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Princípios de Ciências dos Materiais EET310 – Eng. de Petróleo Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Prof. Gabriela Ribeiro Pereira gpereira@metalmat.ufrj.br LNDC – Sala 11 – 3o andar 3 Difusão nos Sólidos 4 O que iremos estudar... 1 Difusão nos Sólidos • O que é difusão • Como a difusão ocorre • Porque a difusão é importante no processamento dos materiais Como a difusão depende da estrutura dos materiais. • Qual o papel da temperatura. Experimento de Difusão • Tubo de vidro cheio de água. • No tempo t = 0 adicionar algumas gotas de tinta numa das extremidades do tubo. • Medir a distância de difusão, x, contra o tempo. • Comparar o resultado com a teoria. to t1 t2 t3 xo x1 x2 x3 tempo(s) x (mm) 100% Perfil de concentração 0 Cu Ni Difusão: O Fenômeno • Interdifusão: Em uma liga, átomos tendem a migrar a partir das regiões de maior concentração. Inicialmente Após certo tempo Adaptado das Figs. 5.1 e 5.2, Callister 6ed. 100% Perfil de concentração 0 7 Difusão: O Fenômeno (2) • Auto-difusão: Em um sólido elementar os átomos também migram Átomos marcados Após algum tempo A B C D A B C D Difusão Os átomos estão em constante movimento. Para o átomo fazer o movimento, duas condições precisam ser atendidas: 1)Deve existir um sítio vazio; 2)O átomo deve possuir energia suficiente para quebrar as ligações com seus átomos vizinhos – energia vibracional. Efeito da Temperatura!!!!!!!!! Difusão difusão por lacunas difusão intersticial Qual é mais provável? Pq? Mecanismos de Difusão Difusão Substitucional: • aplica-se a impurezas substitucionais • átomos trocam de lugar com vacâncias • velocidade (taxa) depende de: --número de vacâncias --energia de ativação da troca. increasing elapsed timeTempo decorrido 11 Processos Utilizando Difusão • Endurecimento superficial: --Difusão de átomos de C da superfície para o interior da matriz de Fe. --Exemplo de difusão intersticial: endurecimento superficial de uma engrenagem. • Resultado: A “casca” torna-se: --difícil de deformar: os átomos de C “travam” os planos ao cisalhamento. --difícil de trincar: os átomos de C mantêm a superfície comprimida. 12 Processos Utilizando Difusão(2) • Dopagem: Silício com P para semicondutores tipo n • Processo: 1. Depósito de camada rica em P sobre a superfície. 2. Aquecimento: difusão. 3. Resultado: regiões semicondutoras dopadas. silício imagem de um chip de computador 0,5mm regiões claras: Silício Regiões claras: Alumíniosilício 13 direção x Área unitária A através da qual os átomos se movem Quantificando a Difusão: Fluxo • Fluxo: • Grandeza direcional (vetor!) • Fluxo pode ser determinado para: --vacâncias --átomos hospedeiros, da matriz (A) --átomos de impurezas (B) J x J y J z x y z J = 1 A dM dt ⇒ kg m2s ⎡ ⎣⎢ ⎤ ⎦⎥ or átomos m2s ⎡ ⎣⎢ ⎤ ⎦⎥ 14 Perfil de Concentração x Fluxo • Perfil de Concentração, C(x): [kg/m3] • Quanto maior o gradiente de concentração maior o fluxo! Concentração de Cu [kg/m3] Concentração de Ni [kg/m3] Posição, x fluxo Cu fluxo Ni Jx = −D dCdx Coef. de difusão [m 2/s] Gradiente de conc. [kg/m 4] Fluxo na dir. x. [kg/m 2-s] • Primeira Lei de Fick: Concentração CA Concentração CB 16 Difusão Estacionária • Estado Estacionário: o perfil de concentração não muda com o tempo. • Aplicando a primeira Lei de Fick • Resultado: a inclinação, dC/dx, tem que ser constante (i.e., inclinação não varia com a posição)! Jx = −DdCdx dC dx ⎛ ⎝ ⎜ ⎞ ⎠ ⎟ left = dC dx ⎛ ⎝ ⎜ ⎞ ⎠ ⎟ right• Se Jx)esq. = Jx)dir., então: Concentração, C, na caixa não muda com o tempo. Jx(dir.)Jx(esq.) x Jx(esq.) = Jx(dir.) Estado Estacionário 17 Exemplo: difusão estacionária • Chapa de aço a 700°C com a geometria mostrada: • Pergunta: Quanto C se transfere de um lado para o outro? C 1 = 1 . 2 k g / m 3 C 2 = 0 . 8 k g / m 3 10mm x1 x20 5mm D=3x10 -11m2/s Gás rico em C Gás Pobre em C Est. Estacionário = linha reta J = −DC2 −C1 x2 − x1 = 2,4 ×10−9 kg m2s 18 Difusão Não Estacionária • Perfil de concentração, C(x), varia com o tempo. • Para conservar a massa: • Fick's First Law: • Equação representativa: dC dt = D d 2C dx 2 Concentração, C, na caixa J(dir.)J(esq.) dx (se D não J = −D dC dx or dJ dx = −D d 2C dx2 varia com x) − dx = − dC dt J (esq.)J(dir.) dJ dx = − dC dt iguais! Uma solução importante na prática é aquela para um sólido semi- infinito, em que a concentração na superfície é mantida constante (fonte da espécie difusível é uma fase gasosa) Além disso as seguintes hipóteses são adotadas: 1- Antes do início da difusão os átomos do soluto em difusão que estejam presentes estão uniformemente distribuídos mantendo uma concentração Co . 2- O valor de x na superfície é zero e aumenta com a distância para dentro do sólido. 3- O tempo zero é tomado como sendo o instante imediatamente anterior ao início do processo de difusão. Difusão Não Estacionária 20 Ex: difusão não estacionária • Solução geral: “função erro" Valores tabelados na Tabela 5.1, Callister 5ed. C(x, t ) − Co Cs − Co = 1− erf x 2 Dt ⎛ ⎝ ⎜ ⎞ ⎠ ⎟ • Difusão de cobre numa barra de alumínio. conc. pré-existente, C o, de átomos de Cu Conc. superficial C sde átomos de Cu barra Co Cs posição, x C(x,t) to t1 t2 t3 21 Exemplo de processamento • Difusão do Cobre em uma barra de Alumínio-Cobre. • 10 horas a 600C resulta na C(x) desejada. • Quantas horas serão necessárias para obter a mesma C(x) se o processamento for a 500°C? • Resultado: Dt deve ser mantido constante Ponto chave 1: C(x,t500C) = C(x,t600C). Ponto chave 2: Ambos os casos têm os mesmos Co and Cs. (Dt)500ºC =(Dt) 600ºC s C(x,t ) −Co C − Co = 1−erf x 2 Dt ⎛ ⎝⎜ ⎞ ⎠⎜ • Resposta: t 500= (Dt)600D500 = 110hr 4,8x10-14m2/s 5,3x10-13m2/s 10hrs Obs.: os valores de D são dados aqui. 22 Análise do Experimento • O experimento: anotou-se pares de t e x com C mantido constantes (mesma cor) t o t 1 t 2 t 3 x o x 1 x 2 x 3 • “Profundidade” de difusão: xi ∝ Dt i ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−=− − i i os oii Dt xerf CC CtxC 2 1),( = (constante) 23 Dados do Experimento • Resultado experimental: x ~ t0.58 • Predição teórica: x ~ t0.50 • Ajuste razoável! BBBBBBBBBBBB B B 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 ln[x(mm)] ln[t(min)] Regressão linear: ln[ x(mm)] = 0,58 ln[ t (min)] + 2,2 R2 = 0,999 24 Difusão e Temperatura pre-exponencial [m 2/s] (Table 5.2, Callister 6ed. ) energia de ativação constante dos gases [8.31J/mol-K] D= Doexp − Qd RT ⎛ ⎝⎜ ⎞ ⎠difusividade [J/mol],[eV/mol] (Tabela 5.2, Callister 6ed. ) • Difusividade aumenta com a T. Característica geral dos processos ativados 25 Difusão e Temperatura • Dados Experimentais: 1000K/T D (m2/s) C in α-Fe C in γ-Fe Al in Al Cu in Cu Zn in CuFe in α-Fe Fe in γ-Fe 0.5 1.0 1.5 2.0 10 -20 10 -14 10 -8 T(C) 1 5 0 0 1 0 0 0 6 0 0 3 0 0 Adaptado da Fig. 5.7, Callister 6ed. D tem dependência exponencial de T Vacâncias também !! Dintersticial >> Dsubstitucional C em α-Fe C em γ-Fe Al em Al Cu em Cu Zn em Cu Fe em α-Fe Fe em γ-Fe 26 Resumo: Estrutura x Difusão Difusão rápida para ... • estrutura cristalinas abertas • materiais c/ baixo ponto de fusão • materiais c/ligações secundárias • átomos difundentes pequenos • cátions • materiais com baixa massa específica Difusão lenta para... • estruturas cristalinas compactas • materiais com alto ponto de fusão • materiais com ligações covalentes • átomos difundentes grandes • ânions • materiais com alta massa específica 28