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Direito Civil - Casos respondidos

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DIREITO CIVIL I
CASOS CONCRETOS
Plano de Aula 1 a 8
2013
André Luiz
201301236101
Direito Civil I
Plano de Aula 1
Casos Concretos 1:
Tema: Código Civil Brasileiro
Analise o caso concreto a partir dos seguintes tópicos:
1) Diante do exposto, poderíamos afirmar que a ausência de um  local reservado para Augusto poderia caracterizar lesão aos postulados constitucionais e legais?
RESPOSTA: Não, pelo princípio da Sociabilidade: reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. Pelo fato de estarmos no Brasil, e logicamente com grande maioria de torcedores Brasileiros, não é razoável que haja locais exclusivos para torcedores de outros países. O ideal é que todos assistam aos jogos juntos, e caso haja necessidade, os outros torcedores providenciem locais exclusivos.
2) O que é a constitucionalização do Direito Civil?
RESPOSTA: é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos mandamentos constitucionais no direito privado.
A constitucionalização do direito civil é um novo movimento hermenêutico, que implica a aplicação da principiologia constitucional na interpretação dos institutos de direito civil de modo que seus institutos sejam instrumentos de proteção e promoção da dignidade humana. Consiste ainda na nova forma de aplicação do direito civil de maneira que seus institutos percam o caráter absoluto herdado do estado liberal e se tornem instrumento de efetivação o único valor absoluto do nosso ordenamento jurídico que é a pessoa humana concretamente considerada”.
Casos Concretos 2:
1) O princípio da função social da propriedade decorre de qual princípio do Código Civil de 2002?
RESPOSTA: Sociabilidade, porque observamos a flexibilidade do direito de propriedade e o interesse partindo do interesse social privado. o direito à propriedade deve estar de acordo à função social, ou seja, deve estar limitado ao interesse da coletividade.
2) A função social se apresenta no Código Civil como uma cláusula geral. Qual o conceito de cláusula geral e qual sua finalidade?
RESPOSTA: São normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução.
3) O tema direito de propriedade pode ao mesmo tempo ser previsto e disciplinado no Código Civil e na Constituição? Esclareça:
RESPOSTA: Sim, pois tanto CP, quanto CF trazem em seus artigos o direito à propriedade, porém o código civil traz o direito à propriedade, mas não de forma concisa, mas sim os seus trâmites legais para adquirir uma propriedade, já a Constituição, posiciona-se a favor do coletivo ao determinar ser facultado ao Poder Público Municipal promover a desapropriação do solo urbano quando este não cumprir a sua função social, estando não edificado, subutilizado ou não utilizado. O parágrafo 1.º do art. 1228, CC, estabelece que “O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”.
4) Poderíamos sustentar que seria lícito ao Poder Público  determinar a suspensão do privilégio da patente, a fim de atender a demanda social pelo remédio fabricado pela Indústria Farmacêutica ? Qual seria a justificativa da  sua resposta?
RESPOSTA: Sim, pois ainda citando o parágrafo 1º “O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais...” o Poder Público atua em nome do interesse público.
QUESTÃO OBJETIVA
No Código Civil, a função das cláusulas gerais é:
I – dotar o sistema interno do Código Civil de mobilidade, mitigando as regras mais rígidas.
II – a de atuar de forma a concretizar o que se encontra previsto nos princípios gerais de direito e nos conceitos legais indeterminados.
III – a de, também, abrandar as desvantagens do estilo excessivamente abstrato e genérico da lei.
Assinale, portanto, a alternativa ou alternativas corretas:
a) nenhuma das alternativas está correta.
b) todas as alternativas estão corretas. GABARITO
c) apenas a alternativa II está correta.
d) apenas as alternativas I e III estão corretas.
e) apenas as alternativas II e III estão corretas.
(TJ-SC-04/08/2002 – Direito Civil – Questão n.º 33
Plano de Aula 2
Casos Concretos 1:
Tema: Personalidade jurídica: modos de aquisição
Pergunta-se:
a) O fato de MARIA DAS DORES até os 65 anos de idade não possuir registro civil faz com que não possua personalidade jurídica? Por quê?
RESPOSTA: Não! Ela, Maria das Dores, ainda que não tenha registro possui personalidade jurídica. Pois o CC em seu artigo 2º consagra este direito a partir do nascimento com vida e não do registro. O registro é apenas um de seus direitos como pessoa dotada de personalidade civil.
b) Qual a função do registro civil das pessoas naturais?
RESPOSTA: Ratificar juridicamente seus direitos perante a sociedade.
c) Qual a relação entre personalidade jurídica e capacidade jurídica?
RESPOSTA: Personalidade Jurídica está relacionada à aquisição de direitos e deveres (art 2) e Capacidade Jurídica está relacionada ao exercício pleno de direitos e deveres.
Casos Concretos 2:
Tema: Personalidade jurídica: aquisição e perda
a) Como é diagnosticado o evento biológico morte de Beto e quais as consequências jurídicas desse diagnóstico?
RESPOSTA: Com a paralisação total das funções do celebro. A morte é o fim da personalidade civil vindo a sucessão dos bens.
b) O cão "Good Dick" pode receber a parte que lhe cabe da herança de Beto sob a forma de cuidados efetuados por pessoal especializado e ração canina de primeira qualidade?
RESPOSTA: Não! Os animais não são sujeitos de direito, mas sim objetos de direito (bens semoventes, art 82 CC\02). Ainda que fosse permitindo a curatela de animais, os pais seriam por lei os curadores (art. 25 §1º e art. 1.829 do CC/02).
c) "Good Dick" poderia ser representado por um curador?
RESPOSTA: Não! O curador é responsável por pessoas naturais com incapacidade relativa (art. 22 e 1.767 do CC/02).
QUESTÃO OBJETIVA
Natureza jurídica do nascituro
Assinale a alternativa correta e justifique sua escolha.
Em relação a aquisição da personalidade jurídica, no ordenamento jurídico brasileiro, podemos dizer que:
(a) para Maria Helena Diniz, o nascituro possui personalidade jurídica material;
(b) o registro do nascimento é um dos requisitos legais para aquisição da personalidade;
(c) o natimorto adquire a personalidade jurídica depois de nascer com vida;
(d) a teoria natalista não reconhece os direitos que a lei põe a salvo ao nascituro;
(e) começa para a pessoa natural, do nascimento com vida, segundo teoria natalista.
RESPOSTA: Segundo essa teoria Pessoa Natural são todos aqueles capazes de direito e deveres que nasceram com vida (art. 1º e 2º do CC/02).
Plano de Aula 3
Casos Concretos 1:
Tema: Alteração do Registro Civil
1. O que vem a ser o registro civil de uma pessoa natural?
RESPOSTA: É apresenta o indivíduo à sociedade, dando eficácia à sua personalidade, dotando de formalidade e publicidade aquele fato jurídico que é o nascimento com vida, início da personalidade civil.
2. A legislação civil brasileira prevê alteração de registro civil nos casos de transexualismo?
RESPOSTA: Sim! A identidade sexual integra a identidade pessoal. A identidade sexual transcende o aspecto morfológico, encontra-se no campo da identificação psíquica de se pertencer a determinado gênero sexual que se externa com o comportamento. O direito à identidade sexual como direito à identidade pessoal, constitui direito da personalidade.
3. O que é transexualismo?
RESPOSTA: Aquela inadequação corporal com a psique, o sexo civil.
Casos Concretos 2:
Tema: Domicílio Civil. Classificação
a) Onde será(ão) considerado(s) o(s) domicílio(s) de André? Justifique sua resposta com fundamento no Novo Código
Civil.
RESPOSTA: Ambos logradores podem ser considerados Domicílio de André. Pois, de acordo com o art. 71 do CC/02 se a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considera-se domicílio qualquer delas.
b) Qual(is) a(s) espécie(s) de domicílio(s) se apresenta(m) no caso em tela?
RESPOSTA: Apesar de André ter duas residências, este tem apenas o Domicílio doméstico.
Casos Concretos 3:
Tema: Término da existência da Pessoa Natural. Ausência
a)  O caso de João se trata de ausência ou morte presumida?
RESPOSTA: Ausência, pois morte presumida se dá em questões perigo de vida, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro e não encontrado após dois anos do termino de guerra (art. 7º, CC/02).
b) Após todo esse tempo desaparecido, é correto afirmar que a propriedade dos bens de João poderá ser definitivamente entregue aos seus herdeiros?
RESPOSTA: Não! A sucessão definitiva será após dez (10) anos de desaparecido (art. 37, CC/02).
c) E se João Batista aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido por alienígenas, terá direito a ter seus bens de volta?
RESPOSTA: NÃO! Estabeleceu-se no Novo Código Civil uma espécie de punição para o caso deste retornar e provar-se que a ausência foi voluntária e injustificada. Dispõe parágrafo único do artigo 33 que neste caso o ausente perderá o direito ao recebimento de sua parte nos frutos e rendimentos produzidos pelos bens por ele deixados e arrecadados por seus herdeiros. A preocupação do legislador é clara: evitar que a pessoa desapareça sem motivo justo e retorne quando quiser, aproveitando-se da boa-fé dos herdeiros que zelaram pela conservação de seus bens.
Plano de Aula 4
Casos Concretos 1:
Tema: Alteração do Registro Civil
Um jogador de futebol famoso teve sua fotografia publicada em revista especializada em fofocas. Em verdade, o conteúdo da revista nada desabonava a vida privada do referido jogador, mencionado apenas fatos públicos corriqueiros. No entanto, o esportista sentiu seu direito agredido porque não autorizara a publicação de sua foto. Ingressou o jogador com um pedido de indenização.
1) Neste caso, enxerga-se, de fato, violação ao direito da personalidade passível de gerar indenização? Justifique.
RESPOSTA: Não! Pois o artigo 20 do CC\02 dispõe indenização em casos que se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
2) Na hipótese pode-se afirmar que houve lesão a honra da pessoa?
RESPOSTA: Não! Pois segundo o texto foi publicado apenas uma foto mencionando apenas fatos corriqueiros.
3) Há necessidade de prova de aproveitamento econômico, por parte da revista, para ensejar algum tipo de indenização?
RESPOSTA: Não! Enquanto o direito a honra, por exemplo, demanda a existência de dano para aferição de eventual indenização (artigo 20 do Código Civil de 2002), o uso indevido de imagem independe de comprovação do prejuízo, sendo este inerente à utilização não-autorizada. Tal questão, já fora, inclusive, pacificada pelo STJ Superior Tribunal de Justiça em Súmula:
Súmula 403 - Independe de prova ou prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Casos Concretos 2:
Júlia Cibilis é uma famosa atriz que foi violentamente assassinada no ano de 2000, deixando como herdeira apenas sua mãe, Maria Cibilis. Um ano depois do falecimento, jornal de grande circulação publica fotos do corpo de Júlia que foram tiradas durante a perícia, no local do crime, totalmente desfigurada e parcialmente nua.
Pergunta-se: Maria pode pleitear dano moral? Em caso positivo, a que título? Em caso negativo, por quê? Justifique sua resposta.
RESPOSTA: Maria pode sim pleitear dano moral em face de sua filha, como dispõe o Parágrafo único do art 12 do CC\02 “Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau”. Em conformidade com também Parágrafo único do art. 20 “Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”
QUESTÃO OBJETIVA
Assinale a opção correta.
A) Tanto o Código Civil de 1916 como o novo Código Civil disciplinam os direitos da personalidade.
B) O caráter extrapatrimonial dos direitos da personalidade significa que é juridicamente impossível requerer indenização em face de sua violação.
C) De acordo com o novo Código Civil, salvo o caso de exceções legais, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. GABARITO
D) Conforme disciplina do novo Código Civil, o pseudônimo, mesmo adotado para atividades lícitas, não goza da proteção que se dá ao nome.
Plano de Aula 5
Casos Concretos 1:
Tema: Espécies de pessoas jurídicas de direito privado
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless  procura você, seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica.
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente:
a) Está correta a afirmação do Síndico? Justifique.
RESPOSTA: Não! Entes Despersonalizados são aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, art. 12, IX.
b) O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique.
RESPOSTA: De acordo com inciso IX do art. 12 do CPC o condomínio pode figurar tanto no pólo passivo quanto no ativo: “Serão representados em juízo, ativa e passivamente: IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico”.
Casos Concretos 2:
Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e Documentos, deixando de mencionar a maneira de administrá-la.
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique.
RESPOSTA: Sim! Pois, uma que esta tem a finalidade de um bem social de prestar assistência a pessoas carentes, esta tem sua permanência garantida com a morte de seu fundador.
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê? Justifique.
RESPOSTA: O procedimento segue os preceitos regulados pelo CC\02 arts. 62 a 69.
Casos Concretos 3:
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  Além dos ex-empregados que não receberam um tostão sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas.
a) A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta?
RESPOSTA: Pode sim estar
legalmente extinta por desaparecimento de capital.
b) Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos?
RESPOSTA: Acionar a justiça pelo MP, pois os sócios respondem solidariamente e ilimitadamente de acordo com o art. 1036 do CC: “Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente”.
Plano de Aula 6
Casos Concretos 1:
Tema: Noção de patrimônio. Distinção entre bens e coisas.
a) Em razão do grande valor sentimental que aquele punhado de areia possui para Jairo, pertence ele a seu patrimônio? Por quê?
RESPOSTA: Não, o valor sentimental imputado por Jairo a este punhado de areia, não terá a mesma avaliação por qualquer outra pessoa que não ele mesmo e não o qualifica como um bem patrimonial, patrimônio é acervo de bens avaliáveis economicamente suscetíveis de serem trocados por dinheiro, uns conjuntos de relações jurídicas.
a) Como Jairo não conseguiu identificar o dono da carteira ela passa a fazer parte de seu patrimônio?  Por quê?
RESPOSTA: Não, a coisa perdida tem dono, aquele que achar coisa de outrem não poderá dela se apropriar, a lei prevê que deve ser devolvida ao dono ou a seu legitimo possuidor, não se conhecendo o dono ou seu legitimo possuidor a coisa achada deve ser entregue a autoridade. O parágrafo único do art 1233 regula que: “Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente”.
a) É possível, de acordo com o Direito Civil brasileiro, uma pessoa ser destituída de todo e qualquer patrimônio?
RESPOSTA: Não, pois cuja tutela jurídica deve ter como escopo precípuo a dignidade da pessoa humana. A proteção de um patrimônio mínimo vai ao encontro dessa tendência, como se pode verificar, verbi gratia, na proteção ao bem de família (Lei n. 8.009/90 e CC, arts. 1.711 a 1.722); no óbice à prodigalidade mediante a vedação da doação da totalidade do patrimônio, sem que se resguarde um mínimo (CC art. 548); na previsão da impenhorabilidade de determinados bens (CPC, arts. 649 e 650) e em outros dispositivos que reconhecem como necessária tal proteção, para o desenvolvimento das atividades humanas.
Casos Concretos 2:
Paula resolve entrar para uma comunidade religiosa em que os bens materiais individuais são considerados impuros. Somente pouquíssimos bens, essenciais, para a sobrevivência do grupo, são passíveis de serem aceitos e passam a pertencer à comunidade. Sua mãe, viúva, a adverte de que não poderá se desfazer de todos os seus bens por causa da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo.
a) Paula poderá se desfazer do patrimônio que possui, herança de seu pai?
RESPOSTA: Não! Pela teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo não se usa o instituto da doação universal ou doação inoficiosa, pois é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
b) A advertência da mãe de Paula está correta?
Sim, pois é uma herança de família e a mãe, como é viúva tem sua parte garantida por lei.
Casos Concretos 3:
Pertencente a uma expressiva coleção particular mineira - de onde nunca saíra antes a não ser para retrospectivas e salões de arte - a tela Casamento na roça, de Inimá de Paula, vai ao mercado. O leilão será no dia 16, na Vitor Braga Rugendas Galeria de Arte, em Belo Horizonte. A obra datada de 1947 traz no verso o carimbo do Salão Nacional de Belas Artes de 1949, onde obteve a medalha de prata. Lance inicial: R$ 230 mil. 
Além dessa obra também serão leiloados: 137 calças blue jeans da grife Live Strond, um automóvel Lancia Astura, exemplar único, fabricado especialmente para o ditador italiano Benito Mussolini, em 1939, com desenho do ateliê Pininfarina, cinco anéis de brilhante, duas pulseiras de esmeraldas, os dois últimos lotes de vinho tinto da marca Merci Borreau, safra 1977, confiscados pela Receita Federal e um terreno de 2.000 m² localizado na Av. Paulista/SP.
a) Levando em consideração a classificação dos bens, estabeleça a natureza jurídica dos bens objeto do leilão.  JUSTIFIQUE sua resposta.
Bens Imóveis: Terreno. Pois, segundo o CC, art. 79, são considerados bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar.
Bens Móveis Fungíveis, Inconsumíveis indivisíveis: Automóvel, anéis de brilhantes e as pulseiras de esmeraldas. Moveis por serem suscetíveis de remoção por força alheia sem alteração da substância. Fungíveis, pois podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade ou quantidade. Inconsumíveis, por não ser destruído de imediato, podendo sua utilização ser prolongado. Indivisíveis, pois não podem ser dividos sem alteração de sua substância e dimnuição considerável de seu valor.
Bens Móveis Infungível, consumível e divisível: Safra de vinho raro. Infungível por não poder ser substituído por outro da mesma espécie devida ser a última safra. Consumível, pois pode ser consumido de imediato na hora. Divisível, pois pode ser dividido sem alteração de sua substância.
b) As roupas referidas no caso acima são consideradas bens consumíveis ou inconsumíveis?
RESPOSTA: Bens inconsumíveis.
Casos Concretos 4:
Situada na aprazível cidade de Castro, região da zona rural do Paraná, a fazenda adquirida por Leonor Sigfrid Pandorf possui uma plantação de pinheiros que cobre a maior parte da área de 40.000 m², utilizada para a produção de celulose. Ocorre que Leonor resolve mudar de ramo e recebe autorização especial do IBAMA para transformar tudo em lenha.
a) Com base na classificação dos bens em móveis e imóveis, estabeleça a natureza jurídica das árvores da fazenda e da lenha conseguida pelo seu corte:
RESPOSTA: A plantação de Pinheiral com a finalidade de produção de celulose é considerada bem imóvel com base no CC, art. 79. A partir do momento que resolveu mudar de ramo, transformando em lenha toda sua plantação com autorização do IBAMA, esta passou a ser considerado bem móvel com base no CC, art. 82.
b) Qual a importância desta distinção?
RESPOSTA: Neste caso específico a principal distinção é que o bem imóvel precisou de registro do órgão competente, IBAMA, para ser objeto de relação jurídica. Após se transformar em bem móvel pode ser objeto de relação jurídica pela simples tradição.
Plano de Aula 7
Casos Concretos 1:
Tema: Os bens reciprocamente considerados.
Três amigos que há muito não se viam encontram-se por acaso no corredor da 1ª. Vara Cível de Goiânia/GO, enquanto aguardam suas respectivas audiências. Papo vai papo vem acabam por revelar o motivo que os levou até lá. 
LAURO, professor de educação física, construíra de boa-fé uma piscina olímpica no terreno do imóvel que alugara para ali instalar sua academia de natação; DAGOBERTO, também de boa-fé, construíra uma piscina na casa que alugara para passar os fins-de-semana e WALDOMIRO, sempre na maior das boas-fés, construíra uma piscina no imóvel alugado em que funcionava a escola de ensino fundamental que dirigia. Todos os amigos, após a rescisão de seus contratos de locação, recusaram-se a deixar os respectivos imóveis e entraram na justiça buscando a indenização pelo que gastaram e pela valorização dos imóveis, com base em pretenso direito de retenção. 
Pergunta-se:
a) A natureza jurídica da benfeitoria realizada por cada um dos amigos  por se tratar de uma piscina, é a mesma? Afinal, o que é uma benfeitoria?
RESPOSTA: Não, pois cada um teve um motivo diferente. São melhoramentos produzidos no imóvel por ação direta do proprietário, possuidor ou detentor. O CC considera benfeitoria tudo o que se emprega num bem imóvel ou móvel, com a finalidade de salvaguardá-lo ou de embelezá-lo.  As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
b) O que significa esse “direito de retenção” alegado por todos os amigos como base para não saírem dos imóveis alugados? Todos eles são titulares de tal direito?
RESPOSTA: É o direito de reter (conservar,
manter) a coisa em seu poder em garantia do pagamento de uma indenização. O CC preconiza como titulares desse direto apenas os benfeitores necessários e úteis.
C) E se o proprietário da casa alugada por DAGOBERTO passasse a cobrar ingresso de seus vizinhos para utilizarem a piscina construída, faria diferença no caso em análise?
RESPOSTA: Não, pois as benfeitorias feitas por DAGOBERTO é de natureza voluptuária, não cabendo direito de retenção nem indenizáveis.
Casos Concretos 2:
A Administração Pública do Estado de São Paulo resolveu alienar um prédio onde funciona a sede de uma empresa de iluminação do estado, para saldar dívidas contraídas frente a algumas empresas contratadas para fazerem obras de reforma em dois hospitais e cinco escolas, estabelecidos no interior do estado.
Com base no caso proposto, é admissível a alienação do imóvel em questão perante nosso ordenamento jurídico?  Justifique sua resposta.
RESPOSTA: Não, pois neste caso afetaria a finalidade pública, por neste prédio funciona a sede de uma empresa de iluminação do estado.
Questão Objetiva
Marque a alternativa ERRADA em relação aos bens reciprocamente considerados
(   ) o bem principal é um bem que possui existência autônoma, própria, já os bens acessórios dependem da existência de outro bem.
(x) as pertenças são coisas móveis ou imóveis destinadas ao serviço ou ornamentação de um bem principal como parte integrante. Gabarito
(   ) os frutos, produtos e rendimentos são bens acessórios.
(   ) benfeitoria é toda obra ou despesa feita na coisa principal para conservá-la ou melhorá-la.
(   ) o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis.
Plano de Aula 8
Casos Concretos 1:
Tema: DOS FATOS JURÍDICOS.
Maria desejava muito ter um filho, mas em razão de sua infertilidade, acabou adotando Francisco, que fora abandonado ao nascer na porta da maternidade. Em razão disso, foi necessário montar um novo quarto para receber seu herdeiro; ela, então precisou comprar móveis novos e um lindo enxoval para o bebê. Na semana seguinte à adoção de seu filho, Maria recebeu a notícia do nascimento de seu sobrinho, Bernardo, filho de sua irmã Filomena e ficou muito emocionada ao ser convidada para ser sua madrinha.
a) Encontre no caso narrado: um fato jurídico, ato jurídico e negócio jurídico.
FATO JURÍDICO: Abandono da criança na maternidade.
ATO JURÍDICO: Adoção da criança.
NEGOCIO JURÍDICO: Compra de móveis novos e enxoval.
b) Por que o fato da irmã de Maria tê-la convidado para ser madrinha de seu filho não configura um negócio jurídico?
RESPOSTA: Por não haver norma ou lei que regule este acordo.
Casos Concretos 2:
Alcebíades, desde criança, mal consegue se comunicar em razão de ter nascido com uma anomalia genética, que lhe dificulta a conversação e o entendimento de coisas banais do dia-a-dia. Atualmente, ele tem 38 anos e reside em imóvel próprio. Ontem, caminhando pelo jardim, resolveu cavar um buraco para plantar uma palmeira, ocasião na qual encontrou um baú com diversas jóias do Século XVII.
1) Qual a natureza jurídica do ato de Alcebíades (achar o tesouro)?
RESPOSTA: Ato-fato jurídico ressalta-se a consequência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideração a vontade de praticá-lo.
2) Alcebíades poderá adquirir a propriedade do tesouro mesmo sendo absolutamente incapaz? Justifique.
RESPOSTA: Sim, por força do disposto no art. 1.264 do Código Civil, ainda que se trate de um absolutamente incapaz.
questão objetiva
Sobre a teoria geral dos fatos jurídicos, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O que caracteriza o ato-fato jurídico é tratar-se de ato humano avolitivo que entra no mundo jurídico como fato.
b) No ato-fato jurídico a vontade do agente não integra o suporte fático, razão pela qual o louco pode praticá-lo eficazmente.
c) O ato-fato é um fato natural a que se atribui os mesmos efeitos dos atos humanos.
d) No ato-fato é irrelevante que o agente queira ou não praticar o ato, bastando que o pratique para que o ato exista e produza efeitos.

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