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ÁLGEBRA LINEAR Capítulo 1 Matrizes e Sistemas Lineares Matrizes Uma matriz A, m x n ( m por n ), é uma tabela de mn números dispostos em m linhas e n colunas A A i-ésima linha de A é Para a j-ésima coluna de A é para Usamos também a notação Dizemos que ou é o elemento ou a entrada de posição da matriz A. Se , dizemos que A é uma matriz quadrada de ordem e os elementos formam a diagonal (principal) de A. Exemplo 1.1. Considere as seguintes matrizes: As matrizes A e B são . A matriz C é , D é , E é e F é . De acordo com a notação que introduzimos, exemplos de algumas das matrizes dadas acima são . Uma matriz que possui uma linha é chamada de matriz linha, e uma matriz que só possui uma coluna é chamada matriz coluna. No Exemplo 1.1. a matriz D é uma matriz linha e a matriz E é uma matriz coluna. Matrizes linha e matrizes coluna são chamadas de vetores. Dizemos que duas matrizes são iguais se elas têm o mesmo tamanho e os elementos correspondentes são iguais, ou seja, são iguais se para Vamos definir operações matriciais análogas às operações com números e provar propriedades que são válidas para essas operações. Veremos, mais tarde, que um sistema de equações lineares pode ser escrito em termos de uma única equação matricial. Vamos agora, introduzir as operações matriciais. Operações com Matrizes Definição 1.1. A soma de duas matrizes de mesmo tamanho é definida como sendo a matriz , C = A + B, obtida somando-se os elementos correspondentes de A e B, ou seja, , para . Escrevemos também Exemplo 1.2. Considere as matrizes Se chamarmos de C a soma das duas matrizes A e B, então Definição 1.2 A multiplicação de uma matriz por um escalar(número) é definida pela matriz obtida multiplicando-se cada elemento da matriz pelo escalar , ou seja, , para . Escrevemos também . Dizemos que a matriz é um múltiplo escalar da matriz . Exemplo 1.3. O produto da matriz pelo escalar -3 é dado por Definição 1.3. O produto de duas matrizes, tais que o número de colunas da primeira matriz é igual ao número de linhas da segunda , é definido pela matriz obtida da seguinte forma: (1.1) A equação (1.1) está dizendo que o elemento do produto é igual à soma dos produtos dos elementos da i-ésima linha de A pelos elementos correspondentes da j=ésima coluna de B. A equação (1.1) pode ser escrita de forma compacta usando a notação do somatório. e dizemos “somatório de k variando de 1 a p, de ” O símbolo significa que estamos fazendo uma soma em que o índice k está variando de k = 1 até k = p . Exemplo 1.4. Considere as matrizes: Se chamarmos de C o produto das duas matrizes A e B, então Observação : No exemplo anterior o produto BA não está definido(por que?) . Entretanto, mesmo quando ele está definido, BA pode não ser igual a AB, ou seja, o produto de matrizes não é comutativo, como mostra o exemplo seguinte. Exemplo 1.5. Sejam . Então, Vamos ver no próximo exemplo como as matrizes podem ser usadas para descrever quantitativamente um processo de produção. Exemplo 1.6. Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos de insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 1 grama do insumo A e 2 gramas do insumo B; para cada kg de Y, 1 grama do insumo A e 1 grama do insumo B e, para cada kg de Z, i grama de A e 4 gramas de B. Usando matrizes podemos determinar quantos gramas dos insumos A e B são necessários na produção de x kg do produto X, y kg do produto Y e z kg do produto Z. X Y Z Definição 1.4. A transposta de uma matriz é definida pela matriz Obtida trocando-se as linhas com as colunas, ou seja, , para . Escrevemos também Exemplo 1.7. As transpostas das matrizes são A seguir, mostraremos as propriedades que são válidas para a álgebra matricial. Várias propriedades são semelhantes àquelas que são válidas para os números reais, mas deve-se tomar cuidado com as diferenças. Uma propriedade importante que é válida para os números reais, mas não é válida para as matrizes é a comutatividade do produto, como mostrado no Exemplo 1.5. Por ser compacta, usaremos a notação de somatório na demonstração de várias propriedades. - Propriedades da Álgebra Matricial Teorema 1.1. Sejam matrizes com tamanhos apropriados, escalares. São válidas as seguintes propriedades para as operações matriciais: (comutatividade) (associatividade) (elemento neutro) A matriz , definida por é tal que , para toda matriz . A matriz é chamada matriz nula . (elemento simétrico) Para cada matriz , existe uma única matriz , definida por �� EMBED Equation.3 tal que . (associatividade) (distributividade) (distributividade) (associatividade) (elemento neutro) Para cada inteiro positivo a matriz , , chamada matriz identidade é tal que , para toda matriz . (distributividade) Demonstração. Para provar as igualdades acima, devemos mostrar que os elementos da matriz do lado esquerdo são iguais aos elementos correspondentes da matriz do lado direito. Serão usadas várias propriedades dos números sem citá-las explicitamente. (a) (b) (c) Seja uma matriz tal que (1.2) para qualquer matriz . Comparando os elementos correspondentes, temos que , ou seja, . Portanto, a única matriz que satisfaz (1.2) é a matriz em que todos os seus elementos são iguais a zero. Denotamos a matriz . (d) Dada uma matriz seja uma matriz , tal que (1.3) Comparando os elementos correspondentes, temos que , ou seja, , para . Portanto, a única matriz que satisfaz (1.3) é a matriz em que todos os seus elementos são iguais aos simétricos dos elementos de . Denotamos a matriz (e) (f) (g) (h) A demonstração deste item é mais trabalhosa. Sejam matrizes respectivamente. A notação de somatório aqui pode ser muito útil, pelo fato de ser compacta. (i) Podemos escrever a matriz identidade em termos do delta de Kronecker, que é definido por como . Assim, A outra igualdade é análoga. (j) A outra igualdade é inteiramente análoga a anterior e deixamos como exercício. (k) e (l) (m) (n) (o) A diferença entre duas matrizes de mesmo tamanho .e definida por , ou seja, é a soma da matriz com a simétrica da matriz . Sejam uma matriz e um inteiro positivo. Definimos a potência de , por E para , definimos . Exemplo 1.8 Vamos verificar se para matrizes , quadradas, vale a igualdade (1.4) Usando a propriedade (i) do teorema anterior obtemos Assim, se, e somente se, , ou seja, se, e somente se . Como o produto de matrizes não é comutativo, a conclusão é que a igualdade (1.4) , não vale para matrizes em geral. Como contra-exemplo basta tomarmos duas matrizes que não comutem entre si. Sejam Para estas matrizes Assim, Aplicação: Cadeias de Markov Exemplo: 1.9. Vamos supor que uma população é dividida em três estados(por exemplo: ricos, classe média e pobres) e que em cada unidade de tempo a probabilidade de mudança de um estado para outro seja constante no tempo, só dependa dos estados. Este processo é chamado de cadeia de Markov. Seja a probabilidade de mudança do estado para o estado em uma unidade de tempo(geração). Cuidado com a ordem dos índices. 1 2 3 A matriz é chamada matriz de transição. 1 2 3 Como exemplo vamos considerar a matriz de transição (1.5) A distribuição da população inicial entre os três estados pode ser descrita pela seguinte matriz: A matriz caracteriza a distribuição inicial da população entre os três estados e é chamada vetor de estado. Por exemplo, (1.6) Representa uma população dividida de forma que 1/3 da população está em cada estado. Após uma unidade de tempo(geração) a população estará dividida entre os três estados da seguinte forma Lembre-se que é a probabilidade de mudança do estado para o estado . Assim o vetor de estado após uma unidade de tempo é dada pelo produto de matrizes: ’ Por exemplo se a matriz de transição, , é a matriz dada por (1.5) e a matriz de estado inicial, , é a matriz dada por (1.6) , então após uma unidade de tempo a matriz de estado será dada por Como estamos assumindo que em cada unidade de tempo a matriz de transição é a mesma, então após unidades de tempo a população estará dividida entre os três estados segundo a matriz de estado Assim, a matriz dá a transição entre k unidades de tempo. Exercícios Numéricos Considere as seguintes matrizes Se for possível, calcule: (a) (b) (c) (d) Conhecendo-se somente os produtos , como podemos calcular ? Considere as seguintes matrizes Verifique que: (a) é diferente de (b) é a -ésima coluna de , para é a -ésima linha de , para (c) , em que são as colunas de . (d) , em que são as linhas de (e) Escrevendo em termos de suas colunas, , em que , o produto pode ser escrito como (f) escrevendo em termos das suas linhas, , o produto pode ser escrito como 1.1.4. Sejam . Verifique que , em que é a -ésima coluna de , para 1.1.5. Encontre um valor de tal que , em que 1.1.6. Mostre que as matrizes em que é um número real não nulo, verificam a equação Mostre que se são matrizes que comutam com a matriz , então (a) Determine todas as matrizes , diagonais(os elementos que estão fora da diagonal principal são iguais a zero) que comutam com toda matriz , ou seja, tais que , para toda matriz (b) Determine todas as matrizes , que comutam com toda matriz , ou seja, tais que , para toda matriz . Verifique que para Notação de Somatório São válidas algumas propriedades para a notação de somatório: (a) O índice do somatório é uma variável muda que pode ser substituída por qualquer letra: (b) O somatório de uma soma pode ser escrito como uma soma de dois somatórios: pois, Aqui foram aplicadas as propriedades associativa e comutativa da soma de números. (c) Se no termo geral do somatório aparece um produto, em que um fator não depende do índice do somatório, então esse fator pode “sair” do somatório: pois, Aqui foram aplicadas as propriedades distributiva e comutativa do produto em relação a soma de números (d) Num somatório duplo, a ordem dos somatórios pode ser trocada: pois, Aqui foram aplicadas as propriedades comutativa e associativa da soma de números 1.2 Sistemas de Equações Lineares Muitos problemas em várias áreas da Ciência recaem na solução de sistemas lineares. Vamos ver como a álgebra matricial pode simplificar o estudo dos sistemas lineares. Uma equação linear em variáveis é uma equação da forma , em que são constantes reais. Um sistema de equações lineares ou simplesmente sistema linear é um conjunto de equações lineares, ou seja, é um conjunto de equações da forma em que são constantes reais, para Usando o produto de matrizes que definimos na seção anterior, o sistema linear acima pode ser escrito como uma equação matricial em que Uma solução de um sistema linear é uma matriz tal que as equações do sistema são satisfeitas quando substituímos . O conjunto de todas as soluções do sistema é chamado conjunto solução ou solução geral do sistema. A matriz é chamada matriz do sistema linear. Exemplo 1.10 - O sistema linear de duas equações e duas incógnitas pode ser escrito como A solução (geral) do sistema acima é (verifique !) ou Uma forma de resolver um sistema linear é substituir o sistema inicial por outro que tenha o mesmo conjunto solução do primeiro, mas que seja fácil de resolver. O outro sistema é obtido depois de aplicar sucessivamente uma série de operações, que não alteram a solução do sistema, sobre as equações. As operações usadas são: Estas operações são chamadas de operações elementares. Quando aplicamos operações elementares sobre as equações de um sistema linear somente os coeficientes do sistema são alterados, assim podemos aplicar as operações sobre a matriz de coeficientes do sistema, que chamamos de matriz aumentada, ou seja, a matriz Definição 1.5. Uma operação elementar sobre as linhas de uma matriz é uma das seguintes operações: Trocar a posição de duas linhas da matriz Multiplicar uma linha da matriz por um escalar diferente de zero Somar a uma linha da matriz um múltiplo escalar de outra linha O próximo teorema garante que ao aplicarmos operações elementares às equações de um sistema o conjunto solução não é alterado Teorema 1.2. Se dois sistemas lineares , são tais que a matriz aumentada é obtida de aplicando-se uma operação elementar, então os dois sistemas possuem as mesmas soluções. Demonstração: A demonstração deste teorema segue-se de duas observações: Se é solução de um sistema, então também é solução do sistema obtido aplicando-se uma operação elementar sobre suas equações (verifique !) Se o sistema , é obtido de aplicando-se uma operação elementar às suas equações (ou equivalentemente às linhas da sua matriz aumentada), então o sistema também pode ser obtido de aplicando-se uma operação elementar às suas equações, pois cada operação elementar possui uma operação elementar inversa do mesmo tipo, que desfaz o que a anterior fez (verifique!). Pela observação (b) , podem ser obtidos um do outro aplicando-se uma operação elementar sobre as suas equações. E pela observação (a) , os dois possuem as mesmas soluções. Dois sistemas que possuem o mesmo conjunto solução são chamados sistemas equivalentes. Portanto, segue-se que do Teorema 1.2 que aplicando-se operações elementares às equações de um sistema linear obtemos sistemas equivalentes. 1.2.1 Método de Gauss-Jordan O método que vamos usar para resolver sistemas lineares consiste na aplicação de operações elementares às linhas da matriz aumentada do sistema até que obtenhamos uma matriz numa forma em que o sistema associado a esta matriz seja de fácil resolução. Vamos procurar obter uma matriz numa forma em que todas as linhas não nulas possuam como primeiro elemento não nulo (chamado pivô) o número 1. Além disso, se uma coluna contém um pivô, então todos os seus outros elementos terão de ser iguais a zero. Vamos ver no exemplo seguinte como conseguimos isso. Neste exemplo veremos como a partir do faturamento e do gasto com insumos podemos determinar quanto foi produzido de cada produto manufaturado em uma indústria. Exemplo 1.11. Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos de insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 1 grama do insumo A e 2 gramas do insumo B; para cada kg de Y, i grama de insumo A e 1 grama do insumo B e, para kg de Z, 1 grama de A e 4 gramas de B. O preço de venda do kg de cada um dos produtos X, Y e Z é R$ 2,00, R$ 3,00 e R$ 5,00, respectivamente. Com a venda de toda a produção de X, Y e Z manufaturada com 1 kg de A e 2 kg de B, essa indústria arrecadou R$ 2500,00. Vamos determinar quantos kg de cada um dos produtos X, Y e Z foram vendidos. Como vimos no Exemplo 1.6 da página 3, usando matrizes o esquema de produção pode ser descrito da seguinte forma: X Y Z Assim, precisamos resolver o sistema linear cuja matriz aumentada é Primeira eliminação Vamos procurar para pivô da primeira linha um elemento não nulo da primeira coluna não nula (se for o caso, podemos usar a troca de linhas para “trazê-lo” para a primeira linha). Como o primeiro elemento da primeira coluna é igual a 1 ele será o primeiro pivô. Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da primeira coluna, que é a coluna do pivô, para isto, adicionamos à segunda linha, -2 vezes a primeira linha e adicionamos à terceira linha, também, -2 vezes a primeira linha. Segunda eliminação Olhamos para a submatriz obtida eliminando-se a primeira linha. Escolhemos para pivô um elemento diferente de zero na primeira coluna não nula desta submatriz. Vamos escolher o elemento de posição 2,2. Como temos que “fazer” o pivô igual a 1, vamos multiplicar a segunda linha por -1. Agora precisamos “zerar”os outros elementos da segunda coluna, que é a coluna do pivô, para isto, somamos à primeira linha, -1 vezes a segunda e somamos à terceira linha, também, -1 vezes a segunda. Terceira eliminação Olhamos para a submatriz obtida eliminando-se a primeira e a segunda linhas. Escolhemos para pivô um elemento diferente de zero na primeira coluna não nula desta submatriz. Temos de escolher o elemento de posição 3,3 e como temos de “fazer” o pivô igual a 1, vamos multiplicar a terceira linha por . Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da terceira coluna, que é a coluna do pivô, para isto, somamos à primeira linha, -3 vezes a terceira e somamos à segunda linha, 2 vezes a segunda. Portanto o sistema dado é equivalente ao sistema Que possui solução geral dada por Portanto, foram vendidos 700 kg do produto X, 200 kg do produto Y e 100 kg do produto Z. ______________________________________________________________________________ A última matriz que obtivemos no exemplo anterior está na forma que chamamos de escalonada reduzida.______________________________________________________________________ Definição 1.6. Uma matriz está na forma escalonada reduzida quando satisfaz as seguintes condições: Todas as linhas nulas(formadas inteiramente por zeros) ocorrem abaixo das linhas não nulas; O pivô (primeiro elemento não nulo de uma linha) de cada linha não nula é igual a 1; O pivô de cada linha não nula ocorre à direita do pivô da linha anterior Se uma coluna contém um pivô, então todos os seus outros elementos são iguais a zero. Se uma matriz satisfaz as propriedades (a) e (c) , mas não necessariamente (b) e (d) , dizemos que está na forma escalonada. Exemplo 1.12 As matrizes são escalonadas reduzidas, enquanto são escalonadas, mas não são escalonadas reduzidas. Este método de resolução de sistemas, que consiste em aplicar operações elementares às linhas de matriz aumentada até que a matriz do sistema esteja na forma escalonada, é conhecido como método de Gauss-Jordan. Exemplo 1.13. Considere o seguinte sistema A sua matriz aumentada é Primeira eliminação Como o pivô da primeira linha é igual a 1 e os outros elementos da primeira coluna são iguais a zero, não há nada o que fazer na primeira eliminação. Segunda eliminação Olhamos para a submatriz obtida eliminando-se a primeira linha. Escolhemos para pivô um elemento não nulo da primeira coluna não nula da submatriz. Escolhemos o elemento de posição 2,2. Como ele é igual a 1, precisamos, agora, “zerar” os outros elementos da coluna do pivô. Para isto somamos à primeira linha, -3 vezes a segunda e somamos à terceira linha, 2 vezes a segunda. Portanto o sistema é equivalente ao sistema que não possui solução. Em geral, um sistema linear não tem solução se, e somente se, a última linha não nula da forma escalonada reduzida da sua matriz aumentada for da forma Exemplo 1.14 Considere o seguinte sistema A sua matriz aumentada é Primeira eliminação Como temos de “fazer”o pivô igual a um, escolhemos para pivô o elemento da posição 3,1. Precisamos “colocá-lo” na primeira linha, para isto, trocamos a terceira linha com a primeira. Agora precisamos “zerar” os outros elementos da primeira coluna, que é a coluna do pivô, para isto, adicionamos à segunda linha, -5 vezes a primeira. Segunda eliminação Olhamos para a submatriz obtida eliminando-se a primeira linha. Escolhemos para pivô um elemento diferente de zero na primeira coluna não nula desta submatriz. Escolhemos o elemento 2,3. Como temos de fazer o pivô igual a 1, multiplicamos a segunda linha por -1/5. Agora precisamos “zerar” os outros elementos da segunda coluna, que é a coluna do pivô, para isto adicionamos à primeira linha a segunda e à terceira linha, -3 vezes a segunda. Esta matriz é escalonada reduzida. Portanto o sistema dado é equivalente ao sistema seguinte A matriz deste sistema possui duas colunas sem pivôs. As variáveis que não estão associadas a pivôs podem ser consideradas variáveis livres, isto é, podem assumir valores arbitrários. Neste exemplo as variáveis não estão associadas a pivôs e podem ser consideradas variáveis livres. Sejam . As variáveis associadas aos pivôs terão seus valores dependentes das variáveis livres, . Assim, a solução geral do sistema é para todos os valores de reais. Em geral, se o sistema linear tiver solução e a forma escalonada reduzida da matriz aumentada possuir colunas sem pivôs, as variáveis que não estão associadas a pivôs podem ser consideradas variáveis livres, isto é, podem assumir valores arbitrários. As variáveis associadas aos pivôs terão os seus valores dependentes das variáveis livres. Lembramos que o sistema linear não tem solução se a última linha não nula da forma escalonada reduzida da matriz aumentada for da forma , como no exemplo 1.13 na página 14. _____________________________________________________________________________ OBSERVAÇÃO : Para se encontrar a solução de um sistema linear não é necessário transformar a matriz aumentada do sistema na sua forma escalonada reduzida, mas se a matriz está nesta forma, o sistema associado é o mais simples possível. Um outro método de resolver sistemas lineares consiste em, através da aplicação de operações elementares à matriz aumentada do sistema, se chagar a uma matriz que é somente escalonada (isto é, uma matriz que satisfaz as condições (a) e (c) , mas não necessariamente (b) e (d) da Definição 1.6). Este método é conhecido como Método de Gauss.___________________________________ O próximo resultado mostra que um sistema linear que tenha mais de uma solução não pode ter um número finito de soluções. Proposição 1.3. Sejam uma matriz . Se o sistema linear possui duas soluções distintas , então ele tem infinitas soluções. Demonstração. Seja Vamos mostrar que é solução do sistema , para qualquer . Para isto vamos mostrar que . Aplicando as propriedades (i), (j) das operações matriciais ( Teorema 1.1 na página 4) obtemos Como são soluções de , então , portanto , pela propriedade (f) do Teorema 1.1. Assim, o sistema tem infinitas soluções, pois para todo valor de é solução e , ou seja, . Observe que para , para , para , para e para . Para resolver sistemas lineares vimos aplicando operações elementares à matriz aumentada do sistema linear. Isto pode ser feito com quaisquer matrizes. Matrizes Equivalentes por linhas Definição 1.7 Uma matriz é equivalente por linhas a uma matriz , se pode ser obtida de aplicando-se uma seqüência de operações elementares sobre as suas linhas. Exemplo 1.15 Observando os Exemplos 1.11 , 1.14 e 1.13 , vemos que as matrizes são equivalentes pó linhas às matrizes , respectivamente. Matrizes estas que são escalonadas reduzidas. Cuidado: elas são equivalentes por linhas, não são iguais ! A relação “ser equivalente por linhas” satisfaz as seguintes propriedades, cuja verificação deixamos como exercício para o leitor. * Toda Matriz é equivalente por linhas a ela mesmo (reflexividade) * Se A é equivalente por linhas a B, então B é equivalente por linhas a A (simetria) * Se A é equivalente por linhas a B e B é equivalente por linhas a C, então A é equivalente por linhas a C (transitividade) Toda matriz é equivalente por linhas a uma matriz na forma escalonada reduzida e a demonstração, que omitiremos, pode ser feita da mesma maneira que fizemos no caso particular das matrizes aumentadas dos Exemplos 1.11, 1.14 e 1.13. Teorema 1.4. Toda matriz é equivalente por linhas a uma única matriz escalonada reduzida . O próximo resultado será usado para provar alguns resultados no capítulo de inversão de matrizes. Proposição 1.5. Seja uma matriz , na forma escalonada reduzida. Se , então R tem uma linha nula. Demonstração. Observe que o pivô de uma linha está sempre numa coluna . Portanto, ou a última linha de é nula ou o pivô da linha está na posição . Mas, neste caso todas as linhas anteriores são não nulas e os pivôs de cada linha está na coluna , ou seja, . Sistemas Lineares Homogêneos Um sistema linear da forma (1.7) É chamado sistema homogêneo. O sistema (1.7) pode ser escrito como . Todo sistema homogêneo admite pelo menos a solução chamada de solução trivial. Portanto, todo sistema homogêneo tem solução. Alem disso ou tem somente a solução trivial ou tem infinitas soluções OBSERVAÇÃO : Para resolver um sistema linear homogêneo , basta escalonarmos a matriz do sistema, já que sob a ação de uma operação elementar a coluna de zeros não é alterada. Mas, é preciso ficar atento quando se escreve o sistema linear associado à matriz resultante das operações elementares, para se levar em consideração esta coluna de zeros que não vimos escrevendo. Teorema 1.6. Se , é tal que , então o sistema homogêneo tem solução diferente da solução trivial, ou seja, todo sistema homogêneo com menos equações do que incógnitas tem infinitas soluções. Demonstração. Como o sistema tem menos equações do que incógnitas o número de linhas não nulas da forma escalonada reduzida da matriz aumentada do sistema também é tal que . Assim, temos pivôs e variáveis (incógnitas) livres, que podem assumir todos os valores reais. Logo, o sistema admite solução não trivial e portanto infinitas soluções. O conjunto solução de um sistema linear homogêneo satisfaz duas propriedades interessantes. Estas propriedades terão papel decisivo no estudo de subespaços de , como veremos adiante. Proposição1.7. Seja Se são soluções do sistema homogêneo também o é. Se é solução do sistema homogêneo , então também o é. Demonstração. Se são soluções do sistema homogêneo , então e e portanto também é solução pois, Se é solução do sistema homogêneo , então também o é, pois Estas propriedades não são válidas para sistemas lineares em geral. Por exemplo, considere o sistema linear , em que . A solução deste sistema é . Mas não é solução do sistema. Exemplo 1.16. Vamos retomar a cadeia de Markov do Exemplo 1.9 na página 6. Vamos supor que uma população é dividida em três estados (por exemplo: ricos, classe média e pobres) e que em cada unidade de tempo a probabilidade de mudança de um estado para outro seja constante no tempo, só dependa dos estados. Seja a probabilidade de mudança de estado para o estado em uma unidade de tempo(geração). A matriz de transição é dada por 1 2 3 Por exemplo , a matriz de transição pode ser dada por 1 2 3 Vamos descobrir qual distribuição inicial da população entre os três estados permanece inalterada, geração após geração. Ou seja, vamos determinar tal que Assim, precisamos resolver o sistema linear homogêneo Cuja matriz aumentada é Primeira eliminação: Segunda eliminação: Portanto o sistema dado é equivalente ao sistema seguinte Seja Então Assim, a solução geral do sistema é , para todo . Tomando a solução tal que obtemos que se a população inicial for distribuída de forma que da população esteja no estado 1, da população esteja no estado 2 e , esteja no estado 3, então esta distribuição permanecerá constante geração após geração. Matrizes Elementares Definição 1.8 Uma matriz elementar é uma matriz obtida da matriz identidade aplicando-se uma, e somente uma, operação elementar. Vamos denotar por a matriz elementar obtida trocando-se a linha com a linha da matriz , a matriz elementar obtida multiplicando-se a linha da matriz pelo escalar e a matriz elementar obtida da matriz , somando-se à linha vezes a linha . Exemplo 1.17. As matrizes seguintes são as matrizes elementares : Sejam matrizes . As matrizes elementares podem ser escritas em termos das matrizes como Aplicar uma operação elementar em uma matriz, corresponde a multiplicar a matriz à esquerda por uma matriz elementar, como mostra o resultado a seguir. Teorema 1.8. Sejam uma matriz elementar e uma matriz qualquer . Então, é igual à matriz obtida aplicando-se na matriz a mesma operação elementar que originou . Demonstração. Como a -ésima linha de um produto de matrizes BA é igual a , em que é a -ésima linha da matriz B e , em que é a linha da matriz A, então: Assim, aplicar uma seqüência de operações elementares em uma matriz, corresponde a multiplicar a matriz à esquerda por um produto de matrizes elementares. Exemplo 1.18 Quando usamos o método de Gauss-Jordan para resolver o sistema do Exemplo 1.11 na página 12, aplicamos uma seqüência de operações elementares na matriz aumentada do sistema. Isto corresponde a multiplicar a matriz aumentada à esquerda pelas matrizes elementares Exercícios Numéricos Quais das seguintes matrizes estão na forma escalonada reduzida: Em cada item suponha que a matriz aumentada de um sistema foi transformada usando operações elementares na matriz escalonada reduzida dada. Resolva o sistema correspondente. (a) (b) Resolva, usando o método de Gauss-Jordan, os seguintes sistemas: (a) 1.2.4. Os sistemas lineares seguintes possuem a mesma matriz A. Resolva-os usando o método de Gauss-Jordan. Observe que os dois sistemas podem ser resolvidos ao mesmo tempo escalonando a matriz aumentada . (a) Seja Encontre a solução geral do sistema Encontre a solução geral do sistema Para cada sistema linear dado, encontre todos os valores de para os quaisb o sistema não tem solução, tem solução única e tem infinitas soluções: (a) Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos de insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 2 gramas do insumo A e 1 grama do insumo B; para cada kg de Y 1 grama de insumo A e 3 gramas de insumo B e, para cada kg de Z, 3 gramas de A e 5 gramas de B. O preço de venda do kg de cada um dos produtos X, Y e Z é R$ 3,00, R$ 2,00 e R$ 4,00, respectivamente. Com a venda de toda a produção de X, Y e Z manufaturada com 1,9kg de A e 2,4 kg de B, essa indústria arrecadou R$ 2900,00. Determine quantos kg de dada um dos produtos X, Y e Z foram vendidos. Determine os coeficientes da função polinomial , cujo gráfico passa pelos pontos 1.2.9. Determine os coeficientes da equação do círculo , que passa pelos pontos Resolva, usando o método de Gauss-Jordan, os seguintes sistemas: (a) 1.2.4. Os sistemas lineares seguintes possuem a mesma matriz A. R mesmotemp (a) Seja Encontre a solução geral do sistema Encontre a solução geral do sistema Para cada sistema linear dado, encontre todos os valores de para os q sol soluçõe (a) Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos de insumo, A e B (Relativo à sub-seção 1.2.4.) Considere a matriz reduzida. (Sugestão: veja o Exemplo 1.18 na (Relativo à sub-seção 1.2.4) Considere a matriz . Encontre matrizes elementares E, F. G e H tais que R=EFGHA é uma matriz escalonada reduzida. (Sugestão): veja o exemplo 1.18 na página 22) Resolva usando o método de Gauss-Jordan, os seguintes sistemas: a) ; b) Considere a matriz . Determine o conjunto solução do sistema , em que , para todos os valores de . Resolva os sistemas lineares cujas matrizes aumentadas são: (a) 30 20 10 0 -10 -20 -30 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Encontre condições sobre os � EMBED Equation.3 ���s para que cada um dos sistemas seja consistente (isto é, tenha solução): (a) � EMBED Equation.3 ��� x 8 6 4 2 0 -2 -4 y -6 -4 -2 0 2 4 6 8 �PAGE � �PAGE �12� _1279106102.unknown _1279277661.unknown _1279441667.unknown _1279460239.unknown _1279538433.unknown _1279539162.unknown _1279613517.unknown _1279614969.unknown _1280044249.unknown _1280044809.unknown _1280058643.unknown _1280577464.unknown _1280577733.unknown _1280577753.unknown _1280577700.unknown _1280059180.unknown _1280059384.unknown _1280060037.unknown _1280059318.unknown _1280059022.unknown _1280057825.unknown _1280058168.unknown _1280046735.unknown _1280046860.unknown _1280044874.unknown _1280044376.unknown _1280044772.unknown _1280044308.unknown _1280042647.unknown _1280043040.unknown _1280043185.unknown _1280043339.unknown _1280043405.unknown _1280043125.unknown _1280042784.unknown _1279976425.unknown _1280040798.unknown _1280040118.unknown _1279974339.unknown _1279975550.unknown _1279972723.unknown _1279613877.unknown _1279613980.unknown _1279614548.unknown _1279613895.unknown _1279613727.unknown _1279613836.unknown _1279613546.unknown _1279613170.unknown _1279613244.unknown _1279613304.unknown _1279613460.unknown _1279613278.unknown _1279613202.unknown _1279613220.unknown _1279613188.unknown _1279541044.unknown _1279541263.unknown _1279541283.unknown _1279541221.unknown _1279540192.unknown _1279540238.unknown _1279540118.unknown _1279538871.unknown _1279539002.unknown _1279539079.unknown _1279539113.unknown _1279539021.unknown _1279538962.unknown _1279538982.unknown _1279538910.unknown _1279538748.unknown _1279538834.unknown _1279538853.unknown _1279538803.unknown _1279538547.unknown _1279538711.unknown _1279538490.unknown _1279461257.unknown _1279537518.unknown _1279538130.unknown _1279538283.unknown _1279538341.unknown _1279538187.unknown 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