Mecanismo de ação do Parasito sobre o hospedeiro

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Mecanismo de ação do Parasito sobre o hospedeiro
Atingindo o homem e agindo como corpo estranho que se instala e cresce nos tecidos humanos, o parasito a instalar-se à custa do hospedeiro, metabolizando as suas reservas nutritivas para cobrir as próprias necessidades metabólicas. O resultado será o prejuízo do hospedeiro, levando às conseqüências finais, ou seja, à doença ou à morte. O mecanismo desta ação parasitária pode ser único ou múltiplo.
Ação Obstrutiva
O parasito, neste caso, obstrui os ductos glandulares, órgãos e etc. Na patologia humana, o exemplo mais significativo deste mecanismo de agressão é visto na ascaridíase. O Ascaris lumbricoides (lombriga) vive solto no intestino delgado, locomovendo-se para cima e para baixo. Por motivos desconhecidos, força e penetra nos orifícios do colédoco, do canal de Wirsung (é um duto ligando o pâncreas ao duto biliar comum), na abertura de divertículos intestinais e mesmo no apêndice, obstruindo estes canais, com graves conseqüências para a integridade do hospedeiro.
Ação Compressiva
Com seu desenvolvimento e crescimento, o parasito comprime os órgão próximos e provoca modificações estruturais nos tecidos e, conseqüentemente, graves perturbações nas suas funções, acarretando lesões importantes, que manifestarão sintomas exuberantes, como por exemplo, o cisto hidático, forma larvária do Echinococus granulosus, (é uma espécie de platelminto cestódeo da família Taeniidae. Os adultos parasitam o intestino delgado de canídeos, e as larvas utilizam como hospedeiro intermediário animais herbívoros, como ovelhas e bois, além do homem, causando o cisto hidático) que, ao instalar-se no fígado, pulmão ou cérebro do homem, chega a atingir o tamanho de uma laranja, comprimindo as células e os tecidos dos órgãos parasitados.
Ação Destrutiva
è muito comum nas parasitoses, exercendo sua função nível das células ou tecidos. Os vermes ancilostomídeos, com suas peças bucais, arrancam pedaços da mucosas intestinal, produzindo ulcerações sangrantes. A ação destrutiva da Leishmania braziliensis (é uma espécie de protozoário flagelado da família Trypanosomatidae. A espécie é o agente etiológico da leishmaniose muco cutânea do Novo Mundo) na mucosa buconasal deforma a face do individuo a tal ponto que a restauração exigirá ampla cirurgia plástica.
Ação Alergizante
Alguns parasitos tem a propriedade de sensibilizar o organismo humano, causando fenômenos alérgicos localizados ou gerais, traduzidos por sintomologia característica. A picada de ectoparasitos pode provocar edema ou prurido na região afetada.
Ação Tóxica
É resultante da inoculação, no organismo de secreções dos parasitos. A Entamoeba histolytica (é uma espécie de protozoário que causa diarréias graves com sangue e muco ) secreta uma substancia lítica, destruindo as células próximas, quer no intestino, sua localização primaria, quer nos órgãos - fígado, cérebro etc. Ao exame microscópico deste tecidos, vê-se sempre a ameba com uma zona clara ao seu redor, clareira aberta pela lise dos tecidos. No caso do Trypanosoma cruzi, (é um importante protozoário flagelado, agente etiológico da Doença de chagas) muitos pesquisadores, para explicar a patogenia da doença, emitem a hipótese da produção de uma toxina pelo protozoário, que teria ação tóxica difusa nos órgão atingidos. Nenhum parasito, no sentido estrito, produz uma exotoxina difusa a distancia. Só o Sarcosystis, parasito de animais, é capaz de produzir toxinas semelhantes às provenientes de bactérias.
Ação Espoliadora
Representa, em síntese, a ação mais ligada ao parasitismo. Todos os parasitos que vivem no tubo digestivo e que se alimentam de material ingerido pelo hospedeiro causam ação espoliadora, mais ou menos grave, dependendo de diversos fatores, concernentes ao parasito ou ao hospedeiro. O Diphyllobothrium latum, (é o maior cestódeo que pode parasitar o homem) como todo Cestoda, não tem tubo digestivo, absorvendo as substancias do meio ambiente intestinal por osmose, em toda a imensa superfície do seu corpo. Retira principalmente a vitamina B12, espoliando o organismo de substancia importante para seu desenvolvimento. A Giardia lamblia (é um protozoário microscópico que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de seres humanos) exerce a ação espoliadora de modo direto. São milhões de exemplares microscópicos atapetando a face interna do duodeno e excluindo esse órgão da absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis que por ali passam. Como conseqüência, as gorduras continuam no tubo digestivo, irritando as outras partes do intestino delgado e acarretando a diarréia com esteatorréia. Os ancilostomideos, presos profundamente à mucosa intestinal por órgãos de fixação especiais, sugam sangue por contorções de seu esôfago musculoso. Certas glândulas produzem uma substância anticoagulante, mantendo leves hemorragias nas pequenas ulcerações. A perda continua de sangue e as hemorragias conseqüentes às lesões da mucosa levam o paciente à anemia.
Mecanismo de defesa do Hospedeiro
Para se instalar e desenvolver-se, o parasito deve vencer as dificuldades que lhe são opostas pelos mecanismos defesa. A primeira barreira é representada pela resistência natural, definida como o conjunto de fatores que impede a instalação do agressor, e não esta relacionada verdadeiramente com fenômenos imunitários, formação de anticorpos e contato prévio com o agente. O melhor exemplo de resistência natural encontra-se na impossibilidade de certos parasitos de animais conseguirem colonizar-se no homem; os vermes das aves não conseguem viver no homem, pois não encontram neste hospedeiro condições fisiológicas adequadas. Entre estas condições podem-se citar a pele, os sucos digestivos e a alimentação.
Pele
O revestimento esterno do hospedeiro consegue bloquear a invasão parasitaria. No caso da doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi (agente etiológico da Doença de chagas) não consegue penetrar na pele integra, mas basta apenas uma pequena escarificação causada pelas unhas para o protozoário introduzir-se neste.
Sucos digestivos
A constituição do sucos gástricos, destruindo o parasito ou dificultando a liberação de forme infectantes ingeridas pelo hospedeiro, impede o desenvolvimento do parasito no interior do hospedeiro.
Alimentação
A monofagia é uma das características do parasitismo. Acostumado ao mesmo tipo de alimento, o parasito só poderá sobreviver em hospedeiros que possam fornecer-lhe a dieta obrigatória. Muitas vezes, a falta de apenas um componente, como a vitamina A, pode dificultar o desenvolvimento da Trichinella spiralis (é uma espécie de nematódeo do gênero Trichinella comumente encontrado parasitando porcos, ratos e humanos, causador da triquinelose)no rato. 
No entanto, quando o elemento agressor penetra nos tecidos, desencadeia uma serie de fenômenos defensivos, com a proliferação celular destinada a fagocitose, ao mesmo tempo estimulando a produção de anticorpos específicos.
Para exercer a fagocitose, principalmente quando o parasito é pequeno, como no caso dos protozoários, são mobilizadas células estáticas, como as células de Kupffer (são células que recobrem, junto com o as células endoteliais típicas, as placas hepatocelulares. São capazes de fagocitar substâncias estranhas presentes no sangue dos seios hepáticos)no fígado, as células endoteliais dos sinuzóides dos gânglios linfáticos e da medula óssea. A vitoria nesta luta vai depender, em parte, do poder agressivo do agente etiológico, isto é, da virulência do parasito e da capacidade defensiva do organismo.
Com pouco de atraso, as células imunologicamente competentes reagem ao estimulo e começam a produzir anticorpos com a finalidade de imobilizar e destruir o parasito. A união de antígeno e anticorpo pode ser determinada por métodos imunológicos adequados, como os de imunofluorescência, que visualiza o complexo protéico então precipitado. 
Bibliografia
Cimerman, Parasitologia Humana
e seus fundamentos gerais.
http://pt.wikipedia.org