uma luta comum de que participa toda a nação e que exige a união indefectível de todos os indivíduos [...]".(p. 59)
O autor traça uma breve comparação entra o direito romano e o direito atual. No direito romano havia uma distinção entre a antijuridicidade subjetiva e a objetiva, já nos tempos atuais isso não existe. O cidadão romano não aceitava receber apenas uma indenização pela irregularidade cometida contra sua pessoa, pena aplicada pela transgressão ao direito objetivo. As penalidades iam além de bens materiais, o criminoso estava sujeito a outras penas, isto é às penas aplicadas pela transgressão ao direito subjetivo. Dentre as quais, segundo Ihering, destaca a da infâmia. Nos dias atuais, as penalidades aplicadas ao transgressor são as mesmas, tanto para o direito subjetivo como para o objetivo. Geralmente, uma quantia de dinheiro e/ou a uma prisão.
[...] Mantendo-se num plano equidistante do direito antigo, que aplicava a mesma medida na avaliação da lesão objetiva e subjetiva do direito, e do extremo oposto encontrado no direito moderno, onde a lesão subjetiva ficou relegada a nível idêntico ao da objetiva [...] a lesão de direito põe em jogo não apenas um valor pecuniário, mas representa uma ofensa ao sentimento de justiça, que exige reparação [...]. (p. 83-86)
Na parte final do livro o autor volta a fazer um clamor à luta pelo direito, comparando a luta e o direto ao trabalho e à propriedade. "[...] A luta representa o trabalho externo da direito. Sem luta não há direito, da mesma forma que sem trabalho não há propriedade [...]" O direito conquistado pela luta é valorizado tal como a propriedade conquistada pelo trabalho.
REFERÊNCIAS:
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/resumo-da-obra-a-luta-pelo-direito/34344/#ixzz2DKcTMbJ3