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DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA TÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Antes da Lei n. 12.015/2009: Título VI – Dos Crimes contra os Costumes. CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 1) Estupro Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Antes da Lei n. 12.015/2009: Estupro Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: (...) Atentado violento ao pudor Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Constranger ... Violência / Grave ameaça: a) Ter conjunção carnal b) Praticar outro ato libidinoso c) Permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso DIREITO COMPARADO CÓDIGO PENAL PORTUGUÊS “Artigo 164º - Violação 1 - Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de resistir, constranger outra pessoa: a) A sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, cópula, coito anal ou coito oral; ou b) A sofrer introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos; é punido com pena de prisão de três a dez anos.” CÓDIGO PENAL FRANCÊS (art. 222-23): “Todo ato de penetração sexual, de qualquer natureza, contra pessoa de outrem por violência, coação, ameaça ou surpresa é uma violação [estupro]. A violação [O estupro] será apenada com quinze anos de reclusão criminal” Violência Real x Violência Presumida Antes da Lei n. 12.015/2009: Presunção de violência Art. 224 - Presume-se a violência, se a vítima: a) não é maior de catorze anos; DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância; c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência. Problema 1: presunção relativa ou absoluta? Problema 2: no caso de conjunção carnal realizada com menor de 14 anos, sem violência real, pode-se aplicar a causa de aumento do art. 9º, Lei 8.072/90? Lei n. 8072/90: (...) Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal. STJ - RESP 886841 “PENAL. RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO. VIOLÊNCIA REAL. VÍTIMA COM 81 ANOS DE IDADE. RECONHECIMENTO DE FRAGILIDADE FÍSICA CARACTERIZADORA DA IMPOSSIBILIDADE DE OFERECER RESISTÊNCIA. INCIDÊNCIA DA MAJORANTE PREVISTA NO ART. 9º DA LEI 8.072⁄90. AUSÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIA QUALIFICADORA. IRRELEVÂNCIA. ART. 2º, § 1º, DA LEI8.072⁄90. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. PROGRESSÃO DE REGIME. POSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Reconhecer a majoração constante do art. 9º da Lei 8.072⁄90 nos casos de simples presunção de violência constituiria repudiável bis in idem, uma vez que essa circunstância já integra o tipo penal nas hipóteses em que não há violência real. 2. Entretanto, tratando-se de hipótese de violência real, seja moral ou física, que por si só enseja a condenação pelos crimes sexuais em tela, aliada à circunstância de ser a vítima incapaz de oferecer resistência, tem-se aplicável a mencionada causa de aumento de pena, independentemente de restarem configuradas as qualificadoras constantes do art. 223 do Código Penal. 3. Não se pode confundir os conceitos de violência real como forma autônoma para a implementação do tipo penal, independente da presunção de violência, com a forma qualificada prevista no art. 223 do Código Penal. 4. Nos termos expostos, não há falar em bis in idem (que somente ocorreria nas hipóteses de violência ficta, presumida, onde não há recusa expressa da vítima), mas no efetivo respeito ao princípio da proporcionalidade, pelo qual condutas diversas merecem reprimendas diversas, na medida da sua reprovabilidade ou hediondez, pois é indiscutível que o estupro praticado mediante violência real contra uma pessoa de avançada idade e reconhecida fragilidade física enseja maior juízo de reprovação. (...).” Alteração da Lei n. 12.015/2009: revogação do art. 224 do CP e criação do “estupro de vulnerável” (art. 217-A), adiante transcrito. Várias condutas (das alíneas “a”, “b”, “c”) 1) em contextos fáticos distintos (concurso material / crime continuado) 2) no mesmo contexto fático (crime único / concurso material) TIPO SIMPLES/UNÍVOCO: “apresentam uma única via para sua realização”. Exs. CP, arts. 121, 155 TIPO MISTO: “compreendem mais de um tipo, sob uma unidade exterior” • ALTERNATIVO: “quando há mais de uma variedade do mesmo caso”. Exs. art. 33, Lei n. 11.343/2006; CP, art. 317 [Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.] • CUMULATIVO (ACUMULADO): “quando há mais de um caso” (FRAGOSO). Exs. CP, arts. 208, 242. [CP, Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.] Várias condutas (das alíneas “a”, “b”, “c”) 1) em contextos fáticos distintos (concurso material / crime continuado) 2) no mesmo contexto fático (crime único / concurso material) Jurisprudência do STF e do STJ antes da Lei n. 12.015/2009: STF –HC 70334 - Direito Penal e Processual Penal. Atentado violento ao pudor e estupro, praticados contra a mesma vítima. Concurso material de delitos e não crime continuado. Intimação da sentença condenatória. Renuncia do Defensor ao mandato. Cerceamento de defesa. Sustentação oral. Nulidades. 1. É pacifico o entendimento do S.T.F., no sentido de que configura hipótese de concurso material de delitos - e não crime continuado - a pratica de atentado violento ao pudor e de estupro, em sequencia, contra a mesma vítima. Precedentes. 2. (...). STJ – HC 46011 HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. CRIME CONTINUADO. IMPOSSIBILIDADE. PROGRESSÃO DO REGIME PRISIONAL. 1. Não é possível a aplicação da continuidade delitiva para os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor, embora do mesmo gênero, não são da mesma espécie, elementar necessária para a aplicação do favor legal inserto no artigo 71 do Código Penal. 2. (...). Jurisprudência do STF e do STJ após a Lei n. 12.015/2009: STF – HC 99544 EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. CONCURSO MATERIAL. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ALTERAÇÃO DOS ARTS. 213 E 214 DO CÓDIGO PENAL, NOS TERMOS DA LEI 12.015/2009. REITERAÇÃO DE PEDIDO JÁ DENEGADO PELA PRIMEIRA TURMA DO STF. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. SÚMULA 611/STF. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. A decisão impugnada deu pela ocorrência de concurso material entre os delitos de estupro e atentado violento ao pudor, nos termos da reiterada jurisprudência do STJ e do STF. 2. (...) 3. Sucede que, após o julgamento, a Lei 12.015/2009, editada em 07 de agosto de 2009, alterou substancialmente a disciplina dos crimes pelos quais o acionante foi condenado (arts. 213 e 214 do Código Penal). Alteração que fez cessar o óbice ao reconhecimento da continuidade delitiva entre o estupro e o atentado violento ao pudor, cometidos antes da vigência da Lei 12.015/2009. Precedentes. 4. Habeas corpus não conhecido, mas deferido de ofício para determinar ao Juiz das Execuções Penais que proceda, nos termos da Súmula 611 deste Supremo Tribunal Federal, à “aplicação de lei mais benigna”. Juízo que há de observar, pena de reformatio in pejus, os limites fixados no Agravo de Execução nº 70006882997/TJ/RS. STJ – HC 167517 - Sexta Turma HABEAS CORPUS. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MODIFICAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI Nº 12.015/09. LEI PENAL MAIS BENÉFICA. RETROATIVIDADE. CONDUTAS PRATICADAS CONTRA A MESMA VÍTIMA E NO MESMO CONTEXTO. CRIME ÚNICO. ORDEM CONCEDIDA. 1. A Sexta Turma desta Corte, no julgamento do HC nº 144.870/DF, da relatoria do eminente Ministro Og Fernandes, firmou compreensão no sentido de que, com a superveniência da Lei nº 12.015/2009, a conduta do crime de atentado violento ao pudor, anteriormente prevista no artigo 214 do Código Penal, foi inserida àquela do art. 213, constituindo, assim, quando praticadas contra a mesma vítima e num mesmo contexto fático, crime único de estupro. 2. Tendo em vista que o paciente foi condenado por ter praticado, mediante grave ameaça, conjunção carnal e coito anal contra a mesma vítima e no mesmo contexto, é de rigor, pelo princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, o afastamento da condenação pelo atentado violento ao pudor. 3. Habeas corpus concedido para determinar que o Juízo das Execuções proceda à nova dosimetria da pena, nos termos da Lei nº 12.015/2009, destacando que deverá ser refeita a análise das circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal. STJ – HC 87960 - Quinta Turma PENAL. HABEAS CORPUS. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. LEI Nº 12.015/2009. ARTS. 213 E 217-A DO CP. TIPO MISTO ACUMULADO. CONJUNÇÃO CARNAL. DEMAIS ATOS DE PENETRAÇÃO. DISTINÇÃO. CRIMES AUTÔNOMOS. SITUAÇÃO DIVERSA DOS ATOS DENOMINADOS DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA DE PRAELUDIA COITI. CRIME CONTINUADO. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. I - A reforma introduzida pela Lei nº 12.015/2009 unificou, em um só tipo penal, as figuras delitivas antes previstas nos tipos autônomos de estupro e atentado violento ao pudor. Contudo, o novel tipo de injusto é misto acumulado e não misto alternativo. II - Desse modo, a realização de diversos atos de penetração distintos da conjunção carnal implica o reconhecimento de diversas condutas delitivas, não havendo que se falar na existência de crime único, haja vista que cada ato - seja conjunção carnal ou outra forma de penetração - esgota, de per se, a forma mais reprovável da incriminação. III - Sem embargo, remanesce o entendimento de que os atos classificados como praeludia coiti são absorvidos pelas condutas mais graves alcançadas no tipo. IV - Em razão da impossibilidade de homogeneidade na forma de execução entre a prática de conjunção carnal e atos diversos de penetração, não há como reconhecer a continuidade delitiva entre referidas figuras. Ordem denegada. FORMAS QUALIFICADAS Antes da Lei n. 12.015/2009: Formas qualificadas Art. 223 - Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de oito a doze anos. Parágrafo único - Se do fato resulta a morte: Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. Após a Lei n. 12.015/2009: Art. 213. (...) § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos Crime qualificado pelo resultado (art. 19, CP) Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. 1) Dolo + dolo: art. 155, § 5º Art. 155. (...) § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 2) Dolo + culpa: art. 129, § 3º (crime preterdoloso) Art. 129. (...) Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 3) Culpa + culpa: art. 250, § 2º c/c art. 258, parte final Art. 250. (...) Incêndio culposo § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (...) Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. 4) Dolo + (dolo ou culpa): art. 157, § 3º DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA Art. 157. (...) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. STJ – HC 37583 CRIMINAL. HC. ROUBO QUALIFICADO E LATROCÍNIO. CONCURSO DE AGENTES. PARTICIPAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA. INAPLICABILIDADE. CONTINUIDADE DELITIVA. IMPOSSIBILIDADE. DOSIMETRIA. ATENUANTES. MENORIDADE E CONFISSÃO. PENA ABAIXO DO MÍNIMO. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO À PROGRESSÃO DE REGIME. CONSTITUCIONALIDADE. ORDEM DENEGADA. I. Tendo o acórdão transitado em julgado, a via estreita do habeas corpus não é própria para a sua desconstituição, salvo nos casos de flagrante e inequívoca ilegalidade, hipótese não verificada no caso. II. O latrocínio é delito qualificado pelo resultado, sendo que o evento de maior gravidade (morte) pode ser imputado na forma de dolo ou de culpa. Precedente. (...) VII. No delito de roubo, a objetividade jurídica do tipo penal é o patrimônio, ao passo que, no delito de latrocínio, por sua vez, buscar-se proteger, além do patrimônio, a vida da vítima, incidindo a regra do concurso material. Precedentes. VIII. Ordem denegada. Problema: art. 213, § 1º, primeira parte e art. 213, § 2º: 1, 2 ou 4? PENAS: Estupro simples: reclusão 6 a 10 anos Lesão grave (art. 129, § 1º): reclusão 1 a 5 anos Lesão gravíssima (art. 129, § 2º): reclusão 2 a 8 anos Homicídio simples: reclusão 6 a 20 anos Estupro qualificado (lesão grave): reclusão 8 a 12 anos Estupro qualificado (morte): reclusão 12 a 30 anos AÇÃO PENAL Antes da Lei n. 12.015/2009 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES GERAIS Formas qualificadas Art. 223 - Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave: (...) Art. 224 - Presume-se a violência, se a vítima: (...) Ação penal Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. §1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública: I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família; II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. § 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação. RESUMO Privada (regra) • art. 225, caput Pública Incondicionada • Formas qualificadas (regra geral – art. 100) • Abuso de pátrio poder/padrasto/tutor/curador (art. 225, §1º, II) • Casos de violência real (STF – Súmula 608) Pública Condicionada • Vítima pobre (art. 225, §1º, I c/c art. 225, § º) Após a Lei n. 12.015/2009 Ação penal DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. RESUMO Pública Condicionada • Regra (art. 225, caput) Pública Incondicionada • Vítimas menores de 18 anos ou vulnerável (art. 225, par. único) • Formas qualificadas (regra do art. 101 e Súmula 608-STF) • Casos de violência (STF – Súmula 608) A ação penal no crime complexo Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. Aumento de pena Art. 226. A pena é aumentada: I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; Concurso de pessoas como causa de aumento: 1) Coautoria/Participação: Fragoso/ M.Noronha/ Nucci/ Luis Regis Prado/ Masson Fundamento: ausência de distinção na lei (como ocorre no caso do art. 146, § 1º) 1) Apenas Coautoria: Hungria/Bitencourt/Greco Fundamento: interpretação teleológica Jurisprudência para o concurso de pessoas como causa de aumento no caso de furto: Furto (art. 155, § 4º, IV): “- Furto simples. A qualificadora prevista no inc. IV, do § 4º, do art. 155, do C. Penal ("mediante concurso de duas ou mais pessoas"), é de caráter objetivo. A qualificação do furto decorre de sua prática, por duas ou mais pessoas. Impõe-se a concorrência para o crime em atos de execução. Recurso extraordinário conhecido, mas improvido.” (STF – RE 90339) “PENAL - FURTO SIMPLES - CONCURSO DE PESSOAS - APELAÇÃO DO MP IMPROVIDA - RECURSO ESPECIAL - NEGATIVA DE VIGENCIA AOS ARTS. 155, PAR. 4., IV C/C 29 DO CP. 1. A qualificadora do concurso de pessoas tem lugar em face da maior ameaça ao bem jurídico tutelado. 2. No caso de furto onde apenas um dos agentes subtrai a coisa, cabendo ao outro ocultá-la, não se configura a qualificadora do concurso de pessoas. 3. Seria necessário que ocorresse a cooperação de ambos na subtração da coisa para que fosse aplicada a qualificadora. 4. recurso conhecido e improvido.” (STJ – RESP 90451 – 6ª Turma) Aumento de pena Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: I – (VETADO); II – (VETADO); III - de metade, se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. ESTUPRO – Questões Polêmicas 1) Conjunção carnal e outro ato libidinoso no mesmo contexto fático (crime único/concurso material/crime continuado) 2) Houve “abolitio criminis” do atentado violento ao pudor (revogação do art. 214)? 3) O cônjuge pode ser vítima (sujeito passivo)? 4) Consumação: há necessidade de contato físico? 5) Crime hediondo (forma simples e qualificada) (art. 1º, V, Lei 8.072/90) Lei 8.072/90 DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (...) Antes da Lei 12.015/2009 V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) STF – HC 87281 EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME HEDIONDO. ESTUPRO SIMPLES COM VIOLÊNCIA PRESUMIDA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO: CONSTRANGIMENTO ILEGAL. INOCORRÊNCIA. PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL. POSSIBILIDADE. I - Não há falar em falta de fundamentação do acórdão impugnado quanto ao regime de cumprimento da pena, se há referência expressa à Lei 8.072/90. II - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que "os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor, tanto nas suas formas simples (Código Penal, arts. 213 e 214) como nas qualificadas (Código Penal, art. 223, caput e parágrafo único), são crimes hediondos. Leis 8.072/90, redação da Lei 8.930/94, art. 1º, V e VI." HC 81.288/SC, Plenário, Rel. p/ acórdão Min. Carlos Velloso, DJU 25.4.2003. III - Após o julgamento do HC 82.929/SP pelo Plenário do STF, não mais é vedada a progressão de regime prisional aos condenados pela prática de crimes hediondos. IV - Ordem parcialmente concedida. Lei 8.072/90 Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (...) V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Após a Lei n. 12.015/2009(art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 6) É possível estupro qualificado na forma tentada? 7) Prova do estupro 2) Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Antes da Lei n. 12.015/2009 Posse sexual mediante fraude Art. 215. Ter conjunção carnal com mulher, mediante fraude: Pena - reclusão, de um a três anos Atentado ao pudor mediante fraude Art. 216. Induzir alguém, mediante fraude, a praticar ou submeter-se à prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Pena - reclusão, de um a dois anos. Após a Lei n. 12.015/2009 Fraude/outro meio (vício na vontade) para (Ter conjunção carnal ou Praticar outro ato libidinoso) Fraude: • Identidade do agente • Legitimidade do ato sexual Exemplos: irmão gêmeo, ginecologista, pai de santo ART. 215 – Violação sexual mediante fraude TIPO OBJETIVO Ter conjunção carnal... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual TIPO SUBJETIVO Dolo DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa CONSUMAÇÃO Prática do ato (conjunção/ato libidinoso) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): confronto com o art. 217-A, § 1º (parte final) 3) Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) § 2 o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 216-A – Assédio sexual TIPO OBJETIVO Constranger alguém... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Pessoa que seja superior hierárquico / tenha ascendência SUJEITO PASSIVO Subordinado/empregado CONSUMAÇÃO Com o constrangimento (prática do ato – exaurimento – NUCCI) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): fragmentariedade do Direito Penal CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) VULNERÁVEIS: 1) menor de 14 (catorze) anos (art. 217-A) 2) alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (art. 217-A, § 1º) 3) alguém que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência (art. 217-A, § 1º) 4) menor de 18 (dezoito) anos (art. 218-B) 5) alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (art. 218-B, parte final) Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 4) Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA § 4 o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 217-A – Estupro de vulnerável TIPO OBJETIVO Ter conjunção... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Menor de 14 anos; problema mental; não pode oferecer resistência (pessoa vulnerável) CONSUMAÇÃO Com o ato libidinoso QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): 1) vulnerabilidade absoluta/relativa – 14 anos e não 12 (ECA); 2) lei penal mais gravosa e retroatividade (art. 9º Lei 8.072/90 – aumento metade). 5) Corrupção de menores Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Lei n. 8.069/90 (c/ alteração da Lei n. 12.015/2009): Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. § 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. CÓDIGO PENAL Antes da Lei n. 12.015/2009 Art. 218 - Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Após a Lei n. 12.015/2009 Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Art. 218-A - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (menor de 14 anos) Art. 218-B - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (menor de 18 anos) ART. 218 – (mediação para servir a lascívia) TIPO OBJETIVO Induzir alguém menor de 14 ... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual TIPO SUBJETIVO Dolo DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Pessoa menor de 14 anos CONSUMAÇÃO Com a prática do ato pelo menor QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): Confronto com estupro (art. 217-A) – exceção à teoria monista? (art. 29, CP) 6) Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 218-A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente TIPO OBJETIVO Praticar, na presença de alguém... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual (prisma moral) TIPO SUBJETIVO Dolo/Dolo específico(satisfação da lascívia) SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Pessoa menor de 14 anos CONSUMAÇÃO Prática do ato na presença da vítima QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): ausência de contato físico entre o agente e a vítima; há necessidade da presença física? 7) Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3 o Na hipótese do inciso II do § 2 o , constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA Mesma ressalva do art. 218: exemplos: fotos eróticas, casas de strip tease, disque sexo “Art. 217-A. (...) § 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.” ART. 218-B – Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável TIPO OBJETIVO Submeter, induzir ou atrair à prostituição... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Menor de 18 e maior de 14 anos CONSUMAÇÃO Efetiva prostituição/exploração sexual QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): 1) quem pratica ato libidinoso com a vítima (circ. caput) / 2) menor de 14 anos que pratica ato mediante paga (concurso de crimes – arts. 218-B e 217-A?) CAPÍTULO III DO RAPTO (Tipos revogados pela Lei nº 11.106, de 2005) CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Ação penal Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Aumento de pena Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA CAPÍTULO V DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 8) Mediação para servir a lascívia de outrem Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1 o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) Pena - reclusão, de dois a cinco anos. § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência. § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. ART. 227 – Mediação para servir a lascívia de outrem TIPO OBJETIVO Induzir alguém a ... OBJETO JURÍDICO Moralidade sexual pública TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa (não vulnerável)/Coletividade CONSUMAÇÃO Prática de ato pela vítima p/ satisfação da lascívia do beneficiário QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): pessoa já prostituída como sujeito passivo 9) Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência. § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. ART. 228 – Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual TIPO OBJETIVO Induzir ou atrair... OBJETO JURÍDICO Moralidade sexual pública TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa (não vulnerável) CONSUMAÇÃO A partir do momento em que se configurar a habitualidade DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): pessoa já prostituída como sujeito passivo.. 10) Casa de prostituição Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Crime habitual ou permanente? É possível a prisão em flagrante? STF - HC 36723, Relator: Min. Nelson Hungria, Julgado em 27/05/1959 “'Habeas-Corpus'; Sua denegação. O crime habitual nada tem de incompatível com a prisão em flagrante”. TJRS - HC 70002358299, Julgado em 25/04/2001 “HABEAS CORPTJS. PREVENTIVA. Para subsistência do flagrante, em crime habitual, exige-se comprovação da habitualidade na lavratura do auto. Delito do art. 229 CP. Palavra da ré-paciente, confirmatória do funcionamento regular da boate, havendo ratificação testemunhal. Instrução regular, em obediência aos prazos legais. Habeas denegado.” STJ - HC 42995, 2005 “HABEAS CORPUS. CASA DE PROSTITUIÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. AUTO DENTRO DOS PADRÕES LEGAIS. MENOR ALICIADA. CONTINUIDADE DA CUSTÓDIA. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO. O crime de manutenção de casa de prostituição tipifica objetivamente uma conduta permanente, pouco importando o momento da fiscalização do poder público e a comprovação de haver, no instante da prisão, relacionamento sexual das aliciadas. Ordem denegada.” ART. 229 – Casa de prostituição TIPO OBJETIVO Manter, por conta ... OBJETO JURÍDICO Moralidade sexual pública/bons costumes TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Coletividade CONSUMAÇÃO Efetiva manutenção - crime habitual (não admite tentativa*) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): tolerância / conivência -> atipicidade material? STF HC 104467 EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. CASA DE PROSTITUIÇÃO. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: IMPOSSIBILIDADE. CONDUTA TÍPICA. CONSTRANGIMENTO NÃO CONFIGURADO. 1. No crime de manter casa de prostituição, imputado aos Pacientes, os bens jurídicos protegidos são a moralidade sexual e os bons costumes, valores de elevada importância social a serem resguardados pelo Direito Penal, não havendo que se falar em aplicação do princípio da fragmentariedade. 2. Quanto à aplicação do princípio da adequação social, esse, por si só, não tem o condão de revogar tipos penais. Nos termos do art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (com alteração da Lei n. 12.376/2010), “não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. 3. Mesmo que a conduta imputada aos Pacientes fizesse parte dos costumes ou fosse socialmente aceita, isso não seria suficiente para revogar a lei penal em vigor. 4. Habeas corpus denegado. STJ - AG RESP – 1167646 DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA PENAL. CASA DE PROSTITUIÇÃO. TOLERÂNCIA OU DESUSO. TIPICIDADE. 1. Esta Corte firmou compreensão de que a tolerância pela sociedade ou o desuso não geram a atipicidade da conduta relativa à pratica do crime do artigo 229 do Código Penal. 2. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. 11) Rufianismo Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1 o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 230 – Rufianismo TIPO OBJETIVO Tirar proveito da ... OBJETO JURÍDICO Moralidade sexual pública/bons costumes TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Pessoa prostituída/Coletividade CONSUMAÇÃO Com o proveito habitual (crime habitual) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): confronto com art. 228 (STJ – HC 8.914 – Rufianismo absorve o favorecimento*) STJ - HC 8914 PENAL. HC. CONCURSO APARENTE DE NORMAS. CONSUNÇÃO DO CRIME DE FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO PELO DE RUFIANISMO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Menor, trabalhando para o paciente, com a função de fazer programas com homens e mulheres, com ele dividia o dinheiro auferido, sendo, então, patente a sua condição de sócio oculto do incapaz que, na dicção de NÉLSON HUNGRIA, funcionava como sócio de indústria. 2. Nestas circunstâncias, não obstante o angariamento de clientes a indicar, in thesi, o favorecimento à prostituição, este delito foi absorvido pelo de rufianismo, pela preponderância do indevido proveito, consubstanciado na participação nos lucros. Em suma, o menor exercia a prostituição e o paciente dela tirava proveito direto, numa espécie de sociedade. 3. Ordem concedida para excluir da condenação a pena relativa ao crime do art. 228 do Código Penal. 12) Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o A pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3 o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 231 – Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual TIPO OBJETIVO Promover ou facilitar ... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual e moralidade sexual pública TIPO SUBJETIVO Dolo/(Dolo específico* ?) SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa/Coletividade CONSUMAÇÃO Ingresso/saída (+ exploração sexual) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): é formal ou material? / competência para o processo (CF, art. 109, V) 13) Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o A pena é aumentada da metade se: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3 o Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ART. 231-A – Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual TIPO OBJETIVO Promover ou facilitar ... OBJETO JURÍDICO Liberdade sexual e moralidade sexual pública TIPO SUBJETIVO Dolo/(Dolo específico* ?) SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa/Coletividade CONSUMAÇÃO Deslocamento (+ exploração sexual) QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): é formal ou material? / competência para o processo .... Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO VI DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR 14) Ato obsceno DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. ART. 233 – Ato obsceno TIPO OBJETIVO Praticar ato ... OBJETO JURÍDICO Moralidade pública TIPO SUBJETIVO Dolo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Coletividade CONSUMAÇÃO Com a prática do ato QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): crime impossível se não houver presença de público? STF - HC 83996 EMENTA: Habeas corpus. Ato obsceno (art. 233 do Código Penal). 2. Simulação de masturbação e exibição das nádegas, após o término de peça teatral, em reação a vaias do público. 3. Discussão sobre a caracterização da ofensa ao pudor público. Não se pode olvidar o contexto em se verificou o ato incriminado. O exame objetivo do caso concreto demonstra que a discussão está integralmente inserida no contexto da liberdade de expressão, ainda que inadequada e deseducada. 4. A sociedade moderna dispõe de mecanismos próprios e adequados, como a própria crítica, para esse tipo de situação, dispensando-se o enquadramento penal. 5. Empate na decisão. Deferimento da ordem para trancar a ação penal. Ressalva dos votos dos Ministros Carlos Velloso e Ellen Gracie, que defendiam que a questão não pode ser resolvida na via estreita do habeas corpus. 15) Escrito ou objeto obsceno Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. ART. 234 – Escrito ou objeto obsceno TIPO OBJETIVO Fazer, importar, exportar.... OBJETO JURÍDICO Moralidade sexual pública TIPO SUBJETIVO Dolo/Dolo específico (para o fim...) SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO Coletividade CONSUMAÇÃO Prática do ato QUESTÕES POLÊMICAS (DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA): o tipo é inconstitucional? (CF, art. 5º, IV, IX, art. 220 e § 2º) CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES GERAIS (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL IV–RESUMO ESQUEMÁTICO (sujeito a alterações/correções em sala de aula) – Prof. PEDRO VIEIRA III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)