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1 CURSO DE DIREITO Disciplina: História do Direito Prof. Fabrício Ferreira Direito na Antiguidade: Direito Hebreu 2 História do Direito Mesopotâmia 3 História do Direito Direito Hebreu Os hebreus eram povos nômades, que viviam em tribos, originalmente habitando a Mesopotâmia, mas que, por volta do final do segundo milênio a. C. iniciaram um deslocamento que terminou na Palestina, por volta do Século XVIII a. C. Atividade habitual: pastoreio e agricultura; Não atingiram um grande desenvolvimento de seu direito, mas registraram na Bíblia, o seu livro religioso, um conjunto de preceitos morais e jurídicos que se perpetuou ao longo da história; A característica distintiva, em relação aos povos de sua época, é a crença em um Deus único. Deus escolhia os líderes; o lugar onde seu povo ficaria; se haveria fartura ou se seriam vitoriosos na guerra; Os líderes (reis) não possuíam, entretanto, status divino; Fonte: CASTRO, 2008 4 História do Direito Direito Hebreu O Direito é dado por Deus ao povo. Moisés foi, sem dúvida, o maior profeta e o maior legislador do povo hebreu. As leis de Moisés foram apresentadas ao povo como coisa sagrada, vinda de Deus e esculpida na pedra. Não existe literatura jurídica escrita por juristas ou estudiosos da lei; Ir contra o “direito”, é ir contra Deus (confusão entre pecado e crime); O Direito é imutável. Só Deus pode mudá-lo. Essa idéia também é encontrada no Direito Canônico e Islâmico. Poderia haver, no máximo, a adaptação do direito à evolução social, por meio de interpretações, jamais a alteração do texto. Muitas normas eram higiênicas, com o propósito de melhor serem compreendidas e obedecidas. Era proibido comer carne de porco, por exemplo, porque essa era tida como a responsável pelo mal de Hansen (lepra), que grassava naquela época, quando os hábitos higiênicos eram ainda muito primários. Foi influenciado pelo Direito Babilônico; Fonte: CASTRO, 2008 5 História do Direito Direito Hebreu Fonte: CASTRO, 2008 6 História do Direito Direito Hebreu A sociedade é composta por homens livres de igual nível de direitos, organizados em tribos. Haviam 12 tribos, 11 possuíam atividades agro-pastoris, e 1 era atinente aos “levitas”, que não possuíam terras, e funcionavam auxiliando os sacerdotes – classe especial em razão da descendência – Aarão); O direito era uno para as 12 tribos, em razão de seu caráter religioso; As mulheres, a despeito de relativa inferioridade jurídica em relação aos homens, em especial no tocante aos aspectos de aquisição de propriedade e casamento, por força da condição religiosa do Direito, conseguem exercer atividades influentes como de juízas ou profetisas, conforme nos refere o texto bíblico. Fonte: CASTRO, 2008 7 História do Direito Direito Hebreu Além dos hebreus, haviam 2 classes, a dos estrangeiros (não possuíam a mesma gama de direitos que os hebreus) e dos escravos (que podiam ser estrangeiros ou hebreus – cativos em função de dívidas); Os escravos possuíam vantagens: casar-se entre si, possuir bens; receber a liberdade em determinadas hipóteses; Não havia diferenciação de juízo ou de leis entre uns e outros. As penas, em geral, obedeciam à Lei do Talião. Fonte: CASTRO, 2008 8 História do Direito Direito Hebreu Quando do retorno à “terra prometida”, os judeus organizaram-se sob a tutela de um governante (rei). O reino de Israel encontra seu apogeu em Davi (1005-966 a.C.) e Salomão e seu filho (966-926 a.C.). Após, acontece uma cisão, retornando à anterior divisão em dois reinos: o reino de Israel e o reino de Judá. O primeiro caiu frente aos assírios em 721 a.C. O último conseguiu resistir até 587 a.C., quando foi dominado, sucessivamente, por persas, macedônios e, por último, pelos romanos que promoveram sua diáspora em 70 d.C. Fonte: CASTRO, 2008 9 História do Direito Direito Hebreu Questões interessantes quanto à Lei Mosaica: Justiça: Obrigatoriedade da imparcialidade no julgamento: “Não façais acepção de pessoa no julgamento: ouvireis de igual modo o pequeno e o grande (...)”; Honestidade dos julgadores (aversão ao suborno): “Estabelecerás juízes e escribas em cada uma das cidades que Iahweh teu Deus vai dar para as tuas tribos. Eles julgarão o povo com sentenças justas. Não perverterás o direito, não farás acepção de pessoas no julgamento e nem aceitarás suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e falseia a causa dos justos.” Cidades de Refúgio: Para evitar a aplicação de penas fosse feita “no calor das emoções”, criou-se “asilos” para que as pessoas “com problemas” fossem isoladas até que a justiça fosse feita com a calma necessária. Fonte: CASTRO, 2008 10 História do Direito Direito Hebreu Homicídio involuntário: Não deve ser penalizado aquele que cometeu homicídio “sem querer”; “Este é o caso do homicida que poderá se refugiar lá para se manter vivo: aquele que matar seu próximo involuntariamente, sem tê-lo odiado antes (por exemplo: alguém vai com seu próximo cortar lenha; impelindo com força o machado para cortar a árvore, o ferro escapa do cabo, atinge o companheiro e o mata): ele poderá então se refugiar numa daquelas cidades, ficando com a vida salva; para que o vingador do sangue, enfurecido, não persiga o homicida e o alcance, porque o caminho é longo – tirando-lhe a vida sem motivo suficiente, pois antes não era inimigo do outro.” Testemunhas: “Uma única testemunha não é suficiente contra alguém, em qualquer caso, de iniqüidade ou de pecado que haja cometido. A causa será estabelecida pelo depoimento pessoal de duas ou três testemunhas”; Falso testemunho apenado com a pena da acusação Fonte: CASTRO, 2008 11 História do Direito Direito Hebreu Processo: “Tem o sangue de um justo nas mãos é pecado gravíssimo”; Não se admite julgamento sem investigação ou julgamento por forças naturais ou deuses; Pena de Talião: “Que teu olho não tenha piedade. Vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.” Individualidade das penas: “Os pais não serão mortos no lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais. Cada um será executado por seu próprio crime.” Lapidação: pena mais comum no Antigo Testamento. Aplicável aos idólatras; aos feiticeiros, aos filhos rebeldes e as adúlteras; Fonte: CASTRO, 2008 12 História do Direito Direito Hebreu O chefe de família deveria ser respeitado: “Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe e, castigando-o eles, não lhes der ouvidos, então todos os homens de sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra”. Matrimônio: não existe tal conceito na legislação Mosaica; para eles a união é fruto de um negócio entre as duas famílias Adultério – Penas equivalentes tanto para o homem quanto para a mulher; Divórcio – Possível. Passou a ser proibido após o cristianismo. Faculdade eminentemente masculina; Fato vergonhoso: “Quando um homem tiver tomado uma mulher e consumado o matrimônio, mas este logo depois não encontra mais graça a seus olhos, porque viu nela algo de inconveniente, ele lhe escreverá então uma ata de divórcio e a entregará, deixando-a sai de sua casa em liberdade; Fonte: CASTRO, 2008 13 História do Direito Direito Hebreu Defloração: Aplicável à mulher virgem não comprometida: “Se um homem encontra uma jovem virgem que não está comprometida, e a agarra e se deita com ela e é pego em flagrante, o homem que se deitou com ela dará ao pai da jovem cinqüenta ciclos de prata (aproximadamente meio quilo de prata), e ela ficará sendo sua mulher, uma vez que abusou dela. Ele não poderá mandá-la embora durante toda a sua vida.”; Estupro: Há previsão de estupro sem pena para a vítima, caso ela tenha sido violentada em um lugar no qual, se tivesse gritado, ninguém teria ouvido: “Se houver uma jovem virgem prometida a um homem, e um homem a encontra na cidade e se deita com ela, trarei ambos à porta da cidade e os apedrejareis até que morram: a jovem por não ter gritado por socorro na cidade e o homem por ter abusado da mulher de seu próximo. (...) Contudo, se o homem encontrou a jovem prometida no campo, violentou-a e deitou-se com ela, morrera somente o homem que se deitou com ela; nada farás à jovem, porque ela não tem pecado que mereça a morte. (...) Ele a encontrou no campo, e a jovem prometida pode ter gritado, sem que houvesse quem a salvasse.”; Fonte: CASTRO, 2008 14 História do Direito Direito Hebreu Herança: O primogênito era beneficiado; Mulheres recebiam o dote; Escravos: Prisioneiros de guerra, não israelitas; Não poderia haver a compra de um escravo israelita por um israelita; Possibilidade de venda “pessoal” para pagamento de dívidas – escravidão temporal (6 anos); Quando da liberdade, receberia alguns bens do senhor para começar nova vida; Fraude e Juros: Proibido haver “dois pesos e duas medidas” Proibido o empréstimo a juros entre os israelitas É possível emprestar a juros para o estrangeiro. Fonte: CASTRO, 2008 15 • Fim