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Caso Concreto 1 Fontes do Direito Condenações de médicos e hospitais acusados de matar e causar lesões em pacientes são minoria, diz um estudo do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM/SP). O levantamento foi feito com base em 353 decisões cíveis, proferidas entre os anos de 2000 e 2004, a maioria delas definitiva, e do Tribunal de Justiça de São Paulo. Entre os 197 médicos acusados, 65% foram absolvidos e não tiveram de pagar indenizações; 56% dos hospitais que eram réus foram inocentados. A pesquisa – que não analisou as decisões no âmbito penal – não tira conclusões, mas foi vista como alerta por membros do CRM/SP, por representantes dos magistrados e por integrantes de entidades que defendem pacientes. Observou-se que os pacientes precisam colher o maior número de informações para uma eventual busca de indenizações por danos morais, materiais e estéticos. Os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor afirmam que, para um profissional liberal como o médico ser responsabilizado por um erro, é necessário mais do que comprovar a relação da morte ou sequela com um determinado procedimento executado. É preciso provar a culpa, mostrar que um ato seu contribuiu diretamente para a lesão ou morte.” O caso acima diz respeito ao erro médico. Tendo em conta a classificação das fontes do Direito, resolva as seguintes questões: a) Encontre, no caso concreto acima, a fonte material e formal do direito no que diz respeito aos casos de erro médico; Tendo como base o caso em tela, podemos afirmar que as fontes materiais são os casos de erros cometidos por médicos e hospitais, geradores de danos a terceiros. Já as fontes formais são os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor, que prevêem que tanto os médicos quanto os hospitais devem indenizar pelos danos materiais, morais e estéticos que venham a causar. b) Explique o que é uma fonte formal do direito positivo; Fonte formal é o meio de expressão do Direito, as formas pelas quais a norma jurídica se exterioriza, torna-se conhecida. (Paulo Nader, IED) c) Explique o que é uma fonte material do direito. A fonte material, ou fonte no sentido sociológico, é aquela que determina a formação do direito objetivo, melhor dizendo, as causas que determinam a formulação da norma jurídica, os seus motivos sociais, éticos ou econômicos. Por exemplo, saber por que o legislador da Lei 9.278/96 estabeleceu dever alimentar e sucessório entre companheiros, aqueles que vivem em união estável, é procurar as fontes materiais dessa norma. Caso Concreto 2 Fontes do Direito Positivo: Costume Jurídico Ricardo Alfonsini, jovem milionário, residente na cidade de Jaguaretama/CE, foi multado por estar dirigindo seu veículo sem fazer uso do cinto de segurança. Para evitar “ganhar pontos na carteira”, entrou com recurso administrativo, alegando que é costume da população local a não utilização do cinto de segurança. Acredita, assim, que tal costume teria revogado a lei, uma vez que esta lei não conta com a aceitação do povo da região. Ao ouvir a história, seu amigo, Dr. Rodney Albuquerque, que é advogado, explica que ele, sem saber, utilizou como argumento o costume contra legem. Considerando o texto acima e o tema fontes do direito, responda: Está correta a alegação de José de que o desuso da lei revoga a norma jurídica legal? Por quê? Não, uma lei apesar de estar em desuso continua existindo no ordenamento jurídico, razão pela qual o magistrado pode a qualquer tempo aplicá-la a um caso concreto. Apenas uma lei pode revogar outra lei. O costume contra legem citado por Dr. Rodney pode gerar a ineficácia da lei e, por consequência, a sua revogação? Justifique e fundamente juridicamente sua resposta. Apesar de o não atendimento dos preceitos legais configurarem a ineficácia da norma, o costume contra legem não revoga a lei, por força mesmo do artigo 2º, caput, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, o que prescreve que somente uma lei pode modificar ou revogar outra lei. Caso Concreto 3 Súmula Vinculante Maria Vitória, filha de pais separados, está com os amigos no Shopping Cine Marti, na cidade de Ourinho, comemorando seus 19 anos. Eis que chega Cláudio Amarante, estudante de direito dizendo que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovara uma súmula assegurando que o fim da pensão alimentícia não acontece automaticamente, quando o filho completa 18 anos. Maria Vitória fica exultante. Cláudio esclarece, no entanto, que o novo texto serve para orientar a conduta dos juízes de instâncias inferiores, mas não tem caráter obrigatório como as súmulas vinculantes. Assim, com a aprovação da súmula, o fim do benefício depende agora de decisão judicial. Os magistrados vão ouvir os beneficiados pelas pensões sobre sua possibilidade de se sustentar ou não. Caberá, então, ao juiz decidir se a pensão continuará sendo paga. Cheia de dúvidas, Maria Vitória faz as seguintes perguntas a Cláudio: 1. O que é uma Súmula? Em regra, uma súmula é mera orientação de Tribunal Superior acerca de uma matéria, objeto de controvérsia. 2. O que vem a ser uma súmula vinculante e para que serve? A súmula vinculante foi prevista pela EC 45?04 (art. 103 – A, caput), a partir da qual passou o STF a editar súmulas não são mais meramente consultivas, mas sim, vinculantes relativamente a decisões futuras, ou seja, não podem ser contrariadas, devem ser seguidas. A súmula vinculante efetivamente vincula decisões futuras, não cabendo a mera faculdade de consultá-las ou não, como no caso das súmulas orientadoras. Caso Concreto 4 Jurisprudência como fonte do direito Nascida Carlos Alberto da Silva Albuquerque, mas operada em 1999 para mudança de sexo, a cabeleireira Charló conseguiu, ao fim de um processo de dois anos, ter reconhecida sua nova condição de mulher: Carla da Silva de Albuquerque é a primeira carioca a obter vitória na Justiça do Rio numa ação de retificação de registro civil. Quem levou seu pleito adiante foi o defensor público Paulo César Galliez, que se baseou no direito comparado e em jurisprudência da Justiça gaúcha. Com o despacho favorável em segunda instância, a cabeleireira poderá solicitar novos documentos de identidade com o nome de Carla e a identificação do sexo como feminino. Em ação semelhante, que chegou até o Supremo Tribunal Federal, Roberta Close não obteve êxito. Agora, Carla só pensa em se casar no papel com o italiano Carlo Benfinati, com quem vive há seis anos. - Dr. Paulo estudou minuciosamente o caso e fez uma defesa brilhante. Devo isso a ele, ao amor do meu amor, minha família, minha fé em Deus e também à minha perseverança – diz ela (Jornal: O GLOBO, 18 de maio de 2003, p. 24). 1. O defensor público que advogou a causa de Carla buscou o fundamento do pedido em algumas fontes de direito. Indique quais são e conceitue-as. O defensor público César Galiez se baseou no direito comparado e em jurisprudência da Justiça gaúcha. A jurisprudência, em sentido amplo, é a coletânea de decisões proferidas por juízes ou tribunais sobre determinada matéria jurídica. Inclui jurisprudência uniforme (decisões convergentes) e jurisprudência contraditória (decisões divergentes) O direito comparado estuda as diferenças e as semelhanças entre ordenamentos jurídicos de diferentes países. A jurisprudência pode ser classificada como uma fonte formal do direito? Explicite. A doutrina diverge quanto a incluir a jurisprudência como fonte formal do Direito. O posicionamento dominante é o de que a jurisprudência, ao lado da lei, dos costumes e das manifestações de vontade, é fonte formal do direito. Em sentido contrário, tem-se o posicionamento de Orlando Gomes, para quem a jurisprudência não é considerada fonte do direito, porque o juiz é servo da lei, além de o julgado produzir efeitos somente entre as partes. Com posicionamento semelhante, Caio Mário também entende que a função criadora da norma pertence ao Poder Legislativo, limitando-se o Judiciário a interpretá-la e aplicá-la, negando em face disso o caráter de fonte formal do Direito à jurisprudência, aceitando- a simplesmente como fonte informativa ou intelectual do direito. Na mesma linha de raciocínio, tem-se o posicionamento de Serpa Lopes. Mas os autores citados reconhecem que a cada dia aumenta mais a influência dos precedentes que conduzem à uniformidade dos julgamentos, admitindo que a jurisprudência possa ser considerada como fonte mediata ou indireta do direito. Caso 5 – Tema: Processo Legislativo e Competência da União. Com o objetivo de contribuir de forma efetiva com a campanha nacional do desarmamento, determinado Prefeito pretende apresentar projeto de lei visando proibir, no âmbito do município, a comercialização de armas de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização sobre o cumprimento da medida será exercida por funcionários da prefeitura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto de lei, o prefeito lhe faz uma consulta a respeito da viabilidade de tal projeto. À luz do devido processo legislativo, e da repartição de competências entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade do projeto de lei? Sugestão de Gabarito O aluno deverá apontar a inviabilidade do projeto, tendo em vista que a pretensão legiferante do Prefeito esbarra na repartição de competências, referente à matéria. No caso, compete à União autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico, conforme se verifica pelo inciso VI, do artigo 21, da CRFB/88. (Ver ainda inciso XXI, artigo 22, da CRFB/88. Questão subjetiva Comente sobre a importância da Técnica Legislativa. Fundamentar a partir do fato de que se trata de atendimento a regras e recomendações previstas na Lei Complementar 95/98 e no Decreto 4.176/2002, os quais visam manter um padrão redacional dos textos legais, facilitando a boa interpretação e aplicação das leis. Questão objetiva (Resposta justificada) 1. Numere, em ordem decrescente, os atos que envolvem o processo legislativo: a) ( ) emenda; b) ( ) promulgação; c) ( ) iniciativa legislativa; d) ( ) sanção e veto; e) ( ) publicação; f) ( ) votação. Segue a ordem crescente: C – A – F – D – B – E ÓTIMO EXERCÍCIO A TODOS!!!