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EAE0416 - FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL I Prof. Dr. José Flávio Motta, 1º semestre de 2012. QUESTIONÁRIO I 1. Discuta a afirmação seguinte, de Eric Hobsbawm: “Meu raciocínio supõe que, divorciada da história, a economia é um navio desgovernado e os economistas sem a história não têm muita noção de para onde o navio navega.” 2. Elabore uma justificativa para a afirmação, feita por Jacob Gorender, de que a interpretação contida no Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia, de Caio Prado Júnior, significou um “salto qualitativo” da perspectiva do evolver de nossa historiografia econômica. 3. Tendo em mente a crítica elaborada por Caio Prado Júnior, em História e Desenvolvimento, ao modelo desenvolvido por Walt W. Rostow no livro Etapas do desenvolvimento econômico, comente a afirmação seguinte, de Fernanda Cardoso: “(...) o presente artigo buscou principalmente enfatizar que para ao menos haver chances de uma estratégia de desenvolvimento ser bem-sucedida, as especificidades econômicas, sociais e culturais dos países onde serão implementadas devem ser levadas em conta.” 4. Explicite os vínculos lógicos que Caio Prado Júnior estabelece entre: a) o sentido da colonização; b) os segmentos produtivos da economia colonial; e c) a organização interna das unidades produtivas exportadoras. 5. Discuta, colocando-se no lugar de Caio Prado Júnior, o comentário seguinte, de Iraci Costa, que identifica um flanco aberto na formulação pradiana: “Parece-nos desnecessário lembrar que tratar tal povo como inexistente [à la Couty] ou categorizá-lo, sem mais, como composto de marginais sociais significa reproduzir as ideologias próprias das velhas elites dominantes e abrir as portas para teses simplistas como a que reduziu a questão social a uma questão de polícia.” 6. Com base no enfoque de Francisco de Oliveira, trace um paralelo entre as formulações de Caio Prado e Celso Furtado em termos do binômio reforma– revolução, levando em consideração as diferentes possibilidades oriundas das práticas políticas de ambos. 7. Fernando Novais, em artigo intitulado Caio Prado Júnior na historiografia brasileira, ao comentar o livro Formação do Brasil Contemporâneo escreveu: “E aqui vamos nos aproximando das possíveis limitações, que mesmo as obras mais penetrantes acabam por revelar. (...) Nesse sentido, talvez se possa argüir que, no movimento de inserção [do objeto (colonização européia na América)] no conjunto [num todo maior] , isto é, no esforço por apresentar a categoria básica [o ‘sentido da colonização’] , sua análise se 2 deteve ao meio do caminho.” Explique, com fundamento nos conceitos de “sentido da colonização” e “sentido profundo da colonização”, esse comentário crítico do Prof. Novais. 8. Com base nos escritos de João Fragoso e Manolo Florentino sobre a formação colonial brasileira, quais as críticas que podem ser feitas à interpretação elaborada por Caio Prado Júnior? 9. Com base nos escritos de Iraci del Nero da Costa e Julio Manuel Pires sobre a formação colonial brasileira, quais as críticas que podem ser feitas à interpretação elaborada por Caio Prado Júnior? 10. Analise de uma perspectiva teórica, com base na argumentação desenvolvida por Fernando A. Novais, o episódio da montagem da Companhia das Índias Orientais (1602), tendo em vista a política econômica adotada, à época, pelos Países Baixos, política esta de cunho marcadamente liberal. 11. Discuta, valendo-se da argumentação de Caio Prado Jr. e de Fernando Novais, a citação seguinte, de Jorge Caldeira (História do Brasil com Empreendedores): “A exploração colonial é como a Terra no sistema geocêntrico: um ponto estável ao redor do qual girava todo o universo explicativo de toda a história do Brasil”. 12. Explique a discordância de Jacob Gorender do entendimento de Celso Furtado acerca da Revolução de Avis, ocorrida em Portugal no último quarto do século XIV. 13. Discuta a afirmação seguinte, adotando a argumentação utilizada pelo autor mencionado entre parêntesis, o qual pode ser ou não o autor da dita afirmação: Na etapa em que se processou a gênese do capitalismo na Europa Ocidental, houve “... a necessidade de pontos de apoio fora do sistema, induzindo uma acumulação que, por se gerar fora do sistema, Marx chamou de originária ou primitiva. Daí as tensões sociais e políticas provocadas pela montagem de todo um complexo sistema de estímulos. O mercantilismo foi, na essência, a montagem de tal sistema, e o sistema colonial mercantilista, sua peça fundamental, a principal alavanca na gestação do capitalismo moderno”. (Jacob Gorender) 14. Tendo em vista a inexistência de feudos, quais os argumentos utilizados por Jacob Gorender para corroborar seu entendimento acerca da existência do feudalismo em Portugal? 15. Discuta, com fundamento da interpretação de Jacob Gorender, e tendo em mente o conceito de “mercantilismo inferior”, a afirmação seguinte, de Iraci del Nero da Costa: “Enfim, os portugueses caíram em armadilha por eles mesmos armada ao não desenvolverem o capital industrial porque a Revolução Industrial ‘deu certo’;; se ela não viesse a obter êxito, superando 3 definitivamente o capital mercantil e as práticas econômicas e políticas a ele associadas, estaríamos hoje a dizer: ‘A arguta sensibilidade dos mercantilistas ibéricos evitou-lhes o desastre da Revolução Industrial’. Assim funcionam os volúveis desígnios da História: os portugueses foram vítimas do próprio pioneirismo.” 16. Discuta a afirmação seguinte, de Arno & Maria José Wehling, sobre a expansão quatrocentista portuguesa, baseando-se na análise realizada por C. Prado Jr.: “Combinaram-se causas econômicas, políticas e religiosas. (...) A permanente falta de cereais, sobretudo de trigo, motivou a conquista de Ceuta em 1415 e, mais tarde, a colonização das ilhas da Madeira e dos Açores. (...) Fatores políticos certamente foram favoráveis: a consolidação da dinastia de Avis no poder, (...) a concorrência do reino de Castela (...). A tudo isso, acrescente-se o espírito de Cruzada, consubstanciado na luta contra os muçulmanos e na conversão das populações vencidas ao cristianismo”. 17. Discuta a afirmação seguinte, baseando-se na análise realizada por Vitorino de Magalhães Godinho sobre a expansão quatrocentista portuguesa: “... o colono europeu não traria com ele [para os trópicos americanos] a disposição de pôr-lhe a serviço, neste meio tão difícil e estranho, a energia de seu trabalho físico. Viria como dirigente da produção de gêneros de grande valor comercial, como empresário de um negócio rendoso; mas só a contragosto como trabalhador. (...) [Para os trópicos] o europeu só se dirige, de livre e espontânea vontade, quando pode ser um dirigente, quando dispõe de cabedais e aptidões para isto; quando conta com outra gente que trabalhe para ele.” 18. Discuta a afirmação seguinte, baseando-se na análise realizada por Vitorino de Magalhães Godinho sobre a expansão quatrocentista portuguesa: “O assalto [a Ceuta] foi uma iniciativa privada. Embora o pai do infante, D. João I, e o irmão mais velho, D. Duarte, tivessem partido com D. Henrique, o Estado português não assumiu oficialmente qualquer papel. As cortes não tinham sido consultadas nem se pediu delas qualquer financiamento. O empreendimento foi totalmente financiado pela Ordem de Cristo, objetivando o próprio enriquecimento. Nem as velas, nem as flâmulas ostentavam a bandeira portuguesa, mas apenas a cruz dos templários, símbolo da ordem.” (Page, M. Portugal e a revolução global: como um dos menores países do mundo mudou a nossa história. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 122). 19. Elabore uma discussão sucinta acerca das principais diretrizes norteadores dos reinados de D. João II, o Príncipe Perfeito, de D. Manuel I, o Venturoso, e de D. João III, o Piedoso. Enfatize nessa discussão o impacto das diretrizes referidas sobre o território que viria a ser o Brasil. 20. Escreveu Celso Furtado: “A exploração econômica das terras americanas deveria parecer, no século XVI, uma empresa completamente inviável. Por 4 essa época, nenhum produto agrícola era objeto de comércio em grande escala dentro da Europa. O principal produto da terra o trigo dispunha de abundantes fontes de abastecimento dentro do continente. Os fretes eram de tal forma elevados em razão da insegurança do transporte a grandes distâncias que somente os produtos manufaturados e as chamadas especiarias do Oriente podiam comportá-los. Demais, era fácil imaginar os enormes custos que não teria de enfrentar uma empresa agrícola nas distantes terras da América”. Ora, se assim era, como se explica o sucesso do empreendimento lusitano no Brasil? 21. Discuta, valendo-se da argumentação de Celso Furtado e de Charles Boxer, a citação seguinte, de Gilberto Freyre (Casa-Grande & Senzala): “O Brasil foi como uma carta de paus puxada em um jogo de trunfo em ouros. Um desapontamento para o imperialismo que se iniciara com a viagem à Índia de Vasco da Gama. Daí o gesto mole, desinteressado, sem vontade, com que a Coroa recolheu ao seu domínio as terras de pau-de-tinta descobertas por Pedrálvares Cabral. Só em nova fase de atividade portuguesa — a propriamente colonizadora, a do fim do século XVI e parte do século XVII — o Brasil teria força de trunfo no jogo das competições imperialistas das nações europeias”. 22. Caracterize, com base em Celso Furtado, a economia espanhola do século XVI, destacando os vínculos entre tais características e o êxito da empresa colonizadora agrícola portuguesa. Discuta, ademais, se seria adequado diagnosticarmos os problemas da economia espanhola do Quinhentos como um caso avant la lettre de “doença holandesa”. 23. Furtado aponta três etapas na ocupação econômica das terras americanas: “a primeira etapa consistira basicamente na exploração da mão-de-obra preexistente com vistas a criar um excedente líquido de produção de metais preciosos; a segunda se concretizara na produção de artigos agrícolas tropicais por meio de grandes empresas que usavam intensamente mão-de- obra escrava importada. [Na] terceira etapa surgia uma economia similar à da Europa contemporânea, isto é, dirigida de dentro para fora, produzindo principalmente para o mercado interno, sem uma separação fundamental entre as atividades produtivas destinadas à exportação e aquelas ligadas ao mercado interno.” Discuta estas três etapas: a) em termos de sua adequação à política colonial então vigente; b) em termos de seus resultados quanto ao desenvolvimento econômico das colônias. 24. Discuta a afirmação seguinte, de Barros de Castro: “No regime social que aqui se instala há dois teclados; os teclados são dois, mas a música é uma só. Há a produção de mercadorias, com a sua partitura composta de determinações econômicas. E há a escravidão, um velho tema, que permite improvisos de muita força.” Em seguida, elabore uma análise comparada entre esse comentário de Castro e a citação seguinte, de A. J. Saraiva: “Poderia, talvez, sem grande erro, comparar-se a Coroa portuguesa a uma 5 grande organização monopolista, cujos benefícios são distribuídos entre funcionários e acionistas, sob a forma de ordenados e dividendos, sendo que esses funcionários e acionistas não exercem pessoalmente uma atividade industrial ou comercial (...). Desta forma, se o Estado português no século XVI oferece exteriormente uma aparência ‘moderna’, na medida em que é uma grande empresa econômica, por outro lado, ele assegura, no interior do País, a persistência de uma sociedade arcaica, na medida em que garante o domínio de uma classe tradicionalmente dominante, cujo espírito está nos antípodas do burguês.” 25. Com base no capítulo do livro O escravismo colonial indicado para leitura, discuta as seguintes afirmações: “O processo de trabalho num engenho escravista do século XVI é similar ao de uma grande lavoura (plantation) capitalista contemporânea. Além disto, mais se assemelha ao processo de trabalho numa grande fábrica inglesa do início do século XIX, que o (processo de trabalho) característico dos séculos XVI e XVII na Europa” (CASTRO, Antonio Barros de. A economia política, o capitalismo e a escravidão. In: AMARAL LAPA, José Roberto do (org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 67-107). 26. Celso Furtado escreveu o seguinte, referindo-se à economia açucareira nos séculos XVI e XVII: “Os dados (...) sugerem que a indústria açucareira era suficientemente rentável para autofinanciar uma duplicação de sua capacidade produtiva cada dois anos.” Não obstante, “não havia (...) nenhuma possibilidade de que o crescimento com base no impulso externo originasse um processo de desenvolvimento de autopropulsão.” No que respeita à economia mineratória do Setecentos, observou o mesmo autor: era “a região mineira muito mais propícia ao desenvolvimento de atividades ligadas ao mercado interno do que havia sido até então a região açucareira. Contudo, o desenvolvimento endógeno -- isto é, com base no seu próprio mercado -- da região mineira foi praticamente nulo.” Mantendo-se no âmbito da interpretação furtadiana, explique as afirmações acima, centrando sua resposta na análise das características do fluxo de renda nas economias açucareira e mineratória. 27. Elabore uma análise das diferenças entre as interpretações de Celso Furtado e de Frédéric Mauro sobre a rentabilidade da economia açucareira. 28. Analisando os itens de patrimônio arrolados em um conjunto de processos de inventários de senhores de engenho baianos, com datas entre 1716 e 1816, Stuart Schwartz escreveu: “Fica patente que o principal item nas despesas de capital era a terra, que em vários casos respondia por mais da metade do valor total da propriedade. Quando se acrescenta ao total o valor da cana cultivada nessa terra, a proporção relativa aos bens imóveis eleva- se ainda mais. Esses números contradizem as afirmações feitas por alguns estudiosos de que era a mão-de-obra, e não a terra, o fator produtivo crucial. Esses historiadores argumentam que, sendo a terra relativamente abundante 6 e pouco valorizada, a sociedade brasileira não poderia ser designada como um ‘regime feudal’. De qualquer forma, sejam quais forem os méritos duvidosos de tal raciocínio, as evidências da Bahia indicam que, dada a importância relativa da terra, ele se baseia em uma falsa premissa.” Discuta essas afirmações de Schwartz com base no comentário seguinte, de Jacob Gorender: “A grande propriedade da terra ter-se-ia tornado no Brasil-colônia o elemento estrutural decisivo, característico do feudalismo, tão-somente se, afora outras condições, já houvesse aqui uma população camponesa suficientemente densa e arraigada ao solo, cujo sobreproduto poderia então converter-se em renda feudal. Dado que semelhante população camponesa inexistia e era inviável sua formação, o tipo de dominação não podia ser o feudal. [...] Concordo que a terra fosse o principal e mais importante meio de produção, uma vez que, em oposição à perspectiva coisificante do escravista, não considero o escravo um meio de produção. Entretanto, quando falamos em propriedade, referimo-nos a relações de produção e não à produção concreta em si mesma. (...) O mais significativo consiste, todavia, no fato de que, entre as relações de produção vigentes no Brasil-colônia e no Brasil-império, aquela que tinha a função econômica principal e decisiva era, não a propriedade da terra como sucederia no feudalismo, mas a propriedade de escravos.” 29. Explique, valendo-se da abordagem gráfica realizada por Iraci del Nero da Costa, o trecho seguinte, de Celso Furtado: “A etapa de máxima rentabilidade da empresa agrícola-colonial portuguesa havia sido ultrapassada. O volume das exportações médias anuais da segunda metade do século XVII dificilmente alcança cinquenta por cento dos pontos mais altos atingidos em torno de 1650. E essas reduzidas exportações se liquidavam a preços que não superavam a metade daqueles que haviam prevalecido na etapa anterior. Tudo indica que a renda real gerada pela produção açucareira estava reduzida a um quarto do que havia sido em sua melhor época. A depreciação, com respeito ao ouro, da moeda portuguesa observada nessa época é praticamente das mesmas proporções, o que indica a enorme importância para a balança de pagamentos de Portugal que tinha o açúcar brasileiro. Fora Portugal o principal abastecedor da colônia, e essa desvalorização significaria uma importante transferência de renda real em benefício do núcleo colonial. Mas, como é sabido, por essa época o Brasil se abastecia principalmente de manufaturas que os portugueses recebiam de outros países europeus. Demais, como os artigos de produção interna que Portugal exportava para o Brasil eram, via de regra, os mesmos que exportava para outras partes, o mais provável é que seus preços estivessem fixados em ouro. Sendo assim, as transferências de renda provocadas pela desvalorização revertiam principalmente em benefício dos exportadores metropolitanos portugueses.” 30. Explicite, com fundamento no Formação econômica do Brasil, de Celso Furtado, como se formou e quais as características do complexo econômico nordestino. Explore, ainda segundo aquele autor, as consequências da 7 existência desse complexo no que respeita às dimensões da crise que se abate sobre a economia açucareira na segunda metade do século XVII. 31. Explique o papel desempenhado pelo “pacto colonial” no abastecimento do mercado das colônias produtoras de açúcar nas Antilhas. E explique também o papel desempenhado pelo “pacto colonial às avessas” nas dificuldades vivenciadas pela produção açucareira da colônia brasileira. 32. Compare, com fundamento na análise de Celso Furtado, as características dos fluxos de renda nas economias açucareira e mineratória. Explique os motivos pelos quais, tanto em uma como em outra, pouco ou nada se avançou no sentido de um processo de desenvolvimento de autopropulsão. 33. Discorra sobre a adequação, ao conceito pradiano de sentido da colonização, da atividade mineratória empreendida no Brasil, tendo por base a figura do faiscador, conforme analisada nos textos de Celso Furtado e de Caio Prado Júnior. 34. Elabore um comentário acerca da mobilidade social característica da atividade mineratória do Brasil setecentista. Para tanto, lance mão da legislação reguladora da repartição das datas minerais e dos padrões de distribuição da propriedade escrava então vigente nas Gerais. 35. O Regimento das Minas de 1700, bem como o de 1702, valiam-se do número possuído de escravos como critério para repartição das datas. Todavia, como observou Adriana Romeiro, em 1702 houve um “estreitamento do campo social dos que podiam participar dos descobertos”. Discuta essa específica alteração havida entre os dois regimentos, com fundamento nos conceitos de “sentido da colonização” e de “sentido profundo da colonização”. 36. Discuta a afirmação seguinte, de R. Simonsen, com fundamento na análise de Celso Furtado acerca do fluxo de renda na economia mineratória: “(...) foi por intermédio da pecuária e dos laços criados pelo comércio do gado bovino e cavalar, pelos transportes organizados pelas grandes tropas muares que se estabeleceram elos indestrutíveis na unidade econômica brasileira.” 37. Um dos fatores salientados pela historiografia como conducentes ao atraso do desenvolvimento das atividades manufatureiras no Brasil colonial trata-se da alegada incapacidade técnica dos portugueses. Discuta os avanços e retrocessos vivenciados pelo desenvolvimento manufatureiro português, de Ericeira a Pombal, baseando-se nos textos indicados de Vitorino de M. Godinho e Jorge de Macedo. 38. Discuta a afirmação seguinte, de J. Gorender, com fundamento na “política colbertiana em Portugal no fim do século XVII”, mencionada por V. M. Godinho, bem como no principal traço da política pombalina na década de 1770: “Durante séculos praticou o Estado português um mercantilismo de 8 tipo inferior, que se contentava com a exploração colonialista e não evoluía no sentido do protecionismo da indústria nacional, como fizeram os Estados inglês e francês”. 39. Elabore um comentário acerca do entendimento manifesto por Kenneth Maxwell, válido para experiências históricas da periferia europeia, a exemplo do caso de Portugal, qual seja: “(...) o Iluminismo casou-se mais vezes com o absolutismo do que com o constitucionalismo.” (Maxwell, K. Marquês de Pombal: paradoxo do iluminismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 172.) 40. Discuta a afirmação seguinte, de Stuart B. Schwartz. Ao fazê-lo, adote a argumentação utilizada por Celso Furtado: “A Minas Gerais de finais do período colonial apresenta uma característica que aos olhos de alguns especialistas parece corresponder a uma anomalia: uma área de vigoroso crescimento econômico com uma vasta população escrava, resultante da importação contínua de escravos africanos, mas aparentemente separada do setor de exportação.”