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PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS Faculdade Estácio de Sergipe – FASE Julho – 2013Profa. Leise Moreira Profa. Marta Magalhães UNIDADE I Introdução ao estudo da alimentação e nutrição Conceitos e bases da alimentação e nutrição UNIDADE II Proteínas Estrutura e classificação Digestão da proteína e absorção de aminoácidos Utilização de proteínas – turnover protéico, transaminação, desaminação e ciclo da uréia Função biológica das proteínas Fontes alimentares de proteínas É um vocábulo derivado de proteus (grego) que significa primazia 1ª. substância reconhecida em seres vivos. São macromoléculas compostas por longas cadeias de AMINOÁCIDOS (Aas) unidos por ligações peptídicas presentes em todas as células dos organismos vivos POLÍMEROS DE AAs. Primeiro nutriente considerado essencial para o organismo. Fornecem 4 kcal/g. Formada por cadeias contendo C, O e H, porém é o único nutriente que contém N, S e minerais como P, Fe e Cobalto. As PTNs basicamente são formadas a partir da combinação de 20 AAs em diversas proporções. Ordem dos AA + frequência de sua ocorrência = formação de diferentes PTNs. A função biológica da proteína é ditada pela sequência de AAs. Se um AA é substituído por outro a PTN PERDE a sua atividade biológica. Os AAs se agrupam para formar uma proteína por meio de ligação peptídica Grupo carboxila (ÁCIDO) de um AA + Grupo amino (BÁSICO) de outro. Como o AA pode ser ácido ou básico dá a molécula um caráter bipolar fundamental para a função biológica das PTNs. O composto tem em suas extremidades grupos livres que podem se juntam a outros AA, formando os peptídeos (di, tri). Uma proteína pode conter até 400 AA. Os AAs livres estão em equilíbrio dinâmico nos fluidos biológicos e nas células, decorrente do anabolismo e do catabolismo TURNOVER PROTÉICO. Os principais tecidos responsáveis por este equilíbrio são fígado e músculos. Não há reserva de AA livres no organismo, qualquer quantidade acima das necessidades será metabolizada. Nitrogênio ingerido = Nitrogênio excretado Balanço Nitrogenado (BN) O produto do metabolismo da proteína é a URÉIA AAs essenciais Sua síntese é inadequada para satisfazer as necessidades e assim precisam ser ingeridos na dieta. Ausência ou deficiência desses AA resulta em: balanço nitrogenado negativo; perda de peso; baixo crescimento, sendo mais grave em crianças; alterações nos processos bioquímicos, fisiológicos e de síntese protéica; outros, ... Dos 20 AAs naturais que constituem as PTNs, 9 são essenciais. AAs não essenciais São igualmente importantes na estrutura protéica, porém na deficiência o organismo sintetiza a partir dos AA essenciais ou de precursores contendo C (CHO ou GORD) e N. AAs condicionalmente essenciais São aqueles que podem ser essenciais em determinadas condições clínicas. Necessitam ser ingeridos na dieta, quando a síntese endógena não alcança as necessidades orgânicas. Tirosina e cisteína podem ser sintetizados a partir da fenilalanina e metionina SEMI- ESSENCIAIS (podem ser sintetizados a partir de outro AA). A incapacidade de sintetizar AAs reside na inabilidade do organismo de sintetizar o esqueleto de carbono, pois nas reações de transaminação pode incorporar um grupo amina ao cetoácido correspondente. AA LIMITANTE: São aqueles que se encontram em menor proporção em um determinado alimento em comparação com a necessidade humana. Essenciais Condicionalmente essenciais Não-essenciais Histidina Isoleucina Leucina Metionina Fenilalanina Treonina Triptofano Valina Lisina Arginina Cisteína Glutamina Glicina Prolina Tirosina Alanina Ácido aspártico Asparagina Ácido glutâmico Serina Simples Constituem-se apenas de AAs formando a cadeia polipetídica. Conjugadas Apresentam um grupo prostético que NÃO é de natureza protéica Ex.: Glicoproteínas, lipoproteínas, nucleoproteínas, metaloproteínas, metaloporfirinoproteínas,... EXÓGENAS proveniente da dieta ENDÓGENAS degradação das proteínas do organismo Equilíbrio osmótico ALBUMINA Manter equilíbrio ácido-básico entre o sangue e diferentes tecidos Estruturais Queratina, colágeno, elastina Reguladoras Hormônios – Insulina, GH e enzimas Defesa Anticorpos, fibrinogênio Transporte hemoglobina, albumina, mioglobina, lipoproteínas Fonte de energia Primária Cadeia polipeptidica ou protéica. Secundária Orienta-se na forma linear, em dupla hélice ou em folha pregueada Terciária Resulta da orientação que a cadeia assume no espaço, estendendo-se ou dobrando-se sobre si mesma. Quaternária Diversas subunidades associadas. É a destruição das estruturas secundárias, terciárias e quaternárias das PTNs por agentes desnaturantes, ou seja, as PTNs perdem sua estabilidade; Neste processo, a sequência de AAs não é afetada, mas a PTN perde suas propriedades fisiológicas As vezes é reversível; Agentes desnaturantes: Calor, uréia, metais pesados, ácidos fortes, bases fortes, ... Ex.: Ovo cozido, formação de coalho no leite, clara em neve, carne cozida. A qualidade de uma proteína depende da capacidade de fornecer os AAs essenciais necessários ao organismo. Fatores que influenciam a qualidade protéica: Digestibilidade e composição de AAs Conteúdo e o equilíbrio do AA essenciais são diferentes entre os alimentos: Vegetais Baixo valor biológico Cereais: AA limitante lisina Leguminosas: AA limitante metionina Animais Alto valor biológico Pode ser expressa: Pelo Escore químico Pela razão de eficiência protéica (PER) Pelo valor biológico (VB) Pelo saldo de utilização protéica (NPU) Pelo protein digestibility corrected amino acid score (PDCAAS) ATENÇÃO: VB, PER e NPU dependem da propriedade da proteína e das necessidades do indivíduo. Escore químico Refere-se à propriedade da proteína; Comparação em termos percentuais entre a proteína do alimento e a proteína do ovo OVOALBUMINA (referência); PTNs purificadas e hidrolisadas em AAs Comparação Razão de eficiência protéica (PER) PER = GANHO DE PESO/ QUANTIDADE DE PROTEÍNA CONSUMIDA; A PTN teste também deve ser comparada a Ovoalbumina; LIMITAÇÃO: A impossibilidade de distinguir entre o peso ganho com gordura e com massa magra. Valor biológico (VB) Fração de AA absorvido pelo intestino e retido no organismo VB = N retido / N absorvido N retido = N ingerido – N fecal – N urinário N absorvido → N ingerido – N fecal NPU Avaliação da retenção do Nitrogênio (N) em relação à quantidade de N consumida. NPU = N retido/ N consumido N retido = N ingerido – (N fecal – N urinário) N consumido = N ingerido (total proteína consumida / 6,25) Obs.: Fator de conversão depende da fonte protéica Soja = 5,7 Gelatina = 5,55 PDCAAS (Digestibilidade protéica corrigida pelo escore de aminoácidos) Método preferencial para avaliação do valor nutricional protéico em humanos. PDCAA(%) = Valores de PDCAAS maiores que 100% não contribuem com benefícios adicionais em humanos. Digestibilidade verdadeira = N ingerido – (N fecal – N endógeno metabólico – NEM) NEM = Perda obrigatória de nitrogênio mg do AA limitante em 1 g da PTN teste mg do mesmo AA em 1 g da PTN de referência X Digestibilidade verdadeira (%) X 100 PDCAAS (Digestibilidade protéica corrigida pelo escore de aminoácidos) Compara a composição de AAs de uma PTN com a necessidade humana de AAs e corrige com a digestibilidade. Etapas envolvidas no cálculo: Analise do conteúdo de nitrogênio da amostra; Cálculo do conteúdo de proteína; Analise do perfil de AAs indispensáveis; Determinação do escore aminoacídico (EA) não- corrigido; Analise da digestibilidade; Cálculo do PDCAAS = menor EA não-corrigido Origem animal PTN de boa qualidade Carnes, aves, peixes, leite, queijo e ovos Fornecem 65% da PTN consumida Origem vegetal Mistura de cereais e leguminosas (AA limitantes) Leguminosas 10 a 30% de PTN Cereais 6 a 15% de PTN Frutas e hortaliças 1 a 2 % de PTN Em países em desenvolvimento a > deficiência não é de PTN FOME OCULTA É preciso garantir o suprimento energético e de micronutrientes para que nutrientes como a PTN sejam usados adequadamente. BOAS COMBINAÇÕES: Grãos e leguminosas: arroz e feijões sopa de ervilhas e pão Grãos e laticínios: macarrão com queijo arroz doce sanduíche de queijo Leguminosas e sementes grão de bico com semente de gergelim ADULTO 0,8 g/kg peso corpóreo saudável (RDA) Para atender a essa necessidade as PTNs dietéticas devem corresponder de 10 a 35% das calorias da dieta; Aumento da necessidade em períodos de estresse e de doenças. CRIANÇAS especial para cada etapa da vida infantil 1,1g/kg a 0,95g/kg É o melhor método para estabelecer as necessidades protéicas individuais; As proteínas de alto valor biológico (PAVB) têm elevada digestibilidade e perfil adequado de AA essenciais; As necessidades de proteínas diminuem com a idade em função da redução do crescimento. Nos períodos de intenso crescimento a taxa de turnover aumenta, com consequente aumento das necessidades a serem ingeridas. A deficiência energética faz com que o organismo desvie as proteínas das funções plásticas ou reparadoras para produzirem energia. No Brasil a principal deficiência não é de proteína e sim de energia. BN = N consumido – N excretado N excretado → urina, fezes, pele OBS.: Limitações técnicas e de interpretação. Método não é seguro para estabelecer as necessidades de proteínas e de AA nos seres humanos. Um fator importante na absorção das PTNs é a sua digestibilidade (relação entre PTN ou AA ingerido e o absorvido). As PTNs podem perder parte do seu valor biológico pela deterioração ou transformação dos AAs. O processamento térmico, necessário para conservação, pode provocar alterações: Reação de Maillard Perda de lisina no leite Cocção em óleo (fritura) Redução na biodisponibilidade dos AAs MAHAN, L.K, ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª.ed. Rio de Janeiro: Roca, 2005. TEXEIRA NETO, F. Nutrição clínica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2003. 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