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CCJ0007-WL-LC-Guia Acadêmico de Direito - Direito Penal 04 - Parte Especial 02

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Enviado por Waldeck Lemos de Arruda Junior em

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CRIMES CONTRA A 
DIGNIDADE SEXUAL
1. Crimes contra a liberdade sexual: 
1.1. Estupro (artigo 213 do CP): 
“Constranger alguém, mediante vio-
lência ou grave ameaça, a ter conjun-
ção carnal ou a praticar ou permitir 
que com ele se pratique outro ato 
libidinoso.”
1.1.1. Conduta: constranger alguém 
por meio de violência ou grave ame-
aça. a) Conjunção carnal consiste na 
introdução completa ou incompleta do 
pênis do agente na vagina da vítima. 
b) Ato libidinoso é aquele destinado a 
satisfazer a lascívia, ou seja, o apetite 
sexual do agente. Dessa maneira, 
o ato deve ter conteúdo sexual que 
atente ao pudor médio da sociedade. 
Podemos citar como exemplo o coito 
anal, o coito oral, o apalpar das partes 
do corpo (nádegas, seios, pernas), 
ainda que a vítima esteja vestida etc. 
No que tange ao beijo lascivo, há di-
vergência sobre o enquadramento ou 
não como ato libidinoso. Os doutrina-
dores que entendem não confi gurar o 
crime em tela, enquadram tal conduta 
como importunação ofensiva ao pudor, 
descrita no artigo 61 da lei de contra-
venções penais. 
Cabe salientar que quanto ao estupro 
praticado por meio de ato libidinoso 
há uma polêmica na doutrina. Para 
Nelson Hungria o ato libidinoso deve 
ser objetiva e subjetivamente libidi-
noso, com o mínimo de dimensão de 
sexualidade e com o fi m de satisfazer 
a libido do agente. Já Magalhães de 
Noronha, diz que o ato deve ser ape-
nas objetivamente libidinoso, basta a 
consciência da libidinosidade. Como 
exemplo, podemos citar o caso do in-
dividuo que querendo apenas humilhar 
apalpa os seios de uma mulher na rua.
1.1.2. Sujeito ativo: pode ser pratica-
do por qualquer pessoa, seja homem 
ou mulher. Portanto, trata-se de crime 
comum. 
1.1.3. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa. 
1.1.4. Elemento subjetivo: dolo, que 
consiste na vontade livre e consciente 
de praticar a ação descrita no tipo. 
1.1.5. Consumação: consuma-se o 
delito com a introdução completa ou 
incompleta do pênis na vagina ou pela 
prática de ato libidinoso. Conforme 
entendimento do STJ, não havendo 
exame de corpo de delito devem ser 
aceitos outros tipos de provas. Nesse 
caso a palavra da vítima ganha espe-
cial relevo. 
1.1.6. Tentativa: é perfeitamente pos-
sível tanto na conjunção carnal como 
no caso da prática de atos libidinosos. 
1.1.7. Forma qualificada: inicial-
mente cabe salientar que a forma 
qualifi cada dos delitos de estupro e do 
atentado violento ao pudor (decorrente 
da prática de ato libidinoso) antes da 
mudança, não se localizavam em seus 
próprios tipos penais, mas sim nas 
Disposições Gerais sobre os crimes 
contra a liberdade sexual. Porém, com 
o advento da Lei 12.015/09 o crime 
de estupro ganhou três qualifi cadoras 
em seu próprio tipo: a) se da conduta 
resulta lesão corporal de natureza 
grave (a lesão corporal deve ser con-
tra a vítima do crime); b) se a vítima 
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 
14 (catorze) anos; c) se da conduta 
resulta morte (a morte deve ser con-
tra a vítima do crime, caso contrário 
haverá concurso material de crimes 
em decorrência da teoria versari in 
re ilicita – as consequências de uma 
ação criminosa devem ser imputadas 
ao agente, independente de ser ou 
não o objetivo fi nal dele). 
1.1.8. Ação penal: é pública condi-
cionada à representação. Porém, se a 
vítima é menor de 18 anos ou pessoa 
vulnerável o crime é de ação penal 
pública incondicionada. 
1.1.9. Lei dos crimes hediondos: 
prevê o art. 1º da Lei n. 8.072/90 que 
são considerados crimes hediondos 
o estupro em sua forma simples ou 
qualifi cada.
1.1.10. Vários estupros contra a 
mesma vítima na mesma ocasião: 
há uma tendência jurisprudencial em 
caracterizá-lo como crime único. 
1.1.11. Estupro contra vítimas di-
versas: o STF se manifestou no sen-
tido de restar confi gurado o concurso 
material, tendo em vista a vedação 
à continuidade delitiva em crimes 
contra liberdade sexual contra vítimas 
diversas. 
1.1.12. Estupro e contágio de do-
ença venérea: nesta hipótese restará 
confi gurado o concurso formal, em que 
agente mediante uma só ação pratica 
dois ou mais crimes (artigo 130 combi-
nado com o artigo 213 ambos do CP).
1.1.13. Estupro e sequestro ou 
cárcere privado: com a entrada em 
vigor da Lei 11.106/05, a privação da 
liberdade de uma pessoa com fi m libi-
dinoso será considerada sequestro ou 
cárcere privado na forma qualifi cada 
(artigo 148, § 1º, V do CP). 
1.1.14. Identificação criminal: o 
artigo 5º, LVIII da CF prevê que 
o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei. A 
revogada Lei 10.054/00 que dispunha 
sobre identifi cação criminal, previa 
em seu artigo 3º, I que o indiciado 
ou acusado pela prática de crimes 
sexuais deveriam ser submetidos a 
identifi cação criminal. Porém, com o 
advento da Lei 12.037/09, que revo-
gou a lei acima citada, tal inciso foi 
suprimido, sendo que só será possível 
a identifi cação criminal se essencial 
às investigações policiais, segundo 
despacho da autoridade judiciária 
competente, que decidirá de ofício ou 
mediante representação da autoridade 
DIREITO PENAL 
ESPECIAL II
2
policial, do Ministério Público ou da 
defesa (artigo 3º, IV da Lei 12.037/09)
1.1.15. Questões interessantes: 
a) É preciso contato físico da vítima 
com alguém para confi gurar o crime 
de estupro?
Sim, a posição majoritária diz que é 
necessário contato físico da vítima 
com o agente ou com alguém ao 
comando do agente para confi gurar o 
atentado violento ao pudor, em virtude 
da exigência dos núcleos praticar ou 
permitir que com ele se pratique. 
b) Constranger alguém a se auto-
masturbar configura o crime de 
estupro?
Não. Não esta praticando nem tam-
pouco permitindo que com ele se 
pratique nada. Ocorre apenas a visão 
lasciva. A vítima, no caso, está sofren-
do constrangimento ilegal (artigo 146 
do CP). 
c) O fato do agente acariciar os pés 
da vítima, por ter que tem uma libido 
anormal por pés, confi gura crime 
de estupro ?
Não. O ato deve ser objetivamente 
considerado libidinoso, isto é, reco-
nhecido como libidinoso pelos costu-
mes, pela coletividade.
1.1.16. Principais mudanças ocorri-
das em decorrência da Lei 12.015/09: 
o artigo 213 do CP compilou em um 
único tipo os crimes anteriormente 
tidos como estupro e atentado violento 
ao pudor, tornando, a partir da nova lei, 
as condutas de constranger alguém à 
conjunção carnal ou qualquer ato libi-
dinoso como crime de estupro. Com 
isso, notamos que tal delito passou 
a ser um crime de ação múltipla ou 
conteúdo variado. 
Ressalte-se também, que enquanto 
no delito anterior o sujeito passivo só 
poderia ser mulher, neste, poderá ser 
praticado tanto contra homem quanto 
contra mulher. 
A forma qualifi cada, que antes es-
tava prevista nas disposições gerais, 
agora vem descrita dentro do próprio 
tipo penal, com o acréscimo de mais 
uma circunstância qualifi cadora, qual 
seja: se o crime for praticado contra 
vitima menor de 18 anos e maior de 
14 anos. 
Já no que tange à forma qualifi cada 
pelo evento morte, a pena máxima foi 
elevada para 30 anos. 
1.2. Violência sexual mediante frau-
de (artigo 215 do CP): “Ter conjunção 
carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com alguém, mediante fraude ou outro 
meio que impeça ou difi culte a livre 
manifestação de vontade da vítima”. 
Sendo que fraude é o engodo utilizado 
pelo agente para induzir ou manter 
a vítima em erro. Empregado para 
enganar a vítima sobre a identidade 
pessoal do agente ou sobre a legiti-
midade do ato sexual. 
1.2.1. Conduta: conjunção carnal ou 
ato libidinoso por meio do emprego 
de fraude ou outro meio que impeça 
ou difi culte a livre manifestação de 
vontade da vítima. Cumpre ressaltar 
que a doutrina denomina esse delito 
como “estelionato sexual”,
em decor-
rência do modo de execução do delito 
em tela. 
1.2.2. Sujeito ativo: pode ser pratica-
do por qualquer pessoa, independen-
temente do sexo. 
1.2.3. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa, homem ou mulher, casta ou 
promíscua. 
1.2.4. Elemento subjetivo: dolo, que 
consiste na vontade livre e consciente 
de praticar a ação descrita no tipo. 
1.2.5. Consumação: consuma-se o 
delito com a introdução completa ou 
incompleta do pênis na vagina ou pela 
prática de ato libidinoso. 
1.2.6. Tentativa: é perfeitamente pos-
sível tanto na conjunção carnal como 
no caso da prática de atos libidinosos. 
1.2.7. Cumulação da pena de multa: 
se o crime for cometido com o fi m de 
obter vantagem econômica, aplica-se 
a pena de multa cumulativamente 
(artigo 215, parágrafo único do CP). 
1.2.8. Ação penal: é pública condi-
cionada à representação. Porém, se a 
vítima é menor de 18 anos ou pessoa 
vulnerável o crime é de ação penal 
pública incondicionada. 
1.2.9. Principais mudanças ocor-
ridas em decorrência da Lei 
12.015/09: tal lei trouxe a junção dos 
delitos anteriormente tidos como pos-
se sexual mediante fraude e atentado 
violento ao pudor mediante fraude, 
sendo a conduta agora chamada de 
violação sexual mediante fraude. 
Essa violação pode ser por meio 
de conjunção carnal ou qualquer 
outro ato libidinoso. No que tange ao 
modo de execução do delito, além da 
fraude, que já estava prevista no ar-
tigo revogado, o legislador acrescen-
tou mais uma maneira de execução, 
qual seja: outro meio que impeça ou 
difi culte a livre manifestação de von-
tade da vítima. 
Houve a supressão da qualifi cadora 
decorrente do fato da vítima ser 
virgem, maior de 14 e menor de 18 
anos. mas, em contrapartida, a pena 
mínima foi elevada para 2 (dois) anos 
e a máxima para 6 (seis) anos. 
E, por fi m, cumpre mencionar que 
o legislador acrescentou a pena de 
multa, caso o delito seja cometi-
do com o fi m de obter vantagem 
econômica, exigindo-se assim, dolo 
específi co do agente. 
1.3. Assédio Sexual (artigo 216A 
do CP): “Constranger alguém com 
o intuito de obter vantagem ou favo-
recimento sexual, prevalecendo-se o 
agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes 
ao exercício de emprego, cargo ou 
função”. 
1.3.1. Conduta: constranger alguém. 
Neste delito não há emprego de vio-
lência ou grave ameça, mas apenas 
de intimidação, fator crucial à diferen-
ciação do delito de estupro.
1.3.2. Elemento normativo do tipo: 
a lei exige que o agente seja superior 
hierárquico da vítima ou tenha sobre 
ela ascendência, condições inerentes 
ao exercício de emprego, cargo ou 
função. O agente, portanto, aproveita-
se, abusa dessa superioridade hierár-
quica para obter favores de natureza 
sexual.
1.3.3. Sujeito ativo: trata-se de crime 
próprio, devendo ser praticado por 
superior hierárquico ou por alguém 
com ascendência inerente ao exercí-
cio de emprego, cargo ou função. Se 
praticado por alguém do mesmo nível 
hierárquico ou inferior ao da vítima 
não haverá o crime em tela, sendo 
chamado de “assédio ambiental”. 
1.3.4. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa (homem ou mulher), desde 
que seja subalterna ao agente ou hie-
rarquicamente inferior. A vítima, diante 
do temor de perder o emprego ou de 
sofrer outras represálias relacionadas 
ao exercício de seu trabalho, cede aos 
desejos sexuais do agente. 
1.3.5. Elemento subjetivo: dolo, que 
consiste na vontade livre e consciente 
de praticar a ação descrita no tipo. 
1.3.6. Consumação: trata-se de 
crime formal, em que só há necessi-
dade da conduta, sem consequência 
3
obrigatória do resultado para sua ca-
racterização. Consuma-se com o ato 
de constranger a vítima, sendo pres-
cindível que o agente efetivamente 
obtenha a vantagem ou favorecimento 
sexual. 
1.3.7. Tentativa: é admissível somen-
te no assédio realizado na forma es-
crita, sendo inadmissível nas demais 
hipóteses.
1.3.8. Causa de aumento de pena: a 
pena é aumentada em até um terço se 
a vítima for menor de 18 anos. 
1.3.9. Ação penal: é pública condi-
cionada à representação. Porém, se a 
vítima é menor de 18 anos ou pessoa 
vulnerável o crime é de ação penal 
pública incondicionada. 
1.3.10. Principais mudanças 
ocorridas em decorrência da Lei 
12.015/09: o crime de assédio sexual 
foi um dos únicos crimes contra os 
costumes mantidos pelo legislador. 
Houve apenas a inserção de uma 
causa de aumento de pena decorren-
te do fato da vítima ser menor de 18 
(dezoito) anos. 
2. Crimes sexuais contra vulnerá-
veis: 
2.1. Estupro de vulnerável (artigo 
217A do CP): “Ter conjunção carnal 
ou praticar outro ato libidinoso com 
menor de 14 (catorze) anos”. 
Obs: Ressalte-se que dentre os maio-
res de 14 anos, enquadram-se os que 
acabaram de completar tal idade.
2.1.1. Conduta: constranger alguém. 
2.1.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
2.1.3. Sujeito passivo: qualquer pes-
soa (homem ou mulher), desde que 
menor de 14 anos e o agente tinha 
ciência da idade da vítima. 
2.1.4. Elemento subjetivo: dolo, que 
consiste na vontade livre e consciente 
de praticar a ação descrita no tipo. 
2.1.5. Consumação: consuma-se o 
delito com a introdução completa ou 
incompleta do pênis na vagina ou pela 
prática de ato libidinoso. 
2.1.6. Tentativa: é perfeitamente 
admissível (vide comentários sobre 
estupro – artigo 213 do CP).
2.1.7. Ação penal: ação penal pública 
incondicionada, tendo em vista que a 
vítima é menor de 18 anos. 
2.1.8. Figura equiparada: incorre na 
mesma pena quem pratica as ações 
descritas no caput com alguém que, 
por enfermidade ou defi ciência mental, 
não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode ofe-
recer resistência. A enfermidade ou 
defi ciência metal deve ser constatada 
por perícia. 
2.1.9. Qualifi cadoras: se dá conduta 
resulta lesão corporal de natureza 
grave ou morte. 
2.1.10. Principais mudanças 
ocorridas em decorrência da Lei 
12.015/09: houve a inserção da fi g-
ura de estupro de vulnerável, sendo 
que a partir de então, a violência não 
á mais presumida (antigo art. 224 
do CP) quando o crime é praticado 
contra menor de 14 anos, alienada 
ou débil mental, ou contra alguém 
que não possa oferecer resistência. 
Este passou a ser tido como delito 
autônomo, e, por consequência dis-
pensa do tipo o constrangimento por 
meio de violência ou grave ameaça. 
Basta a simples conjunção carnal ou 
a prática de algum ato libidinoso com 
menor de 14 anos, ou com defi ciente 
mental que não possua o necessário 
discernimento para a prática do ato, 
ou com pessoa que não possa ofe-
recer resistência, que resta confi gu-
rado o estupro de vulnerável. 
Encontramos a forma qualifi cada em-
butida em tal delito, sendo que caso 
ocorra lesão corporal de natureza 
grave, a pena é elevada para os pata-
mares de 10 a 20 anos, maior do que 
a estabelecida no crime de estupro 
contra maiores de 14 anos. Porém, 
no que tange ao evento morte, a 
pena será de 12 a 30 anos, a mesma 
prevista no delito de estupro comum 
(art. 213, §3º do CP). 
2.2. Corrupção de menores (artigo 
218 do CP): “Induzir alguém menor 
de 14 (catorze) anos a satisfazer a 
lascívia de outrem”.
2.2.1. Conduta: induzir alguém, ou 
seja, persuadir, aliciar, levar alguém, 
por qualquer meio, a praticar uma 
ação para satisfazer a lascívia de 
outrem, ou a prestar-se a satisfazer o 
desejo erótico de terceiro. Lascívia diz 
respeito a sensualidade, libidinagem.
Obs.: se o agente induz a vítima a 
satisfazer a lascívia de um número 
indeterminado de pessoas haverá cri-
me de favorecimento da prostituição.
Obs.: se algum ato libidinoso for prati-
cado com a vítima o agente responde 
por estupro de vulnerável. 
2.2.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
2.2.3. Sujeito passivo: qualquer pes-
soa (homem
ou mulher), desde que 
menor de 14 anos e o agente tinha 
ciência da idade da vítima. 
2.2.4. Elemento subjetivo: dolo, que 
consiste na vontade livre e consciente 
de praticar a ação descrita no tipo. 
2.2.5. Consumação: consuma-se 
com a prática pela vítima de atos 
destinados a satisfazer a lascívia de 
outrem. Basta a prática de um ato, pois 
não se trata de crime habitual. 
2.2.6. Tentativa: é perfeitamente 
admissível.
2.2.7. Ação penal: é pública incondi-
cionada, tendo em vista que a vítima 
é menor de 18 anos. 
2.2.8. Principais mudanças ocor-
ridas em decorrência da Lei 
12.015/09: o delito de corrupção 
de menores sofreu uma drástica 
modifi cação, conservando apenas 
sua denominação, pois em nada se 
assemelha à corrupção de menores 
descrita no artigo 218 do CP antes da 
revogação. 
Se analisarmos o novo tipo intitulado 
de corrupção de menores, verifi care-
mos que ele é idêntico ao delito de-
scrito no artigo 227 do código penal 
(mediação para servir a lascívia de 
outrem), sendo que o que o diferen-
cia é apenas o fator idade. 
2.3. Satisfação de lascívia medi-
ante presença de criança ou ado-
lescente (artigo 218A): “Praticar, 
na presença de alguém menor de 14 
(catorze) anos, ou induzi-lo a pres-
enciar, conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso, a fi m de satisfazer lascívia 
própria ou de outrem”. 
2.3.1. Conduta: Praticar, na presen-
ça de alguém menor de 14 (catorze) 
anos, ou induzi-lo a presenciar, con-
junção carnal ou outro ato libidinoso, 
a fi m de satisfazer lascívia própria ou 
de outrem.
2.3.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
2.3.3. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa desde que menor de 14 anos 
e o agente tinha ciência da idade da 
vítima. 
2.3.4. Elemento subjetivo: dolo 
específi co, ou seja, o agente deve 
ser impelido a praticar o delito para 
satisfazer satisfazer a lascívia própria 
ou de outrem
2.3.5. Consumação: quando menor 
presencia ato de libidinagem, e, no 
4
induzimento, com o simples induzi-
mento. 
2.3.6. Tentativa: é perfeitamente 
admissível.
2.3.7. Ação penal: é pública incondi-
cionada, tendo em vista que a vítima 
é menor de 18 anos.
2.3.8. Principais mudanças ocor-
ridas em decorrência da Lei 
12.015/09: nesse artigo em comento 
temos disposto o antigo crime de 
corrupção de menores. Porém, os 
verbos corromper ou facilitar a cor-
rupção foram suprimidos do novo 
tipo e a vítima deve ser menor de 14 
(catorze) anos. 
2.4. Favorecimento da prostitu-
ição ou outra forma de exploração 
sexual de vulnerável (artigo 218B 
do CP): “Submeter, induzir ou atrair 
à prostituição ou outra forma de ex-
ploração sexual alguém menor de 18 
(dezoito) anos ou que, por enfermi-
dade ou defi ciência mental, não tem 
o necessário discernimento para a 
prática do ato, facilitá-la, impedir ou 
difi cultar que a abandone”.
2.4.1. Conduta: submeter, induzir, 
atrair à prostituição ou outra forma 
de exploração sexual ou facilitá-la, 
impedir ou difi cultar que a abandone. 
2.4.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Neste delito o agente facilita o meretrí-
cio de pessoas determinadas. 
2.4.3. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa desde que menor de 18 anos, 
enfermo/ defi ciente mental ou que não 
tenha o necessário discernimento para 
a prática do ato, mesmo que essa 
pessoa seja prostituta. 
2.4.4. Elemento subjetivo: dolo ge-
nérico, salvo se tiver intuito de obter 
vantagem econômica, em que teremos 
a necessidade de dolo específi co.
2.4.5. Figura equiparada: quem 
pratica conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso com alguém menor de 18 
(dezoito) e maior de 14 (catorze) anos 
na situação descrita no caput deste 
artigo, bem como o proprietário, o ge-
rente ou o responsável pelo local em 
que se verifi quem as práticas referidas 
no artigo em comento. 
2.4.6. Efeito obrigatório da sentença 
penal condenatória: cassação da 
licença de localização e de funciona-
mento do estabelecimento em que se 
verifi quem as práticas do delito em 
questão. 
2.4.7. Consumação: no momento em 
que a vítima se dedica habitualmente a 
prostituição e se vê impedida de se re-
tirar dela. Ressalte-se que não se trata 
de crime habitual, pois basta o agente 
favorecer uma única vez a prostituição 
para que haja confi guração do delito. 
2.4.8. Tentativa: é perfeitamente 
admissível.
2.4.9. Forma qualificada: crime 
cometido com emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude. 
2.4.10. Ação penal: é pública incondi-
cionada, tendo em vista que a vítima 
é menor de 18 anos.
2.4.11. Principais mudanças ocorri-
das em decorrência da Lei 12.015/09: 
o caput desse delito se assemelha ao 
crime descrito no artigo 228 do código 
penal (favorecimento da prostituição 
ou outra forma de exploração sexual). 
Porém, temos duas diferenciações 
que devem ser feitas. Uma no que 
tange a ação, visto que nesse delito 
há a inclusão do verbo submeter. A 
segunda diferença consiste no fator 
idade. Para que haja a tipifi cação no 
artigo 218-b, é necessário que a vítima 
seja menor de 18 anos, enferma ou 
com defi ciência mental sem necessá-
rio discernimento para a prática do ato. 
Ressalte-se que tal crime está intitu-
lado como favorecimento da prosti-
tuição ou outra forma de exploração 
sexual de vulnerável, mas, neste de-
terminado caso, o legislador consid-
erou vulnerável o menor de 18 anos, 
diferentemente do que consta no ar-
tigo 217A. 
A grande novidade foi a criminaliza-
ção expressa da conduta daquele 
que pratica conjunção carnal ou outro 
ato libidinoso com alguém menor de 
18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) 
anos na situação descrita no caput 
deste artigo. Lembrando que se tal 
ato se verifi car com menor de 14 
anos será considerado estupro de 
vulnerável. 
Também foi tipifi cada como crime a 
conduta do proprietário, gerente ou 
responsável, que cede o local para 
que se verifi quem as práticas refe-
ridas no caput deste artigo, o que o 
aproximava em parte do crime de-
scrito no artigo 229 do CP (casa de 
prostituição), antes da alteração da 
lei 12.015/2009. 
Por fi m, temos o § 3º que dispõe so-
bre um efeito específi co e obrigatório, 
que é gerado automaticamente pela 
lei, não necessitando nem mesmo de 
decisão judicial. desse modo, basta a 
condenação no crime descrito no art. 
218-b, §2°, II, para que haja a cassa-
ção licença de localização e de func-
ionamento do estabelecimento. 
3. Disposições legais: 
3.1. Ação Penal: nos crimes contra a 
liberdade sexual e nos crimes sexuais 
contra vulnerável, procede-se median-
te ação penal pública condicionada à 
representação. Procede-se, entretan-
to, mediante ação penal pública incon-
dicionada se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
3.2. Causas de aumento de pena: 
de quarta parte, se o crime é cometido 
com o concurso de 2 (duas) ou mais 
pessoas; ou da metade, se o agente 
é ascendente, padrasto ou madrasta, 
tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da 
vítima ou por qualquer outro título tem 
autoridade sobre ela.
4. Lenocínio e tráfi co de pessoa 
para fi m de prostituição ou outra 
forma de exploração sexual (artigo 
227 do CP): 
4.1. Mediação para servir à lascívia 
de outrem: “induzir alguém a satisfa-
zer a lascívia de outrem.” 
4.1.1. Conduta: consubstancia-se no 
verbo “induzir”, que signifi ca persuadir, 
aliciar, levar alguém, por qualquer 
meio, a praticar uma ação para satisfa-
zer a lascívia de outrem, a prestar-se a 
satisfazer o desejo erótico de terceiro. 
Lascívia diz respeito a sensualidade, 
libidinagem.
Obs.: se o agente induz a vítima a 
satisfazer a lascívia de um número 
indeterminado de pessoas, haverá cri-
me de favorecimento da prostituição.
4.1.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
4.1.3. Sujeito passivo: qualquer 
pessoa. 
4.1.4. Elemento subjetivo: dolo 
genérico. 
4.1.5. Consumação: consuma-se 
com a
prática pela vítima com atos 
destinados a satisfazer a lascívia de 
outrem. 
4.1.6. Tentativa: perfeitamente ad-
missível.
4.1.7. Qualifi cadoras: se a vítima é 
maior de 14 (catorze) e menor de 18 
(dezoito) anos, ou se o agente é seu 
ascendente, descendente, cônjuge ou 
5
companheiro, irmão, tutor ou curador 
ou pessoa a quem esteja confi ada 
para fi ns de educação, de tratamento 
ou de guarda; ou se o crime é come-
tido com emprego de violência, grave 
ameaça ou fraude.
4.1.8. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.1.9. Lenocínio questuário: assim 
denominada quando há o intuito de 
lucro, aplicando-se além da pena 
cominada, a pena de multa.
4.2. Favorecimento da prostituição 
ou outra forma de exploração se-
xual (artigo 228 do CP): “induzir ou 
atrair alguém à prostituição ou outra 
forma de exploração sexual, facilitá-
la, impedir ou difi cultar que alguém a 
abandone”.
4.2.1. Conduta: induzir, atrair à pros-
tituição ou outra forma de exploração 
sexual ou facilitá-la, impedir ou difi cul-
tar que a abandone. 
4.2.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Neste delito o agente facilita o meretrí-
cio de pessoas determinadas. 
4.2.3. Sujeito passivo: qualquer pes-
soa, mesmo que essa seja prostituta. 
4.2.4. Elemento subjetivo: dolo ge-
nérico, salvo se tiver intuito de obter 
vantagem econômica, em que teremos 
a necessidade de dolo específi co.
4.2.5. Consumação: se consuma no 
momento em que a vítima se dedica 
habitualmente a prostituição e se vê 
impedida de se retirar dela. Ressalte-
se que não se trata de crime habitual, 
pois basta o agente favorecer uma 
única vez a prostituição para que haja 
confi guração do delito. 
4.2.6. Tentativa: é perfeitamente 
admissível.
4.2.7. Qualifi cadoras: se o agente é 
ascendente, padrasto, madrasta, ir-
mão, enteado, cônjuge, companheiro, 
tutor ou curador, preceptor ou empre-
gador da vítima, ou se assumiu, por lei 
ou outra forma, obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; ou se o crime, 
é cometido com emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude.
4.2.8. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.2.9. Principais mudanças ocorri-
das em decorrência da Lei 12.015/09: 
houve um acréscimo no tipo quanto a 
fi gura de “outra forma de exploração 
sexual”. Também foi cominada a pena 
de multa no caput desse delito. 
No que tange ao § 1º retirou-se a 
fi gura do menor de 18 anos e maior 
de 14 anos, pois neste caso há a tipi-
fi cação autônoma no artigo 218-b. 
Ressalte-se que nas formas qualifi ca-
das não há cominação prévia de pena 
de multa, devendo esta ser aplicada 
apenas quando houver fi nalidade es-
pecífi ca de lucro, conforme previsão 
expressa no § 3º desse artigo. 
Por fi m, cumpre salientar que houve 
o acréscimo de mais uma qualifi ca-
dora, prevista no §2° desse artigo, 
que ocorre quando o crime for co-
metido com emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude. 
4.3. Casa de prostituição (artigo 229 
do CP): “manter, por conta própria 
ou de terceiro, estabelecimento em 
que ocorra exploração sexual, haja, 
ou não, intuito de lucro ou mediação 
direta do proprietário ou gerente”.
Tutela-se a disciplina da vida sexual, 
de acordo com os bons costumes, a 
moralidade pública e a organização 
da família.
Obs.: não se inclui neste conceito 
o local destinado para encontro, 
isto é, hotéis e motéis, pois não são 
destinados única e exclusivamente 
ao favorecimento da prostituição. 
Sendo necessário comprovar que os 
empregados se prestam a exercer a 
prostituição. 
4.3.1. Conduta: manter, ou seja, 
conservar. 
4.3.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Não se exige que o proprietário realize 
qualquer intermediação, ou seja, cap-
tação de clientela.
4.3.3. Sujeito passivo: agente que 
se dedica à prostituição ou o que fre-
qüenta o local destinado a encontros 
libidinosos.
4.3.4. Consumação: com o início de 
manutenção da casa de prostituição 
ou local para encontros libidinosos, 
independente da prática de qualquer 
ato sexual. 
4.3.5. Tentativa: é inadmissível, pois 
se trata de crime habitual.
4.3.6. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.3.7. Principais mudanças ocor-
ridas em decorrência da Lei 
12.015/09: neste delito o legislador, 
visando abarcar o maior numero pos-
sível de situações houve por bem 
modifi car o termo “ casa de prostitu-
ição ou lugar destinado a encontros 
para fi m libidinoso” por “estabeleci-
mento em que ocorra exploração 
sexual” 
4.4. Rufi anismo (artigo 230 do CP): 
“tirar proveito da prostituição alheia, 
participando diretamente de seus 
lucros ou fazendo-se sustentar, no 
todo ou em parte, por quem a exerça”.
Tutela-se o regular desenvolvimento 
das atividades sexuais, de acordo 
com a moral e os bons costumes. 
Protege-se também a prostituta contra 
a exploração do rufi ão, aquele que 
procura tirar proveito do exercício da 
prostituição alheia.
4.4.1. Conduta: tirar proveito da 
prostituição alheia, participando dire-
tamente de seus lucros. Exige-se que 
o proveito econômico seja proveniente 
do exercício da prostituição. 
4.4.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
4.4.3. Sujeito passivo: pessoa que 
exerce a prostituição.
4.4.4. Elemento subjetivo: dolo 
genérico.
4.4.5. Consumação: consuma-se no 
momento em que a conduta do agente 
se torna habitual, ou seja, quando 
há prática reiterada da ação nuclear 
descrita no tipo. 
4.4.6. Tentativa: inadmissível por ser 
crime permanente e habitual. 
4.4.7. Qualifi cadoras: Se o crime é 
cometido mediante violência, grave 
ameaça, fraude ou outro meio que im-
peça ou difi culte a livre manifestação 
da vontade da vítima.
4.4.8. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.4.9. Principais mudanças ocor-
ridas em decorrência da Lei 
12.015/09: Houve o acréscimo no 
§ 1º (artigo 230 do CP) dos sujeitos 
ativos: padrasto, madrasta, enteado, 
preceptor ou empregador da vítima, 
ou por quem assumiu, por lei ou outra 
forma, obrigação de cuidado, prote-
ção ou vigilância. E, no § 2º houve o 
acréscimo dos seguintes modos de 
execução: fraude ou outro meio que 
impeça ou difi culte a livre manifesta-
ção da vontade da vítima. mas, neste 
caso, não se aplica mais a pena de 
multa anteriormente prevista. 
4.5. Tráfi co internacional de pessoa 
para fi m de exploração sexual (arti-
go 231 do CP): “Promover ou facilitar 
a entrada, no território nacional, de 
alguém que nele venha a exercer a 
prostituição ou outra forma de explora-
ção sexual, ou a saída de alguém que 
6
vá exercê-la no estrangeiro.”
4.5.1. Conduta: promover ou facilitar.
4.5.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
4.5.3. Sujeito passivo: pessoa que 
exerce ou venha exercer a prostitui-
ção.
4.5.4. Elemento subjetivo: dolo 
genérico.
4.5.5. Consumação: com a entrada 
ou saída da pessoa no território na-
cional para o exercício da prostituição. 
4.5.6. Tentativa: é perfeitamente 
possível.
4.5.7. Figura equiparada: incorre na 
mesma pena aquele que agenciar, 
aliciar ou comprar a pessoa trafi cada, 
assim como, tendo conhecimento des-
sa condição, transportá-la, transferi-la 
ou alojá-la 
4.5.8. Causa de aumento de pena: 
a pena é aumentada da metade se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
se a vítima, por enfermidade ou defi -
ciência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato; 
se o agente é ascendente, padrasto, 
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, pre-
ceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; há emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude.
4.5.9. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.5.10. Principais mudanças ocorri-
das em decorrência da Lei 12.015/09: 
nesse delito retirou-se do caput a ação 
de intermediar, acrescentou-se à des-
tinação da vítima
para outra forma de 
exploração sexual. 
O legislador descreveu na nova reda-
ção do §1º outras ações, equiparando-
as ao crime defi nido no caput. 
Já na forma qualificada, houve o 
acréscimo de algumas fi guras, que 
aumentam a pena à metade: exemplo 
se o crime for cometido contra vítima, 
que por enfermidade ou defi ciência 
mental, não tem o necessário dis-
cernimento para a prática do ato; 
se o agente for padrasto, madrasta, 
enteado, preceptor ou empregador da 
vítima, ou por quem assumiu, por lei 
ou outra forma, obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância.
4.6. Tráfi co interno de pessoa para 
fi m de exploração sexual (artigo 
231A do CP): “Promover ou facilitar 
o deslocamento de alguém dentro do 
território nacional para o exercício da 
prostituição ou outra forma de explo-
ração sexual ”
4.6.1. Conduta: promover ou facilitar.
4.6.2. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
4.6.3. Sujeito passivo: pessoa que 
exerce ou venha exercer a prostitui-
ção.
4.6.4. Elemento subjetivo: dolo 
genérico.
4.6.5. Consumação: a prática de uma 
das condutas descrita no tipo, não 
sendo necessário que a vítima venha 
efetivamente exercer a prostituição. 
4.6.6. Tentativa: é perfeitamente 
possível.
4.6.7. Figura equiparada: incorre na 
mesma pena aquele que agenciar, 
aliciar ou comprar a pessoa trafi cada, 
assim como, tendo conhecimento des-
sa condição, transportá-la, transferi-la 
ou alojá-la 
4.6.8. Causa de aumento de pena: 
a pena é aumentada da metade se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
se a vítima, por enfermidade ou defi -
ciência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato; 
se o agente é ascendente, padrasto, 
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, pre-
ceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, 
obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; há emprego de violência, 
grave ameaça ou fraude.
4.6.9. Ação penal: é pública condicio-
nada à representação.
4.6.10. Principais mudanças 
ocorridas em decorrência da Lei 
12.015/09: o legislador alterou o verbo 
do caput desse artigo, sendo que a 
simples promoção ou facilitação para 
o deslocamento de alguém no territó-
rio nacional, para fi m de exploração 
sexual, já caracteriza o crime do art. 
231-a do CP. 
Em relação às fi guras equiparadas e 
às qualifi cadoras, esse delito possui 
a mesma essência do crime acima 
estudado, sendo assim, remetemos 
o leitor para os comentários acima 
descritos. 
5. Causa genérica de aumento de 
pena (artigo 134A do CP): nos crimes 
contra a dignidade sexual a pena é 
aumentada de metade, se do crime 
resultar gravidez; e de um sexto até a 
metade, se o agente transmite à vitima 
doença sexualmente transmissível 
de que sabe ou deveria saber ser 
portador.
Obs.: os processos em que se apuram 
crimes defi nidos neste Título correrão 
em segredo de justiça (artigo 134B 
do CP)
 LINK ACADÊMICO 1
ULTRAJE PÚBLICO AO 
PUDOR
1. Ato obsceno
1.1. Previsão legal: art. 233, CP.
1.2. Descrição típica: Praticar ato 
obsceno em lugar público, ou aberto 
ou exposto ao público (pena: deten-
ção, de 3 meses a 1 ano, ou multa).
1.3. Conduta: executar ato de modo a 
ofender a moralidade pública.
1.4. Sujeitos do crime: 
1.4.1. ativo: qualquer pessoa; 
1.4.2. passivo: a coletividade.
1.5. Elemento subjetivo: dolo.
1.6. Consumação: com a prática de 
ato em lugar público ou aberto ou ex-
posto ao público que venha a violar a 
moralidade pública.
1.7. Tentativa: admite-se.
1.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. A competência é do Juizado 
Especial Criminal.
Obs: o ato obsceno alberga uma valo-
ração cultural e temporal. O obsceno 
macula o pudor, transmitindo uma 
conduta indecorosa e revelando um 
sentido sexual.
2. Escrito ou objeto obsceno
2.1. Previsão legal: art. 234, CP
2.2. Descrição típica: Fazer, impor-
tar, exportar, adquirir ou ter sob sua 
guarda, para fim de comércio, de 
distribuição ou de exposição pública, 
escrito, desenho, pintura, estampa ou 
qualquer objeto obsceno (pena: deten-
ção, de 6 meses a 2 anos, ou multa)
Obs: comete o mesmo crime quem 
vende, distribui ou expõe a venda ou 
ao público os objetos acima referidos; 
também comete o mesmo crime quem, 
em lugar público ou acessível ao pú-
blico, promove espetáculos teatrais 
ou cinematográfi cos caracterizados 
como obscenos.
2.3. Conduta: a exposição pública de 
objeto obsceno ou de espetáculo do 
mesmo gênero, que venha a ofender 
a moralidade pública.
2.4. Sujeitos do crime: 
2.4.1. ativo: qualquer pessoa; 
7
2.4.2. passivo: a coletividade.
2.5. Elemento subjetivo: dolo.
2.6. Consumação: consuma-se com 
a elaboração, importação, exportação, 
guarda ou simplesmente aquisição 
com a fi nalidade de comércio, distri-
buição ou exposição pública de objeto 
obsceno ou com a prática de espe-
táculos teatrais ou cinematográfi cos 
que venham a macular a moralidade 
pública.
2.7. Tentativa: admite-se.
2.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. A competência é do Juizado 
Especial Criminal.
 LINK ACADÊMICO 2
DOS CRIMES CONTRA A 
FAMÍLIA
É preceito constitucional (art. 226, 
caput, CF) que a família é base da 
sociedade, merecendo especial pro-
teção do Estado, inclusive do Direito 
Penal. Desse modo, dos delitos contra 
a família temos: 1. dos crimes contra 
o casamento; 2. dos crimes contra o 
estado de fi liação; 3. dos crimes contra 
a assistência familiar; 4. dos crimes 
contra o pátrio poder (após a edição 
do CC de 2002, passou-se a adotar 
a expressão poder familiar), tutela ou 
curatela.
1.Dos crimes contra o casamento
1.1. Bigamia (art. 235, CP)
Contrair alguém, sendo casado, novo 
casamento (pena: reclusão, de 2 a 6 
anos). Obs: dispõe o § 1º: Aquele que, 
não sendo casado, contrai casamento 
com pessoa casada, conhecendo essa 
circunstância, é punido com reclusão 
ou detenção, de 1 a 3 anos. Já o § 2º 
do mesmo artigo dispõe: Anulado por 
qualquer motivo o primeiro casamento, 
ou o outro por motivo que não a biga-
mia, considera-se inexistente o crime.
1.2. Induzimento a erro essencial 
e ocultação de impedi-mento (art. 
236, CP)
Obs: Contrair casamento, induzindo 
em erro essencial o outro contraente, 
ou ocultando-lhe impedimento que 
não seja casamento anterior (pena: 
detenção, de 6 meses a 2 anos).
Obs: dispõe o parágrafo único: A ação 
penal depende de queixa do contraen-
te enganado e não pode ser intentada 
senão depois de transitar em julgado 
a sentença que, por motivo de erro 
ou impedimento, anule o casamento.
1.3. Conhecimento prévio de impe-
dimento (art. 237, CP)
Obs: Contrair casamento, conhecendo 
a existência de impedimento que lhe 
cause a nulidade absoluta (pena: de-
tenção, de 3 meses a 1 ano).
1.4. Simulação de autoridade para 
celebração de casamento (art. 238, 
CP)
Obs: Atribuir-se falsamente autoridade 
para celebração de casamento (pena: 
detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não 
constitui crime mais grave).
1.5. Simulação de casamento (art. 
239, CP)
Obs: Simular casamento mediante 
engano de outra pessoa (pena: de-
tenção, de um a três anos, se o fato 
não constitui elemento de crime mais 
grave).
1.6. Adultério (art. 240, CP. Revoga-
do pela Lei 11.106/2005)
2. Dos crimes contra o estado de 
fi liação
2.1. Registro de nascimento inexis-
tente (art. 241, CP)
Obs: Promover no registro civil a 
inscrição de nascimento inexistente 
(pena: reclusão, de 2 a 6 anos).
2.2. Parto suposto. Supressão ou 
alteração de direito ine-rente ao 
estado civil de recém-nascido (art. 
242, CP)
Obs: Dar parto alheio como próprio; 
registrar como seu o fi lho de outrem; 
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, 
suprimindo ou alterando direito ineren-
te ao estado civil (pena: reclusão, de 2 
a 6 anos). Se o crime é praticado por 
motivo de reconhecida nobreza a pena 
é detenção, de 1 a 2 anos, podendo o
juiz deixar de aplicar a pena (parágrafo 
único).
2.3. Sonegação de estado de fi lia-
ção (art. 243, CP)
Obs: Deixar em asilo de expostos ou 
outra instituição de assistência fi lho 
próprio ou alheio, ocultando-lhe a 
fi liação ou atribuindo-lhe outra, com 
o fi m de prejudicar direito inerente ao 
estado civil (pena: reclusão, de 1 a 5 
anos, e multa).
3. Dos crimes contra a assistência 
familiar
3.1. Abandono material (art. 244, 
CP)
Obs: Deixar, sem justa causa, de 
prover a subsistência do cônjuge, ou 
de fi lho menor de 18 (dezoito) anos ou 
inapto para o trabalho, ou de ascen-
dente inválido ou maior de 60 (ses-
senta) anos, não lhes proporcionando 
os recursos necessários ou faltando 
ao pagamento de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou 
majorada; deixar, sem justa causa, de 
socorrer descendente ou ascendente, 
gravemente enfermo (pena: detenção, 
de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, 
de uma a dez vezes o maior salário 
mínimo vigente no País).
Obs: Nas mesmas penas incide quem, 
sendo solvente, frustra ou ilide, de 
qualquer modo, inclusive por abando-
no injustifi cado de emprego ou função, 
o pagamento de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou 
majorada (par. único).
3.2. Entrega de fi lho menor a pessoa 
inidônea (art. 245, CP)
Obs: Entregar fi lho menor de 18 (de-
zoito) anos a pessoa em cuja compa-
nhia saiba ou deva saber que o menor 
fi ca moral ou materialmente em perigo 
(pena: detenção, de 1 a 2 anos).
Obs: Prevê o § 1º: A pena é de 1 (um) 
a 4 (quatro) anos de reclusão, se o 
agente pratica delito para obter lucro, 
ou se o menor é enviado para o exte-
rior. Dispõe o § 2º: incorre, também, 
na pena do parágrafo anterior quem, 
embora excluído o perigo moral ou 
material, auxilia a efetivação de ato 
destinado ao envio de menor para o 
exterior, com o fi to de obter lucro.
3.3. Abandono intelectual (art. 246, 
CP)
Obs: Deixar, sem justa causa, de 
prover à instrução primária de fi lho em 
idade escolar (pena: detenção, de 15 
dias a 1 mês, ou multa).
3.4. Proteção a educação moral (art. 
247, CP)
Obs: Permitir alguém que menor de 
dezoito anos, sujeito a seu poder ou 
confi ado à sua guarda ou vigilância: 
I - freqüente casa de jogo ou mal-
afamada, ou conviva com pessoa 
viciosa ou de má vida; II - freqüente 
espetáculo capaz de pervertê-lo ou 
de ofender-lhe o pudor, ou participe 
de representação de igual natureza; 
III - resida ou trabalhe em casa de 
prostituição; IV - mendigue ou sirva a 
mendigo para excitar a comiseração 
pública (pena: detenção, de 1 a 3 
meses, ou multa).
8
4. Dos crimes contra o pátrio poder, 
tutela ou curatela
4.1. Induzimento a fuga, entrega ar-
bitrária ou sonegação de incapazes 
(art. 248, CP)
Obs: Induzir menor de dezoito anos, 
ou interdito, a fugir do lugar em que se 
acha por determinação de quem sobre 
ele exerce autoridade, em virtude 
de lei ou de ordem judicial; confi ar a 
outrem sem ordem do pai, do tutor ou 
do curador algum menor de dezoito 
anos ou interdito, ou deixar, sem justa 
causa, de entregá-lo a quem legitima-
mente o reclame (pena: detenção, de 
1 mês a 1 ano, ou multa).
4.2. Subtração de incapazes
Obs: Subtrair menor de dezoito anos 
ou interdito ao poder de quem o tem 
sob sua guarda em virtude de lei ou 
de ordem judicial (pena: detenção, 
de 2 meses a 2 anos, se o fato não 
constitui elemento de outro crime). § 
1º: O fato de ser o agente pai ou tutor 
do menor ou curador do interdito não 
o exime de pena, se destituído ou 
temporariamente privado do pátrio 
poder, tutela, curatela ou guarda. § 
2º: No caso de restituição do menor 
ou do interdito, se este não sofreu 
maus-tratos ou privações, o juiz pode 
deixar de aplicar pena.
 LINK ACADÊMICO 3
DOS CRIMES CONTRA A 
PAZ PÚBLICA
1. Incitação ao crime
1.1. Previsão legal: art. 286, CP.
1.2. Descrição típica: Incitar, publi-
camente, a prática de crime (pena: 
detenção, de 3 a 6 meses, ou multa)
1.3. Conduta: instigar, estimular ou 
induzir, de forma pública, na mente 
de pessoas a idéia de praticar um ou 
mais crimes.
1.4. Sujeitos do crime: 1.4.1. ativo: 
qualquer pessoa; 1.4.2. passivo: a 
coletividade.
1.5. Elemento subjetivo: dolo
1.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que um número indetermi-
nado de pessoas toma conhecimento 
da manifestação do agente.
1.7. Tentativa: admite-se.
1.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. A competência é do Juizado 
Especial Criminal.
2. Apologia de crime ou criminoso
2.1. Previsão legal: art. 287, CP.
2.2. Descrição típica: Fazer, publica-
mente, apologia de fato criminoso ou 
de autor de crime (pena: detenção, de 
3 a 6 meses, ou multa).
2.3. Conduta: elogiar ou enaltecer, 
publicamente, fato criminoso ou autor 
de crime.
2.4. Sujeitos do crime: 
2.4.1. ativo: qualquer pessoa; 
2.4.2. passivo: a coletividade.
2.5. Elemento subjetivo: dolo.
2.6. Consumação: consuma-se no 
momento em que um número in-
determinado de pessoas presencia 
a manifestação do pensamento do 
agente.
2.7. Tentativa: admite-se.
2.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. A competência é do Juizado 
Especial Criminal.
3. Quadrilha ou bando
3.1. Previsão legal: art. 288, CP.
3.2. Descrição típica: Associarem-se 
mais de três pessoas, em quadrilha ou 
bando, para o fi m de cometer crimes 
(pena: reclusão, de 1 a 3 anos).
3.3. Conduta: comportamento de pelo 
menos quatro pessoas aliadas com o 
objetivo de cometer crimes.
3.4. Sujeitos do crime: 3.4.1. ativo: 
qualquer pessoa (pelo menos quatro 
pessoas, não importando que sejam 
todas elas imputáveis); 3.4.2. passivo: 
a coletividade.
3.5. Elemento subjetivo: dolo.
3.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que pelo menos quatro 
pessoas aliam-se com o fi m de co-
meter crimes.
3.7. Tentativa: não se admite.
3.8. Forma qualificada pelo fim 
específi co: o art. 8º da Lei 8.072/90 
determina que será de 3 a 6 anos a 
pena prevista no art. 288, CP, quando 
se tratar de crimes hediondos, prática 
de tortura, tráfi co ilícito de entorpecen-
tes e drogas afi ns.
3.9. Causa de aumento de pena: 
preceitua o parágrafo único do art. 288 
que a pena será aplicada em dobro se 
a quadrilha ou bando é armado.
3.10. Ação penal: pública incondi-
cionada.
 LINK ACADÊMICO 4 
DOS CRIMES CONTRA A 
FÉ PÚBLICA
Fé pública é a confi ança que se tem 
em certos institutos jurídicos, neces-
sários para uma boa convivência em 
sociedade. Assim, é a crença na ve-
racidade e na autenticidade da moeda, 
de papéis, documentos, selos, símbo-
los ou sinais empregados nas relações 
sociais.
Obs: requisitos para a confi guração 
dos delitos contra a fé pública: 1. 
imitação ou alteração da verdade; 2. 
potencialidade do dano; 3. dolo.
1. Moeda falsa
1.1. Previsão legal: art. 289, CP.
1.2. Descrição típica: falsificar, 
fabricando-a ou alterando-a, moeda 
metálica ou papel-moeda de curso 
legal no país ou no estrangeiro (pena: 
reclusão, de 3 a 12 anos, e multa).
1.3. Conduta: falsifi car, criando ou 
alterando moeda metálica ou papel-
moeda em curso no Brasil ou no 
estrangeiro. A falsifi cação grosseira 
descaracteriza o crime de moeda 
falsa, podendo tipifi car, se for o caso, 
estelionato.
Obs: pratica o mesmo crime quem, 
por conta própria ou alheia, importa 
ou exporta, adquire, vende, troca, 
cede, empresta, guarda ou introduz 
na circulação moeda falsa.
1.4. Sujeitos do crime: 1.4.1. sujeito 
ativo: qualquer pessoa; 1.4.2. passivo: 
o Estado.
1.5. Elemento subjetivo: dolo.
1.6. Consumação: consuma-se com 
a falsifi cação da moeda, independen-
temente de sua efetiva circulação.
1.7. Tentativa: admite-se.
1.8. Forma privilegiada: art. 289, § 2º, 
CP: quem, tendo recebido de boa-fé, 
como verdadeira, moeda falsa ou alte-
rada, a restitui à circulação, depois de 
conhecer a falsidade, é punido com 
detenção, de 6 meses a 2 anos, e 
multa (competência
do JEC federal).
1.9. Forma qualifi cada: art. 289, § 3º, 
incs. I e II, CP: é punido com reclusão, 
de 3 a 15 anos, e multa, o funcionário 
público ou diretor, gerente, ou fi scal de 
banco de emissão (crime próprio) que 
fabrica, emite ou autoriza a fabricação 
ou emissão de moeda com título ou 
peso inferior ao determinado em lei de 
papel-moeda em quantidade superior 
à autorizada, bem como(art. 289, par. 
4º) nas mesmas penas incorre quem 
desvia e faz circular moeda, cuja cir-
culação não estava ainda autorizada.
1.10: Ação penal: pública incondi-
cionada. Competência da Justiça 
9
Federal.
2. Crimes assimilados ao de moeda 
falsa
2.1. Previsão legal: art. 290, CP.
2.2. Descrição típica: formar cédula, 
nota ou bilhete representativo de mo-
eda com fragmentos de cédulas, notas 
ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em 
nota, cédula ou bilhete recolhidos, 
para o fi m de restituí-los à circulação, 
sinal indicativo de sua inutilização; 
restituir à circulação cédula, nota ou 
bilhete em tais condições, ou já reco-
lhidos para o fi m de inutilização (pena: 
reclusão, de 2 a 8 anos, e multa).
2.3. Conduta: são três os compor-
tamentos tipifi cados: no primeiro, o 
agente utiliza fragmentos de notas 
verdadeiras, criando cédula falsa; no 
segundo, suprime das notas retiradas 
de circulação pela autoridade mone-
tária o sinal de sua inutilização; no 
terceiro, restitui à circulação cédula 
já recolhida para o fi m de inutilização.
2.4. Sujeitos do crime:
2.4.1. sujeito ativo: qualquer pessoa; 
2.4.2. passivo: o Estado.
2.5. Elemento subjetivo: dolo.
2.6. Consumação: nas duas primeiras 
fi guras, com a formação da nota ou 
com a supressão do sinal indicativo 
da inutilização, visando restituí-la 
à circulação; na terceira, quando a 
cédula retorna à circulação.
2.7. Tentativa: admite-se.
2.8. Forma qualifi cada: O parágrafo 
único do art. 290, CP, eleva para 12 
anos de reclusão e multa, se o crime 
é cometido por funcionário (crime pró-
prio) que trabalha na repartição onde o 
dinheiro se achava recolhido, ou nela 
tem fácil ingresso, em razão do cargo.
2.9. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência da Justiça Federal.
3. Petrechos para falsifi cação de 
moeda
3.1. Previsão legal: art. 291, CP.
3.2. Descrição típica: fabricar, adqui-
rir, fornecer, a título oneroso ou gratui-
to, possuir ou guardar maquinismo, 
aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto especialmente destinado à 
falsifi cação de moeda (pena: reclusão, 
de 2 a 6 anos, e multa).
3.3. Sujeitos do crime: 
3.3.1. sujeito ativo: qualquer pessoa; 
3.3.2. o Estado.
3.4. Elemento subjetivo: dolo.
3.5. Consumação: consuma-se com 
a posse, fabricação, aquisição, forne-
cimento ou guarda de equipamento 
voltado para falsifi cação de moeda.
3.6. Tentativa: admite-se.
3.7. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência da Justiça Federal.
4. Emissão de título ao portador 
sem permissão legal
4.1. Previsão legal: art. 292, CP.
4.2. Descrição típica: emitir, sem 
permissão legal, nota, bilhete, fi cha, 
vale ou título que contenha promessa 
de pagamento em dinheiro ao portador 
ou a que falte indicação do nome da 
pessoa a quem deva ser pago (pena, 
detenção de 1 a 6 meses, ou multa)
4.3. Sujeitos do crime: 4
4.3.1. Sujeito ativo: qualquer pessoa; 
4.3.2. Passivo: o Estado.
4.4. Elemento subjetivo: dolo.
4.5. Consumação: consuma-se com 
a emissão da nota, vale ou fi cha, bi-
lhete ou título contendo promessa de 
pagamento em dinheiro, ao portador 
ou a que falte indicação do nome da 
pessoa a quem deve ser pago.
4.6. Tentativa: admite-se.
4.7. Ação penal: pública incondicio-
nada. A competência é do Juizado 
Especial Criminal.
DA FALSIDADE DE 
TÍTULOS E OUTROS 
PAPÉIS PÚBLICOS
1. Falsifi cação de papéis públicos 
(art. 293, CP):Obs: falsifi car, fabrican-
do-os ou alterando selo destinado a 
controle tributário, papel selado ou 
qualquer papel de emissão legal des-
tinado à arrecadação de tributo; (Re-
dação dada pela Lei 11.035, de 2004); 
papel de crédito público que não seja 
moeda de curso legal; vale postal; 
cautela de penhor, caderneta de de-
pósito de caixa econômica ou de outro 
estabelecimento mantido por entidade 
de direito público; talão, recibo, guia, 
alvará ou qualquer outro documento 
relativo a arrecadação de rendas pú-
blicas ou a depósito ou caução por que 
o poder público seja responsável; bi-
lhete, passe ou conhecimento de 
empresa de transporte administrada 
pela União, por Estado ou por Municí-
pio (pena, reclusão de 2 a 8 anos, e 
multa).
Obs: Incorre na mesma pena quem: 
usa, guarda, possui ou detém qual-
quer dos papéis falsifi cados a que se 
refere este artigo; importa, exporta, 
adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda, fornece ou restitui à circulação 
selo falsifi cado destinado a controle 
tributário; importa, exporta, adquire, 
vende, expõe à venda, mantém em de-
pósito, guarda, troca, cede, empresta, 
fornece, porta ou, de qualquer forma, 
utiliza em proveito próprio ou alheio, 
no exercício de atividade comercial 
ou industrial, produto ou mercadoria: 
1. em que tenha sido aplicado selo 
que se destine a controle tributário, 
falsifi cado; 2. sem selo ofi cial, nos 
casos em que a legislação tributária 
determina a obrigatoriedade de sua 
aplicação.
Obs: o § 2º dispõe: suprimir, em qual-
quer desses papéis, quando legítimos, 
com o fi m de torná-los novamente utili-
záveis, carimbo ou sinal indicativo de 
sua inutilização (pena: reclusão, de 1 
a 4 anos, e multa).
Obs: o § 3º dispõe: Incorre na mesma 
pena quem usa, depois de alterado, 
qualquer dos papéis a que se refere 
o parágrafo anterior.
Obs: o § 4º dispõe: quem usa ou 
restitui à circulação, embora recebido 
de boa-fé, qualquer dos papéis falsifi -
cados ou alterados, a que se referem 
este artigo e o seu § 2º, depois de 
conhecer a falsidade ou alteração, 
incorre na pena de detenção, de 6 
meses a 2 anos, ou multa.
Obs: o § 5o dispõe: equipara-se a 
atividade comercial, para os fi ns do 
inciso III do § 1º, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino, 
inclusive o exercido em vias, praças 
ou outros logradouros públicos e em 
residências. 
2. Petrechos de falsifi cação (art. 
294, CP)
Fabricar, adquirir, fornecer, possuir 
ou guardar objeto especialmente 
destinado à falsifi cação de qualquer 
dos papéis referidos no artigo anterior 
(pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e mul-
ta); o art. 295 prevê que se o agente é 
funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-
se a pena de sexta parte.
DA FALSIDADE
DOCUMENTAL
1. Falsifi cação de selo ou sinal pú-
blico (art. 296, CP)
Falsifi car, fabricando-os ou alterando-
10
os: I - selo público destinado a auten-
ticar atos ofi ciais da União, de Estado 
ou de Município; II - selo ou sinal 
atribuído por lei a entidade de direito 
público, ou a autoridade, ou sinal 
público de tabelião (pena: reclusão, 
de 2 a 6 anos, e multa). § 1º - Incorre 
nas mesmas penas: I - quem faz uso 
do selo ou sinal falsifi cado; II - quem 
utiliza indevidamente o selo ou sinal 
verdadeiro em prejuízo de outrem 
ou em proveito próprio ou alheio; III 
- quem altera, falsifi ca ou faz uso in-
devido de marcas, logotipos, siglas ou 
quaisquer outros símbolos utilizados 
ou identifi cadores de órgãos ou enti-
dades da Administração Pública.; § 
2º: Se o agente é funcionário pú-blico, 
e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte.
2. Falsifi cação de documento pú-
blico
Obs: documento público é aquele cria-
do por funcionário no exercício da fun-
ção pública e dotado de formalidade.
Obs: atenção para a Súmula 17, STJ: 
quando o falso se exaure no estelio-
nato, sem mais potencialidade lesiva, 
é por este absorvida
2.1. Previsão legal: art. 297, CP.
2.2. Descrição típica: Falsifi car, no 
todo ou em parte,
docu-mento pú-
blico, ou alterar documento público 
verdadeiro (pena: reclusão, de 2 a 6 
anos, e multa).
Obs: Se o agente é funcionário públi-
co, e comete o crime prevalecendo-se 
do cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte (par. 1º, art. 297, CP).
Obs: documentos equiparados (§ 2º, 
art. 297, CP): o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou 
transmissível por endosso, as ações 
de sociedade comercial, os livros 
mercantis e o testamento particular.
Obs: prevê o § 3º, art. 297, CP, que 
nas mesmas penas incorre quem 
insere ou faz inserir: I – na folha de 
pagamento ou em documento de in-
formações que seja destinado a fazer 
prova perante a previdência social, 
pessoa que não possua a qualidade 
de segurado obrigatório; (Incluído pela 
Lei 9.983, de 2000); II – na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social do em-
pregado ou em documento que deva 
produzir efeito perante a previdência 
social, declaração falsa ou diversa da 
que deveria ter sido escrita; III – em 
documento contábil ou em qualquer 
outro documento relacionado com 
as obrigações da empresa perante a 
previdência social, declaração falsa ou 
diversa da que deveria ter constado. 
Obs: dispõe o § 4º, art. 297, CP, que: 
nas mesmas penas incorre quem 
omite, nos documentos mencionados 
no § 3º, nome do segurado e seus 
dados pessoais, a remuneração, a 
vigência do contrato de trabalho ou 
de prestação de serviços. 
2.3. Conduta: contrafação no todo 
ou em parte de documento público 
ou equiparado, ou alteração, total 
ou parcial, de documento público ou 
equiparado verdadeiros.
2.4. Sujeitos do crime: 
2.4.1. Sujeito ativo: qualquer pessoa; 
2.4.2. Passivo: o Estado e de forma 
secundária a pessoa prejudicada pela 
falsifi cação.
2.5. Elemento subjetivo: dolo.
2.6. Consumação: consuma-se com 
a contrafação ou alteração do docu-
mento público ou equiparado.
2.7. Tentativa: admite-se.
2.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
3.Falsifi cação de documento par-
ticular
Obs: documento particular, por exclu-
são, é aquele que não se enquadra na 
defi nição de documento público.
3.1. Previsão legal: art. 298, CP.
3.2. Descrição típica: falsifi car, no 
todo ou em parte, documento parti-
cular ou alterar documento particular 
verdadeiro (pena: reclusão de 1 a 5 
anos, e multa).
3.3 Conduta: contrafação ou altera-
ção de documento particular.
3.4. Sujeitos do crime: 
3.4.1. Sujeito ativo: qualquer pessoa; 
3.4.2. Passivo: o Estado e de forma 
secundária a pessoa prejudicada pela 
falsifi cação.
3.5. Elemento subjetivo: dolo.
3.6. Consumação: consuma-se com 
a contrafação ou alteração do docu-
mento particular.
3.7. Tentativa: admite-se.
3.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
4. Falsidade ideológica
4.1. Previsão legal: art. 299, CP.
4.2. Descrição típica: omitir, em do-
cumento público ou particular, decla-
ração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa 
ou diversa da que devia ser escrita, 
com o fi m de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante (pena: 
reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão, de 
1 a 3 anos, e multa, se o documento 
é particular).
Obs: prevê o parágrafo único do art. 
299, CP: se o agente é funcionário 
público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, ou se a falsifi cação 
ou alteração é de assentamento de 
registro civil, aumenta-se a pena de 
sexta parte.
4.3. Conduta: omitir, em documento 
público ou particular, declaração que 
nele devia constar. Incluir no docu-
mento ou fazer outra pessoa inserir 
declaração falsa ou diferente da que 
devia ser escrita, com o objetivo de 
prejudicar direito, criar obrigação ou 
alterar a verdade sobre fato juridica-
mente relevante.
4.4. Sujeitos do crime:
4.4.1. Sujeito Ativo: Qualquer Pes-
soa;
4.4.2. Passivo: o Estado e de forma 
secundária a pessoa prejudicada pela 
falsifi cação.
4.5. Elemento subjetivo: dolo.
4.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente conclui a 
formação do documento. 
4.7. Tentativa: admite-se na forma 
comissiva.
4.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. 
Obs: diferença entre o falso ideal e o 
falso material: o primeiro pressupõe 
documento verdadeiro e formalmente 
perfeito, entretanto possui conteúdo 
falso (o que nele consta não é verda-
de, não necessitando de demonstra-
ção pericial); o segundo pressupõe 
falsifi cação de documento verdadeiro 
(necessita de demonstração pericial)
5. Falso reconhecimento de fi rma 
ou letra
5.1. Previsão legal: art. 300, CP.
5.2. Descrição típica: reconhecer, 
como verdadeira, no exercício de fun-
ção pública, fi rma ou letra que o não 
11
seja (pena: reclusão, de 1 a 5 anos, 
e multa, se o documento é público; 
e de um a três anos, e multa, se o 
documento é particular).
5.3. Conduta: reconhecimento, como 
verdadeira, da assinatura ou do ma-
nuscrito que não o é.
5.4. Sujeitos do crime: 
5.4.1. Sujeito Ativo: apenas o funcio-
nário público que tem a atribuição de 
reconhecer fi rmas e letras; 
5.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, se houver lesão, o titular 
do bem atingido.
5.5. Elemento subjetivo: dolo.
5.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente declara, por 
escrito, o reconhecimento da fi rma 
como verdadeira. 
5.7. Tentativa: admite-se.
5.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
6. Certidão ou atestado ideologica-
mente falso
6.1. Previsão legal: art. 301, CP.
6.2. Descrição típica: atestar ou 
certificar falsamente, em razão de 
função pública, fato ou circunstância 
que habilite alguém a obter cargo pú-
blico, isenção de ônus ou de serviço 
de caráter público, ou qualquer outra 
vantagem (pena: detenção, de 2 me-
ses a 1 ano).
Obs: Falsidade material de atestado 
ou certidão (§ 1º): Falsifi car, no todo 
ou em parte, atestado ou certidão, ou 
alterar o teor de certidão ou de ates-
tado verdadeiro, para prova de fato 
ou circunstância que habilite alguém 
a obter cargo público, isenção de 
ônus ou de serviço de caráter público, 
ou qualquer outra vantagem (pena: 
detenção, de 3 meses a 2 anos. § 2º: 
Se o crime é praticado com o fi m de 
lucro, aplica-se, além da pena privativa 
de liberdade, a de multa.
6.3. Conduta: são duas as condutas: 
atestar e certifi car. Atestar é afi rmar 
algo que está no campo do conheci-
mento próprio de quem atesta. Cer-
tifi car é confi rmar a verdade contida 
em um documento ou sobre um fato.
6.4. Sujeitos do crime: 
6.4.1. Sujeito ativo: apenas o fun-
cionário público que tem a atribuição 
para expedir o atestado ou a certidão; 
6.4.2. Passivo: o Estado.
6.5. Elemento subjetivo: dolo.
6.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente conclui a 
formação do atestado ou da certidão.
6.7. Tentativa: admite-se.
6.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal.
7. Falsidade de atestado médico
7.1. Previsão legal: art. 302, CP.
7.2. Descrição típica: dar o médico, 
no exercício da sua profi ssão, atesta-
do falso (pena: detenção, de um mês 
a um ano).
Obs: dispõe o parágrafo único: Se o 
crime é cometido com o fi m de lucro, 
aplica-se também multa.
7.3. Conduta: falsifi cação ideológica, 
feita por médico, de um atestado.
7.4. Sujeitos do crime: 
7.4.1. Sujeito Ativo: apenas o médico; 
7.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, o terceiro prejudicado.
7.5. Elemento subjetivo: dolo.
7.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o atestado é entregue 
a alguém.
7.7. Tentativa: admite-se.
7.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal.
8. Reprodução ou adulteração de 
selo ou peça fi latélica
Previsão legal: art. 303, CP
Obs: o tipo penal foi revogado pelo 
art. 39 da Lei 6.538/78, que tem a 
seguinte redação: reproduzir ou alterar 
selo ou peça fi latélica de
valor para 
coleção, salvo quando a reprodução 
ou alteração estiver visivelmente 
anotada na face ou no verso do selo 
ou peça (pena: detenção até 2 anos 
e pagamento de 3 a 10 dias-multa).
9. Uso de documento falso
9.1. Previsão legal: art. 304, CP.
9.2. Descrição típica: fazer uso de 
qualquer dos papéis falsifi -cados ou 
alterados, a que se referem os arts. 
297 a 302 (pena: a cominada à falsifi -
cação ou à alteração).
9.3. Conduta: utilizar um documento 
que tenha sido falsifi cado nos termos 
dos arts. 297 a 302, CP.
Obs: mero porte do documento, em 
tese, não caracteriza o delito, a não 
ser que se trate de documento de 
porte obrigatório. Desse modo, se 
a autoridade solicitou sua exibição, 
entende-se haver crime.
9.4. Sujeitos do crime: 
9.4.1. Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
9.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, a pessoa eventualmente 
prejudicada.
9.5. Elemento subjetivo: dolo.
9.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o documento falsifi -
cado é utilizado.
9.7. Tentativa: Entretanto, pela cor-
rente majoritária, não se admite, pois 
o primeiro ato já confi gura uso.
9.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
10. Supressão de documento
10.1. Previsão legal: art. 305, CP.
10.2. Descrição típica: destruir, su-
primir ou ocultar, em benefício próprio 
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, 
documento público ou particular verda-
deiro, de que não podia dispor (pena: 
reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão, de 
1 a 5 anos, e multa, se o documento 
é particular.
10.3. Conduta: comissiva ao destruir, 
suprimir ou esconder documento, de 
que não podia dispor, em benefício 
próprio ou alheio.
10.4. Sujeitos do crime:
10.4.1. Sujeito Ativo: qualquer pes-
soa; 
10.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, a pessoa eventualmente 
prejudicada.
10.5. Elemento subjetivo: dolo.
10.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o documento é des-
truído, suprimido ou oculto.
10.7. Tentativa: admite-se.
10.8. Ação penal: pública incondi-
cionada. DE OUTRAS 
FALSIDADES
1. Falsifi cação do sinal empregado 
no contraste de metal precioso ou 
na fi scalização alfandegária, ou para 
outros fi ns
1.1. Previsão legal: art. 306, CP.
1.2. Descrição típica: falsificar, 
fabricando-o ou alterando-o, marca 
ou sinal empregado pelo poder público 
no contraste de metal precioso ou na 
fi scalização alfandegária, ou usar mar-
ca ou sinal dessa natureza, falsifi cado 
por outrem (pena: reclusão, de 2 a 6 
anos, e multa).
12
Obs: prevê o parágrafo único: Se a 
marca ou sinal falsifi cado é o que usa 
a autoridade pública para o fi m de fi s-
calização sanitária, ou para autenticar 
ou encerrar determinados objetos, ou 
comprovar o cumprimento de forma-
lidade legal a pena é de reclusão ou 
detenção, de um a três anos, e multa.
1.3. Conduta: falsifi car, fabricando 
ou alterando, e usar marca ou sinal 
empregado no contraste de metal pre-
cioso ou na fi scalização alfandegária.
1.4. Sujeitos do crime: 
1.4.1. Ativo: qualquer pessoa; 
1.4.2. Passivo: o Estado.
1.5. Elemento subjetivo: dolo.
1.6. Consumação: ocorre no instante 
da conclusão da fabricação ou altera-
ção da marca ou sinal.
1.7. Tentativa: admite-se
1.8. Ação penal: pública incondicio-
nada
2. Falsa identidade
2.1. Previsão legal: art. 307, CP.
2.2. Descrição típica: atribuir-se ou 
atribuir a terceiro falsa identidade para 
obter vantagem, em proveito próprio ou 
alheio, ou para causar dano a outrem 
(pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, 
ou multa, se o fato não constitui ele-
mento de crime mais grave).
2.3. Conduta: atribuir-se ou atribuir 
à terceira pessoa identidade falsa 
para obter vantagem ou causar dano 
a alguém.
2.4. Sujeitos do crime: 
2.4.1. Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
2.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, a pessoa eventualmente 
prejudicada.
2.5. Elemento subjetivo: dolo.
2.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente faz-se 
passar por outrem ou quando atribui 
a outro identidade falsa.
2.7. Tentativa: admite-se quando a 
conduta for praticada por escrito.
2.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal
3. Uso de documento de identidade 
alheia
3.1. Previsão legal: art. 308, CP.
3.2. Descrição típica: usar, como 
próprio, passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou qualquer 
documento de identidade alheia ou 
ceder a outrem para que dele se 
utilize, documento dessa natureza, 
próprio ou de terceiro (pena: detenção, 
de 4 meses a 2 anos, e multa, se o 
fato não constitui elemento de crime 
mais grave).
3.3. Conduta: utilizar como próprio 
documento de identidade alheia ou 
ceder documento próprio a outrem 
para que dele se utilize.
3.4. Sujeitos do crime: 
3.4.1. Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
3.4.2. Passivo: o Estado e, de forma 
secundária, a pessoa eventualmente 
prejudicada.
3.5. Elemento subjetivo: dolo.
3.6. Consumação: consuma-se, no 
primeiro caso, no instante em que o 
agente usa o documento de identidade 
alheia; no segundo caso, quando o 
documento é entregue a outrem.
3.7. Tentativa: admite-se somente 
quando se tratar da cessão do docu-
mento.
3.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal
4. Fraude de lei sobre estrangeiro
4.1. Previsão legal: art. 309, CP.
4.2. Descrição típica: usar o estran-
geiro, para entrar ou permanecer no 
território nacional, nome que não é o 
seu (pena: detenção, de 1 a 3 anos, 
e multa).
Obs: prevê o parágrafo único: Atribuir 
a estrangeiro falsa qualidade para 
promover-lhe a entrada em território 
nacional pena: reclusão, de 1 a 4 anos, 
e multa. (Incluído pela Lei 9.426, de 
1996).
4.3. Conduta: usar o estrangeiro 
nome que não é o seu, apresentando-
se com outro nome. No parágrafo 
único, conferir a estrangeiro atributo 
que ele não tem para facilitar a entrada 
no território nacional.
4.4. Sujeitos do crime: 
4.4.1. Ativo: no caput: estrangeiro; no 
parágrafo: qualquer pessoa; 
4.4.2. Passivo: o Estado.
4.5. Elemento subjetivo: dolo.
4.6. Consumação: consuma-se, no 
primeiro caso, quando o estrangeiro 
apresenta-se com nome falso; no 
parágrafo, quando o agente atribui ao 
estrangeiro qualidade falsa.
4.7. Tentativa: há discussão doutriná-
ria e majoritariamente não se admite 
(alguns admitem na forma plurissub-
sistente).
4.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência da Justiça Federal.
5. Falsidade em prejuízo da nacio-
nalização de sociedade
5.1. Previsão legal: art. 310, CP.
5.2. Descrição típica: prestar-se a 
fi gurar como proprietário ou possuidor 
de ação, título ou valor pertencente a 
estrangeiro, nos casos em que a este 
é vedada por lei a propriedade ou a 
posse de tais bens (pena: detenção, 
de 6 meses a 3 anos, e multa). Reda-
ção dada pela Lei 9.426/1996.
5.3. Conduta: prestar-se a figurar 
como titular do direito de propriedade 
ou de posse em lugar do estrangeiro 
que não pode exercê-lo no território 
nacional, em virtude de lei.
5.4. Sujeitos do crime: 
5.4.1. Ativo: qualquer pessoa; 
5.4.2. Passivo: o Estado.
5.5. Elemento subjetivo: dolo.
5.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente (brasileiro) 
assume a condição de possuidor ou 
proprietário dos bens.
5.7. Tentativa: não se admite, pois 
a conduta típica é prestar-se e não 
fi gurar.
5.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência da Justiça Federal.
6. Adulteração de sinal identifi cador 
de veículo automotor
6.1. Previsão legal: art. 311, CP.
6.2. Descrição típica: adulterar ou 
remarcar número de chassi ou qual-
quer sinal identificador de veículo 
automotor, de seu componente ou 
equipamento - pena: reclusão, de 3 a 
6 anos, e multa. 
Obs: prevê o § 1º: Se o agente comete 
o crime no exercício da função pública 
ou em razão dela, a pena é aumentada
de um terço. § 2º: Incorre nas mesmas 
penas o funcionário público que con-
tribui para o licenciamento ou registro 
do veículo remarcado ou adulterado, 
fornecendo indevidamente material ou 
informação ofi cial.
6.3. Conduta: adulterar ou remarcar, 
em caráter permanente, número de 
chassi ou sinal identifi cador de veículo 
automotor.
Obs: o Código de Trânsito define, 
no anexo I, veículo automotor: todo 
13
veículo a motor de propulsão que 
circule por seus próprios meios e que 
serve normalmente para transporte 
viário de pessoas e coisas, ou para 
a tração viária de veículos utilizados 
para o transporte de pessoas e coisas. 
O termo compreende os veículos co-
nectados a uma linha elétrica e que 
não circulam sobre trilhos.
Obs: sinal identifi cador do veículo é o 
conjunto de placas, dianteira e trasei-
ra. O chassi, estrutura que suporta a 
carroceria dos veículos, contém, obri-
gatoriamente, um número identifi cador 
do veículo. Esse número também é 
gravado nos vidros e em outras partes 
do veículo.
6.4. Sujeitos do crime:
6.4.1. Ativo: qualquer pessoa; 
6.4.2. Passivo: o Estado. Secunda-
riamente, a pessoa prejudicada pela 
adulteração ou remarcação.
6.5. Elemento subjetivo: dolo.
6.6. Consumação: consuma-se no 
momento em que é feita a adulteração 
ou remarcação.
6.7. Tentativa: admite-se.
6.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
 LINK ACADÊMICO 5
DOS CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Administração pública é a atividade do 
Estado voltada para os seus fi ns.
Obs: o art. 327, CP, defi ne funcionário 
público para fi ns penais, e incidirá 
apenas nos delitos tipificados nos 
arts. 312 a 326, CP, que são chama-
dos crimes funcionais: considera-se 
funcionário público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamen-
te ou sem remuneração, exerce cargo, 
emprego ou função pública.
Obs: o § 1º do art. 327, CP, com 
a redação determinada pela Lei 
9.983/2000, equipara ao funcionário 
público a pessoa que: exerce cargo, 
emprego ou função em entidade para-
estatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de ativi-
dade típica da Administração Pública.
Obs: o § 2º do art. 327, CP, contém 
para os crimes praticados por funcio-
nário público contra a Administração 
Pública a seguinte causa especial de 
aumento: a pena será aumentada da 
terça parte quando os autores dos 
crimes previstos neste capítulo forem 
ocupantes de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assesso-
ramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, 
empresa pública ou fundação instituí-
da pelo poder público.
1. Peculato
1.1. Previsão legal: art. 312, CP.
1.2. Descrição típica: apropriar-se o 
funcionário público de dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em 
razão do cargo, ou desviá-lo, em pro-
veito próprio ou alheio (pena: reclusão, 
de 2 a 12 anos, e multa).
Obs: prevê o § 1º: Aplica-se a mesma 
pena, se o funcionário público, embora 
não tendo a posse do dinheiro, valor 
ou bem, o subtrai, ou concorre para 
que seja subtraído, em proveito pró-
prio ou alheio, valendo-se de facilidade 
que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário.
1.3. Conduta: no “caput” do art. 
312 estão descritos os chamados 
peculato-apropriação e o peculato-
desvio. No § 1º o peculato-furto. No 
peculato-apropriação o funcionário 
público apropria-se de dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em 
razão do cargo. No peculato-desvio 
a conduta é desviar, ou seja, dar-lhe 
fi nalidade diversa da sua destinação 
original, em proveito próprio ou alheio. 
No peculato-furto, subtrai o funcionário 
público, não tendo a posse, dinheiro, 
valor ou bem da administração públi-
ca, ou concorre para que sejam por 
terceiro subtraídos.
1.4. Sujeitos do crime: 
1.4.1. Ativo: funcionário público 
(aquele que não é funcionário poderá 
ser co-autor ou partícipe); 
1.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente a pessoa que eventualmente 
vier a sofrer prejuízo patrimonial.
1.5. Elemento subjetivo: dolo.
1.6. Consumação: consuma-se o 
peculato-apropriação no instante em 
que o agente apropria-se da coisa 
pública. No peculato-desvio a consu-
mação ocorre no momento em que 
a coisa é empregada em destinação 
diversa a que se presta. No peculato-
furto ocorre a consumação quando a 
coisa é subtraída.
1.7. Tentativa: admite-se.
1.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
2. Peculato culposo
2.1. Previsão legal: art. 312, § 2º, CP.
2.2. Descrição típica: se o funcionário 
concorre culposamente para o crime 
de outrem (pena: detenção, de 3 me-
ses a 1 ano.
2.3. Conduta: agir de forma culposa 
o funcionário público propiciando o 
delito de terceiro.
2.4. Sujeitos do crime: 
2.4.1. Ativo: funcionário público (o 
peculato culposo exige sempre uma 
condição plurissubjetiva, necessitando 
da concorrência de pelo menos duas 
pessoas: o funcionário e o terceiro que 
cometa dolosamente o crime para o 
qual o servidor agiu culposamente); 
2.4.2. Passivo: o Estado.
2.5. Elemento subjetivo: culpa (ne-
gligência, imprudência ou imperícia).
2.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que, por culpa, o funcio-
nário público propicia a ação dolosa 
alheia.
2.7. Tentativa: não se admite.
2.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal.
Obs: dispõe o § 3º do art. 312 que, no 
caso do peculato culposo, a repara-
ção do dano, se anterior à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; 
se posterior, reduz de metade a pena 
imposta.
3. Peculato mediante erro de outrem
3.1. Previsão legal: art. 313, CP.
3.2. Descrição típica: apropriar-se de 
dinheiro ou qualquer utilidade que, no 
exercício do cargo, recebeu por erro 
de outrem (pena: reclusão, de 1 a 4 
anos, e multa).
3.3. Conduta: apropriar-se o funcio-
nário público de dinheiro ou coisa, no 
exercício funcional, ao receber por 
erro de terceiro (peculato-estelionato).
3.4. Sujeitos do crime: 
3.4.1. Ativo: funcionário público; 
3.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente a pessoa que eventualmente 
vier a sofrer prejuízo patrimonial.
14
3.5. Elemento subjetivo: dolo.
3.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente se apropria 
da coisa.
3.7. Tentativa: admite-se.
3.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
4. Inserção de dados falsos em 
sistema de informações
4.1. Previsão legal: art. 313-A
4.2. Descrição típica: inserir ou 
facilitar, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, alterar ou 
excluir indevidamente dados corre-
tos nos sistemas informatizados ou 
bancos de dados da Administração 
Pública com o fi m de obter vantagem 
indevida para si ou para outrem ou 
para causar dano (pena: reclusão, de 
2 a 12 anos, e multa).
Obs: a criação desse tipo penal 
pela Lei 9.983/2000 equipara-o ao 
peculato-estelionato, porém com pena 
mais elevada.
4.3. Conduta: são múltiplas as condu-
tas incriminadas: inserir dados falsos 
ou facilitar sua inserção. Alterar ou 
excluir dados corretos.
4.4. Sujeitos do crime: 
4.4.1. Ativo: funcionário público que 
esteja autorizado a acessar o sistema 
informatizado ou banco de dados; 
4.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente a pessoa que eventualmente 
vier a sofrer prejuízo patrimonial.
4.5. Elemento subjetivo: dolo.
4.6. Consumação: a consumação, 
nessa modalidade típica, ocorre no 
instante em que as informações in-
gressam no sistema ou no banco de 
dados.
4.7. Tentativa: admite-se.
4.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
5. Modifi cação ou alteração não au-
torizada de sistema de informações
5.1. Previsão legal: art. 313-B, CP.
5.2. Descrição típica: modifi car ou 
alterar, o funcionário, sistema de in-
formações ou programa de informática 
sem autorização ou solicitação de au-
toridade competente (pena: detenção, 
de 3 meses a 2 anos, e multa).
Obs: prevê o parágrafo único: as pe-
nas são aumentadas de um terço até 
a metade se da modifi cação ou altera-
ção resulta dano para a Administração 
Pública ou para o administrado.
5.3. Conduta: modifi car ou alterar, 
sem autorização da autoridade com-
petente, sistema ou programa de 
informática.
5.4. Sujeitos do crime: 
5.4.1. Funcionário público; 
5.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente a pessoa que eventualmente 
vier a sofrer prejuízo patrimonial.
5.5. Elemento subjetivo: dolo.
5.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o sistema ou progra-
ma é modifi cado ou alterado.
5.7. Tentativa: admite-se.
5.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal.
6. Extravio, sonegação ou inutiliza-
ção de livro ou documento
6.1. Previsão legal: art. 314, CP.
6.2. Descrição típica: extraviar livro 
oficial ou qualquer documento, de 
que tem a guarda em razão do car-
go; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente (pena: reclusão, de 1 a 
4 anos, se o fato não constitui crime 
mais grave).
6.3. Conduta: extraviar, sonegar ou 
inutilizar livro ofi cial ou documento.
6.4. Sujeitos do crime: 
6.4.1. Funcionário público; 
6.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente a pessoa que eventualmente 
vier a ser prejudicada.
6.5. Elemento subjetivo: dolo.
6.6. Consumação: ocorre no instante 
em que o livro ofi cial ou documento é 
extraviado, sonegado ou inutilizado.
6.7. Tentativa: admite-se.
6.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
7. Emprego irregular de verbas ou 
rendas públicas
7.1. Previsão legal: art. 315, CP.
7.2. Descrição típica: dar às verbas 
ou rendas públicas aplicação diversa 
da estabelecida em lei (pena: deten-
ção, de 1 a 3 meses, ou multa.
Obs: ex. a não observância de lei 
orçamentária.
7.3. Conduta: empregar verbas pú-
blicas de forma diversa da prevista 
em lei.
7.4. Sujeitos do crime: 
7.4.1. Ativo: somente o funcionário 
público que tem o poder de decidir 
sobre a aplicação de verbas ou rendas 
pública; 
7.4.2. Passivo: o Estado (compreen-
dendo a União, Estados federados, 
Municípios, autarquias e empresas 
públicas).
7.5. Elemento subjetivo: dolo.
7.6. Consumação: ocorre no instante 
em que a verba ou renda pública é efe-
tivamente aplicada de forma diversa 
da prevista em lei.
7.7. Tentativa: admite-se.
7.8. Ação penal: pública incondiciona-
da. Competência do Juizado Especial 
Criminal (atenção para a existência 
de pessoa com foro privilegiado por 
prerrogativa de função).
8. Concussão
8.1. Previsão legal: art. 316, CP.
8.2. Descrição típica: exigir, para si 
ou para outrem, direta ou indiretamen-
te, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida (pena: reclusão, 
de 2 a 8 anos, e multa).
8.3. Conduta: exigir de determinada 
pessoa vantagem indevida.
8.4. Sujeitos do crime: 
8.4.1. Ativo: funcionário público (ad-
mite-se a participação do particular); 
8.4.2. Passivo: o Estado e secun-
dariamente o particular de quem a 
vantagem é exigida.
8.5. Elemento subjetivo: dolo.
8.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que a exigência é feita 
à pessoa.
8.7. Tentativa: possível somente 
quando a exigência é feita por meio 
escrito.
8.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
9. Excesso de exação
9.1. Previsão legal: art. 316, § 1º, CP.
9.2. Descrição típica: se o funcionário 
exige tributo ou contribuição social que 
sabe ou deveria saber indevido, ou, 
quando devido, emprega na cobrança 
meio vexatório ou gravoso, que a lei 
não autoriza (pena: reclusão, de 3 a 
8 anos, e multa).
Obs: o § 2º prevê uma forma qualifi ca-
da, a saber: Se o funcionário desvia, 
em proveito próprio ou de outrem, 
15
o que recebeu indevidamente para 
recolher aos cofres públicos (pena: 
reclusão, de 2 a 12 anos, e multa).
9.3. Conduta: exigir tributo ou contri-
buição social que sabe ou deveria sa-
ber indevida ou empregar na cobrança 
devida meio vexatório ou gravoso.
9.4. Sujeitos do crime: 
9.4.1. Ativo: funcionário público (ad-
mite-se a participação do particular); 
9.4.2. Passivo: o Estado e secunda-
riamente o particular de quem o tributo 
ou a contribuição social é exigida ou 
sofre o meio vexatório ou gravoso na 
cobrança.
9.5. Elemento subjetivo: dolo.
9.6. Consumação: consuma-se, no 
primeiro momento, no instante em que 
o agente exige; no segundo momento, 
quando é empregado o meio vexatório 
ou gravoso na cobrança.
9.7. Tentativa: admite-se.
9.8. Ação penal: pública incondicio-
nada.
10. Corrupção passiva
10.1. Previsão legal: art. 317, CP.
10.2. Descrição típica: solicitar ou 
receber, para si ou para outrem, direta 
ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, 
ou aceitar promessa de tal vantagem 
(pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e 
multa).
Obs: prevê o § 1º causa de aumento 
de pena: A pena é aumentada de 
um terço, se, em conseqüência da 
vantagem ou promessa, o funcionário 
retarda ou deixa de praticar qualquer 
ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional.
Obs: dispõe o § 2º a forma privilegia-
da: Se o funcionário pratica, deixa de 
praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a 
pedido ou infl uência de outrem (pena: 
reclusão, de 3 meses a 1 ano, e multa.
10.3. Conduta: solicitar ou receber 
vantagem indevida ou aceitar promes-
sa de vantagem.
10.4 Sujeitos do crime: 
10.4.1. Ativo: funcionário público (ad-
mite-se a participação do particular); 
10.4.2. Passivo: o Estado e secun-
dariamente o particular a quem é 
solicitada a vantagem indevida.
10.5. Elemento subjetivo: dolo.
10.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que a vantagem é solici-
tada, recebida ou aceita.
10.7. Tentativa: possível somente 
quando a solicitação é feita por meio 
escrito.
10.8. Ação penal: pública incondi-
cionada.
11. Facilitação de contrabando ou 
descaminho
11.1. Previsão legal: art. 318, CP.
11.2. Descrição típica: facilitar, com 
infração de dever funcional, a prática 
de contrabando ou descaminho (pena: 
reclusão, de 3 a 8 anos, e multa).
Obs: contrabando é a importação 
ou exportação de mercadorias cuja 
circulação é proibida no país, total ou 
parcialmente. Descaminho é a impor-
tação ou exportação de mercadoria 
sem o pagamento do tributo devido 
(art. 334, CP).
11.3. Conduta: facilitar, colaborando 
o funcionário com a prática de contra-
bando ou descaminho.
11.4. Sujeitos do crime: 
11.4.1 Ativo: funcionário público; 
11.4.2. Passivo: o Estado.
11.5. Elemento subjetivo: dolo.
11.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o funcionário facilita, 
colaborando com a prática do contra-
bando ou descaminho.
11.7. Tentativa: admite-se.
11.8. Ação penal: pública incondi-
cionada.
12. Prevaricação
12.1. Previsão legal: 319, CP.
12.2. Descrição típica: retardar ou 
deixar de praticar, indevidamente, 
ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satis-
fazer interesse ou sentimento pessoal 
(pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, 
e multa).
Obs: ato de ofício é o ato que o funcio-
nário público deve praticar, consoante 
seus deveres funcionais.
12.3. Conduta: retardar, deixar de 
praticar ou praticar ato de ofício, de 
modo ilegal, para satisfazer interesse 
ou sentimento pessoal.
12.4. Sujeitos do crime: 
12.4.1. Ativo: funcionário público (ad-
mitindo a participação de particular); 
12.4.2. Passivo: o Estado e, se hou-
ver lesão, também o particular que a 
sofrer.
12.5. Elemento subjetivo: dolo.
12.6. Consumação: na forma omissi-
va, ocorre no instante em que o agente 
deixa de realizar o ato; na forma co-
missiva, consuma-se quando o ato é 
praticado com infração de lei.
12.7. Tentativa: admite-se somente 
na forma comissiva.
12.8. Ação penal: pública incondi-
cionada. Competência do Juizado 
Especial Criminal.
13. Condescendência criminosa
13.1. Previsão legal: art. 320, CP.
13.2. Descrição típica: deixar o 
funcionário, por indulgência, de res-
ponsabilizar subordinado que cometeu 
infração no exercício do cargo ou, 
quando lhe falte competência, não 
levar o fato ao conhecimento da au-
toridade competente (pena: detenção, 
de 15 dias a 1 mês, ou multa).
13.3. Conduta: trata-se de crime 
omissivo puro. Deixar de responsabi-
lizar, quando deveria fazê-lo. Deixar 
de levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente.
13.4. Sujeitos do crime:
13.4.1. Ativo: funcionário público; 
13.4.2. Passivo: o Estado.
13.5. Elemento subjetivo: dolo.
13.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que o agente, tomando 
conhecimento da infração praticada 
pelo subordinado, deixa de praticar 
os atos visando à responsabilização, 
ou ,quando não competente, deixa de 
comunicar a autoridade competente.
13.7. Tetantiva: não se admite, visto 
tratar-se de crime omissivo puro.
13.8. Ação penal: pública incondi-
cionada. Competência do Juizado 
Especial Criminal.
14. Advocacia administrativa
14.1. Previsão legal: art. 321, CP
14.2.Descrição típica: Patrocinar, 
direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário (pena: detenção, de 1 a 3 
meses, ou multa).
Obs: prevê o par. único a forma qualifi -
cada: se o interesse é ilegítimo (pena: 
detenção, de 3 meses a 1 ano, além 
da multa).
16
14.3. Conduta: patrocinar, postular, 
na condição de funcionário, perante 
órgão da administração, interesse de 
particular.
14.4. Sujeitos do crime: 
14.4.1. Ativo: funcionário público (um 
não-funcionário pode ser co-autor ou 
partícipe);
14.4.2. Passivo: o Estado.
14.5. Elemento subjetivo: dolo.
14.6. Consumação: consuma-se no 
instante em que é realizado o ato de 
postulação em favor do particular.
14.7. Tentativa: admite-se.
14.8. Ação penal: pública incondi-
cionada. Competência do Juizado 
Especial Criminal.
15. Violência arbitrária
15.1. Previsão legal: art. 322, CP.
15.2. Descrição típica: praticar vio-
lência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la (pena: detenção, 
de 6 meses a 3 anos, além da pena 
correspondente à violência).
Obs: Há divergência doutrinária quan-
to à possível revogação tácita do art. 
322, CP, pelo disposto no art. 3º, “i”, 
da Lei 4.898/65, que tem a seguinte 
redação: constitui abuso de autoridade 
qualquer atentado à incolumidade 
física do indivíduo (pena: detenção, 
de 10 dias a 6 meses, além da multa).
16. Abandono de função
16.1. Previsão legal: art. 323, CP.
16.2. Descrição típica: abandonar 
cargo público, fora dos casos permiti-
dos em lei (pena: detenção, de 15 dias 
a 1 mês, ou multa).
Obs: os parágrafos 1º e 2º tratam, 
respectivamente, da forma qualifi ca-
da: se do fato resulta prejuízo público 
(pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, 
e multa); se o fato ocorre em lugar 
compreendido na faixa de fronteira 
(pena: detenção, de 1 a 3 anos, e 
multa).
16.3. Conduta: abandonar cargo 
público.
Obs: a ausência momentânea ou falta 
eventual não caracteriza o delito. O 
abandono dá-se em regra com a au-
sência intencional do funcionário por 
mais de 30 dias consecutivos.
16.4. Sujeitos do crime:
16.4.1. Ativo: funcionário público; 
16.4.2. Passivo: o Estado.
16.5. Elemento subjetivo: dolo.
16.6. consumação: consuma-se com 
o afastamento ilegal do funcionário 
de modo a caracterizar o abandono 
do cargo.
16.7. Tentativa: não se admite.
16.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. Competência do Juizado Espe-
cial Criminal para a forma tipifi cada no 
“caput” e par. 1º.
17. Exercício funcional ilegalmente 
antecipado ou prolongado
17.1. Previsão legal: art. 324, CP.
17.2. Descrição típica: entrar no 
exercício de função pública antes de 
satisfeitas as exigências legais, ou 
continuar a exercê-la sem autorização, 
depois de saber ofi cialmente que foi 
exonerado, removido, substituído ou 
suspenso (pena: detenção de 15 dias 
a 1 mês, ou multa).
17.3. Conduta: entrar o funcionário no 
exercício de função pública antes de 
preenchidos os requisitos legais ou o 
funcio nário que tenha sido exonerado, 
substituído, suspenso ou removido 
continuar a exercer a função pública.
17.4. Sujeitos do crime: 
17.4.1. Ativo: funcionário público; 
17.4.2. Passivo: o Estado.
17.5. Elemento subjetivo: dolo.
17.6. Consumação: consuma-se com 
o exercício ilegalmente antecipado ou 
prolongado da função pública.
17.7. Tentativa: admite-se.
17.8. Ação penal: pública incondi-
cionada. Competência do Juizado 
Especial Criminal.
18. Violação de sigilo funcional
18.1. Previsão legal: art. 325, CP.
18.2. Descrição típica: revelar fato de 
que tem ciência em razão do cargo e 
que deva permanecer em segredo, ou 
facilitar-lhe a revelação (pena: deten-
ção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, se 
o fato não constitui crime mais grave).
Obs: § 1º: nas mesmas penas deste 
artigo incorre quem: I – permite ou 
facilita, mediante atribuição, forne-
cimento e empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o acesso de 
pessoas não autorizadas a sistemas 
de informações ou banco de dados da 
Administração Pública; II – se utiliza, 
indevidamente, do acesso restrito.
Obs: § 2º: se da ação ou omissão 
resulta dano à Administração Pública 
ou a outrem (pena: reclusão, de 2 a 6 
anos, e multa).
18.3. Conduta (“caput”): revelar fato 
em razão do conhecmento funcional 
ou facilitar a revelação.
18.4. Sujeitos do crime: 
18.4.1. Ativo: funcionário público; 
18.4.2. Passivo: o Estado.
18.5. Elemento subjetivo: dolo.
18.6. Consumação: consuma-se 
quando o fato propagado pelo agente 
chega ao conhecimento de qualquer 
pessoa.
18.7. Tentativa: admite-se.
18.8. Ação penal: pública incondicio-
nada. Competência do Juizado Espe-
cial Criminal para as formas tipifi cadas 
no “caput” e § 1º.
19. Violação de sigilo de proposta 
de concorrência
19.1. Previsão legal: art. 326, CP.
Obs: revogado pelo art. 96 da Lei 
8.666/93.
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A coleção Guia Acadêmico é o ponto de 
partida dos estudos das disciplinas dos 
cursos de graduação, devendo ser com-
plementada com o material disponível 
nos Links e com a leitura de livros didá-
ticos.
Introdução ao Estudo do Direito I – 2ª edi-
ção - 2009
Autor:
Paulo Leão, Procurador de Justiça, Mes-
tre em Direito, Professor de Direito Penal.
Edição revista e atualizada pelo depar-
tamento de Pesquisa e Desenvolvimento 
Acadêmico da Memes Tecnologia Educa-
cional Ltda.
A coleção Guia Acadêmico é uma publi-
cação da Memes Tecnologia Educacional 
Ltda. São Paulo-SP. 
Endereço eletrônico: 
www.memesjuridico.com.br
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nantemente proibida a reprodução total 
ou parcial desta publicação, por qualquer 
meio ou processo, sem a expressa auto-
rização do autor e da editora. A violação 
dos direitos autorais caracteriza crime, 
sem prejuízo das sanções civis cabíveis.

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