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Domicilio Civil

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DOMICÍLIO CIVIL 
Trabalho referente a tudo que se refere a domicilio civil, tanto da pessoa física e da jurídica, incluindo suas classificações 
 
INTRODUÇÃO
		O presente trabalho tem a finalidade de analisar o domicílio civil da pessoa natural, a pluralidade e mudança de domicilio. E também o domicilio civil da pessoa jurídica na classificação do domicílio.
DO DOMICÍLIO CIVIL
	Generalidades – O direito é um complexo de relações que se estabelece entre os homens. É indispensável, porém, que estes estejam presentes em determinado lugar, de antemão conhecido, para que se exerçam normalmente as relações jurídicas. É uma necessidade social, uma sociedade de ordem geral, fixar a pessoa a determinado lugar. Se não houver essa fixação, se não existisse um ponto de referência onde a pessoa pudesse pelos seus deveres jurídicos, precário e instável se tornaria o direito. Esse ponto de referência, esse local prefixado pela lei, é o domicílio (do latim domus, casa ou ,morada), sede jurídica, sede legal da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito.
	Cumpre não confundir os conceitos de domicílio e de residência. O primeiro é relação de índole jurídica; é conceito de ordem ideal e que ocorre de criação da lei. Mas esta não é arbitrária na determinação do domicílio. Ela fixa-o, tendo em vista certo substractum que encontra estabelecido, não sobre o vazio. Esse substracmtum, sobre o qual assenta a designação do domicílio, com a conseqüente radicação do indivíduo, é de natureza vária. Ora é a residência ou morada da pessoa, ora o centro onde ela efetivamente exerce suas atividades, ora mo lugar em que eventualmente se encontra ou habitam seus representantes legais e assim por diante.
	Podemos, pois, da seguinte forma estabelecer a diferenciação entre o domicílio e residência: o primeiro é conceito jurídico, criado pela própria lei e através do qual, para efeitos jurídicos, se presume estar presente a pessoa em determinado lugar. Residência, por sua vez, é a relação de fato, é o lugar em que a pessoa habita ou tem o centro de suas ocupações. A essência do primeiro é puramente jurídica e corresponde à necessidade de fixar a pessoa em lado local; a segunda é meramente de fato. Se pudéssemos empregar a fórmula para melhor traduzir essa idéia, diríamos que domicílio = residência (quid faci) + qualificação legal (quid júris). O antprojeto de Orlando Gomes estabelecia, de modo nítido, a linha separativa entre ambos os coneceito: o domicílio da pessoa física é o lugar onde ela tem a sede principal da sua atividade e a residência, onde mora com a intenção de permanecer (art 45).
	A noção de domicílio desempenha importantíssimo papel em todo o sistema jurídico. Assim, no direito internacional privado, para regular os conflitos de lei, SAVINGY mandava aplicar a do domicílio, enquanro MANCINI preconizava a aplicação do estatuto pessoal. A velha Introdução ao Código Civil filiava-se a este segundo sistema (art. 8º), enquanto a nova (Dec. Lei n.º 4.657, de 4-9-1942, art. 7º) adotou o primeiro.
	Ao domicílio cabe também papel de extraordinário relevo no direito judiciário civil, para determinação do foro competente, pois a competência se determina, em ação fundada em direito pessoal e em direito real sobre bens móveis, pelo domicílio do réu (art. 94 do Cód. Proc. Civil). Tendo mais de um domicilio o réu será demandado no foro de qualquer deles (§ 1.º); sendo incerto ou desconhecido seu domicilio, será demandado onde for encontrado, ou no foro do domicílio do autor (§ 2.º). Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor; se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro (§ 3.º). Ainda não é tudo: o foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro (art. 96). Se o de cujus não possuía domicílio certo, será competente o foro de situação dos bens(§ 1.º), ou havendo bens localizados em lugares diferentes, sendo o domicílio incerto, será competente o foro do lugar em que ocorreu o óbito (§ 2º).
	O foro do último domicílio do ausente é o componente para as ações em que for réu, bem como para inventário de seus bens (art. 97 da lei processual). Por igual, o foro do domicílio do representante é o componente para as ações em que o incapaz for réu (art. 98 da lei adjetiva). Outros exemplos podem ser ministrados: o foro de residência da mulher é o competente para a ação de separação dos cônjuges e da conversão desta em divórcio, inclusive de anulação de casamento (art. 100, n.º I, do Cód. Proc. Civil com a redação da Lei n.º 6.615, de 26-12-1977, art. 52); o do domicílio ou da residência do alimentado, para a ação que se pedem alimentos (inc. II); o do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos (inc. III). Já nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículo, a ação poderá ser proposta no foro do domicílio do autor ou do local fo fato (art. 100, parágrafo único).
	De modo idêntico judiciário penal aparece a importância da relação domiciliar. O foro competente é o lugar onde perpetrada a infração. Se, porém, desconhecido esse lugar, o foro competente será o do domicílio do réu (Cód. Proc. Penal, art. 72). 
	Referentemente ao exercício dos direitos políticos, reza o art. 42 do Código Eleitoral (Lei n.º 4.737, de 15-7-1965): “O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor” e continua o parágrafo único do mesmo artigo: “Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas”. O vereador é obrigado a residir no território de seu município (Lei estadual n.º 9.205, de 28-12-1965, art. 30, n.º III; Dec. –lei n.º 201, de 27-2-1967, art. 7º, n.º II) e os deputados estaduais, no território do Estado.
	Domicílio da pessoa natural – O direito romano fazia repousar a noção de domicílio sobre dois elemento: o lar, sede da vida individual, e o centro dos negócios. É o lugar ubi quis larem rerumque ao fortunarum suarum summam constitui (é onde o indivíduo vive e estabelece a maior soma de duas coisas com o escopo de permanecer). 
	O Código Napoleão não definiu o domicílio; situou-o no lugar do principal estabelecimento de uma pessoa (art. 102). O Código Civil pátrio ateve-se, preferentemente, ao critério da residência, desde que não seja transitória, mas permanente, embora alternada.
	Estabelece realmente o art. 31: “O domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”.
	Dois elementos são, pois, necessários para que se caracterize o domicílio civil, um dos principais atributos da pessoa natural: um objetivo, material, a radicação do indivíduo em determinado lugar; outro, subjetivo, psicológico, a intenção de aí fixar-se com ânimo definitivo, de modo estável e permanente. 
	Esclarece o art. 33 	que “ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual (art. 32), ou empregue a vida em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde for encontrada”. 
	Pluralidade de domicílio – Muitas legislações, notadamente as que se filiaram ao sistema jurídico francês, bem como o direito inglês e o norte-americano, repetem o princípio da multiplicidade de domicílio. Nosso Código, seguindo a esteira
do direito romano e a tradição do direito pátrio, assim como os exemplos dos Códigos alemão, austríaco, grego e chileno, aceitou a pluralidade domiciliar.
	Dispõe, com efeito, o art. 32; “Se porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais, considera-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas.”
	Duas situações diferentes estão aí previstas: a) – a pessoa natural tem diversas residências onde alternadamente vive; b) – tem ela vários centros de ocupações habituais. O indivíduo que assim se desdobra dispersa a sua personalidade. Em matéria de competência judiciária poderá ser acionado em qualquer dos lugares. A lei considera domicílio todos eles. 
	Imagine-se, por exemplo, que a pessoa more num lugar com a sua família e noutro tenha negócios ou exerça sua atividade. Ante o princípio da multiplicidade domiciliar, pode considerar-se como seu domicílio qualquer desses lugares, pelos respectivos atos em cada um deles praticados. Assim também se o réu tem mais de uma residência, Lícito é ao autor escolher uma delas para acionálo (Cod. Proc, Civil, art. 94, § 1º).
	Mas, se a pluralidade for de réus, cada um com domicílio diferentes, pode o autor demadá-los no foro de um deles, à sua escolha, em consonância com o disposto no art. 94, § 4º, do Código de Processo Civil.
	Mudança de domicílio – Muda-se o domicílio, transferido a residência, com intenção manifesta de o mudar (Cód. Civil, art. 34). 
	A dois elementos está subordinada essa mudança: o primeiro, de índole material, a transferência da morada, a deslocação da residência; o segundo, de natureza psicológica, a vontade de deixar a residência anterior para estabelecê-la em outra parte. Não se pode caracterizar a mudança de domicílio sem transferência da morada com intenção manisfesta de a mudar.
	Ajunta o parágrafo único que “a prova da intenção resultará do que declarar a pessoa mudada às municipalidade dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.”
	A mudança de domicílio, depois de ajuizada a ação, nenhuma influência tem sobre a competência de foro. O art. 87 do Código de Processo Civil dispõe: “Determina-se a competência no momento em que ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia”.
	Domicílio da pessoa jurídica – Esclarece o art. 35 do Código Civil que, quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
Da União, o Distrito Federal.
Dos Estados, as respectivas capitais.
Do Município, o lugar onde funcione a administração municipal.
Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atos constitutivos.
Referentemente à União, dispunha o § 1º do mesmo art. 35: “Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido, ou de um ato praticado, ou que deva produzir o seus efeitos, fora do Distrito Federal, a União será demandada na seção judicial em que o fato ocorreu, ou onde tive sua sede a autoridade de que o ato emanou, ou este de ser executado”. 
	Profundas e extensas foram, porém, as modificações introduzidas nesse dispositivo legal. O antigo Código de Processo Civil no art. 143, começou por dispor que, “nas causas propostas pela União ou contra ela, o foro competente será o da capital do Estado em que for domiciliado o réu ou o autor”. O atual Código de Processo Civil dispõe em seu art. 99: “O foro da Capital do Estado ou do Território é competente: I – para as causas em que a União for autora, ré ou interveniente”.
	A Constituição de 1988, por sua vez, no art. 109, § 1º, estatuiu: “As causas em que a União for autora serão asforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte”; e, pelo § 2º, “as causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou ainda, no Distrito Federal.
	Vê-se, portanto, que pelo citado art. 109, § 2º, põem-se à vontade do autor, se a União é ré, nada menos de quatro alternativas: a) – a ação poderá ser aforada na seção judiciária em que for domiciliado o autor; b) – na seção judiciária em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda; c) – onde estiver situada a coisa; d) – no Distrito Federal.
Tais causas são da competência da justiça federal, organizada pela Lei n.º 5.010, de 30 de maio de 1966 (Constituição Federal, art. 109).
No tocante ao Estado, dispõe o art. 35, § 2º, que nestes se observará quanto às causas de natureza local, oriundas de fatos ocorridos, ou atos praticados por suas autoridades, ou dados à execução, fora das capitais, o que dispuser a respectiva legislação.
Em São Paulo, compete aos juizes dos feitos da Fazenda Pública processar e julgar as causas em que o Estado seja autor ou réu, assistente ou poente, exclusive os feitos mencionados no art. 35 do Código Judiciário do Estado.
Mutatis mutandis, o que já disse anteriormente a respeito da União se aplica também ao Estado; não basta, para firmara competência das Varas privativas, se cogite de possível interesse do Estado; é necessário seja este autor ou réu, ou intervenha no processo como assistente ou opoente.
	Quanto ao Município, sua sede legal é a da comarca onde ele se situa. Na capital do Estado de São Paulo, onde havia Varas privativas da Fazenda Municipal, a competência passou para as Varas da Fazenda Pública.
As autarquias federais, estaduais e municipais têm também foro privilegiado, o das pessoas jurídicas de direito público interno, de que constituiam descentralizações. A Lei n.º 2.285, de 9 de agosto de 1954, dispões sobre o foro das causas em que as autarquias sejam autoras. Por sua vez, o Decreto n.º 68.682, de 25 de maio de 1971, dispõe sobre a sua sede.
Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um será considerado domicílio para os atos nele praticados (art. 35, § 3º).
	Trata-se, no dizer de CLÓVIS, de providência em benefício dos que contratam com a pessoa jurídica. Como benefício, comporta renúncia, para ser ajuizada a ação na sede da principal administração. 
Sustenta ESPÍNOLA que referida disposição tem caráter supletivo e só se aplica quando o domicílio não seja fixado nos estatutos ou nos atos constitutivos da pessoa jurídica.
	Não é esse, todavia, o entendimento vitorioso na jurisprudência. Segundo esta, pode a pessoa jurídica ser demandada no foro da filial, por atos aí praticados, ainda que ela tenha sede designada nos estatutos. Confirmando esse entendimento, editou o Código de Processo Civil, no art. 100, n.º IV, letra b, ser competente o foro do lugar onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu, o que enunciara o Supremo Tribunal Federal na Súmula n.º 363.
Juízes e tribunais têm realmente propungnado por inteligência mais ampla do texto, não exigindo absolutamente que a filial goze autonomia e administração própria.
Assim, se trata de Banco com sede num Estado e sucursal em outro, pode ser demandado no foro desta pelos atos aí realizados. Ressalve-se, entretanto, que estação de estrada de ferro, para esse efeito, não tem sido considerada estabelecimento, o mesmo acontecendo com simples armazém.
Por igual, é competente o foro do lugar onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a sociedade, que carece de personalidade jurídica (art. 100, n.º IV,letra c, da lei adjetiva).
Edita, por fim, o art. 35, § 4º, que, se administração, ou diretoria, tiver sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências,
o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Pelo estatuto processual, paras as ações em que for ré, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal (art. 88, parágrafo único).
Classificação do domicílio – Pode este ser classificado quanto à sua origem e quanto à sua natureza. No tocante à sua origem, o domicílio é necessário ou voluntário. 
 O domicílio necessário (domicilium necessarium) resulta de imposição legal ; a lei fixa-o independentemente da vontade do indivíduo; por necessidade jurídica, este é obrigado a estabelecer-se num determinado lugar. Em regra, pressupõe subordinação de um indivíduo a outra pessoa, razão por que surge a precisão de se lhe atribuir o mesmo domicílio da pessoa a quem aquele está subordinado.
O domicílio necessário subdivide-se em originário e legal. Quando adquirido, ao nascer é originário. Assim, o recém-nascido tem por domicílio do pai. É legal quando presumido ou fixado pela lei.
Numerosos os casos de domicílio necessário contemplados pela lei civil: a) – os incapazes têm por domicílio o dos seus representantes (art. 36). Mas esse domicílio necessário cessa com a maioridade; b) – a mulher casada tem por domicílio o do marido (atualmente aquele fixado pelo casal), salvo se estiver separada judicialmente, ou lhe competir a administração do casal. Todavia, a mulher casa tem foro privilegiado nos casos previstos no art. 100, n.º I, do Código de Processo Civil. Por outro lado, a Lei de Introdução ao Código Civil, no art. 7º, § 7º, estabelece que, “salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda”. A viúva conserva o domicílio do marido, enquanto voluntariamente não adquire outro próprio; c) – os funcionários públicos reputam-se domiciliados onde exercem as suas funções, não sendo temporárias, periódicas, ou de simples comissão porque, nestes casos, elas não operam mudança no domicílio anterior (art. 37); d) – o domicílio do militar em serviço ativo é o lugar onde servir (art. 38); e) – as pessoas com a praça na armada têm o seu domicílio na respectiva estação naval, ou na sede do emprego que estiverem exercendo em terra (art. 38, parágrafo único); f) – o domicílio dos oficiais e tripulantes da marinha mercante é o lugar onde estiver matriculado o navio (art. 39); g) – peso, ou o desterrado, tem o domicílio no lugar onde cumpre a sentença ou o desterro (art. 40); h) – o ministro ou agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar exterriorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve (art. 41).
	Domicílio voluntário (domicilin voluntarium), como a palavra está a indicar, é aquele cuja escolha depende exclusivamente da nossa vontade. Qualquer indivíduo, não sujeito a domicílio necessário, pode livremente fixar o lugar onde vai instalar a própria residência com ânimo definitivo.
	Quanto à sua natureza, o domicílio pode ser ainda geral e especial. É geral, quanto fixado ou estabelecido nos termos já expostos, quer se trate de domicílio voluntário, quer de necessário.
É especial, quando decorre de convenção entre as partes contratantes. Surge assim a figura do domicílio contratual, disciplina pelo art. 42 do Código Civil.
Foro de eleição – Dispões realmente questionado dispositivo que “nos contratos escrito poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes”. No art. 846, parágrafo único, alude ainda a essa modalidade de domicílio.
	Como o antigo Código de Processo Civil houvesse silenciado a seu respeito, quando se referiu à determinação da competência, não faltou quem sustentasse sua revogação. De acordo com esse entendimento, não mais existiria o foro de eleição em nosso ordenamento jurídico.
Não vingou, todavia, tal entendimento. A subsistência do forum electionis foi proclamada por diuturna e uniforme jurisprudência. Apenas se requeria que a estipulação decorresse de cláusula induvidosa, que não comportasse interpretações equivocas. Como justamente observou o Ministro LUIZ GALLOTTI, o Decreto-lei n.º 4.597, de 19 de agosto de 1942, posterior ao estatuto processual, fez expressa referência ao foro de eleição, o que constituía, sem dúvida, sinal de que não fora eliminado do nosso direito positivo. Neste sentido, a Súmula n.º 335.
O atual Código de Processo Civil expressamente se refere ao foro de eleição, quando estabelece no art. 111; “A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direito e obrigações”. Acrescenta o § 1º: “O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e alundir expressamente a determinado negócio jurídico”. Ajunta o § 2º: “O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes”.
O anteporojeto de ORLANDO GOMES, procurando dissipar qualquer dúvida, estabeleceu: nos contratos escrito poderão os contraentes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos deles resultantes (art. 51).
Saliente-se ainda que eleição contratual do foro não inibe que o credor prefira o foro do domicílio do devedor, quando diverso daquele.
Ressalte, por fim, que sobre o foro contratual há de prevalecer naturalmente o rei sitae, de índole real a ação. De fato, dispõe o art. 95 do Código de Processo Civil que, nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente real sobre imóveis, é competente o foro de situação da coisa, podendo o autor, porém, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, desde que não recai o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. 
CONCLUSÃO
	Ao termino deste projeto podemos concluir que o direito real sobre imóveis, é competente o foro de situação da coisa ou optar pelo foro do domicílio desde que não recaia o litígio sobre o direito de propriedade. Quanto à sua natureza, o domicílio pode ser ainda geral e especial quando fixado ou estabelecido nos termos já expostos, quando se trata de domicilio voluntário, quando for necessário.

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