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287_2011_11_17_OAB_2011_2___2__FASE___CIVIL_Civil__Familia_e_Sucessoes__111711_OAB_2__FASE_Civil_Familia_e_Sucessoes_AULA_03

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1
OAB 2ª FASE 2011.2 
DIREITO CIVIL
Direito das Sucessões
Profª Fernanda Pimentel 
Fundamento constitucional
Garantia ao Direito de Propriedade
Art. 5º, XXII 
Garantia ao Direito de Herança 
Art. 5º, XXX
Princípio de Proteção à Família Brasileira 
Art. 5º, XXXI 
2
Base legal 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança 
transmite-se, desde logo, aos herdeiros 
legítimos e testamentários
Base legal 
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por 
disposição de última vontade.
3
Base legal : Limites à manifestação de vontade
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de
pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima.
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos
bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as
dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em
seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.
Lei aplicável à transmissão causa mortis
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação 
para suceder a lei vigente ao tempo da 
abertura daquela.
4
Jurisprudência 
APELAÇÃO CÍVEL. SOCIEDADE DE FATO. INDENIZAÇÃO POR SERVIÇOS
DOMÉSTICOS PRESTADOS. CABIMENTO.1. Em nome dos princípios tempus
regit ac-tum e da irretroatividade da lei, consagrados no artigo 6º da Lei
de Introdução ao Código Civil, a sucessão do falecido deve ser regulada
pela lei vigente à época da sua abertura, ou seja, no momento de sua
morte. Incidência do Código Civil de 1916.
TJ/RJ, APELACAO CIVEL Nº 2008.001.24033.
Lugar de abertura da sucessão
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último
domicílio do falecido.
Exceções : Art.. 1.043 e 1.044 do CPC: Se o cônjuge meeiro
supérstite falecer antes da partilha dos bens do pré-morto, as duas
heranças deverão ser cumulativamente inventariadas e partilhas, caso
os herdeiros sejam os mesmos; Falecendo algum dos herdeiros na
pendência do inventário, se o único bem a inventariar for o quinhão,
este deverá ser partilhado juntamente com os bens do monte.
5
Fixação da competência: CPC 
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no
Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a
arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade e todas as ações em que o espólio for réu,
ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não
possuía domicílio certo;
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da
herança não tinha domicílio certo e possuía bens em
lugares diferentes.
Fixação da competência: CPC 
Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de
direito e também as questões de fato, quando
este se achar provado por documento, só
remetendo para os meios ordinários as que
demandarem alta indagação ou dependerem de
outras provas.
6
Fixação da competência: CPC 
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o
competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o
cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía
domicílio certo;
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não
tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.
Base legal: Vocação hereditária 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já
concebidas no momento da abertura da sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser
chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo
testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada
pelo testador sob a forma de fundação.
7
Enunciados do CJF 
En. 267: A regra do art. 1798 do Código Civil deve ser estendida aos
embriões formados mediante uso de técnicas de reprodução assistida,
abrangendo, assim, a vocação hereditária da pessoa humana a nascer
cujos efeitos patrimoniais se submetem às regras previstas para a
petição da herança.
En. 269 – Art.. 1.801: A vedação do art. 1.801, inc. III, do Código
Civil não se aplica à união estável, independentemente do período de
separação de fato (art. 1.723, § 1º).
Base legal
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, 
após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 1o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o 
testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 
1.775.
§ 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas 
disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos 
e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro 
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos 
herdeiros legítimos.
8
Base legal: Aceitação e renúncia da herança
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a 
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à 
herança.
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando 
tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os 
meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos 
demais co-herdeiros.
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou 
termo judicial.
Jurisprudência
Renúncia translativa se caracteriza por dois atos: uma
aceitação tácita da herança e sua transferência de pessoa
determinada, o que equivale a uma cessão de direitos. A
aceitação da herança, decorrente da habilitação da agravante
nos autos, não constitui óbice ao pedido de renúncia,
sendo, na verdade, um antecedente necessário à realização da
transferência pretendida.
TJ/RJ – Agravo de Instrumento nº 2008.002.1317-6
9
Jurisprudência
RENÚNCIA DO DIREITO À HERANÇA EM FAVOR DO MONTE,
SENDO A ÚNICA BENEFICIADA A MÃE COMUM DOS
HERDEIROS.DECISÃO DO JUÍZ A QUO DETERMINANDO O NÃO
RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE TRANSMISSÃO INTER VIVOS.
INOCORRÊNCIA DE ACEITAÇÃO TÁCITA DOS HERDEIROS E
POSTERIOR RENÚNCIA TRANSLATIVA DOS
MESMOS.CONFIGURAÇÃO DE RENÚNCIA ABDICATIVA.
AUSÊNCIA DO FATO GERADOR DO IMPOSTO RELATIVO
À CESSÃO DE DIREITOS À HERANÇA.
TJ/RJ – Agravo de Instrumento nº 2006.002.23741
Base legal: Cessão de direitos hereditários
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que
disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura
pública.
§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de
substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos
pela cessão feita anteriormente.
§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário
sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da
sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo
hereditário, pendente a indivisibilidade.
10
Jurisprudência 
“Cessão de direitos hereditários. Negócio jurídico celebrado através de instrumento
particular com assinatura de duas testemunhas. Falecimento da autora no curso do
processo, sendo substituída por sua irmã. Inconformismo da ré com a sentença que
julgou procedente o pedido,
declarando a nulidade da cessão. Impõe-se destacar que
a forma do negócio jurídico é aquela prescrita ou não defesa em lei. A forma
livre é a regra; a solene, a exceção. E a forma da cessão de
direitos hereditários ora guerreada consubstancia-se em uma
dessas exceções. Sob pena de nulidade (art. 166, IV, Código Civil),
pela letra do art. 1.793, caput, CC, se faz imprescindível a cessão
de direitos através de escritura pública, o que já era recomendado
no Código Civil de 1916, se o valor dos bens ou direitos fossem
superiores ao estabelecido pela lei (art. 134, II, Código Civil de 1916),
sendo este o caso emergido dos autos. (...) Conclui-se pela nulidade do negócio”
TJ/RJ – Apelação Cível nº 2008.001.00438
Modos de Suceder: Direito próprio
Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos
direitos à sucessão de seus ascendentes.
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Modos de Suceder: Direito de representação
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama
certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele
sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta
descendente, mas nunca na ascendente.
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de
representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com
irmãos deste concorrerem.
Modos de Suceder: Direito de transmissão
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se 
aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, 
a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição 
suspensiva, ainda não verificada.
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Modos de partilhar
In capita - Por cabeça
In stirpes - Por estirpe – art. 1.851
In lineas - Por linhas - art. 1.836, § 1º
Herdeiros
Legítimos: 
Artigo 1829
Descendentes Ascendentes
Cônjuge
sobrevivente
Colaterais até o 
4 grau 
13
Herdeiros
Necessários: 
Artigo 1845
Descendentes Ascendentes
Cônjuge 
Sobrevivente
Herdeiros necessários: Artigo 1845
Cônjuge ou 
companheiro
sobrevivente
Meeiro : 
Em razão do regime 
de bens vigente
Herdeiro 
Titular do 
Direito real de 
Habitação 
Posições jurídicas que podem ser ocupadas pelo cônjuge
e pelo companheiro sobrevivente
14
Posições jurídicas dos cônjuges e
companheiros:
Meação ( conforme o regime de bens vigente)
 Herança ( conforme a ordem de vocação 
prevista nos artigos 1.829 e 1.790 )
 Titular do Direito Real de Habitação 
( art. 1831 ) 
Base legal: Artigo 1829
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime
da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de
bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
15
1ª Classe - Concorrência sucessória entre 
descendentes:
Autor da Herança - A
B
Filho 1
Netos 
HF G
D
F3
1/41/4 1/4
1/12 1/12 1/12
c
Filho 2 
E
1/4
Filho 
PRÉ-MORTO
Concorrência do cônjuge com os descendentes: Art. 
1829, I
I - aos descendentes, em concorrência com
o cônjuge sobrevivente, salvo se casado
este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação
obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo
único); ou se, no regime da comunhão
parcial, o autor da herança não houver
deixado bens particulares
16
Descendentes em concorrência com o 
cônjuge sobrevivente
HÁ CONCORRÊNCIA NÃO HÁ 
CONCORRÊNCIA
Regime de Separação Voluntária de 
Bens
Regime de Separação Obrigatória de 
Bens – Súm. 377 STF
Regime da Participação Final nos 
Aqüestos
Regime da Comunhão Universal de Bens
Regime da Comunhão Parcial de Bens 
– existindo bens particulares
Regime de Comunhão Parcial de Bens –
não existindo bens particulares
Concorrência do Cônjuge Sobrevivente com os 
filhos comuns – Art. 1832
 
A 
 D – 1/3 
 
 CÔNJUGE 
SOBREVIVENTE 
 
 
 
C - 1/3 
 1/3 
17
A
1/8
D E G
1/4
C - CÔNJUGE
H IF
1/81/8 1/8 1/8 1/8
Concorrência do Cônjuge Sobrevivente 
com os filhos comuns – Art. 1832, in fine. 
Concorrência do Cônjuge Sobrevivente com os 
filhos não comuns – Art. 1832
A
1/7
D E G
1/7
C - CÔNJUGE
Não Ascendente
dos herdeiros
H IF
1/71/7 1/7 1/7 1/7
18
2ª Classe – Concorrência sucessória 
entre ascendentes: Art. 1.836
AVÓS PATERNOS
PRÉ-MORTA
1/2 = 50 %
1/2 1/4 1/4
A - FALECIDO
AVÓS MATERNOS
1/2 = 50 %
PAI - PRÉ-MORTO MÃE - PRÉ-MORTA
Concorrência do Cônjuge Sobrevivente ( qualquer regime de
bens ) com os ascendentes de 1º grau: Art. 1.837
ASCENDENTES DE 1.GRAU
1/3 1/3
A - FALECIDO
CÔNJUGE SOBREVIVO
1/3
( Art . 1837 NCCB)
2/3
19
Concorrência do Cônjuge Sobrevivente com os demais 
ascendentes: Art. 1.837
AVÓS PATERNOS
PRÉ-MORTO
1/2 = 50 %
1/4 1/8 1/8
A - FALECIDO
AVÓS MATERNOS
PAI - PRÉ-MORTO MÃE - PRÉ-MORTA
CÔNJUGE SOBREVIVO
1/4 = 25%1/4 = 25%
3ª Classe : Cônjuge sobrevivente
O cônjuge sucederá qualquer que seja o regime patrimonial de
bens vigente no casamento.
20
Sucessão entre companheiros – art. 1790
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro,
quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável,
nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à
que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a
metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da
herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
Art. 1.790, inciso I – Descendentes comuns
 
A 
1/5 
B D 
 
 Companheiro 
sobrevivente 
 
 
E C 
1/5 1/5 1/5 1/5 
21
Art. 1.790, inciso II –
Descendentes não comuns 
 
A 
2/9 
B D 
 
 Companheiro 
sobrevivente 
 
 
E C 
2/9 1/9 2/9 2/9 
O ministro afirmou, ainda, que se a suposta 
companheira sair vitoriosa na demanda que 
ajuizou – reconhecimento de união estável –
fará jus ao recebimento de sua parte nos 
valores que integraram o monte partilhável da 
herança. “É que, concorrendo a companheira 
com o descendente exclusivo do autor da 
herança, cabe-lhe a metade da quota-parte 
destinada ao herdeiro, vale dizer, 1/3 do 
patrimônio do de cujus”, conclui o ministro
22
Notícias do STJ: 01/06/2010
... O ministro afirmou, ainda, que se a suposta
companheira sair vitoriosa na demanda que ajuizou –
reconhecimento de união estável – fará jus ao
recebimento de sua parte nos valores que integraram o
monte partilhável da herança. “É que, concorrendo a
companheira com o descendente exclusivo do autor da
herança, cabe-lhe a metade da quota-parte destinada
ao herdeiro, vale dizer, 1/3 do patrimônio do de cujus”,
conclui o ministro
Art. 1.790, inciso III –
DEMAIS PARENTES SUCESSÍVEIS
 
A 
2/9 
B D 
 
 Companheiro 
sobrevivente 
 
 
 C 
2/9 1/3 2/9 
23
Jurisprudência 
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.002.04909 - DES. ANTONIO CARLOS AMADO -
Julgamento: 30/05/2007 – 10ª CCÍVEL:
CONCORRÊNCIA DA COMPANHEIRA COM OS COLATERAIS. APLICAÇÃO DO ARTIGO
1.790, III DO CÓDIGO CIVIL. A expressão herança utilizada na aludida
disposição legal refere-se tão somente aos bens adquiridos
onerosamente na constância da união estável, não abrangendo os
bens particulares e recebidos pelo de cujus por doação ou
sucessão. Eventual iniqüidade ou injustiça
da lei não é de molde a acarretar a
sua não aplicação.Constitucionalidade da referida disposição que reconhece os
colaterais como herdeiros em concurso com o(a) companheiro(a).
Jurisprudência 
REsp 1135354 /PB
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suscitou
incidente de inconstitucionalidade dos incisos III e IV do artigo
1.790 do Código Civil, editado em 2002, e que inovou o regime
sucessório dos conviventes em união estável. A questão foi
levantada pelo ministro Luis Felipe Salomão, relator de recurso
interposto por companheira de falecido contra o espólio do mesmo.
Com isso, a questão será apreciada pela Corte Especial do STJ.
Segundo o ministro, a norma tem despertado, realmente, debates
doutrinário e jurisprudencial de substancial envergadura. Em seu
voto, o relator citou manifestações de doutrinadores, como
Francisco José Cahali, Zeno Veloso e Fábio Ulhoa, sobre o
assunto. (...)
24
Jurisprudência 
“A tese da inconstitucionalidade do artigo 1.790 do CC tem
encontrado ressonância também na jurisprudência dos tribunais
estaduais. De fato, àqueles que se debruçam sobre o direito de
família e sucessões, causa no mínimo estranheza a opção
legislativa efetivada pelo artigo 1.790 para regular a sucessão do
companheiro sobrevivo”, afirmou.
O ministro lembrou que o caput do artigo 1.790 faz alusão apenas
a bens “adquiridos onerosamente na vigência da união estável”. “É
bem de ver, destarte, que o companheiro, mesmo na
eventualidade de ter „direito à totalidade da herança‟ [inciso IV],
somente receberá aqueles bens a que se refere o caput, de modo
que os bens particulares do decujus, aqueles adquiridos por
doação, herança ou antes da união, „não havendo parentes
sucessíveis‟, terá a sorte de herança vacante”, disse Salomão.
Art. 1.790, inciso IV 
NÃO EXISTINDO DEMAIS HERDEIROS
RECEBERÁ A TOTALIDADE DA HERANÇA. 
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro,
nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado
a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito
Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou
à União, quando situada em território federal.
25
DIREITO REAL DE HABITAÇÃO 
 Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,
será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o
direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da
família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
 I JORNADA DE DIREITO CIVIL
Enunciado 117 – Art. 1831: o direito real de habitação deve ser estendido
ao companheiro, seja por não ter sido revogada a previsão da Lei n.
9.278/96, seja em razão da interpretação analógica do art. 1831, informado
pelo art. 6º, caput, da CF/88
Sucessão entre colaterais 
 Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,
será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o
direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da
família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
 I JORNADA DE DIREITO CIVIL
Enunciado 117 – Art. 1831: o direito real de habitação deve ser estendido
ao companheiro, seja por não ter sido revogada a previsão da Lei n.
9.278/96, seja em razão da interpretação analógica do art. 1831, informado
pelo art. 6º, caput, da CF/88
26
Concorrência sucessória entre colaterais:
Art. 1.838 a 1.843
 
Pré- 
Morto 
1/3 
B D 
 
 De cujus 
 
 
I 
Bil 
I 
Bil 
I 
Unil
. 
I 
Unil 
E C 
1/6 1/3 1/6 
Concorrência sucessória entre colaterais: 
art. 1840
Ascendente pré-morto
HF G
Irmão 2 – 1/3Irmão 1 - 1/3 1/3
1/9
1/9 1//9
E
De cujus 
IRMÃO 
PRÉ-MORTO
27
Limites da sucessão entre colaterais
INVENTÁRIO. EXCLUSÃO. COLATERAL. SOBRINHA-NETA. Trata-
se, originariamente, de ação de inventário em que, tendo em vista a
ausência de descendentes, ascendentes e cônjuge, a herança seria
dividida entre os herdeiros colaterais. Sendo os irmãos da
inventariada pré-mortos, os sobrinhos do de cujus foram chamados a
suceder e apresentaram plano de partilha amigável, no qual incluía a
recorrente, na condição de sobrinha-neta (filha de um dos sobrinhos,
também pré-morto). O juiz de primeiro grau determinou a exclusão da
recorrente do inventário, com fundamento no art. 1.613 do CC/1916 e,
em embargos declaratórios, indeferiu a inclusão, no inventário, da
mãe da recorrente, cônjuge supérstite do sobrinho pré-morto da
falecida, sendo essa decisão mantida pelo tribunal a quo em agravo
de instrumento. (...)
Limites da sucessão entre colaterais
(...) Portanto, a controvérsia reside em definir se a recorrente deve
permanecer no rol dos herdeiros do inventário de sua tia-avó, por
representação de seu pai. A Turma negou provimento ao recurso com
o entendimento de que, embora fosse o pai da recorrente sobrinho da
inventariada, ele já havia falecido, e o direito de representação, na
sucessão colateral, por expressa disposição legal, limita-se aos filhos
dos irmãos, não se estendendo aos sobrinhos-netos, como é o caso
da recorrente. REsp 1.064.363-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 11/10/2011
28
Base legal
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade
dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no
testamento. (Faça remissão aos artigos 1845 a 1848)
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial,
ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.
(Faça remissão aos artigos 1.609 e 1723, dentre outros)
Sucessão testamentária 
29
Base legal
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade
dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no
testamento. (Faça remissão aos artigos 1845 a 1848)
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial,
ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.
(Faça remissão aos artigos 1.609 e 1723, dentre outros)
Conceito 
 É o ato pelo qual uma pessoa dispõe de seus bens
para depois de sua morte, ou faz outras declarações
de última vontade”
Caio Mário, ( Instituições..., vol. VI, p. 93 )
30
Natureza jurídica 
• Negócio jurídico unilateral, personalíssimo, gratuito,
solene, revogável e de última vontade”, pois
produz efeitos post mortem.
Caio Mário, Instituições, vol. VI, p. 94 a 97
Espécies 
• Poderá ser estabelecida a título universal ou singular. Sucessão
testamentária universal é aquela em que são chamados a suceder os
herdeiros com a totalidade do acervo hereditário ou através de quinhões
divididos em frações ideais.
• Na sucessão testamentária singular, há a instituição do legado, onde os
herdeiros, ora denominados legatários, herdam coisa certa e determinada,
individualizada pela vontade do testador.
31
Limites 
Princípio norteador da transmissão da herança: relativa
liberdade de testar.
O testador está limitado pela existência de herdeiros
necessários, vedação explicitada no artigo 1.857, § 1°.
 Há a liberdade de testar mitigada, em face da
existência da legítima.
Pressupostos 
Elementos intrínsecos: capacidade do testador,
espontaneidade da declaração, objeto e limites
desta;
 Elementos extrínsecos ou formais:
Cumprimento das formalidades legais.
32
Base legal
Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo,
podendo ser mudado a qualquer tempo.
Pressupostos 
“(... )pessoa capaz de dispor dos seus bens para depois da morte; pessoa
capaz de recebê-los; declaração de vontade na forma peculiar exigida
pela lei; observância dos limites
ao poder de dispor”
( Orlando Gomes, Sucessões, p. 85 )
33
Capacidade de testar – art. 1860 e 1861
– Capacidade de testar é a condição objetiva para que a pessoa
manifeste de forma válida sua vontade em testamento para que
produza efeitos após o seu falecimento.
– É uma capacidade de exercício, não se confundindo com a capacidade
de direito do indivíduo.
– Idade mínima: 16 anos (art. 1860, § ún.)
Capacidade de testar – art. 1860 e 1861
• Ativa: Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que,
no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
34
Base legal
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode
o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e
de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.
§ 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da
legítima em outros de espécie diversa.
§ 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser
alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens,
que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros.
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte
disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima.
Base legal: Capacidade para testar
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato
de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida
o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a
superveniência da capacidade.
35
Base legal: Espécies de Testamento
Art. 1.862. São testamentos ordinários:
I - o público;
II - o cerrado;
III - o particular.
Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, 
seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.
Base legal: Espécies de Testamento
Art. 1.886. São testamentos especiais:
I - o marítimo;
II - o aeronáutico;
III - o militar
36
Capacidade testamentária passiva – art. 1798 a 1802
Passiva: Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas
nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser
chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas
pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a
sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada
pelo testador sob a forma de fundação
Capacidade de testar – art. 1860 e 1861
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem
legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu
cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e
irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem
culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de
cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão,
perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar
o testamento
37
Incapacidade para testar
A incapacidade para testar deve sempre ser provada
em juízo, em ação de execução de testamento,
admitindo-se todos os meios de prova para tal,
havendo no entanto, a predominância da documental
sobre a testemunhal, devendo-se provar que o
manifestante da vontade era portador de uma
incapacidade permanente, extensiva a todos os
demais atos da vida civil ou acidental, que não decorre
sempre de uma anomalia psíquica, mas que no
momento da elaboração do testamento o agente não
estava em seu perfeito juízo.
Formas de testamento
• Art. 1.862. São testamentos ordinários:
• I - o público;
• II - o cerrado;
• III - o particular.
• Art. 1.886. São testamentos especiais:
• I - o marítimo;
• II - o aeronáutico;
• III - o militar.
38
Formas de testamento
• Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo,
recíproco ou correspectivo.
• Sendo um negócio jurídico unilateral e personalíssimo, o
testamento deve necessariamente ser singular, não se admitindo que
haja manifestação de vontade conjunta, denominados testamentos de
mão comum.
• Testamento simultâneo é aquele em que os testadores manifestam a
mesma vontade, falando na primeira pessoa do plural; no testamento
recíproco, os testadores se beneficiam mutuamente, designando um
herdeiro do outro; e no testamento correspectivo “a reciprocidade é
declaradamente resultante da interdependência das disposições,
dizendo um que deixa para o outro porque este também o institui
herdeiro ou legatário”.
Restrições à liberdade de testar
• Quanto à extensão: 
A Liberdade de testar é mitigada em razão da existência 
da Legítima, na forma dos artigos 1845 a 1847 do CCB ;
39
Cálculo da legítima – art. 1847
• O cálculo da legítima é feito sobre o
patrimônio líquido da herança, descontadas
todas as despesas e as dívidas que porventura
tenham sido deixadas pelo falecido ou
contraídas pelo espólio, somando-se ainda as
doações que tenham sido feitas em vida pelo
autor da herança aos seus descendentes.
Limites da legítima – Art. 1.848
• Toda manifestação de vontade que incida sobre a
parte que exceder aos limites da legítima será
considerada uma liberalidade inoficiosa, sendo declarada
ineficaz, facultando ao herdeiro lesado ingressar com
ação de redução para que obtenha a reintegração da
legítima.
40
Limitações – Art. 1.848
• É vedado ao testador converter os bens da herança
em bens de qualquer outra natureza;
• É permitido ao testador estabelecer gravames aos
bens da legítima se houver justa causa declarada em
testamento.
Gravames 
• Na forma do artigo 1911, é possível se estabelecer
livremente gravames se: a) não existirem herdeiros
necessários; b) os gravames forem instituídos sobre a
parte disponível.
41
Inalienabilidade 
• “Pode-se definir a inalienabilidade como sendo uma restrição à 
faculdade jurídica de alienação que perdura por toda a vida do 
herdeiro ou legatário. A impenhorabilidade tem por escopo 
excluir o s bens transmitidos ao herdeiro da possibilidade da 
penhora”. 
In CAHALI, F. José; HIRONAKA, 
Gisela M. Novaes. Ob. citada, p. 356 e 357 
Impenhorabilidade 
• Impenhorabilidade: tem por escopo o afastamento de
determinados bens da possibilidade de penhora. Só pode ser
oponível em face dos credores do herdeiro instituído. Esta
cláusula operará seus efeitos de pleno direito, inclusive tendo
por base o artigo 649, I do CPC . Para Cahali e Hironaka, esta
cláusula pode ser instituída independentemente da cláusula de
inalienabilidade, podendo ser aposta aos bens alienáveis.
42
Incomunicabilidade 
• Quando à incomunicabilidade, segundo Orlando Gomes,
“consiste ela em impedir que integrem a comunhão
estabelecida pelo casamento; os bens assim clausulados
formarão patrimônio exclusivo do cônjuge ou passarão a
compô-lo, se já o possui”.
Levantamento dos gravames 
• Se provenientes da legítima: Art. 1848, § 2º
• Se livremente estabelecidos: Artigo 1911, § único do CCB,
que prevê a possibilidade de alienação do bem por
“conveniência econômica” do herdeiro, desde que autorizada
judicialmente.
• Procedimento nos dois casos: Alvará Judicial, procedimento de
jurisdição voluntária através do qual se requererá o
levantamento do gravame e a sua sub-rogação para outro bem
a ser adquirido pelo seu titular.
43
Restrições à liberdade de testar
• Quanto ao conteúdo, a liberdade de testar está adstrita aos limites da
lei, tais como:
• Impossibilidade de estabelecer a conversão dos bens da Legítima ( art.
1.848, § 1° do CCB4 )
• Limitação quanto à instituição de cláusulas restritivas, na forma do
artigo 1.848 do CCB;
• Vedação da instituição do herdeiro a termo, salvo
nas hipóteses de
fideicomisso;
• Nulidade das disposições que contrariem o disposto no artigo 1.900 do
CCB.
Conversão dos bens da legítima
• Quanto ao conteúdo, a liberdade de testar está adstrita aos limites da
lei, tais como:
• Impossibilidade de estabelecer a conversão dos bens da Legítima ( art.
1.848, § 1° do CCB4 )
• Limitação quanto à instituição de cláusulas restritivas, na forma do
artigo 1.848 do CCB;
• Vedação da instituição do herdeiro a termo, salvo nas hipóteses de
fideicomisso;
• Nulidade das disposições que contrariem o disposto no artigo 1.900 do
CCB.
44
Exclusão da sucessão legitima e 
testamentária 
Indignidade – Arts. 1.814 a 1.818
É uma sanção civil àquele herdeiro (legítimo ou testamentário)
que cometa atos criminosos ou reprováveis contra o de cujus.
Ao contrário da deserdação, a indignidade não decorre da
vontade expressa do falecido mas sim, de uma determinação da
lei. Tal instituto se baseia num princípio de ordem pública, pois
é socialmente reprovável que alguém suceda à outra pessoa
após tê-la lesado.
45
Indignidade
• Hipóteses: artigo 1814
• A indignidade traz um rol numerus clausus.
• Reconhecimento da indignidade - Esta sanção da lei só é aplicável
mediante provocação das pessoas interessadas e para que a indignidade
se constitua é necessário o seu reconhecimento por sentença declaratória,
proferida em ação ordinária.
• Enunciado 116 – Art. 1.815: o Ministério Público, por força do art. 1.815
do novo Código Civil, desde que presente o interesse público, tem
legitimidade para promover ação visando à declaração da indignidade de
herdeiro ou legatário.
Indignidade
• Efeitos pessoais – Os descendentes do indigno sucedem como se ele morto 
fosse, pois esta sanção civil não poderá passar de sua própria pessoa. ( art. 
1.816 ) 
• Restituição dos frutos e rendimentos – Uma vez excluído da sucessão, 
impõe-se ao herdeiro a obrigação de restituir os frutos e rendimentos dos 
bens da herança que eventualmente tiver recebido. ( art. 1.817, § ún. )
• Validade dos atos praticados antes da sentença – Segundo o art. 1.817, os 
atos praticados pelo indigno antes da exclusão são válidos, face o princípio 
da proteção ao terceiro de boa-fé. Contudo, os herdeiros que se sintam 
prejudicados com tais atos poderão demandar perdas e danos em face do 
indigno. 
46
Indignidade: PROVA
• Apelação cível. Ação de deserdação. Causa legal. Prova ausente.
Recurso não provido. 1. Conforme dispõe o art. 1.965 do Código Civil
de 2002, o herdeiro instituído, ou qualquer outra pessoa a quem a
deserdação aproveite, tem o ônus de provar a veracidade da causa
invocada. 2. Ausente prova da causa autorizadora da deserdação,
revela-se correta a sentença que rejeitou a pretensão no sentido de ser
confirmada a deserdação. 3. Apelação cível conhecida e não provida.
• TJ/MG, Apelação cível. 1.0338.03.014052-3/001, Rel. Des.(a)
CAETANO LEVI LOPES, J. 13/03/2007
Exclusão da herança x meação
• DIREITO DE SUCESSÕES - EXCLUSÃO DA SUCESSÃO - HERDEIRO -
HOMICÍDIO DOLOSO PRATICADO CONTRA CÔNJUGE - POSSIBILIDADE -
EXCLUSÃO DA MEAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. 1 - Podem ser excluídos da
sucessão por indignidade os herdeiros e legatários, ""ex vi"" do art. 1.814
do Código Civil. 2 - A meação pertence ao cônjuge por direito próprio, sendo
inviável, portanto, a extensão da pena de exclusão do cônjuge herdeiro, em
razão de indignidade (art. 1.814, inc. I, do Código Civil), ao direito do réu,
decorrente do regime de bens adotado no casamento. 3 - Recurso
parcialmente provido.
Súmula:DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO.
TJ/MG, Ap. Cível nº 1.0024.08.957264-8/00, 
Rel. Des.(a) EDGARD PENNA AMORIM, J. 22/07/2010
47
Suspensão da ação declaratória de indignidade
• AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXCLUSÃO DE HERDEIRO
POR INDIGNIDADE - PROCESSO CRIMINAL EM CURSO - SUSPENSÃO DO PROCESSO
NA ESFERA CÍVEL - POSSIBILIDADE - ARTIGO 265, INCISO IV, ALÍNEA A,DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - QUESTÃO PREJUDICIAL - DECISÃO MANTIDA. 1 - À
inteligência do artigo 265, inciso IV, alínea a, do Código de Processo Civil,
suspende-se o processo quando a sentença de mérito depender do julgamento de
outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica,
que constitui o objeto principal de outro processo pendente. 2 - Recurso a que se
nega provimento.
– TJ/MG, AI nº 1.0024.05.700806-2/001, Rel. Des.(a) BATISTA
FRANCO, J. 07/02/2006
Deserdação – Arts. 1961 a 1965
• “É o ato através do qual o testador afasta de sua sucessão 
um herdeiro necessário”.
48
Deserdação
• instituição em testamento;
• causa expressa em lei;
• proposta em ação ordinária, de natureza 
declaratória, trazendo para os descendentes 
do deserdado o direito de representação, pois 
os efeitos da sentença de deserdação são ex 
tunc, retroagindo até o dia da abertura da 
sucessão.
Deserdação
• Para produzir seus efeitos deverá estar
prevista cláusula clara, em testamento
regular, válido e eficaz, sendo argüida através
de ação ordinária, por aquele herdeiro que se
beneficiar com a deserdação. A este herdeiro
caberá o ônus de provar a conduta do
“deserdado”. A deserdação nunca será
presumida.
49
Deserdação
• APELAÇÃO - AÇÃO DE EXCLUSÃO DE HERDEIRA NECESSÁRIA - ADOÇÃO "À
BRASILEIRA" DESERDAÇÃO.AGRAVO RETIDO - DESPROVIMENTO. PROVA PERICIAL
PRETENDIDA QUE SE MOSTRA DESNECESSÁRIA AO DESLINDE DA
CAUSA.AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE INJÚRIA GRAVE E DESAMPARO DA "DE
CUJUS" DURANTE ENFERMIDADE -DESPROVIMENTO DO RECURSO.Se a própria ré
não nega que a falecida tinha dificuldade de locomoção por excesso de peso, sofria
de diabetes e padecia dos males naturais de pessoa idosa, desnecessária é a prova
pericial que pretende comprovar a existência de doença grave que acometia a
testadora nos anos anteriores ao óbito.A ação de deserdação não se mostra
hábil ao reconhecimento de nulidade de registro de nascimento, que, além de não
requerido na inicial, nem mesmo foi buscado pela "de cujus", embora tivesse
mencionado, em seu testamento, que a herdeira necessária não era sua filha
biológica. ...
Deserdação
• ...Cabia à autora - o que não logrou fazer - comprovar a apontada prática, por
parte da ré, de injúria grave contra sua mãe adotiva, a qual não se confunde com
o clima de frieza que havia entre esta e aquela desde a tenra idade da ré, assim
como a ocorrência do alegado abandono da mãe pela filha durante o período de
doença, ou qualquer nexo de causalidade entre a ausência de contato que findou
por existir entre ambas e as doenças constatadas como causa da morte, quando a
testadora já tinha 93 (noventa e três anos).Hipóteses que autorizariam a
deserdação não configuradas.Desprovimento do recurso.
• Ap. Cível nº 2009.001.27451 -DES. MARIA HENRIQUETA LOBO - Julgamento: 
26/08/2009 - SETIMA CAMARA CIVEL 
50
Deserdação
• Apelação Cível.Ação Declaratória. Filho Adotivo. Deserdação Ação proposta pelos
herdeiros instituídos da Testadora, buscando comprovar as alegadas causas que
motivaram a Testadora a deserdar o filho adotivo.Prova existente nos autos
suficiente no sentido de caracterizar conduta indigna do herdeiro deserdado.
Agressões físicas pelo mesmo praticadas contra a Testadora, o que configura a
ocorrência da violação do disposto no artigo 1962 do Código Civil.
Contemporaneidade da escritura de deserdação com a existência de registro
policial de ocorrência dos maus tratos impostos pelo deserdado à testadora
.Sentença que julgou procedente o pedido inicial, excluindo o herdeiro réu e ora
apelante da sucessão de sua mãe adotiva, em perfeita harmonia com a legislação
civil aplicável - artigo 1962, I do Código Civil.
• Ap. Cível nº 2009.001.05870 – Rel. DES. AZEVEDO PINTO - Julgamento: 
17/06/2009 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL
Deserdação
• DESERDACAO – INTERPRETACAO RESTRITIVA – DENUNCIACAO
CALUNIOSA
INJURIA GRAVE
NAO CONFIGURACAO - IMPROCEDENCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO CÍVEL.
DESERDAÇÃO. ACUSAÇÃO CALUNIOSA EM JUÍZO. CRIMES CONTRA A HONRA. INJÚRIA
GRAVE. Não comprovação do comportamento criminoso ou ilícito. Pedido de Remoção de
Inventariança e de Interdição do de cujus. Exercício regular do direito de ação. Veiculação dos
fatos debatidos em juízo através da imprensa. Ausência de comprovação. 'Se a causa invocada
não corresponder, exatamente, a alguma das mencionadas no Código Civil, arts. 1.814, 1.962 e
1.963, será inoperante a deserdação, e o testamento será nulo quanto à porção da legítima,
subsistindo, somente, as disposições que couberem na metade disponível.' A deserdação é
medida extrema que implica em restrição de direitos. Interpretação que não admite analogias ou
ampliação das possibilidades. Manutenção da sentença de improcedência. DESPROVIMENTO DO
RECURSO.
• TJ/RJ, Ementário: 42/2008 - N. 9 - 13/11/2008, Ap. Cível nº 2008.001.49698 - DES. LEILA MARIANO - Julgamento: 08/10/2008 - SEGUNDA
CAMARA CIVEL
51
Redução das disposições testamentárias – Art. 1966 a 1968.
• FINALIDADE: Garantir a intangibilidade da legítima. 
• Havendo violação à legítima que caracterize excesso na manifestação de
vontade emanada do “de cujus”, poderão os herdeiros necessários ou
qualquer daqueles que estejam sub-rogados em seus direitos ou créditos
ou os credores do herdeiro lesado, requerer no curso do processo de
inventário ou através de ação própria, denominada “actio in rem
scripta”, a anulação das partes das disposições que sejam fruto da
liberalidade excessiva do testador. Esta ação somente deverá ser
proposta após a abertura da sucessão, uma vez que nossa lei adorou o
critério da atualidade
Caducidade
52
Hipóteses de caducidade:
• Exclusão do herdeiro por indignidade;
• Repúdio da herança pelo herdeiro ou legatário;
• Inadimplemento de condição suspensiva imposta 
pelo testador;
• Pré-morte do herdeiro instituído;
Hipóteses de caducidade:
• Modificação ou perecimento da coisa legada por caso
fortuito ou força maior – se perecer a coisa por culpa
do herdeiro, tem o legatário direito às perdas e danos;
• Testamento especial, quando o testador não vier a
falecer e não ratificar sua manifestação de vontade.
53
Caducidade dos legados
Art. 1.939. Caducará o legado:
I - se, depois do testamento, o testador modificar
a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma
nem lhe caber a denominação que possuía;
II - se o testador, por qualquer título, alienar no
todo ou em parte a coisa legada; nesse caso,
caducará até onde ela deixou de pertencer ao
testador;
Caducidade dos legados
IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos
termos do art. 1.815;
V - se o legatário falecer antes do testador.
Art. 1.940. Se o legado for de duas ou mais
coisas alternativamente, e algumas delas
perecerem, subsistirá quanto às restantes;
perecendo parte de uma, valerá, quanto ao seu
remanescente, o legado.
54
Efeitos da caducidade:
• Não havendo disposição em contrário do testador,
trazendo alternativa à cláusula objeto da
caducidade, a sucessão se dará através da
previsão legal para a sucessão legítima.
Direito de acrescer: Previsão legal
• Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma
disposição testamentária, forem conjuntamente
chamados à herança em quinhões não determinados,
e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a
sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o
direito do substituto.
• Art. 1.942. O direito de acrescer competirá aos co-
legatários, quando nomeados conjuntamente a
respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou
quando o objeto do legado não puder ser dividido
sem risco de desvalorização.
55
Direito de acrescer: Previsão legal
• Art. 1.943. Se um dos co-herdeiros ou co-legatários,
nas condições do artigo antecedente, morrer antes do
testador; se renunciar a herança ou legado, ou destes
for excluído, e, se a condição sob a qual foi instituído
não se verificar, acrescerá o seu quinhão, salvo o
direito do substituto, à parte dos co-herdeiros ou co-
legatários conjuntos.
• Parágrafo único. Os co-herdeiros ou co-legatários,
aos quais acresceu o quinhão daquele que não quis
ou não pôde suceder, ficam sujeitos às obrigações ou
encargos que o oneravam.
• Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de
acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a
Direito de acrescer: Previsão legal
• Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de
acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a
quota vaga do nomeado.
• Parágrafo único. Não existindo o direito de acrescer
entre os co-legatários, a quota do que faltar acresce
ao herdeiro ou ao legatário incumbido de satisfazer
esse legado, ou a todos os herdeiros, na proporção
dos seus quinhões, se o legado se deduziu da
herança.
56
Direito de acrescer: Previsão legal
• Art. 1.945. Não pode o beneficiário do acréscimo repudiá-
lo separadamente da herança ou legado que lhe caiba,
salvo se o acréscimo comportar encargos especiais
impostos pelo testador; nesse caso, uma vez repudiado,
reverte o acréscimo para a pessoa a favor de quem os
encargos foram instituídos.
• Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas
ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos co-
legatários.
• Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os co-
legatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa
parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas
dos que faltarem, à medida que eles forem faltando.

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