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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Aluno: Rafael Silva Canto da Rocha
Matrícula: 2013.01.75622-9
Disciplina: Direito Penal I – Semana 03
Professor: Alberto Paes
APLICAÇÃO PRÁTICA TEÓRICA
1) Leia o texto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu 
Professor. 
Instaurado inquérito policial para fins de averiguação de autoria e materialidade e, consequente responsabilização penal pela prática de tráfico ilícito de drogas, previsto no art.33, da Lei n.11343/2006, por ter, em março de 2010 sido flagrado em uma boate portando quantidade elevada dos hormônios testosterona em comprimidos e estrogênio equino, Alex Sandro Lima, impetrou Habeas Corpus com vistas ao trancamento do referido inquérito policial, sob o argumento de atipicidade da conduta por ausência de expressa previsão legal acerca das substâncias apreendidas, haja vista o fato das mesmas configurarem drogas de uso médico e veterinário, não sendo compreendidas, portanto, pelo respectivo dispositivo legal.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre teoria da norma, sua interpretação e norma penal do mandato em branco, responda: deve a ordem ser concedida? Responda de forma objetiva e fundamentada
Resposta: No caso em questão temos uma norma penal em branco, ou seja, uma norma penal que tem o preceito secundário (sanção) completo, contudo, tem o preceito primário (conduta) incompleto; assim, deve-se buscar um complemento em outra lei, ou ainda em um ato infralegal. No caso, o complemento está em um ato infralegal (Portaria n° 344/98, do Ministério da Saúde), tratando-se assim de uma norma penal em branco heterogênea. Dessa maneira, não merece prosperar o pedido de Alex, dado que a lei pode não estar completa, uma vez que não apresenta expressa previsão legal acerca das substâncias que Alex detinha sob seu poder, todavia, temos meios de completar essa lacuna com um ato infralegal, no caso, a Portaria do Ministério da Saúde, que compreende as substâncias apreendidas com Alex como sendo ilícitas, não afastando a tipicidade do fato.
2) Fábio, funcionário de uma empresa pública, recebe de seu superior, Alexandre, a atribuição de realizar o pagamento dos empregados da referida empresa. Ao perceber a vultosa quantia à sua disposição, Fábio, auxiliado pelo bancário Luiz, decide desviar parte do valor, depositando-o em sua conta corrente. Sendo certo que o dolo de apoderar-se da referida quantia surgiu no momento em que Hélio a teve à sua disposição e, portanto, posteriormente à concessão da referida atribuição. Ante o exposto, surge o denominado conflito aparente de normas entre os delitos de apropriação indébita, previsto nos art. 168, caput e §1°, III e peculato, art. 312, caput, ambos do Código Penal. 
Com base nos estudos realizados sobre o tema, solucione o caso concreto de modo a tipificar corretamente a conduta de Fábio indicando o princípio a ser adotado. Fundamente a resposta.
a) consunção.
b) especialidade.
c) subsidiariedade.
d) proporcionalidade.
Resposta: Letra e “especialidade”. Adota-se o princípio da especialidade no caso concreto em questão, uma vez que temos mais de uma norma incidentes num mesmo assunto, porém uma delas trata especificamente do fato em questão. No caso, temos apropriação indébita, art. 168/CP, que é a norma geral, e peculato, art. 312/CP, que é a norma especial. No caso de conflito aparente entre normas, é sabido que um dos principais meios de resolução é o de que a norma especial prevalece sobre a geral (princípio da especialidade). Peculato é considerado especial por tratar especificamente de crime de apropriação indébita cometido por funcionário público, que é o caso de Fábio.

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