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Bactérias patogênicas de importância em alimentos Profª. Msc. Juliana Munduruca Disciplina: Microbiologia de Alimentos CLASSIFICAÇÃO / DIVISÃO Bactérias Gram-positivas Bactérias Gram-negativas Clostridium botulinum Escherichia coli Clostridium perfringens Shigella Bacillus cereus Salmonella Staphylococcus aureus Campylobacter jejuni, C. coli, C. lari Listeria monocytogenes Yersinia enterocolitica Vibrio cholerae Características gerais • Apresentam flagelos peritríquios; • São formadores de esporos; • Anaeróbios estritos. • Causa uma doença alimentar denominada botulismo (intoxicação alimentar causada pela ingestão de neurotoxinas pré-formadas). Clostridium botulinum – Gram positivo Produção de toxinas • Produtores de toxinas (natureza proteica) – A, B, C1, C2, D, E, F e G; ▫ Botulismo no homem – A, B, E e F; ▫ Doenças nos animais – A, B, C1, C2, D e E; ▫ Os tipos C e D – mais patogênicos; para o homem, o tipo A é o mais virulento (apenas provar do alimento contaminado ou absorver a toxina por rachaduras na pele já causa intoxicação). • Cepas: são classificadas em quatro grupos (I, II, III e IV) de acordo com a toxina que produzem e a atividade sobre proteínas e açúcares. ▫ Grupo I – A (neurotoxina, proteolítica), B e F (proteolíticas); ▫ Grupo II – E (não-proteolíticas), B e F (proteolíticas ou não- proteolíticas); ▫ Grupo III – C e D (fracamente proteolítica ou não); ▫ Grupo IV – G (fracamente proteolítica); Clostridium botulinum – Gram positivo Fatores intrínsecos e extrínsecos • Aa ▫ GI e GII – 0,97 (NaCl) e 0,94 (glicerol) ▫ Demais – 0,94 (NaCl) e 0,91 (glicerol) • pH: mínimo/máximo ▫ GI – min. 4,6 a 4,8 / max. 8 e 9; ▫ Demais – min. 5,0 / max. 8 e 9; • Eh ▫ Máximo: +200mV (proteolíticas e não-proteolíticas); ▫ Eh ↑ 200mV - inibe produção de toxina. • Temperatura, limites mínimos/máximos: ▫ GI – min. 10ºC / max.45-50ºC; ▫ GII – min. 3,5ºC / max. 40-45ºC. Clostridium botulinum – Gram positivo Fontes de origem • São amplamente distribuídos na natureza - o solo e o ambiente aquático são seu hábitat principal. Clostridium botulinum – Gram positivo Formas de disseminação • Contato com o solo através de verduras e legumes antes de serem completamente higienizados; • Mãos mal lavadas que estiveram em contato com terra ou produtos in natura; • Superfícies da cozinha que estiverem com contato com os alimentos; • Alimento cru. Clostridium botulinum – Gram positivo Alimentos envolvidos • Embutidos ou enlatados, de origem animal ou vegetal, insuficientemente esterilizados ou conservados em substratos com pH superior a 4,6. • A germinação dos esporos também exige anaerobiose estrita para que haja a produção de toxinas. • Os esporos contidos no alimento mal processado germinam, dando origem às formas vegetativas, que se multiplicam e produzem toxina botulínica. Alimentos envolvidos • Embutidos – salsichas, salames, presuntos, chouriços e patês; • Derivados de leite – queijos, produtos fermentados; • Peixes em conservas ou defumados; • Produtos vegetais – palmito, espinafre, aspargos, cogumelos, milho, vagens, figos, azeitonas e ervilhas; • Mel; • Conservas caseiras - ↑ risco – procedimentos inadequados na sua preparação; Clostridium botulinum – Gram positivo Surtos • Produtos marinhos, produtos cárneos, conservas vegetais, frutas, mel (botulismo infantil), fezes humanas e excrementos animais. Clostridium botulinum – Gram positivo Mecanismos de patogenicidade • O homem intoxica-se após a ingestão de alimento contaminado com a toxina botulínica. • A absorção da toxina ocorre nas porções superiores do intestino delgado, atingindo o sistema nervoso periférico via circulação sanguínea. • Sua atividade neurotóxica é exercida tanto sobre o sistema nervoso autônomo quanto sobre o somático. • Atua, impedindo a liberação de acetilcolina nas porções terminais das neurofibrilas. Tanto o cérebro quanto a medula espinhal não são afetados. Quanto ao sistema neuromuscular, as paralisias podem afetar um único músculo ou grupo musculares. Clostridium botulinum – Gram positivo Características da doença • Botulus – salsicha em latim; • Botulismo Clássico – intoxicação por neurotoxinas; • Botulismo de Lesões – infecção causada pela proliferação e liberação de toxinas em lesões infectadas; • Botulismo Intestinal (Infantil) – infecção causada pela ingestão de esporos e germinação – toxinas em crianças com -1 ano; • As 3 formas são clinicamente semelhantes. Clostridium botulinum – Gram positivo Características da doença • Incubação de 12 a 36 horas dependendo da quantidade de toxina ingerida. • Náuseas, vômitos e diarreia / constipação intestinal; • Fadiga, fraqueza muscular, problemas de visão: queda de pálpebra, dificuldade de adequação à luz e visão dupla. Boca seca, problemas de deglutição e controle da língua; • Parada respiratória – morte de 3 a 5 dias; • Tratamento – soroterapia, lavagem estomacal e intestinal, substâncias eméticas e catárticas. Suporte respiratório. A soroterapia é eficiente nos primeiros estágios da doença. Clostridium botulinum – Gram positivo Características da doença • O botulismo evolui rápido e pode matar em poucas horas. • Poucos locais contam com o soro devido ao fato de se tratar de uma doença rara, no período de dez anos (de 1999 a 2008) foram registrados somente 39 casos no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. • O uso do soro visa eliminar a toxina circulante no corpo e a sua fonte de produção, ou seja, a bactéria Clostridium botulinum. Clostridium botulinum – Gram positivo Medidas de controle • Impedir a germinação dos esporos – toxina. • Microbiota competitiva – alguns microrganismos produzem ácidos, bacteriocinas, água oxigenada e antibióticos; • Conservantes – nitritos e nitratos. A eficiência dependente da acidez e da Aa da carne; • Tratamento térmico elevado – destruição de células vegetativas. A resistência térmica influenciada pelo pH, Aa e composição do meio; • Neurotoxina – termolábeis, destruídas a 80ºC / entre 10 e 30 min ou 100ºC poucos minutos (3 min.). Recomenda-se temp. de 100ºC, por no mínimo 10 min; • Congelamento, refrigeração – ineficaz; • Teores de umidade inferior a 30%, pH abaixo de 4,6 e concentração de NaCl superior a 8% - impedem a produção da toxina. Clostridium botulinum – Gram positivo Medidas de controle • Evitar conservas vegetais caseiras e de origem clandestina, como o palmito. • É importante ficar em alerta também para conservas de carnes, embutidos e peixes. Se forem mal cozidos e guardados fora da geladeira, podem ser meio de proliferação das bactérias. • Não comprar alimentos em latas estufadas, amassadas ou conservas sem o lacre também é importante. • Cozinhar o alimento em conserva antes de consumir também ajuda a matar a bactéria que causa o botulismo. • A toxina não tem cheiro nem cor, por isso, muitas vezes o alimento não apresenta sinais de contaminação. Aplicações - Oftalmologia - Neurologia - Dermatologia • Botox é uma proteína produzida pela bactéria do Clostridium botulinium. É obtida e purificada em laboratório, através de um complexo processo de reações químicas e sucessivas filtrações. A toxina botulínica é uma neurotoxina e age na junção muscular, impedindo que os músculos se contraiam. Clostridium botulinum – Gram positivo Características gerais • Anaeróbio, esporulado, apresenta cápsula e é imóvel; • C. perfringens tem intensa atividade metabólica em alimentos. É capaz de produzir uma grande variedade de enzimas hidrolíticas extracelulares, fermentar um grande número de carboidratos, com intensa produção de gás H2 e CO2 e produtos finais ácidos. • Para sua multiplicação, é imprescindível a presença de vitaminas e nucleotídeos. • Na atualidade, é reconhecido como um dos agentes mais frequentemente envolvidos em surtos de toxinfecções alimentares no mundo todo, secundando apenas as salmoneloses. Clostridium perfringens – Gram positivo Produção de toxinas • Produz proteínas: atividade tóxica e enzimática • Cepas – A, B, C, D e E; • Toxinas extracelulares: alfa (todos), beta (B e C), epsílon (B e D) e iota (E); • Os tipos A, C e D produzem enterotoxina, mas quase todos os casos descritos de toxinfecção alimentar por esse microrganismo foram causadas por cepas do tipo A. Clostridium perfringens – Gram positivo Produção de toxinas • As cepas do tipo A também podem causar gangrena gasosa (necrose do tecido e sintomas associados). • O tipo C é o responsável pela enterite necrótica, doença grave e frequentemente fatal, mas de ocorrência rara. • São conhecidas, ainda, outras exotoxinas não associadas com toxinfecções de origem alimentar, mas relacionadas primordialmente com ferimentos por instrumentos cirúrgicos, fraturas expostas, úlceras diabéticas, abortos sépticos, entre outros. Fatores intrínsecos e extrínsecos • Multiplicação: temperaturas altas ▫ Mínima: 12ºC – Máxima: 51,7ºC ▫ Temperatura ótima: 40-47ºC ▫ Tempo de geração – 7,1 min / 41ºC; ▫ Esporulação: 35ºC – 40ºC; • pH: ▫ Multiplicação e esporulação: 5,5 - 9 ▫ Ótimo: 7,2 • Aa: ▫ Entre 0,93 e 0,97 para multiplicação ▫ 0,98 para esporulação • Concentração de 6-8% de NaCl inibe a multiplicação; • Eh: -200mV. Clostridium perfringens – Gram positivo Fontes de origem • Solo e trato gastrintestinal de homens e animais; • Esporos resistentes às condições ambientais; • Comum em alimentos crus e processados, carnes bovina e aves. Embutidos, conservas de peixes, patês, queijos fermentados e ostras, principalmente alimentos que apresentem: teor ↑ umidade, ↑ proteínas; • Grande tempo de exposição (estufas, temperatura ambiente); • Refrigeração – inadequada; • Surtos com número elevado de vítimas, geralmente relacionados ao consumo de alimentos preparados em grande quantidade e consumidos várias horas depois – estabelecimentos institucionais (restaurantes, hospitais, fábricas, escolas etc.). • Cepas A – intoxicação – mais comum: dores abdominais, diarreia, náuseas e febre. Vômitos são raros. Sintomas - início: 8 a 12h, duração: 12 a 24h. Intoxicação, raramente causa morte; • Cepas C – enterite necrótica – rara; dor abdominal aguda, diarreia com sangue, algumas vezes vômitos, inflamação necrótica do intestino delgado, septicemia. Fatal. Carne de porco mal cozida. Características da doença (Toxinfecção) Clostridium perfringens – Gram positivo • A principal via de transmissão é representada pelos alimentos, contaminados por fezes ou sujidades do solo, armazenados em condições que permitam a multiplicação do agente em meio anaeróbio. • A contaminação ocorre pelas mãos dos manipuladores, pelos roedores e moscas. A infecção é causada pela ingestão de células vegetativas que ultrapassam a barreira gástrica, resistindo ao pH ácido, e atingem o intestino delgado onde se desenvolvem, esporulam e liberam a enterotoxina. A ingestão de toxina pré-formada nos alimentos é muito rara. Mecanismo de patogenicidade Clostridium perfringens – Gram positivo • Conservação acima 60ºC ou abaixo 4ºC – inativação das células vegetativas; • Esporos – duas classes: termorresistente e termossensíveis; • Os esporos termorresistentes sobrevivem ao cozimento e sua germinação pode ser estimulada pelo aquecimento. Medidas de controle Clostridium perfringens – Gram positivo Observações • A infecção está associada ao consumo de produtos cárneos cozidos que foram resfriados lentamente ou armazenados sob temperaturas abusivas e consumidos sem reaquecimento suficiente para destruir as células vegetativas desenvolvidas. Assim, recomenda-se resfriamento de alimentos cozidos rápido, abaixo de 10ºC, em 2 ou 3 horas. • Os endósporos termorresistentes sobrevivem à cocção, porém este procedimento inativa outros agentes competidores e reduz a concentração de oxigênio, propiciando um ambiente de anaerobiose. • Quando o alimento é mantido refrigerado e, posteriormente, reaquecido, os endósporos germinam e crescem. Características gerais • Bacillus cereus é grande, aeróbio (anaeróbio facultativo), mesófilo, com flagelos peritríquios, produtor de esporos; • Apresentam intensa atividade metabólica produzindo enzimas que degradam muitos substratos orgânicos. • A incidência de casos em saúde pública é estimada em até 25% do total de surtos de DTAs registradas em âmbito mundial (pode ser maior, devido às subnotificações). Bacillus cereus – Gram positivo Fatores intrínsecos e extrínsecos • Temperatura entre 4ºC a 55ºC, ótima 28ºC e 40ºC; • Aa: 0,93; • pH: 4,9 – 9,3; • Crescimento reduzido em 7,5% NaCl. Bacillus cereus – Gram positivo Fontes de origem • Solo • Vegetais, cereais, condimentos. Especial: arroz cru (40 a 100% dos cultivares); • Carne bovina, suína e de frango, laticínios (queijos e sorvetes) – muito comum em leite em pó. • Brasil – queijos, farinhas, alimentos desidratados, carne moída etc., com índices de positividade de 18 a 97%. Bacillus cereus – Gram positivo Mecanismo de patogenicidade • A toxinfecção ocorre por ingestão de alimentos contendo células vegetativas de B. cereus, as quais no intestino do homem produzirão a enterotoxina responsável pelo quadro diarreico. • A toxina emética é produzida durante a fase estacionária de multiplicação. • A maioria das cepas é capaz de produzir uma série grande de metabólitos extracelulares – toxina diarreica e emética: ▫ Toxina diarreica – proteica, termolábil, destruída pelo aquecimento a 55ºC por 20 min. É inativada pela tripsina, pepsina e pronase, e pH <4,0. Provoca acúmulo de sais e eletrólitos, interferindo na absorção de glicose e aminoácidos. É fortemente necrótica. ▫ Toxina emética – pouco conhecida. Resiste ao pH ácido e enzimas digestivas (pepsina, tripsina), é termorresistente (126ºC/90min). É produzida no final da fase log – lise celular. Ação celular desconhecida. Mecanismo de patogenicidade Bacillus cereus – Gram positivo • Síndrome diarreica ▫ Período de incubação: 8 a 16 horas ▫ Duração: 12 a 24 horas ▫ Principais sintomas: diarreia intensa, dores abdominais, tenesmo retal, raramente com náuseas e vômitos. Age no intestino. ▫ Alimentos envolvidos: vegetais cozidos, crus, produtos cárneos, pescados, massas, leite, sorvete, pudins à base de amido, entre outros. • Síndrome emética ▫ Período de incubação: 1 a 5 horas ▫ Duração: 6 a 24 horas ▫ Principais sintomas: vômitos, náuseas e mal-estar geral. Age na porção superior do trato digestório. ▫ Alimentos envolvidos: quase que exclusivamente relacionada a alimentos farináceos, principalmente arroz preparado à moda chinesa (arroz chop suey – cozido no vapor e mantido em temperatura ambiente – misturado com outros ingredientes, como: carne, ovos, vegetais, frango, etc.) Características da doença • Temperatura inferior a 100ºC pode ser ineficaz para a destruição dos esporos; • Reaquecer os alimentos a temperaturas superiores a 72ºC; • Evitar manter à temperatura ambiente alimentos cozidos – conservação em temperatura acima de 60ºC; • No armazenamento – resfriamento rápido, evitando o armazenamento de grandes blocos de alimento, manutenção da temperatura abaixo de 4ºC; • Prática de regras gerais de higiene; • Fritura, pressão, assar – destroem células vegetativas e esporos; • Evitar sobras de arroz; • Alimentos recém preparados não oferecem risco. Medidas de controle Bacillus cereus – Gram positivo Características gerais • Cocos; • Anaeróbios facultativos; • Maior crescimento sob condições aeróbias. • É considerado um dos mais frequentes causadores de surtos de toxinfecção devido aos manipuladores durante as diferentes etapas de processamento dos alimentos somado aos riscos de contaminação das matérias primas desde sua origem e às temperaturas abusivas de conservação pós-cocção. Staphylococcus aureus – Gram positivo Fatores intrínsecos e extrínsecos • Bactérias mesófilas (7ºC a 48ºC), produzem enterotoxinas entre 10ºC e 46ºC, e sua temperatura ótima está entre 40ºC e 45ºC; ▫ Atenção: os extremos de temperatura são dependentes dos outros fatores de crescimento estarem ótimos; • Quanto menor a temperatura, maior o tempo para a produção de enterotoxina; • Em temperaturas ótimas, a enterotoxina torna-se evidente em 4 a 6 horas. Staphylococcus aureus – Gram positivo • Tolerantes as concentrações de 10% até 20% de NaCl e nitratos – torna os alimentos curados veículos potenciais; • pH - 4 a 10, ótimo – 6 e 7. • Aa mínimo de 0,86, mas em condições ideais pode desenvolver-se em Aa de 0,83. Fatores intrínsecos e extrínsecos Staphylococcus aureus – Gram positivo Fontes de origem • Homem: cavidade nasal, mãos e braços, e qualquer superfície que tenha entrado em contato com o homem (ar, água, solo, leite, esgoto); • A maioria dos animais domésticos é portadora; • Desde que o alimento apresente boas condições para o crescimento de S. aureus, o mesmo poderá causar intoxicação. • Agentes comuns da intoxicação estafilocócica: leite, creme, tortas recheadas com creme, produtos de confeitaria, saladas de batata, atum, frango, presunto, ovos, queijos, maionese caseira, alimentos manipulados e com alto teor de proteínas (carnes e derivados, carcaças de frango in natura e resfriadas, peixes e frutos do mar). Staphylococcus aureus – Gram positivo • S. aureus produz outras toxinas, mas apenas as enterotoxinas têm importância em alimentos; • As enterotoxinas são termorresistentes, sendo desnaturadas pelo processo de enlatamento. Mecanismo de patogenicidade Staphylococcus aureus – Gram positivo • Emética – mais frequente. Os sítios localizados no intestino levam o estímulo ao nervo vago e simpático – centro do vômito – retroperistalse do estômago e do intestino delgado provocam o vômito; • Ação diarreica – o mecanismo de ação não é conhecido, mas causa inflamação e irritação da mucosa do estômago e intestino delgado; • Enterite – não é facilmente detectado. • Estímulo das células T – não é comprovada. As toxinas estimulam a proliferação das células T do sistema imunológico, que consideram as toxinas como sendo superantígenos, desencadeando a produção e liberação de citoquinas, como interleucina-2 que, em níveis elevados, provocam náuseas, vômitos, mal-estar generalizado e febre. Mecanismo de patogenicidade – Ação conjunta Staphylococcus aureus – Gram positivo • Toxinas: A, B, C1, C2, C3, D e E; • Surto - período de incubação: 30 min a 8h (2 a 4h); • Sintomas: dependem da sensibilidade, concentração da enterotoxina no alimento e quantidade consumida do alimento; ▫ Náusea, vômitos, cãibras abdominais, diarreia e sudorese. Pode ocorrer: dor de cabeça, calafrios, queda de pressão arterial e raramente febre; • Não é fatal. • Tratamento: líquidos e repouso. Características da doença Staphylococcus aureus – Gram positivo • Como encontra-se amplamente disseminado na natureza, torna-se impossível sua eliminação do ambiente. • Cuidados com a manipulação do alimento. • Aquecimento logo após a manipulação e cuidado com a conservação, caso contrário, o alimento contaminará novamente. Resfriamento rápido – prevenção e controle; Conservação de alimentos entre 7 e 60°C deve ser evitada; • Crescimento inibido – Lactococcus lactis ssp. lactis e L. lactis ssp. cremoris - competição microbiana – controle de intoxicações; • Realizar treinamento de manipuladores (higiene pessoal, utensílios e instalações). Medidas de controle Staphylococcus aureus – Gram positivo Características gerais • Anaeróbio facultativo; • NÃO ESPORULA!; • Móvel devido a flagelos peritríquios (acima de 35ºC tornam-se imóveis). Listeria monocytogenes – Gram positivo Fatores intrínsecos e extrínsecos • Crescimento 2,5ºC a 44ºC. • Relatos – 0ºC (suporta repetidos congelamentos e descongelamentos); • pH – 5-9, ótimo – 6-8 (em meio de cultura já se desenvolveu em pH 9,5); • Aa – ótima: 0,97, aceita até 0,92, embora já tenha sido encontrada em 0,83; • Resistente a NaCl – 10,5% a 13% / 37ºC / 15 e 10 dias, respectivamente; • Sobrevive – Nitrato de sódio e NaCl problema para a indústria de carne! Listeria monocytogenes – Gram positivo • Encontra-se disseminada na natureza: homem (trato gastrintestinal - assintomático), animais e o ambiente servem como reservatório; • Surtos na década de 80 – salada de repolho, leite pasteurizado, queijos moles (alta prevalência); • Isolada em carnes, peixes, embutidos, carne moída, produtos de origem vegetal, marinha e refeições preparadas. Fontes de origem Listeria monocytogenes – Gram positivo Mecanismo de patogenicidade • O agente penetra no organismo através da ingestão de alimentos contaminados. • Adere à mucosa intestinal, invade as células epiteliais do ápice das microvilosidades, e difunde-se entre as células. • A célula bacteriana é fagocitada por macrófagos onde se multiplica facilmente, sem induzir a resposta inflamatória, pois encontram-se protegidas dos leucócitos polimorfonucleares. • Cepas virulentas são capazes de multiplicação dentro do macrófago, produzindo septicemia e comprometendo o sistema nervoso central, o coração, etc. Listeria monocytogenes – Gram positivo • Período de incubação: de 1 dia a algumas semanas; • Fase entérica – sintomas: gripe, diarreia e febre, ou inaparente. Estado de portador de duração indefinida. • A ocorrência de bacteremia por L. monocytogenes em adultos não é rara. O sintoma mais comum é febre, seguido de mal-estar, fadiga, com presença ou não de náuseas, vômitos, dores e diarreia. O índice de mortalidade chega a 30% entre os imunodeprimidos, debilitados ou recém-nascidos. • Nos casos de comprometimento do SNC, a manifestação se dá através do aparecimento de meningite (mais comum em recém- nascidos e idosos, com índice de mortalidade de 70% - fulminante), encefalite e de abscessos. • Entre outras formas localizadas de listeriose podem ser citadas a endocardite e a osteomielite, que são raras. Características da doença Listeria monocytogenes – Gram positivo • A ingestão de alimentos contaminados com L. monocytogenes é particularmente perigosa para gestantes, recém-nascidos, indivíduos com síndrome de imunodeficiência adquirida, cirrose, carcinoma e outras doenças que provocam comprometimento do sistema imunológico. • Em mulheres grávidas pode haver a invasão do feto e, dependendo do estágio em que a gravidez se encontra, pode ocorrer aborto, parto prematuro, nascimento de natimorto ou haver septicemia neonatal. • Quando o recém-nascido é infectado no momento do parto, os sintomas típicos de listeriose são de uma meningite (os sintomas normalmente aparecem de uma a quatro semanas após o parto). Características da doença Listeria monocytogenes – Gram positivo • Controle no local de processamento de alimentos, visto que é uma bactéria amplamente distribuída na natureza, que desenvolve-se em uma faixa ampla de temperatura e pH, e possui uma alta resistência térmica. • Deve-se prevenir sua entrada no ambiente da indústria de alimentos. Medidas de controle Listeria monocytogenes – Gram positivo • Regras básicas de higiene em locais de processamento; • Limpeza e sanificação dos equipamentos; • Evitar contaminação cruzada; • Manter matérias-primas estocadas abaixo 5°C; • Manter acima 50°C os produtos prontos para servir; • Lavar e desinfetar os vegetais crus; • Utilização de barreiras para evitar acesso de animais e insetos. • Gestantes devem evitar contato com animais em fazendas onde tenham ocorrido óbitos de animais ou abortos. • Consumir carne e leite pasteurizado de fontes seguras e queijos irradiados. • Evitar manter alimentos perecíveis por mais de três dias no refrigerador. Medidas de controle Listeria monocytogenes – Gram positivo Não esporula; Anaeróbios facultativos; Produzem gás a partir da glicose (exceto S. typhi); São capazes de utilizar citrato como única fonte de C; Não são exigentes quanto aos nutrientes; Móvel (exceção S. pullorum, S. gallinarum); Existem muitas formas de classificação de Salmonella, o que torna bastante confusa a sua classificação Características gerais pH – 4,0 a 9,0 (7,0 – ótimo) Não toleram concentrações de sal superiores a 9%; Nitrito – inibitório (efeito maior em pH ácido); Aa limite 0,94; Temperatura de 5 a 47°C (35-37°C). Fatores intrínsecos e extrínsecos • São amplamente distribuídas na natureza, sendo o trato gastrintestinal de homens e animais o principal reservatório natural; • Ovos – S. enteritidis – este tipo tem a capacidade de colonizar o canal ovopositor das galinhas, causando a contaminação da gema durante a formação do ovo (evitar o consumo de ovos crus ou mal cozidos, como na maionese caseira, gemadas, etc.); • Gado bovino (S. dublin), aves (S. pullorum, S. gallinarum), suínos (S. cholerae-suis). Ex. Salmonelose – viagens aéreas internacionais – preparação e armazenamento de grande quantidade de alimentos em cozinhas de aeronaves, manuseio excessivo, temperatura inadequada – condições favoráveis. Fontes de origem Alimentos envolvidos: Alimentos ↑ teor de umidade ↑ teor de proteínas – produtos lácteos (leite, queijos cremosos), ovos (pudins, gemadas, licores de ovos, maioneses), carnes (bovinos, suínos, aves) e seus derivados; Peixes, camarões, pernas de rã, levedura de cerveja, coco, molhos e temperos de salada, mistura para bolos, sobremesas recheadas com cremes, gelatina em pó, manteiga de amendoim, cacau, chocolate, suco de laranja não pasteurizado; Produtos de origem vegetal – verduras e frutas; Água contaminada utilizada para preparar os alimentos; Todo tipo de alimento, principalmente, os manipulados por mãos mal lavadas de portadores assintomáticos ou com a forma branda da doença. Fontes de origem Febre tifóide (Salmonella typhi): duração de 1 a 8 semanas • Sintomas: septicemia, febre alta, diarreia e vômitos; • Penetração nas células epiteliais intestinais, invasão da lâmina própria e entrada na corrente linfática. Os microrganismos são fagocitados pelos macrófagos e se reproduzem dentro dele. Essa multiplicação causa a destruição dos macrófagos, com a liberação de inúmeras bactérias na corrente sanguínea, através da qual podem atingir diversos órgãos, como fígado, baço e vesícula biliar, até estabelecer uma infecção sistêmica. Apresenta alta taxa de mortalidade; • Água e alimentos contaminados com material fecal humano. Consumo de leite cru, mariscos e vegetais crus. Características da doença Febre entérica (Salmonella paratyphi A, B e C): dura no máximo 3 semanas • Sintomas mais brandos que a febre tifóide, septicemia, febre, vômitos e diarreia; • Água e alimentos (leite cru, vegetais crus, mariscos e ovos). Características da doença Salmoneloses: os sintomas aparecem entre 12 a 36 horas após o contato com o microrganismo, podendo durar até 72 horas. • Sintomas: diarreia, febre, dores abdominais e vômitos; • Nas crianças pequenas e recém-nascidos, a salmonelose pode ser bastante grave, pois a Salmonella pode atingir a corrente circulatória e provocar lesões em outros órgãos. • Nos adultos, a presença de outras patologias ou imunidade comprometida, podem agravar a doença. • Existem relatos de meningites, osteomielites e problemas renais decorrentes de infecções por Salmonella. Características da doença Salmonella – Gram negativo Ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas Penetração da mucosa intestinal Disseminação via linfáticos e corrente sanguínea Multiplicação local Febre Entérica Septicemia Enterocolite Mecanismo de patogenicidade Salmonella – Gram negativo • Tratamento dos efluentes e dejetos de origem animal; • Higiene no abate de animais; • Calor - forma eficiente para a destruição de salmonelas nos alimentos; • Evitar o consumo de ovos crus, carnes de aves, bovinas e suínas malpassadas, assim como leite cru; • Manipulação de alimentos, conservação e cocção em temperaturas corretas; Medidas de controle Salmonella – Gram negativo • Tratamento dos animais enfermos, e prescrição cuidadosa de antibióticos nos casos humanos (e animais) a fim de diminuir a ocorrência de cepas resistentes. • Exclusão por competição – impede colonização da Salmonella no trato gastrintestinal animais. Medidas de controle Salmonella – Gram negativo • Não esporula; • Apresenta capacidade de fermentar glicose com produção de ácido e gás; • Anaeróbios facultativos; • Presença - contaminação de origem fecal • Apresenta sorotipos com base nos antígenos: somáticos (O), flagelares (H) e capsulares (K); Características gerais • Temperatura: 8 a 45ºC (ótima de 37ºC) – algumas cepas se reproduzem a 4ºC, outras sobrevivem até 9 meses a -20ºC em carne moída, e ainda tem aquelas que resistem até 68ºC. • pH: 4,4 a 9,0 (pH ótimo 7,5). Apresenta grande tolerância a variações de pH. • Aa: 0,95 • Nutrientes – mínimos (glicose, N e minerais). Fatores intrínsecos e extrínsecos Echerichia coli – Gram negativo • Divisão em 5 classes: de acordo com a virulência, manifestações clínicas e epidemiologia: ▫ Enteropatogênica clássica (EPEC) – acomete recém-nascidos e lactentes; ▫ Enteroinvasora (EIEC) – acomete jovens e adultos; ▫ Enterotoxigênica (ETEC) – provoca diarreias infantil e dos viajantes; ▫ Entero-hemorrágica (EHEC) – acomete com gravidade crianças e idosos; ▫ Enteroagregativa (EAggEC) – diarreia – menos estudado; ▫ Facultativa patôgenica (FEEC) – relacionada a surtos esporádicos de diarreia, ainda não provada. Classificação Echerichia coli – Gram negativo • Incidência ▫ Maior nas regiões tropicais; ▫ Aglomerados populacionais; ▫ Condições sanitárias precárias; • O habitat natural ▫ Trato gastrintestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente; ▫ Normalmente nas fezes destes animais. Fontes de origem Echerichia coli – Gram negativo • Alimentos de origem animal e vegetal - consumidos crus ou insuficientemente cozidos, • Água de abastecimento não tratada ou contaminada com despejos de esgoto; • Carne bovina moída (hambúrguer) – consumida crua ou insuficientemente cozida; • Carnes de aves – galinha; • Produtos lácteos – leite cru, queijos; • Sucos de frutas não pasteurizados; • Produtos origem vegetal crus; Fontes de origem Echerichia coli – Gram negativo • A doença atinge ▫ Crianças, jovens e idosos ▫ Imunodeprimidos • Os sinais e sintomas dependem: ▫ Da cepa ▫ Patogenicidade e virulência ▫ Idade ▫ Estado imunológico dos pacientes. Características da doença Echerichia coli – Gram negativo Tipo de E. coli Período de Incubação Tempo de duração Sintomas Enteropato gênico(EPEC) 17-72h (36h) 6-3d(24h) Acomete recém-nascidos e lactentes. Causa diarreia, náuseas, dor abdominal, vômito, cefaléia, febre, calafrio. Fezes aquosas com abundante quantidade de muco, sem sangue. Enterotoxig ênico(ETEC) 8-44h (26h) 3-19d “Diarreia do viajante” Diarreia aquosa, febre moderada, mal-estar, náuseas etc. Em forma mais severa fezes aquosas (“água de arroz”) e desidratação Enteroinva sor (EIEC) 8-24h (11h) Dias a semanas Acomete jovens e adultos. Causa diarreia profusa, calafrios, febre, cefaléia, fezes com muco e sinais de sangue. Entero- hemorrágic a (EHEC) 3-9 dias (4d) 2-9 d Acomete com gravidade crianças e idosos. Causa dores abdominais severas e agudas, diarreia com sangue. Grande quantidade de sangue e não há febre (colite hemorrágica) Enteroagre gativa (EAggEC) > 14 dias Diarreia – menos estudado • Condições higiênico sanitárias; • Higiene do abate e da ordenha; • Pasteurização de sucos de frutas e produtos lácteos; • Cuidado na manipulação de alimentos de origem animal crus; • Higiene de instalações e equipamentos nas cozinhas; • Tratamento térmico dos alimentos cárneos; • Conservação das matérias-primas abaixo dos 7ºC; • Resfriamento rápido de alimentos processados abaixo de 7ºC. Medidas de controle Echerichia coli – Gram negativo Não esporula; Estudos com DNA revelam que as 4 espécies de Shigella estão intimamente relacionadas com E. coli, e a diferença principal entre elas é que a shigelas causam disenteria, enquanto o mesmo não ocorre com a maioria das cepas de E. coli. Causam disenteria – fezes com sangue e muco; Incubação – 1 a 7d (4). Características gerais Fatores intrínsecos e extrínsecos Temperatura: 10ºC a 40ºC (ótima – 37ºC); Toleram concentrações de sal de 5 a 6%; Sensíveis ao calor; Adaptados ao homem e primatas; A doença é disseminada via fecal-oral; Algumas vezes alimentos e água entram na rota de contaminação; Shigella – Gram negativo Alimentos contaminados – pelas mãos, unhas, água , insetos - fezes humanas Associada à higiene pessoal e condições sanitárias deficientes – instituições para doentes mentais, comunidades urbanas de baixas condições sócio- econômicas e creches infantis são considerados locais de alto risco. Formas de disseminação De pessoa para pessoa Fontes de origem Shigella penetra na célula epitelial Multiplica-se dentro da célula Invasão das células epiteliais vizinhas Abscesso é formado à medida que as células do epitélio intestinal são mortas pela infecção Mecanismo de patogenicidade Shigella – Gram negativo Período de incubação - 1 a 3 dias (7 dias) Os sintomas Infecção assintomática ou branda sem febre; Sintomática: disenteria fulminante caracterizada por fezes muco-sanguinolentas, febre, desidratação, tenesmos, toxemia, até convulsões em crianças abaixo de 4 anos. Características da doença • Hábitos de boa higiene pessoal – lavagem das mãos após uso de sanitários; • Boas práticas de manipulação; • Saneamento ambiental; • Controle integrado de pragas, sobretudo as moscas; • Contaminação de alimentos e água por Shigella contaminação recente com fezes humanas. Medidas de controle • Bacilo curvo, espiralado, fino e comprido; • Móvel e com flagelo longo; • Não esporula; • São quimiorganotróficos, não fermentam e nem oxidam açúcares – a energia vem dos aminoácidos. Características gerais Fatores intrínsecos e extrínsecos • Microaerófilo – requer baixa tensão de oxigênio 3 a 15%. Ideal 5%; • Capnofílicos – requer 10% CO2; • Temperatura – 30°C a 47°C – ótima 42°C; • Atividade de água ideal 0,97; • Sensibilidade ao sal, variável em função da temperatura – não se multiplicam em meios com 2% de NaCl (30°C a 35°C), 1% de NaCl (4°C); • Sensíveis ao pH ácido e desidratação. Campylobacter – Gram negativo • Trato gastrintestinal de animais domésticos e silvestres fonte mais importante de transmissão, principalmente as aves! • Também podem ser transmitidos por portadores com infecções ativas, de maneira indireta, através da ingestão de água e alimentos contaminados. Fontes de origem Campylobacter – Gram negativo • Contato direto - animais infectados ou doentes; • Contato indireto - ingestão de água, leite cru e produtos cárneos; • Contato sexual por meio da via anal-oral; • Águas superficiais dos rios, lagos. Formas de disseminação Campylobacter – Gram negativo Formas de disseminação Campylobacter – Gram negativo • Leite cru ou insuficientemente pasteurizado e derivados; • Carnes de aves, principalmente retalhada; • Carne moída crua (hambúrguer) – mais nas peças refrigeradas do que nas congeladas; • Gemas de ovos; • Ingestão de água não clorada. Alimentos envolvidos Campylobacter – Gram negativo Mecanismo de patogenicidade • Não está esclarecido; • Patogenicidade multifatorial (algumas cepas são capazes de produzir toxinas, a presença de muco e sangue nas fezes sugerem um mecanismo invasivo do cólon). Campylobacter – Gram negativo • Incubação – 2 a 5 dias, podendo chegar até 10 dias; • Sintomas: diarreia, febre baixa e dores abdominais; • Alguns casos – febre alta e fezes com sangue, leucócitos e muco; • A fase aguda da diarreia dura de 2 a 3 dias, mas as dores abdominais podem durar até 21 dias. Características da doença Campylobacter – Gram negativo • Controle de qualidade da água de abastecimento; • Evitar a contaminação cruzada entre alimentos crus e preparados; • Higiene pessoal; • Crianças + animais de estimação = lavar as mãos; • Temperatura de alimentos: refrigeração ou acima de 50°C. Medidas de controle Campylobacter – Gram negativo • Família Enterobacteriaceae; • Anaeróbio facultativo; • Bacilo pequeno; • É imóvel à temperatura de 37ºC e móvel a 25ºC por flagelos peritríquios. Características gerais Yersinia enterocolitica – Gram negativo Fatores intrínsecos e extrínsecos • Temperatura: -1,3°C a 42°C (ótima: 25°C a 37°C); • pH: 4,2 a 9,6 (ótimo – 7,2); • Sobrevive a concentração de 5% de NaCl a 3°C, mas não a 7°C. Yersinia enterocolitica – Gram negativo • Animais saudáveis ou doentes, com destaque suínos; • Animais destinados ao abate (silvestres ou não) • Frutas e vegetais; • Solo e água; • Bactéria psicrotrófica – risco ao consumidor – alimentos de origem animal refrigerado. Fontes de origem • Transmissão via fecal-oral, entre animais e homens; • Em humanos – em hospitais e membros de uma mesma família – situações muito particulares; • Surtos populacionais relacionados a alimentos ou água contaminada; • Transfusões de sangue realizadas a partir de doadores com infecção assintomática provocaram sepse nos receptores. • Manipuladores ou trabalhadores diretos ou indiretos da produção animais ▫ Manipuladores vísceras intestinais destinadas ao preparo de embutidos. Formas de disseminação Yersinia enterocolitica – Gram negativo • Carne suína, boi, carneiro, pescado; • Leite; • Águas de nascentes e de ribeirões; • Manipulação inadequada; • Utensílios e recipientes mal higienizados utilizados em toda a cadeia – preparação, conservação, transporte. Alimentos envolvidos Invasão da célula bacteriana no intestino Adere às células da mucosa do íleo Invade as células fagocitárias e multiplica-se, extracelularmente, Produzindo reação inflamatória local Diarreia Mecanismo de patogenicidade: Yersinia enterocolitica – Gram negativo • Período de incubação – 24 a 48 h (1 a 11 dias); • Duração de 5 a 14 dias (podendo persistir por vários meses); • Sintomas: dores abdominais, febre, diarreia, dor de garganta, fezes com sangue, erupções cutâneas, náuseas, cefaleia, mal-estar, dores articulares e vômitos; • Crianças maiores de 7 anos, adolescentes e jovens adultos – podem apresentar sintomas semelhantes à apendicite aguda: febre, dor abdominal, sensibilidade no quadrante inferior direito e leucocitose. Características da doença Yersinia enterocolitica – Gram negativo • Eliminação do microrganismo em animais – suínos (portador assintomático de bactéria); • Matadouros – medidas higiênicas no abate; • Evitar consumo de carne suína crua, principalmente por parte de crianças e adolescentes (grupo mais suscetível, seguido de idosos e imunodeprimidos); • Água tratada; Medidas de controle Yersinia enterocolitica – Gram negativo Medidas de controle • Conservação de alimentos prontos – temperatura acima de 50°C; • Higiene de equipamentos, refrigeradores e câmaras frias, utensílios, recipientes e instalações; • Manipuladores – higiene pessoal. Yersinia enterocolitica – Gram negativo Bacilos retos ou curvos; Móveis, com único flagelo (monótrico); Anaeróbios facultativos; Fermentam glicose sem produção de gás; Vários tipos de cepas - no antígeno O de parede celular; As cepas do tipo não O1 já foram isoladas de sangue, ferida, bile e líquido cérebro-espinhal. As do tipo 1 só de fezes. Características gerais Fatores intrínsecos e extrínsecos pH de 5,0 a 9,6 (ótimo – 7,6); Temperatura de 10°C a 43°C (ótimo 37°C). Vibrio cholerae – Gram negativo • Água contaminada por fezes (sobrevive e se multiplica em água com elevada salinidade e temperatura variando de 10 a 30ºC) • Sobrevive por longos períodos em água de mar não esterilizada (7 dias) e esterilizada (25 dias). • Em água doce, água mineral engarrafada até 19 dias. • Alimentos ▫ Frutos do mar - 45 dias, ▫ Leite e produtos lácteos 7 a 14 dias, ▫ Doce de leite 1 a 2 dias. ▫ Alimentos e vegetais ácidos, os vibriões sobrevivem pouco tempo. ▫ O ciclo de transmissão homem-meio ambiente mantém a doença. Fontes de origem Doença estritamente humana, sem indícios em reservatórios animais; A transmissão pode ser: indireta – mais frequente, responsável pelas epidemias; direta – menos frequente, através de mãos contaminadas. Más condições de saneamento ambiental, ausência de tratamento da água de abastecimento e do esgoto (água e alimentos contaminados). Países em desenvolvimento. Formas de disseminação • Marinhos (ostras e mexilhões), crustáceos, • Frutas e vegetais crus, leite e derivados. • Água contaminada com despejos. Alimentos envolvidos Vibrio cholerae – Gram negativo V. cholerae penetra no organismo humano via oral e, após vencer a acidez estomacal, atinge o intestino delgado, onde produz uma toxina que atua nas vilosidades, afetando as bombas de transporte de íons. A excessiva perda de fluidos orgânicos conduz o paciente à desidratação e proporciona a contaminação de despejos com elevadas concentrações do microrganismo. Mecanismo de Patogenicidade Vibrio cholerae – Gram negativo Manifestação varia desde uma doença branda até uma grave, potencialmente fatal. Incubação – 6 horas a 5 dias com ou sem sintomas. Sintomas: diarreia moderada ou aquosa e profusa. Casos severos – 1L de fezes por hora! Morte causada por anormalidades dos eletrólitos e intensa perda de líquido (desidratação). Tratamento – reidratação oral (casos mais leves) ou injeção intravenosa de solução de lactato Ringer (IV), antibiótico – tetraciclina. Características da doença Vibrio cholerae – Gram negativo Surtos de cólera no Brasil Vibrio cholerae – Gram negativo • Saneamento básico adequado; • Boas Práticas de Higiene Pessoal; • Cocção adequada de frutos do mar; • Evitar a contaminação cruzada entre pescados crus e alimentos já submetidos à cocção; • Indivíduos altamente susceptíveis (doenças hepáticas e imunodeprimidos) devem evitar o consumo de alimentos marinhos crus e águas recreacionais onde os víbrios fazem parte da microbiota normal. Medidas de controle