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São Tomás de Aquino e o Aristotelismo Cristão
Claudia de Vasconcelos
Gisele dos Santos
Gleides Alves
Monique de Paula
Renato Cruz
São Tomás de Aquino
São Tómas de Aquino, nasceu em 1224, de acordo com alguns autores, em um castelo próximo à cidade de Aquino. Entrou cedo para a Ordem dos Dominicanos, em 1244. Estudou Filosofia na Universidade de Nápoles, onde entrou em contato com a obra de Aristóteles através, do também dominicano Santo Alberto Magno. Foi para Universidade de Paris, onde se dedicou a atividade acadêmica e aos estudos de questões filosóficas e teológicas. Trabalhou alguns anos como conselheiro da Cúria Papal, em roma. Perto do fim de sua vida voltou a Universidade de Nápoles para dar aula.
Tomás de Aquino morreu em 1274, na abadia de Fossanova (hoje centro da Itália), onde havia se recolhido ao ficar doente durante nova viagem a Roma. Foi canonizado em 1323 e nomeado "doutor da Igreja" em 1567. 
 "O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade."
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A filosofia de Tomás de Aquino
Tomás de Aquino dedicou-se ao esclarecimento das relações entre a verdade revelada e a filosofia , isto é, entre a fé e a razão. Segundo a sua interpretação, tais conceitos não se chocam e nem se confundem, mas são distintos e harmônicos.
O pensamento de são Tomás de Aquino foi alvo de muita polêmica e violentas críticas dos teólogos de seu tempo que o consideravam “excessivamente filosófico”. No entanto, o racionalismo da doutrina foi justamente o traço que fez com que ela promovesse a sobrevivência do cristianismo nos tempos em que o pensamento filosófico passou a ser o saber dominante. 
Sua primeira obra importante foi De ent et essentia (Sobre o ente e a essência, 1242-43). Escreveu também tratados como a Summa contra gentiles (Suma contra gentios, 1258-60), além de comentários sobre as obras de Aristóteles.
 Sua obra mais importante, apesar de não concluída, é a Summa theologica (Suma teológica, 1265-73), na qual revê a teologia cristã sob a nova ótica, seguindo o princípio aristotélico de que cabe à razão ordenar e classificar o mundo para entendê-lo. 
“Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la.”
Suma Teológica
A primeira parte trata de Deus, da sua essência,das provas possíveis da sua existência. Trata ainda dos mistérios da Trindade e da Criação.
Na segunda, ocupa-se do movimento ascendente dos homens na busca de Deus.
A terceira parte, dedicada a Cristo, ficou inacabada. Cristo é o Salvador, aquele que nos transporta até Deus Pai.
“A Suma Teológica é o céu visto da terra" 
(Papa Pio XI, in: Alocução de 12 de dezembro de 1924 no colégio Angelicum de Roma[2])
Analisaremos aqui os 2 primeiros artigos, da segunda questão. (“A existência de Deus”) do primeiro tratado (“Tratado de Deus”) da Suma teológica.
O primeiro artigo parte do seguinte problema: “Se a existência de Deus é autoevidente”. O primeiro argumento consiste em entender o conhecimento autoevidente como inato. Segundo Tomás, o homem possui um conhecimento natural confuso de Deus, mas isso não equivale a um conhecimento absoluto de que Deus existe. O segundo argumento apresenta a existência de Deus no intelecto, e que seu entendimento acarreta portanto a existência de Deus na realidade. Tomás rejeita essa passagem dizendo que essa definição seria circular, uma vez que já se pressupõe o que quer demonstrar, e em segundo lugar porque ele acredita que a existência do intelecto é diferente da existência real. O terceiro argumento basei-se na noção de que a existência da verdade é autoevidente, Tomás responde dizendo que a existência da verdade em geral é autoevidente, mas não de uma verdade primeira determinada. Ele concluiu então que como não conhecemos diretamente a essência de Deus, Deus não é auto evidente.
O segundo artigo discute se a existência de Deus pode ser demonstrada. O primeiro argumento diz que a existência de Deus não pode ser demonstrada, uma vez que é artigo de fé; Tomás responde que a existência de Deus e de seus atributos enquanto razão natural não são artigos de fé, mas um pressuposto destes. O segundo argumento defende que não se pode demonstrar a existência de Deus porque a essência de Deus não pode ser conhecida e a essência e pressuposta da demonstração. Em resposta, Tomás diz que em uma demonstração não se supõe conhecimento da essência, mas parte-se apenas do sentido do nome daquilo cuja existência quer demonstrar. O terceiro argumento afirma que só se poderia demonstrar a existência de Deus por seus efeitos; São Tomás responde que embora a partir dos efeitos não possamos alcançar um conhecimento perfeito de Deus, podemos demonstrar sua existência. 
As “cinco vias” da prova da existência de Deus
1º - O “primeiro motor imóvel”: o movimento existe, é evidente aos nossos sentidos. Ora, tudo aquilo que se movo é movido por outra força, ou motor. Não é lógico que haja um motor, outro e outro, e assim indefinidamente; há de haver uma origem primeira do fenômeno do movimento, um motor que move sem ser movido, que seria Deus.
2º - A “causa primeira”: toda causa é efeito de outra, mas é necessário que haja uma primeira, causa não causada, que seria Deus.
3º - O “ser necessário”: todos os seres são finitos e contingentes (“são e deixam de ser”). Se tudo fosse assim, todos os seres deixariam de ser e, em determinado momento, nada existira; logo, a existência dos seres contingentes implica o ser necessário, ou Deus.
4º - O “ser perfeitíssimo”: os seres finitos realizam todos os determinados graus de perfeição,mas nenhum é a perfeição absoluta, logo há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que seria Deus.
5º - A “inteligência ordenadora”: todos os seres tendem para uma finalidade, não em virtude do acaso , mas segundo a uma inteligência que os dirige. Logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e encaminha para o seu fim: esse ser inteligente seria Deus. 
Na visão de Tomás de Aquino, o teólogo aceita a autoridade e a fé como pontos de partida e procede então a conclusão mediante ao uso da razão. O filósofo é aquele que se atém a razão. Pela primeira vez, a teologia foi expressamente definida dessa maneira, o que ocasionou inúmeras oposições, sobretudo entre os religiosos para os quais a razão é sempre vista como intrusa em questões de fé.
Finalmente chegamos ao terceiro artigo, onde encontramos as “cinco vias” da demonstração da existência de Deus.
A alma, forma pura, é imortal; unida ao corpo, tem a sua forma e está presente em todas as suas partes. Nela persiste a individualidade. Não se transmite através da procriação, mas é criada para cada homem que nasce. Em são Tomás surge-nos a mesma questão que perturbou Santo Agostinho – que são Tomás deixou por resolver. Se quem peca é a alma e não sendo ela transmitida, mas criada, como poderei eu ter herdado o pecado original?
“O estudioso é aquele que leva aos demais o que ele compreendeu: a Verdade”
 (Santo Tomás de Aquino)

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