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PONTO 5. JURISDIÇÃO 5.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS 5.1.1. CONCEITO Jurisdição é a heterocomposição feita por um terceiro imparcial, o magistrado, por meio do processo. Triplo Enfoque: Jurisdição é o poder, função e atividade de aplicar, imparcialmente, o Direito Objetivo a um caso concreto, para a obtenção da justa composição da lide. Trilogia Estrutural do Direito Processual: Jurisdição, Ação e Processo 5.1.2. CARACTERÍSTICAS a) Unidade A jurisdição é una e indivisível - (artigo 1º, CPC). b) Atividade secundária A jurisdição é uma atividade secundária, porque é o derradeiro recurso na busca da solução dos conflitos. c) Substitutividade A atividade do juiz substitui a atuação e a vontade particular dos litigantes. d) Definitividade da decisão judicial (Coisa Julgada) É uma garantia fundamental do cidadão prevista no artigo 5º, XXXVI da Constituição: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. As decisões judiciais podem se tornar imutáveis ou definitivas. 5.2. ESPÉCIES 5.2.1 Quanto a Natureza do OBJETO da demanda a) Jurisdição Civil b) Jurisdição Penal 5.2.2 Quanto aos organismos judiciários que a exercem (Art. 92, Constituição) a) Jurisdição Comum É composta pela Justiça Federal (art. 109,CF) e Estadual. b) Jurisdição Especial É composta pela Justiça Trabalhista, Eleitoral e Militar. 5.2.3 Quanto à posição HIERÁRQUICA dos órgãos jurisdicionais a) Jurisdição Superior = Exercida pelos tribunais, em hipótese de atuação recursal. b) Jurisdição Inferior = É aquela que tem competência originária para a demanda. 5.3. LIMITES 5.3.1. Limites internacionais Cada Estado, de acordo com suas normas internas, apresenta os limites de sua jurisdição, de acordo com seus critérios de conveniência e a viabilidade. 5.3.2. Limites Internos São as imunidades à jurisdição brasileira dos Chefes de Estados estrangeiros, por exemplo. 5.4 - JURISDIÇÃO CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA (Divisão- Art. 1º, CPC) 5.4.1. CONTENCIOSA É a função estatal exercida com o objetivo de compor litígios, revelando a presença de processo judicial, envolvendo as Partes, em pólos distintos (autor e réu). 5.4.2. VOLUNTÁRIA ou Administrativa É a atividade atribuída ao Poder Judiciário, que é chamado a intervir para que determinado negócio privado tenha validade. 5.5 - PODERES a) Decisão: O Poder Judiciário emite decisões. b) Coerção: As decisões do Poder Judiciário devem ser cumpridas, sob pena de força publica. c) Documentação: O Poder Judiciário tem o poder e o dever de documentar a prática dos atos e termos processuais. 5.6 – PRINCÍPIOS 5.6.1. INVESTIDURA A Jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade da magistratura, na forma da Lei. 5.6.2. JUIZ NATURAL O juiz natural é aquele investido regularmente na Jurisdição, que tenha sido criado PREVIAMENTE aos fatos que geraram a lide, senão é tribunal de exceção, repudiado pelo 5º, XXXVII, da Constituição; sendo necessário que esse juiz atue com IMPARCIALIDADE e COMPETÊNCIA constitucional. 5.6.3. INAFASTABILIDADE A inafastabilidade do controle jurisdicional está prevista no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, a qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 5.6.4. TERRITORIALIDADE Cada magistrado exerce a sua atividade jurisdicional, dentro do território nacional, nos limites de sua competência. 5.6.5. INDELEGABILIDADE Não pode o juiz, ao seu critério, delegar funções a outro órgão. 5.6.6. INDECLINABILIDADE A atividade jurisdicional haverá de ser exercida pelo Poder Judiciário, quando legitimamente provocado. 5.6.7. IMPRORROGABILIDADE A jurisdição é improrrogável. Os limites da jurisdição são taxativamente fixados pelo ordenamento jurídico. 5.6.8. INEVITABILIDADE A jurisdição é inevitável. As partes, se não obtiver a solução extrajudicial para o litígio, via de regra, recorre ao Poder Judiciário, mas não pode escolher o juízo.