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MÉTODOS MATEMÁTICOS LINEARES Enes Gonçalves Marra Escola de Engenharia Elétrica e de Computação EEEC – UFG Equações de Diferenças e Transformada Z Forma da Equação de Diferenças Ordinária Linear com coeficientes constantes, na forma padrão é: )1()()()1(...)1()( 011 kxkyakyankyankya nn =++++−+++ − outras representações utilizadas são: )(][])1[(...])1[())(( 011 kTxkTyaTkyaTnkyaTnkya nn =++++−+++ − kkknknnkn xyayayaya =++++ +−+−+ 01111 ... Solução da E.D. )()()( kykyky ph += y(k) é a solução completa da E.D. yh(k) é a solução da E.D. homogênea associada a (1) yp(k) é a solução particular da E.D. 5. EQUAÇÕES DE DIFERENÇAS E TRANSFORMADA Z 5.1. Equações de Diferenças (E.D.) Equações de diferenças são também denominadas, equações recursivas ou equações de recursão 5.1.1 Solução da E.D. homogênea Associada (E.D.H) A E.D homogênea associada (E.D.H) à expressão (1) é: )2(0)()1(...)1()( 011 =+−++−+++ − kyakyankyankya nn A solução de (2) é dada por : )3()( kh ky λ= substituindo-se (3) em (2) resulta )4(0... 0 1 1 1 1 =++++ +−+−+ kknknnkn aaaa λλλλ Em (4), fazendo-se k = 0 resulta )5(0... 01 1 1 =++++ −− aaaa nnnn λλλ A equação (5) é denominado equação característica da E.D. homogênea descrita em (1). O polinômio característico apresenta n raízes, que resultam em n soluções para (2) quando substituídas em (3) )6(...)( 2211 k nn kk cccky λλλ +++= Solução geral da E.D. descrita em (2) é a combinação linear das n soluções dadas pela n raízes do polinômio característico Existem quatro casos possíveis ou combinações destes quatro casos, a depender das raízes de (5) Caso I: n raízes λ reais e distintas A solução será: )7(......)( 121 ++++= − kimmkiki kckccky λλλ Caso II: raiz real λi repetida com multiplicidade m A solução será: 22 ba +=ρ Caso III: par de raízes complexas conjugadas simples λ=a+jb e λ*=a-jb A solução será: sendo: ⎩⎨ ⎧ <+ ≥= − − 0/)/(tan 0/)/(tan 1 1 apab apab πφe )8(...)]sin()cos([)( ++= kBkAky k φφρ Caso IV: par de raízes complexas conjugadas múltiplas λ=(a ± jb)m A solução será: )9(...)]sin()cos([...)]sin()cos([)( 111 +++++= − kBkAkkBkAky mmkmk φφρφφρ ρ e φ são calculados como no caso III. Exemplos de solução de E.D. homogêneas Exemplo 1 5)0(4)1(0)(2)1()2( −===−+++ yeyparakykyky solução: Exemplo 2 0)2()1(;1)0( 0)()1(3)2(3)3( === =−+++−+ yyysendo kykykyky solução: 2 2 1 2 31)( kkkyh +−= Exemplo 3 1)1(;1)0(0)(2)1(2)2( −===++−+ yyparakykyky solução: ( ) )]sin(2)[cos(2)( 44 kkky kh ππ −= k h ky )2(32)( −−−= Exemplo 4 27)2(0)3()1(;3)0( 0)(81)2(18)4( ==== =++++ yeyyypara kykyky solução: 5.1.2 Solução completa da E.D. A solução completa da E.D. é: )()()( kykyky ph += A solução particular, yp(k), é encontrada pelo método dos coeficientes a determinar. A solução yp(k) é a combinação linear de x (k) e seus sucessivos atrasos até x(k-n), tal que exista um x(k-n-1) que possa ser escrito como combinação linear dos atrasos anteriores. O critério dos coeficientes a determinar resulta na tabela seguinte ( ) )1)(cos(3)( 21 kkky kh −= + π )cos()sin( kouk ϕϕ )(kx )(kyp constante constante )cos()sin( kaouka kk ϕϕ )cos()sin( 21 kckc ϕϕ + ka kca nk nnkckckcc ++++ ...2210 knak )...( 2210 n n k kckckcca ++++ )]cos()sin([ 21 kckca k ϕϕ + )cos()sin( kkoukk ϕϕ )]cos()sin([)cos()sin( 4321 kckckkckc ϕϕϕϕ +++ Importante: yp(k) não pode ser solução da E.D.H associada. Se isto ocorrer, a nova solução será )()( kykky p i pm = i é ≤ ordem da E.D.H, e é o menor expoente possível para que ypm(k) não seja solução da E.D.H. associada Exemplo 5 – Determinar a solução completa para a E.D. 10)1(3)0(;8)(4)2( 2 ===++ yeykkyky Solução homogênea: )]sin()cos([2)( 22 kBkAky k h ππ += Solução particular: 25 82 25 32 125 96)( kkkyp +−−= 2 5 82 25 32 125 96 22 )]sin(653)cos(471[125 2)( kkkkky k +−−+= ππ Solução completa: Exemplo 6 – Determinar a solução completa para a E.D. 0)1(1)0(;2)()1(2)2( ===++−+ yeykykyky Solução homogênea: kcckyh 10)( += Solução particular: 2)( kkyp = Solução completa: 221)( kkky +−= Exemplo 7 – Determinar a solução completa para a E.D. 2)0(;)1( 2 1)( 2 ==−− ykkyky Solução: k kkky ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛−+−= 2 14246)( 2 A E.D pode ser escrita também na forma atrasada, como )()()1(...)1()( 011 kxkyakyankyankya nn =+−+++−+− − A solução da E.D.H. associada continua sendo k h ky λ=)( que resulta na equação característica 0... 0 1 1 1 1 =++++ −+−−− kknknnkn aaaa λλλλ fazendo-se k = n resulta em uma nova equação característica 0... 1 1 10 =++++ −− nnnn aaaa λλλ A solução particular yp(t) permanece inalterada 5.2. Transformada Z A Transformada Z é a transformação discreta análoga à transformada de Laplace no domínio contínuo. Definição da transformada Z bilateral: [ ] k k zkxkxZzX − ∞ −∞= ∑== )()()( A Transformada de Laplace bilateral é ∫∞∞− −= dtetxsX st)()( A função contínua x(t) pode ser amostrada com período de amostragem T e torna-se x(kT). A transformada de Laplace será ∫∞∞− −= dtekTxsX ksT)()( O somatório é o análogo discreto da integral. Comparando-se X(z) e X(s), têm-se que sTeZ −= Em engenharia, o interesse é pela Transformada Z unilateral, que é definida como [ ] k k zkxkxZzX − ∞ = ∑== 0 )()()( Exemplo 8 – Transformada Z da sequência impulso discreto, δ(k) - (Delta de Kronecker) ⎩⎨ ⎧ ≠ == 0;0 0;1 )( k k kδ [ ] 1...001)()( 210 0 =+++== −−− ∞ = ∑ zzzzkkZ k k δδ [ ] 1)( =kZ δ Exemplo 9 – Transformada Z da sequência degrau unitário discreto, u(k) ⎩⎨ ⎧ < ≥= 0;0 0;1 )( k k kδ [ ] ...1111)()( 3210 0 ++++== −−−− ∞ = ∑ zzzzzkukuZ k k Se |z| < 1, Z[u(k)] é uma progressão geométrica com termo inicial 1 e razão z-1, que resulta , ou seja[ ] 11 1)( −−= zkuZ [ ] 1)( −= z zkuZ Condição de convergência: |z| < 1 Exemplo 10 – Transformada Z da sequência aku(k) [ ] ...)()( 33221100 0 ++++== −−−− ∞ = ∑ zazazazazkuakuaZ k k kk Se (|a|/|z|) < 1, Z[u(k)] é uma progressão geométrica com termo inicial 1 e razão (a/z) , que resulta , ou seja[ ] z a kuZ −= 1 1)( [ ] az zkuZ −=)( Condição de convergência: |z| > |a| [ ] ...1)()( 32 0 +⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛++== − ∞ = ∑ zazazazkuakuaZ kk kk O somatório não converge se |z| < |a| A transformada Z de u(k) é um caso particular para a = 1 Exemplo 11 – Transformada Z da sequência cos(Ω0k)u(k) 2 )()cos( 00 0 kjkj eekuk Ω−Ω +=Ω e 0 0 ][ Ω± Ω± −= j kj ez zeZ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +=Ω Ω−Ω 2 )]()[cos( 00 0 kjkj eeZkukZ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −+−=Ω Ω−Ω 002 1)]()[cos( 0 jj ez z ez zkukZ 1cos2 )cos()]()[cos( 0 2 0 0 +Ω− Ω−=Ω z zzkukZ 10 =Ω kjeCondição de convergência: |z| < 1 pois Pares de Transformadas Z unilaterais de uso frequente )(kx )(zX 1 )(ku 1−z z )(kδ )( nk −δ nz− ake aez z − ka az z − 2k ( )31 )1( − + z zz 3k ( )4 2 1 )14( − ++ z zzz k ( )21−z z )(kx )(zX )sin( 0kΩ 1cos2 sin 0 2 0 +Ω− Ω zz z )cos( 0kΩ 1cos2 )cos( 0 2 0 +Ω− Ω− zz zz kka 2)( az az − kak 2 3)( )( az azaz − + )sin( 0ka k Ω 2 0 2 0 cos2 sin aazz az +Ω− Ω )cos( 0ka k Ω 2 0 2 0 cos2 )cos( aazz azz +Ω− Ω− 5.2.1 Propriedades da Transformada Z 1) Multiplicação por constante: )()]([)]([ zaXkxaZkaxZ == 2) Linearidade: )()()]()([ 22112211 zXazXakxakxaZ +=+ 3) Multiplicação por ak: )/()]([ azXkxaZ k = 4) Translação real (ou translação em k): )1(...)2()1()0()()]([ 21 −−−−−−=+ −− nzxxzxzxzzXznkxZ nnnn para 0)1(...)2()1()0( =−==== nxxxx resulta )()]([ zXznkxZ n=+ Atraso (translação à direita): )()1(...)2()1()()]([ 121 nxnxzxzxzzXznkxZ nnn −++−++−+−+=− −+−+−− Adiantamento (translação à esquerda): para 0)1(...)3()2()1( =+−==−=−=− nxxxx resulta )()]([ zXznTkTxZ n=+ 5) Translação complexa (ou translação em z): )()]([ aak zeXkxeZ =− 6) Diferenciação em z (ou derivada em z ou multiplicação por km): ( ) m m mm dz zXdzkxkZ )()()]([ −= 8) Convolução em k: )()()]()([ 2121 zXzXkxkxZ =∗ 9) Teorema do valor inicial: )(lim)0( zXx z ∞→= 10) Teorema do valor final: )]()1[(lim)(lim 1 zXzkx zk −= →∞→ Condição para aplicação do teorema do valor final: deve ser analítica sobre e fora do círculo unitário. Ou seja, deve ser integrável e conter um número finito de descontinuidades nesta região 7) Reversão em k: )/1()]([ zXkxZ =− )()1( zXz − A transformada Z de x(k) gera um X(z) e a transformada inversa de X(z) resulta em um x(k) correspondente. Exemplo 12: Qual a transformada inversa de ? Da tabela de pares de transformadas, resulta A forma de x(k) dependerá de X(z) 2−z z k kkx − ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛== 2 12)( A transformada inversa de Z (Z-1[X(z)]) pode obtida por: • Método da divisão • Método computacional • Frações parciais • Por integração 5.2.2 Determinação da Transformada Z Inversa (Z-1[X(z)]) Inversão da transformada Z por Frações Parciais Passos para inversão por frações parciais: 1) Desenvolve-se X(z)/z em frações parciais 2) Compara-se o resultado com a tabela de funções conhecidas O desenvolvimento em frações parciais é feito da mesma forma que se faz para a transformada de Laplace, todavia para X(z)/z Os casos serão apresentados através de exemplos. Exemplo 13 (raízes reais simples): ( )( )4121)( −−= zz zzX solução: ( ) ( ) 0;44)( 4121 ≥−= kkx kk Exemplo 14 (raízes reais com multiplicidade m): 16 1 2 12 4 53 16 123 )( −+− −+−= zzz zzzzX solução: ( ) ( ) ( ) 0;959)()( 412121 ≥++−= kkkkx kkkδ Teorema de Heaviside: raizz km mkm k dz zXraizzd km A = − − − −= )]()[( )!( 1 Exemplo 15 (raízes complexas simples): ))(1( 2)( 8 1 4 322 3 +−+= zzz zzX solução: ( ) ( ) ( ) ( ) 0;sincos)( 28511228596411782158 ≥+−−= kkkkx kk ππ , sendo k=1/2 raiz dupla do denominador 5.2.3 Solução de ED Utilizando a transformada Z Emprega-se a propriedade da translação (ou deslocamento) em k, (x(k − n) ou x(k + n)) e a transformada Z inversa solução: ( ) ( ) ( ) 0;2)( 41432121 ≥++= kkky kkk Exemplo 16 – Determinar a solução completa para a E.D. 0)2(1)1(;)()2()1()( 218143 =−=−=−+−− yeykykyky k Exemplo 17 – Determinar a solução completa para a E.D. (Idem ao exemplo 6) 0)1(1)0(;2)()1(2)2( ===++−+ yeykykyky Solução: 0;21)( 2 ≥+−= kkkky