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Responsa civil no Direito do Trabalho

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Enviado por André Luís em

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ASPECTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DO ACIDENTE
 DE TRABALHO
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A RESPONSABILIDADE DECORRE DE OBRIGAÇÃO NÃO CUMPRIDA
 O DESCUMPRIMENTO PODE SER
 DE UM DEVER LEGAL (CIVIL ou PENAL) OU DE UM CONTRATO 
O ILÍCITO É A TRANSGRESSÃO DE UM DEVER JURÍDICO
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NO ILÍCITO PENAL O AGENTE VIOLA UMA NORMA PENAL, DE DIREITO PÚBLICO; NO ILÍCITO CIVIL, A NORMA VIOLADA É DE INTERESSE PRIVADO
A PRINCIPAL DISTINÇÃO ENTRE O ILÍCITO PENAL E O CIVIL É A GRAVIDADE DE SUA REPERCUSSÃO NOS BENS SOCIAIS 
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A RESPONSABILIDADE CIVIL PODE SER:
EXTRACONTRATUAL ou AQUILIANA – quando decorre da violação de um dever legal (imposto por lei ou princípio jurídico)
CONTRATUAL – quando decorre do inadimplemento de um contrato ou de um vínculo obrigacional preexistente
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A RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DIVIDE-SE:
SUBJETIVA 
Ato ilícito (ação ou omissão)
Culpa ou dolo do agente
Nexo de causalidade
Dano experimentado pela vítima
Art. 186 CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
OBJETIVA – independe de culpa 
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EXCLUDENTES DE ILICITUDE – art. 188 CC
Legítima defesa
Exercício regular de um direito
Estado de necessidade
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 CULPA 
Negligência, que é a falta de atenção, a ausência de cuidado necessário, pela qual o agente deixa de prever o resultado que podia e devia ser previsto;
Imprudência, que consiste em agir o sujeito sem as cautelas necessárias; 
Imperícia, que consiste na inaptidão técnica para a prática de um ato. 
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CULPA PRESUMIDA – presume-se a culpa do causador do dano
CULPA CONTRA A LEGALIDADE - quando o dever violado decorre de texto expresso em lei
DOLO – VONTADE CONSCIENTE E DIRIGIDA À PRODUÇÃO DO RESULTADO
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NEXO DE CAUSALIDADE 
Concorrência de causas 
Concausas 
Excludentes do nexo de causalidade
Fato exclusivo da vítima
Fato de terceiro
Caso fortuito e força maior
Cláusula de não indenizar
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DANO – pode ser:
Material – Danos emergentes e lucros cessantes 
Moral e estético
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RESPONSABILIDADE OBJETIVA
 Art. 927 CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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Casos previstos em lei
Administração pública – art. 37, §6º, da CF
Relações de consumo – Art. 12 e 14 do CDC
Meio ambiente – art. 225 CF
Fato de outrem – art. 932 e 933 CC
Fato da Coisa – art. 936 a 938 CC
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TEORIA DO RISCO
risco integral – pelo qual qualquer fato obriga o agente a reparar o dano, bastando a existência de dano ligado a um fato para que surja o direito à indenização; 
risco-proveito – baseado na idéia de que quem tira proveito ou vantagem de uma atividade e causa dano a outrem tem o dever de repará-lo; 
risco-criado – pela qual a responsabilidade de reparar o dano surge do desenvolvimento de uma atividade perigosa pelo agente, capaz de criar risco para terceiros. 
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ACIDENTE DE TRABALHO
Pode ser:
TÍPICO – 
ATÍPICO – Doença Ocupacional:
 - Doença Profissional
 - Doença do Trabalho 
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LEI 8.213/1991 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
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Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
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§ 1º. Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º. Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
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I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
(...)
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
(...) 
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Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento.
 (Artigo acrescentado pela Lei nº 11.430, de 26.12.2006, DOU 27.12.2006) 
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 DO ACIDENTE DE TRABALHO SOFRIDO PELO EMPREGADO PODEM OCORRER DUAS ESPÉCIES DE INDENIZAÇÃO:
Indenização previdenciária – paga pelo INSS
Indenização do empregador – quando este incorrer em dolo ou culpa 
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 Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
 (...)
 XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
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 Portanto, a obrigação de indenização por parte do empregador decorre da existência de dolo ou culpa, independente de qualquer gradação, e, verificando-se as hipóteses de excludente de ilicitude (Artigo 188 do Código Civil) ou nexo de causalidade, como o caso fortuito, força maior ou fato exclusivo da vítima, estará o empregador isento de pagamento de indenização. Entretanto a indenização previdenciária será sempre devida ao trabalhador que sofrer infortúnio, não se questionando a existência de dolo ou culpa, tanto por parte do empregado quanto por parte do empregador.
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A responsabilidade objetiva prevista no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, se traduz na teoria do risco-criado e se observa nas atividades tidas como perigosas à sociedade, tendo como exemplo de atividades perigosas as de serviços nucleares (Art. 21, XXIII da Constituição Federal) e as lesivas ao meio-ambiente (Art. 225, §3º da Constituição Federal), bem como as de mineração e outros, não se incluindo aqui, necessariamente, o acidente do trabalho. 
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 A alteridade que preside a atividade econômica do empregador não pode determinar responsabilidade objetiva deste em relação ao danos decorrentes do acidente do trabalho, porque, a sociedade, como um todo, também se beneficia do empreendimento e desenvolvimento econômico das empresas, inclusive o próprio
trabalhador, assim, também devem arcar com o ônus de infortúnios da atividade, ou seja, quando o acidente ocorre sem qualquer participação do empregador, e isto já está concretizado na indenização previdenciária.

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