Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
3. Pr�tica 3-Sintese da p-Nitro-Acetanilida Pollyanna Alves.docx UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA NATUREZA – CCBN QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL II DOCENTE: DR. CARROMBERTH FERNADES CARIOCA DISCENTE: POLLYANNA ALVES DO NASCIMENTO - PRATICA 3 – SÍNTESE DA P-NITRO-ACETANILIDA RIO BRANCO/ACRE FEVEREIRO DE 2013 INTRODUÇÃO A nitração é a introdução irreversível de um ou mais grupo nitro (NO2) em uma molécula orgânica. O grupo nitro pode atacar um carbono para formar um nitro composto (alifático ou aromático), um oxigênio para formar éster nitrado ou um nitrogênio para obter N-nitro compostos. [2] Realiza-se uma reação de nitração, por exemplo, quando se deseja sintetizar a p-nitroacetanilida tendo a acetanilida como reagente de partida. A nitração da acetanilida normalmente é feita com ácido nítrico, em presença da mistura de ácido acético glacial (CH3COOH) e ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido sulfúrico por sua vez garante um meio fortemente ácido que irá favorecer a formação do íon nitrônio na adição do ácido nítrico e inclusão deste no anel da acetanilida de forma a manter no meio uma mistura do agente nitrante com força média. A p-nitroacetanilida sintetizada pode posteriormente ser usada para preparar a p–nitroanilina (substância normalmente usada como um intermediário na síntese de corantes, oxidantes, fármacos em veterinária), em gasolina (como um inibidor da formação de gomas) e como um inibidor de corrosão. (Solomons et al , 2005). [3] É necessário segundo algumas literaturas consultadas, dá uma devida atenção para três fatores principais durante as sínteses orgânicas, especialmente via nitração: Agitação: A reação de nitração pode ocorrer tanto na fase aquosa como na fase orgânica. Com agitação é possível que cada fase esteja sempre saturada pela outra, e, nestas condições, a velocidade de reação em cada fase aquosa e orgânica é constante. Temperatura: Processos de nitração na maioria são reações exotérmicas e a temperatura influencia diretamente o curso da reação. Ao abaixar a temperatura aumenta-se o grau de nitração, obtendo maior quantidade de produto nitrado, principalmente compostos super nitrados. Solubilidade: Na medida em que se aumenta a temperatura, cresce a solubilidade dos nitro-compostos no ácido sulfúrico, e esta diminui com a diluição do ácido. Portanto, é necessário ter conhecimento do grau de solubilidade dos nitro-compostos no ácido sulfúrico, geralmente se dissolvem melhor em ácido sulfúrico concentrado. E nos processos de nitração a temperatura influencia diretamente o curso da reação, até por que na grande maioria, essas são reações exotérmicas. Então, se elevar a temperatura, se aumenta o grau de nitração, dessa forma obtem-se maior quantidade de produto nitrado e subprodutos (supernitrados). [4], [2] OBJETIVO Sintetização da p-nitro-acetanilida, a partir da nitração da acetanilida sobre presença de ácido nítrico e ácido sulfúrico concentrado, através da demonstração de uma reação de substituição eletrofílica em aromáticos. METODOLOGIA MATERIAIS Pipeta 10 mL; Balança Analítica; Espátula; Bastão de Vidro; Béquer 50 mL; Béquer 100 mL; Pisseta; Capela; Funil de Buchner; Bomba á vácuo; Papel Filtro; Pêra de borracha; Termômetro. REAGENTES Água destilada (H2O); Acetanilida (C8H9NO); Ácido Sulfúrico (H2SO4); Ácido Nítrico (HNO3); Ácido Acético Glacial (CH3COOH) e Gelo. PROCEDIMENTO – Em um Becker foi adicionado aproximadamente 2,5 g de acetanilida previamente pulverizada. Em seguida, adicionado cerca de 3,0 mL de ácido acético glacial juntamente ao Becker onde continha a acetanilida, agitou-se com o auxilio de um bastão de vidro, para assim se obter uma suspensão. – Adicionou-se, sob agitação constante aproximadamente 6,25 mL de acido sulfúrico concentrado. Como consequência a mistura ficou quente e límpida. – Em seguida, resfriou-se a mistura reacional em banho de gelo. O banho de gelo foi constituído de gelo picado e sal de cozinha. Assim, a temperatura da mistura reacional atingiu 4ºC. Tal temperatura foi medida com o termômetro imerso na mistura. - Adicionou-se junto à mistura reacional, ainda em banho de gelo, lentamente e com agitação constante 3,0 mL da mistura nitrante resfriada. Resaltando que, a mistura foi realizada lentamente em pequenas porções para garantir que a temperatura da mistura não ultrapassasse 10 ºC. A mistura nitrante é formada de 1,4 mL de HNO3 concentrado e 0,9 mL de H2SO4 concentrado, já preparado pelo técnico do laboratório. – Terminou-se a adição da mistura nitrante e retirou-se a mistura reacional do banho de gelo e deixando em repouso. - Em outro momento, em um Becker de 100 mL adicionou-se 25,380 g de gelo picado. Sobre o gelo adicionou-se a mistura com agitação constante com um bastão de vidro. Nessa etapa houve precipitacao do produto. - Deixou-se em repouso por 5 minutos a mistura reacional e filtrou-se a mesma a vácuo, utilizando papel filtro previamente tarado com massa de 0,6928 g. Lavou-se os cristais varias vezes utilizando pequenas porções, ate que o pH do liquido recolhido no kitassato apresentasse de 6-7 (Não foi feita). - Assim finalizando, pesaram-se os cristais de p-nitro-acetanilida para calcular o rendimento da reação. RESULTADOS E DISCUSSÕES p-nitro-acetanilida (Ainda úmida) Fonte: Própria (Laboratório de Química) Discussões fundamentais: 3.1 - Ao adicionar o ácido acético com a acetalinida, obteve-se uma suspensão que posteriormente foi colocada em banho de gelo. Por outro lado, a adição do ácido acético não só teve o objetivo promover uma suspensão à solução, ele tem uma vasta importância no deslocamento do equilíbrio para os produtos. O ácido acético serve como um doador de prótons para o íon HSO4-, formando o ácido sulfúrico. Este então doa um próton para o ácido nítrico formando o íon nitrônio (reagente que promove o ataque no anel aromático), deslocando então o equilíbrio para os produtos. Além disso, o ácido sulfúrico e o ácido acético glacial têm a função de manter o meio com uma força média. 3.2 – Ao adicionar o acido sulfúrico concentrado juntamente a solução de acetanilida e acido acético glacial, a reação apresentou mudança de coloração passando do incolor para uma coloração escura, e também um aquecimento do béquer, sendo assim uma reação exotérmica, pois, houve liberação de calor. 3.3 - É importante ressaltar que o banho de gelo tem a função de evitar o aumento exagerado da temperatura, devido ao desprendimento de calor [4]. Elevar a temperatura aumenta o grau de nitração, dessa forma obtêm-se maior quantidade de produto nitrado e subprodutos. 3.4 - Adicionou-se juntamente a mistura da solução de acetanilida, acido acético glacial e acido sulfúrico concentrado 3 mL da mistura nitrante, para assim produzir íon nitrônio. O eletrófilo é o íon nitrônio, em que este é formado da protonação realizada pelo ácido sulfúrico no ácido nítrico, liberando moléculas de água. Este nitrônio é um núcleofilo muito forte sendo então capaz de atacar o anel aromático da acetanilida.[4] 3.6 - Derramou-se então, a mistura reacional sobre, aproximadamente, 25, 380 g de gelo picado e água, com agitação vigorosa de modo que a p-nitroacetanilida precipitasse apresentando mudança de cor. E logo após filtrou-se em funil de Büchner, e lavou-se repetidas vezes com água gelada para remover ácidos residuais. Reação Envolvida: Reação Geral Mecanismo 1ª etapa - O ácido nítrico recebe um próton de um ácido mais forte, o ácido sulfúrico. Nesse mecanismo da etapa 1, o oxigênio ligado ao hidrogênio no ácido nítrico se liga a um hidrogênio do ácido sulfúrico. Assim, o oxigênio ligado aos dois hidrogênios no ácido nítrico rompe a ligação com o nitrogênio ficando com o par de elétrons, posteriormente, o oxigênio (ligado ao nitrogênio) com carga formal negativa utiliza um par de elétrons para formar uma ligação π com o nitrogênio. 2ª etapa - Depois de protonado, o ácido nítrico pode dissociar-se para formar um íon nitrônio. 3ª etapa - O íon nitrônio (eletrófilo) reage com a acetanilida para formar um íon arênio (estabilizado por ressonância). 4ª etapa - O íon arênio perde um próton para uma base de Lewis e transforma-se na p-nitro-acetanilida. O ácido sulfúrico (catalisador) é regenerado. Propriedades físicas e toxicológicas dos reagentes e produtos envolvidos: [2] Acetanilida: MM= 135,17 g/mol; dt= 1,2 mol/l; P.F (oC)=115; P.E (oC)= 304. Causa irritação na pele ou nas mucosas nasais. Pode causar cianose se ingerido. Ácido acético glacial: MM= 60 g/mol; dt= 1,0520; P.F (oC)= 6,6; P.E (oC)= 255,8; nt= 1,372010. Causa o escurecimento da pele; se inalado é corrosivo e se ingerido causa vômito. Ácido sulfúrico: MM= 98,1 g/mol; dt= 1,84; P.F (oC)= 10,31; P.E (oC)= 8337. É tóxico se inalado. Ácido nítrico: MM= 63 g/mol; dt= 1,40; P.F (oC)= -41,6; P.E (oC)= 83. Quando em contato com a pele é corrosivo e irritante e se inalado pode causar edema pulmonar. P-nitroacetanilida: MM= 180,17 g/mol; dt= 1,08; P.F (oC)= 215. Causa irritação em contato com a pele, é tóxico se inalado e se ingerido causa náusea. CONCLUSÃO Ao concluir a síntese do p-nitroacetanilida, reagindo acetanilida, ácido acético, ácido sulfúrico concentrado e mistura nitrante, obteve-se 85,31 % de rendimento. Tal síntese demonstra uma importante reação que envolve vários princípios da química orgânica estudados anteriormente em sala de aula, e ainda pelo fato de ser uma síntese muito utilizada nas indústrias químicas, devido que com este composto pode ser possível a produção de corantes, oxidantes, fármacos em veterinária, em gasolina (como um inibidor da formação de gomas) e como um inibidor de corrosão [4]. Um fato que pode ter impedido de alcançar o maior rendimento da reação, é que se esperava a temperatura alcançar 2ºC durante o banho de gelo da solução, e não foi assim, a temperatura alcançada foi de 4 ºC, o dobro da determinada no procedimento, pois nesse experimento, a temperatura é um fator muito importante durante a reação como mencionado nos resultados e discussões. Contando também como causa para perdas parciais do produto, no momento a ser filtrado por filtração a vácuo, pois uma pequena quantidade de produto passou pelo papel de filtro pelas bordas e ficou retido no frasco, tendo em vista a questão de manuseio de instrumentos, técnicas e entre outros fatores que alteram no rendimento proveitoso do produto. QUESTIONÁRIO: Questão 1. Apresente o mecanismo de substituição eletrofilica do p-nitro-acetanilida. Respondida nos RESULTADOS E DISCUSSÕES. Questão 2. Na preparação do p-nitro-acetanilida possibilita a formação de outro isômero. Identifique esse isômero e apresente o mecanismo de formação. Classifique esse isômero como constitucional ou estereoisômero. Justifique Podemos obter dois isômeros: o p-nitroacetanilida (em maior quantidade) e o-nitroacetanilida.[6] São isômeros constitucionais (anteriormente denominados isômeros estruturais), pois, são compostos que apresentam a mesma fórmula molecular, mas diferente fórmula de estrutura. Os isômeros constitucionais possuem diferenças nas fórmulas de estrutura, e dividem-se em três categorias: isômeros de posição, de cadeia e de grupo funcional [7]. Questão 3. Qual a função da mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico? A reação ocorreria se usar apenas o ácido nítrico. O sistema ácido sulfúrico/ácido nítrico é denominado mistura sulfonítrica (MSN), no qual é o reagente mais comum em nitração. Mistura sulfonítrica ou solução sulfonítrica é uma mistura, normalmente de quantidades em volume iguais de ácido nítrico e ácido sulfúrico concentrado, utilizada em síntese orgânica na nitração de compostos orgânicos. [8] Devido ao caráter higroscópico e exotérmico do ácido sulfúrico a preparação da mistura sulfonítrica realiza-se pela adição do ácido sulfúrico ao ácido nítrico com agitação constante e resfriamento. HNO3 + H2SO4 → NO2 + H3O+ + HSO4 Ácido Nítrico + Ácido Sulfúrico → íons NO2+ Não ocorreria apenas com o ácido nítrico, pois para uma solução sulfonítrica, e para que as quantidades de volumes sejam iguais, de tal forma tendo um caráter higroscópico e exotérmico, necessita-se de ambos em solução. Questão 4. Qual a função do ácido acético utilizado no item 3.1? A adição do ácido acético não só teve o objetivo promover uma suspensão à solução, ele teve também uma vasta importância no deslocamento do equilíbrio para os produtos. O ácido acético serve como um doador de prótons para o íon HSO4-, formando o ácido sulfúrico. Então, doa um próton para o ácido nítrico formando o íon nitrônio (reagente que promove o ataque no anel aromático), deslocando então a equilíbrio para os produtos. Além disso, o ácido sulfúrico e o ácido acético glacial têm a função de manter o meio com uma força média. [1] Questão 5. Calcular o rendimento da reação do p-nitro-acetanilida. Foi obtida uma massa de 2,8154 g de p-nitro-acetanilida, já desprezando o peso do papel filtro. Para saber o rendimento percentual que foi obtido na prática, precisou-se analisar os dados que as fórmulas e a equação proporcionam e comparou-se com o resultado experimental. Massa do Papel filtro = 0,6928 g Massa do papel filtro + produto = 3,5082 g Peso do Produto (subtraindo a massa do papel filtro) = 2,8154 g Massa Molar de Acetanilida= 135,17 g/mol Massa Molar da p-nitro-acetanilida = 180,17 g/mol Tendo em vista que a reação envolvida é de 1:1. Logo, 1 mol de Acetanilida ― 1 mol de p-nitro-acetanilida 135,17 g/mol de Acetanilida ― 180.17 g/mol de p-nitro-acetanilida 2,5 g/mol de Acetanilida ― x g de p-nitro-acetanilida x = 450,42/ 135,17 = 3,33 g de p-nitro-acetanilida (massa teórica) RENDIMENTO = Rend. Real X 100% Rend. Teórico RENDIMENTO = ~ 2,81 g / 3,33 g X 100% = 85,31 % de p-nitro-acetanilida Obs. A pesagem do produto foi feita quando o papel de filtro + produto, ainda estavam úmido, consequentemente alterando o rendimento proveitoso do produto, tendo em vista também que no produto ainda se encontrava uma grande quantidade de ácido nítrico, pois se encontrava impuro, para se ter um rendimento favorável e mais certo, seria necessário a purificação do produto para assim se obter um rendimento bom de p-nitro-acetanilida pura, tal purificação que não foi realizada, nesse experimento. Questão 6. Como explicar a posição 4 do anel aromático (em relação ao nitrogênio da acetanilida) ser preferida na reação de nitração da acetanilida. Como o grupo substituinte é considerado um grupo ativador, esse pode se orientar apenas nas regiões “orto” e “para”. Mas a nitração ocorre preferencialmente pela posição “para’’ porque a substituição na posição orto é desfavorecida devido ao impedimento espacial entre os grupos (interações repulsivas)”. Questão 7. Fazer o mecanismo da reação de formação do íon nitrônio. Reação 1ª etapa: formação do íon nitrônio. 2ª etapa: reação do eletrófilo NO2 com a acetanilida e ressonâncias. BIBLIOGRAFIA [1]. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTV4AA/sintese-p-nitroacetanilida> Acesso em 07 de Fevereiro de 2013. [2]. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitra%C3%A7%C3%A3o> A Enciclopédia livre. Acesso em 07 de Fevereiro de 2013. [3]. FIGUEIREDO, Rute C. SÍNTESE DA p-NITRO ACETANILIDA. Disponível em: <http://www2.iq.usp.br/docente/alcindo/MaterialDisciplinas/qfl0314/modelo_relat_completo.pdf> Acesso em 07 de Fevereiro de 2013. [4]. FERREIRA, Lucas Rodrigues; SOUSA, Lucas; MOURA, Renata Silva; CAMPOS, Geniara. SÍNTESE DA ACETANILIDA, DA P-NITRO-ACETANILIDA E DA P-NITRO-ANILINA; E DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DA ACETANILIDA. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABNYYAC/sintese-acetanilida-p-nitro-acetanilida-eda-p-nitro-anilina-determinacao-ponto-fusao-acetanilida> Acesso em 07 de Fevereiro de 2013. [5]. SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, G. B., QUÍMICA ORGÂNICA, Rio de Janeiro, LTC, 9.ed., v.1, 2009. [6]. SANTOS, Gelson Tiago dos Tavares; OLIVEIRA Tamires Donizeth; SOUZA, Thaynara de oliveira; MALLMANN, Viviane; CORREIA, Wagner. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DAP-NITROACETANILIDA Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeqD4AA/relatorio-organica-p-nitroacetanilida> Acesso em 08 de Fevereiro de 2013. [7]. Disponível em: < http://wikiciencias.casadasciencias.org/index.php/Is%C3%B3meros_constitucionais> Origem: Enciclopédia Livre. Acesso em 08 de Fevereiro de 2013. [8]. BARCZA, Prof. Marcos Villela. NITRAÇÃO. Disponivel em: < http://www.dequi.eel.usp.br/~barcza/Nitracao.pdf> Acesso em 09 de Fevereiro de 2013. [9]. MANO, Eloísa B.; SEABRA, Affonso do Prado. Práticas de química orgânica. 3º Ed. –São Paulo – 1987. 24-ED02194.pdf Quim. Nova, Vol. 26, No. 5, 779-781, 2003 E d u c a ç ã o *e-mail: rsangil@iq.ufrj.br # endereço atual: Nucat/PEQ/COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bl. G, 21945-970 Rio de Janeiro - RJ INSERÇÃO DO CONCEITO DE ECONOMIA ATÔMICA NO PROGRAMA DE UMA DISCIPLINA DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL Leila Maria Oliveira Coelho Merat# e Rosane Aguiar da Silva San Gil* Departamento de Química Orgânica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bl. A, Ilha do Fundão, 21949-900 Rio de Janeiro - RJ Recebido em 30/9/02; aceito em 13/12/02 INCLUSION OF ATOM ECONOMY CONCEPT IN AN EXPERIMENTAL ORGANIC CHEMISTRY UNDERGRADUATE COURSE. In this paper, the atom economy concepts are applied in a series of experiments during an experimental organic chemistry class, to implement “green chemistry” in an undergraduate course. Keywords: atom economy; E factor; undergraduate course. INTRODUÇÃO Por razões tanto econômicas quanto ambientais a Química tem a obrigação de otimizar os seus métodos de síntese, de forma a obter- se o produto desejado com o máximo de conversão e seletividade e com geração do mínimo de subprodutos e rejeito1. Esse conceito, denominado “economia atômica” foi formulado na década de 90 por Trost2 e Sheldon3, e evidencia a importância de uma química limpa, dentro do conceito de mínima agressão ao meio ambiente (“green chemistry”). O uso de água como solvente em algumas reações or- gânicas tradicionalmente executadas na presença de solventes orgâ- nicos é um exemplo prático da aplicação do conceito de “química limpa” na minimização do custo e do impacto ambiental4. Nos Esta- dos Unidos a indústria química é a maior fonte de poluição tóxica, e essa situação não é diferente em nosso país. Atualmente o conceito de química ambientalmente aceitável já é tema em disciplinas de graduação voltadas para o estudo da implementação de tecnologia de prevenção de poluição5, além de base para grandes modificações nos processos industriais, de forma que seu conhecimento e aplica- ção é hoje imprescindível para os profissionais da área. A execução de experimentos programados nas disciplinas expe- rimentais das várias áreas da Química é a grande oportunidade que os alunos dos cursos de graduação têm para consolidar o aprendiza- do de conceitos teóricos e o desenvolvimento de temas ainda pouco explorados em sala de aula. O Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química da UFRJ possui um elenco de disciplinas experimentais, que são oferecidas para os cursos de Química e tam- bém para os cursos de Engenharia Química e Farmácia. Os conteú- dos programáticos encontram-se em contínua avaliação e adequa- ção, visando manter uma atualização constante com os rumos da química no contexto mundial. Este trabalho foi desenvolvido na dis- ciplina Química Orgânica Experimental II, que tem como objetivos gerais6: desenvolver a capacidade do aluno de reconhecer e selecio- nar utensílios de laboratório a serem empregados nas sínteses pro- postas, executar com desembaraço os procedimentos utilizados na preparação de vários compostos orgânicos, reconhecer as caracterís- ticas gerais das reações realizadas, assim como os ensaios de confir- mação dos produtos e o cálculo do rendimento do produto obtido em cada reação. O aluno executa uma série de sínteses, preparando e caracterizando intermediários para um produto final (um corante), e também sínteses de produtos em uma única etapa. A preparação de corantes é um dos temas propostos que envolve uma seqüência de sínteses partindo da anilina, enquanto a preparação da acetona é uma das sínteses executadas em uma única aula. As práticas propostas foram selecionadas principalmente dos livros texto sobre experimen- tos de química orgânica de Mano e Seabra7 e Vogel8. O objetivo deste trabalho foi fazer com que os alunos pudessem vivenciar no laboratório o conceito de economia atômica durante a síntese de alguns produtos por duas rotas distintas, através do cálcu- lo da porcentagem de utilização atômica (%A), do rendimento obti- do e do fator E. O parâmetro economia atômica ou porcentagem de utilização atômica (representado nesta comunicação como %A) exprime quan- to dos reagentes foi incorporado ao produto, segundo a equação estequiométrica da reação. É portanto um parâmetro de natureza teó- rica, que não leva em consideração o rendimento da reação ou a presença de outras substâncias além dos reagentes, tanto durante a reação (por exemplo solvente) quanto na etapa de purificação do produto. Entretanto é uma ferramenta bastante útil para uma avalia- ção rápida da quantidade de rejeitos que serão gerados pela reação em pauta. %A = P.M. do produto desejado/Σ P.M. das substâncias produzidas O fator E, definido como a razão entre a soma das massas dos produtos secundários e a massa do produto desejado, leva em consi- deração todas as substâncias utilizadas na reação, incluindo-se os solventes (exceto água) e a parcela de reagentes não convertidos. Quanto maior o valor do fator E, maior a massa de rejeito gerada e menos aceitável o processo, do ponto de vista ambiental. fator E = Σ massas dos produtos secundários/massa do produto de- sejado Recentemente foi definido o parâmetro EQ, denominado quoci- ente ambiental9, que é calculado conhecendo-se o valor de Q, um fator arbitrário que define a toxidez (“unfriendliness quotient”) dos subprodutos obtidos9. O parâmetro EQ exprime a aceitabilidade de um determinado processo do ponto de vista ambiental, e baseia-se 780 Quim. NovaMerat e San Gil no fato de que, mais importante do que a quantidade de rejeito gera- do é o seu impacto sobre o ambiente. Por exemplo, o fator Q do cloreto de sódio é 1, enquanto sais de metais pesados (como o cromo por exemplo) tem fator Q na faixa de 100 a 1000. Neste trabalho os parâmetros %A e fator E foram calculados, tanto para as rotas tradicionais7,8 quanto para os procedimentos alter- nativos10,11. Devido à dificuldade em inferir o fator Q de alguns dos subprodutos gerados durante as sínteses executadas, o produto EQ não foi determinado. Foram feitas algumas alterações nas quantida- des de reagentes indicadas originalmente, de forma a empregar a mesma quantidade do reagente principal nas duas rotas experimen- tadas em cada síntese, para fins de comparação das eficiências dos processos propostos. RESULTADOS Inicialmente foi estudada a preparação da acetanilida a partir da acetilação da anilina. No procedimento indicado tanto por Mano e Seabra7 quanto por Vogel8 (Esquema 1, rota A), o anidrido acético é o reagente acilante e o tampão ácido acético/acetato de sódio é utili- zado para minimizar a diacetilação da anilina. Por outro lado é sabido que o produto de diacetilação da anilina sofre decomposição em presença de água, fornecendo acetanilida e ácido acético. Essa é a base do procedimento proposto por Bell e colaboradores10: o tampão ácido acético/acetato de sódio é substituido por água (Esquema 1, rota B). A acetilação inicial da anilina gera ácido acético, que vai manter o pH da mistura reacional na faixa ácida, protonando parcialmente a anilina; por outro lado, qualquer diacetil anilina porventura formada será decomposta pela água pre- sente no meio reacional. Os rendimentos alcançados na rota B (Ta- bela 1) foram comparáveis aos obtidos na rota A, na presença do tampão, no mesmo tempo de reação. A economia atômica (%A) não foi alterada, porém o fator E foi menor, evidenciando ser a rota B preferencial (Tabela 2): há economia de reagentes (ácido acético gla- cial e acetato de sódio) e minimização de compostos no rejeito, cons- tituído prioritariamente pelo ácido acético formado estequiometri- camente. Como a purificação do produto desejado envolve apenas lavagens com água destilada gelada, não há incorporação de solventes que devam ser incluídos no cálculo do fator E. A acetanilida é reagente de partida para a preparação de p-nitro acetanilida, através da nitração da acetanilida. A nitração da acetanilida é normalmente feita com ácido nítrico, em presença da mistura ácido acético glacial/ácido sulfúrico, de forma a manter no meio uma mis- tura do agente nitrante com força média7,8 (Esquema 2, rota A). O procedimento alternativo10 não utilizou o ácido acético glacial, e foi acompanhado do controle rigoroso do tempo de reação (Esquema 2, rota B). A modificação do procedimento, excluindo o ácido acético e controlando a adição de ácido sulfúrico e do tempo de nitração, pro- piciou a formação do produto nitrado de interesse em rendimentos comparáveis aos obtidos utilizando ácido acético glacial (diminui- ção do fator E). Além disso, o tempo de reação pode ser diminuido de 60 para 20 min (Tabela 1). A p-nitro acetanilida é usada para preparar p-nitro anilina, que em uma aula posterior será o reagente da síntese de um corante (via geração do sal de diazônio correspondente, seguido de reação com β-naftol). A hidrólise da p-nitro acetanilida com ácido sulfúrico 70% gera o sulfato ácido correspondente como produto intermediário, que numa etapa posterior é hidrolisado com emprego de base. A literatu- ra sugere que essa hidrólise pode ser conduzida tanto com solução de hidróxido de sódio (rota A) quanto com hidróxido de amônio con- centrado (rota B)7,8,10 (Esquema 3). A necessidade de conduzir a hidrólise com NH4OH em capela pode ser um fator limitante para o uso desse reagente em laboratório. O fator E, por outro lado, poderia ser favorecido, porém os rendi- mentos alcançados não foram comparáveis (Tabela 1) com consequente aumento no fator E com o uso do NH4OH. Dessa for- ma, a substituição de hidróxido de sódio pelo hidróxido de amônio não se mostrou vantajosa. Uma das sínteses em uma única etapa proposta na disciplina é a preparação de acetona a partir de 2-propanol. Reações de oxidação de álcoois são executadas usualmente com emprego da mistura de dicromato de sódio ou de potássio e ácido sulfúrico7 (Esquema 4, rota A). Esse experimento gera soluções ácidas contendo sais de cro- mo para descarte, o que torna desejável sua substituição por agentes oxidantes menos agressivos ao meio ambiente. Hipoclorito de sódio em solução aquosa a 5% apresentou boa atividade na reação de oxidação de cicloexanol a cicloexanona, em meio de ácido acético glacial10, com formação de cloreto de sódio como subproduto. Resultados similares foram obtidos por Mirafzal e Lozeva11, em presença de um agente de transferência de fase. Com base nesses bons resultados, a oxidação do 2-propanol foi tentati- vamente executada substituindo-se a mistura dicromato de sódio/ ácido sulfúrico por hipoclorito de sódio 4-6% (Esquema 4, rota B). O resultado obtido evidenciou a necessidade de otimização do pro- cedimento, já que os rendimentos foram inferiores a 10% (Tabela 1). Por outro lado a substituição do agente de oxidação é prioridade na disciplina, na medida em que a porcentagem de economia atômica Esquema 1. Preparação da acetanilida Esquema 2. Preparação de p-nitro acetanilida Esquema 3. Preparação de p-nitroanilina Esquema 4. Preparação de acetona 781Inserção do Conceito de Economia AtômicaVol. 26, No. 5 (Tabela 2) e o fator Q (impacto ambiental) favorecem sobremaneira a substituição da mistura oxidante contendo sal de cromo (que gera descarte com fator Q entre 100 e 1000) pelo hipoclorito de sódio (que gera descarte com fator Q igual a 1), ou por outros agentes oxidantes menos agressivos ao meio ambiente. CONCLUSÃO Os resultados evidenciaram ser possível introduzir o conceito de economia atômica durante as aulas práticas de química orgânica, em experimentos de rotina, de forma a incentivar os alunos a compara- rem as rotas de síntese existentes na literatura e os rendimentos dos processos empregando esse conceito. Essa nos parece ser uma metodologia vantajosa, porque permite que os alunos vivenciem durante a graduação a necessidade de minimizar ao máximo a gera- ção de subprodutos durante um processo químico e o descarte de subprodutos poluentes, de forma que possam aplicar estes conceitos no futuro, como profissionais conscientes das vantagens e da neces- sidade de preservação do meio ambiente. Tabela 2. Resultados de rendimento atômico (%A) e fator E das rotas estudadas % A fator E Produtos Rota A Rota B Rota A Rota B acetanilida 69 69 1,7 0,7 p-nitro acetanilida 91 91 6,3 5,6 p-nitro anilina 70 70 12,7 21,6 acetona 20 43 10,6 >30 Tabela 1. Condições experimentais e rendimentos obtidos nas rotas testadas ROTA A ROTA B tempo tempo Produtos reagentes quant. reação rend.* reagentes quant. reação rend.* (min) (%) (min) (%) acetanilida anilina 7,75 g anilina 7,75 g anidrido acético 9,15 g anidrido acético 9,7 g ácido acético glacial 8,4 g 10 90 ácido acético glacial - 10 85 acetato de sódio 2,1 g acetato de sódio - água 60 mL p-nitro acetanilida acetanilida 5g acetanilida 5g ácido nítrico 3,8 g ácido nítrico 3,9 g ácido sulfúrico conc. 26,2 g 60 84 ácido sulfúrico conc. 31,3 g 20 90 ácido acético glacial 6,25 g ácido acético glacial - p-nitro anilina p-nitro acetanilida 3,75 g p-nitro acetanilida 3,75 g ácido sulfúrico 70% 20 mL 20 80 ácido sulfúrico 70% 20 mL 20 50 NaOH-20% 20 mL NH4OH conc. 20 mL acetona isopropanol 6 g isopropanol 7 mL dicromato de potássio 11,6 g dicromato de potássio - ácido sulfúrico conc. 18 g 30 53 ácido sulfúrico conc. - 30 <10 água 90 mL água - hipoclorito de sódio 4-6% 150 mL (*) média de pelo menos três experimentos independentes. AGRADECIMENTOS As autoras agradecem à Profa E. R. Lachter, pioneira na divulga- ção do conceito de economia atômica no âmbito do IQ/UFRJ e ao Prof. J. A. P. Bonapace, pela cessão de amostras do reagente hipoclorito de sódio 4-6%; aos funcionários E. C. Cruz e L. S. Benevides pelo apoio técnico e aos alunos A. C. Carelli, A. L. M. Oliveira, A. R. Oliveira Filho, C. B. Conceição, C. N. Santana, D. G. Polck, D. T. Tavares e F. R. Neves, da Escola de Química da UFRJ, que cursaram a disciplina Química Orgânica Experimental II duran- te o primeiro semestre de 2002 e participaram ativamente na execu- ção dos experimentos descritos nessa comunicação. REFERÊNCIAS 1. Dupont, J.; Quim. Nova 2000, 23, 825. 2. Trost, B. M.; Science 1991, 254, 1471. 3. Sheldon, R. A.; Chem. Ind. 1992, 23, 903. 4. Silva, F. M. da; Jones Jr., J.; Quim. Nova 2001, 24, 646. 5. Brennecke, J. F.; Stadtherr, M. A.; Comput. Chem. Eng. 2002, 26, 307. 6. Faria, H. E. S. V. T.; Apostila de Práticas da Disciplina de Química Orgânica Experimental II, Departamento de Química Orgânica, Instituto de Química da UFRJ, 1998. 7. Mano, E. B.; Seabra, A. P.; Práticas de Química Orgânica, 3a ed., Ed. Edgard Blücher Ltda, 1987. 8. Vogel, A. I.; Química Orgânica. Análise Orgânica Qualitativa, Ed. Ao Livro Técnico S. A., 1982. 9. Sheldon, R. A.; C. R. Acad. Sci., Ser. IIc: Chim. 2000, 3, 541. 10. Bell, C. E.; Clark, A. K.; Taber, D. F.; Rodig, O. R.; Organic Chemistry Laboratory, Saunders College Publishing, 1997. 11. Mirafzal, G. A.; Lozeva, A. M.; Tetrahedron Lett. 1998, 39, 7263. modelo_relat_completo.pdf SÍNTESE DA p-NITRO ANILINA Rute C. Figueiredo Disciplina: QFL 0314 – Experimento 1 / Prof. Dr. Alcindo A. Santos e Leandro H. Andrade São Paulo, 06 de março de 2012 Introdução A p-nitro-anilina é um composto químico de fórmula C6H6N2O2, que encontra-se dentro da classe das aminas aromáticas. As anilinas apresentam um átomo de nitrogênio ligado a dois átomos de hidrogênios e um anel aromático, sendo assim uma amina primária. O átomo de nitrogênio contém elétrons não ligantes, fazendo com que estes compostos tenham propriedades básicas e nucleofílicas. As aminas, de maneira geral, encontram-se em plantas e animais.1 Como exemplo, a trietilamina é responsável pelo odor desagradável de vários tipos de peixes, e a quinina um importante fármaco anti-malária encontrado no sul da América nas árvores do gênero Cinchona. Por outro lado, as nitro- anilinas são utilizadas principalmente na indústria de tintas, mas também são usadas como intermediários na síntese de fármacos e inseticidas.2 Objetivo Realizar a síntese da p-nitroanilina a partir da acetanilida por reação com acido nítrico catalisada com acido sulfúrico. Resultados e Discussão Na primeira etapa foi realizada a reação de nitração (Esquema 1). Para isto, a acetanilida foi dissolvida em H2SO4 (conc.). Neste experimento trabalhou-se na capela devido à liberação de vapores ácido. Em seguida, a mistura de ácidos (HNO3(conc.) e H2SO4(conc.)) foi previamente resfriada e deveria ser adicionada lentamente no erlenmeyer contendo a acetanilida evitando-se assim o aumento da temperatura do meio. Contudo, ao realizar este procedimento, a mistura foi adicionada de forma rápida, sendo observado o aquecimento do erlenmeyer e a liberação de um gás castanho, que possivelmente é o NO2. Esta ocorrência pode levar a formação de outros isômeros (orto e meta) em quantidades significativas, diminuindo o rendimento da reação. Esquema 1 Após adicionar a mistura de ácidos, a reação foi deixada em repouso por cerca de 10 minutos. Ao adicionar água gelada foi observada a precipitação da p-nitroacetanilida com a presença da o-nitroacetanilida. Para purificação da mistura de isômeros foi utilizada a técnica de recristalização utilizando etanol. A p-nitro-acetanilida recristaliza em etanol, enquanto que a o-nitroacetanilida permanece solubilizada. Pode-se observar que a p- nitroacetanilida é sólida enquanto que a o- nitroacetanilida é líquida. Este fato ocorre devido à maior simetria da molécula, o que leva a um aumento no ponto de fusão e ebulição. O rendimento indicado na literatura3 para esta preparação é de 80%, no entanto, foi obtido apenas 45% em conseqüência da adição rápida da mistura de ácidos à acetanilida. A segunda etapa consistiu na hidrólise da p-nitroacetanilida (Esquema 2). Para isto, adicionou-se ácido sulfúrico (50%) a p-nitro- acetanilida. A mistura foi deixada sob refluxo durante 20 minutos. O meio foi neutralizado com uma solução de NaOH 20 %, ocorrendo a formação de um precipitado branco. Deve-se fazer esta neutralização para que a anilina fique desprotonada e assim se possa isolar o produto. Caso contrário, a anilina continuará protonada e permanecerá no meio aquoso. Para purificação da p-nitroanilina foi utilizada também a técnica de recristalização, utilizando como solvente uma mistura de etanol/água (1 : 1). O rendimento citado na literatura3 para esta etapa é de 90 % e foi obtido um rendimento de 78 % em virtude das perdas.2 Esquema 2 Para a determinação da estrutura da p- nitroanilina foram utilizadas técnicas de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e de carbono (RMN 13C) e espectrometria de massas. Pode-se observar que no espectro de RMN 1H os sinais correspondentes aos hidrogênios aromáticos (7,9 e 6,6 ppm), apresentam dois dubletos aparentes (sistema AA’ BB’) de integrais de valor 2 devido a simetria da molécula e pela presença de um hidrogênio vizinho. Os hidrogênios ligados ao nitrogênio apresentam um deslocamento químico de 2,8 ppm com integral de valor 2; contudo este deslocamento pode variar de acordo com a concentração e temperatura. No espectro de RMN 13C observa- se 4 sinais de carbono característico da região aromática. Apesar de a molécula apresentar 6 átomos de carbono aromáticos, temos apenas 4 sinais, devido a coincidência de sinais devido a simetria. Para a caracterização da p-nitroanilina também foi realizada a análise por espectrometria de massas, sendo observados picos de massa 138, sendo este o pico molecular, e de massa 55, sendo este o pico base, referente à quebra do anel aromático. Conclusão A p-nitro-anilina foi obtida e assim, a reação mostrou-se eficiente. Contudo, foi obtido um rendimento baixo para a obtenção da p- nitro-anilina, que se deve aos erros cometidos durante a execução do experimento. Procedimento Experimental Primeira Etapa: Nitração Em um erlenmeyer colocou-se a acetanilida(X mmol, Xg) e 5 mL de H2SO4 conc.. A mistura foi resfriada em banho de gelo e adicionou-se uma mistura de 2 mL de HNO3 e 5 mL de H2SO4 previamente resfriados. A mistura de ácidos deve ser adicionada lentamente e em pequenas porções de 0,5 mL. O tempo de adição varia de 5-10 minutos mantendo a temperatura o meio reacional abaixo de 10°C. A mistura foi deixada em repouso durante 10 minutos e então adicionou 20 mL de água gelada. Observou-se a formação de uma suspensão de isômeros da p- nitroacetanilida e o-nitroacetanilida. O sólido em funil de Buchner e lavado com pequenas porções de água gelada. Para purificare, foi feita a recristalização usando EtOH. (OBS: Na recristalização, a o-nitroacetanilida obtida fica na fase líquida, enquanto que a p- nitroacetanilida fica em forma de cristais) Rend.: 80 %. Segunda Etapa: Hidrólise Em um balão de fundo redondo, provido de condensador de refluxo, e agitação magnética, adicionou-se p-nitroacetanilida (X mmol, 2g) e 10 mL de solução aquosa de H2SO4 50%. Aqueceu e deixou em refluxo por 20 minutos. Logo em seguida, adicionou à mistura reacional ainda quente 50 mL de água fria, a qual foi neutralizada com 20 mL de uma solução de NaOH 20%. Esperou esfriar e em seguida o precipitado foi filtrado em funil de Buchner, lavando com água gelada. Foi feita a recristalização em etanol aquoso 1:1. Rend.: 90 %. Dados analíticos da p-nitroanilina: RMN 1H (CDCl3 – 200 MHz): δ 7,9 (dubleto aparente, J = 6,7 Hz, 2H), 6,6 (dubleto aparente, J = 6,9 Hz, 2H) e 2,8 (singleto largo, 2H). RMN 13C (CDCl3 – 200 MHz): δ 158,7; 147,5; 126,3 e 112,6. CG-MS – m/z (intensidade relativa): 138 (M+77), 92 (43), 55 (100). Materiais e Métodos Os solventes e reagentes utilizados foram purificados de acordo com a literatura.4 As soluções foram evaporadas em um rota- evaporador marca Büchi modelo R-205, com banho para aquecimento marca Büchi modelo B-490, operando sob pressão reduzida. As purificações em coluna cromatográfica foram realizadas utilizando-se um gel de sílica 60 (230 – 400 mesh). A análise de ressonância magnética nuclear de 1H e 13C foram registradas em um espectrômetro da marca Varian modelo INOVA 300. O espectro de massas foi obtido por um cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrômetro de massas (CG/MS) marca Shimadzu modelo CG-17A/QP5050A. • Reagentes Utilizados: Acetanilida (5 mmol, 0,675 g), HNO3 (2 mL), H2SO4 (15 mL), EtOH (recristalização), pnitroacetanilida (X mmol, 2g) e NaOH(aq) 20 % - 20 mL. • Materiais Utilizados: Erlenmeyer de 50 mL, Funil de Buchner - Kitassato de 100 mL, papel filtro, balão de fundo redondo de 100 mL e 2 Beckers de 100 mL. Referências Bibliográficas 1. McMurry, J. Organic Chemistry, 15 ed., Capítulo 24, Ed. Brooks/Cole, 1999, USA. 2. Gil, R. A. S.; Merat, L. M. O. Quim. Nova, 2003, 26, 779 – 781. 3. T. Fleming, Comprehensive Organic Synthesis 1991, vol. 4, Ed. Oxford, USA. 4. Perrin, D. D.; Amarego, W. L. F. Purification of Laboratory Chemicals; Pergamon Press; London, 1980. S1600536806040608.pdf organic papers o5048 Qian et al. � C6H6N2O2 doi:10.1107/S1600536806040608 Acta Cryst. (2006). E62, o5048–o5049 Acta Crystallographica Section E Structure Reports Online ISSN 1600-5368 4-Nitroaniline: a redetermination Heng-Yu Qian, Zhi-Gang Yin,* Jia Jia, Na Zhou and Ling-Qin Feng School of Materials and Chemical Engineering, Zhengzhou University of Light Industry, Zhengzhou 450002, People’s Republic of China Correspondence e-mail: hengyuqian@yahoo.com Key indicators Single-crystal X-ray study T = 298 K Mean �(C–C) = 0.002 A˚ R factor = 0.033 wR factor = 0.095 Data-to-parameter ratio = 14.7 For details of how these key indicators were automatically derived from the article, see http://journals.iucr.org/e. Received 1 October 2006 Accepted 2 October 2006 # 2006 International Union of Crystallography All rights reserved The occurrence of N—H� � �O and C—H� � �O hydrogen bonds in the title compound, C6H6N2O2, results in the formation of two-dimensional sheets parallel to the (101) plane. Comment While attempting to synthesize the phenylhydrazone deriva- tive from p-nitrophenylhydrazine and 2-chloro-1-acet- aldehyde, the title compound, (I), was obtained as the major product without any evidence of the expected hydrazone derivative. The structure of the title compound was reported a long time ago (Abrahams & Robertson, 1948; Donohue & True- blood, 1956), but the quality of the refinement was poor and therefore we decided to redetermination the structure. The molecule is perfectly planar (Fig. 1). The most inter- esting feature is the occurrence of N—H� � �O and C—H� � �O hydrogen-bonding interactions, which link the molecules to form a sheet parallel to the (101) plane (Table 1, Fig. 2). The sheets are interconnected through weak C—H� � �� inter- actions (Steiner et al., 1995), leading to a three-dimensional network (Table 1). Experimental 4-Nitrophenylhydrazine (1 mmol, 0.153 g) was dissolved in anhy- drous ethanol; H2SO4 (98% 0.5 ml) was added to this, the mixture was stirred for several minutes at 351 K, 2-chloro-1-acetaldehyde (1 mmol, 0.078 g) in ethanol (5 ml) was added dropwise and the mixture was stirred at refluxing temperature for 3 h. The product was separated and recrystallized from dichloromethane. Colourless single crystals of (I) were obtained after 4 d. Crystal data C6H6N2O2 Mr = 138.13 Monoclinic, P21=n a = 8.601 (1) A˚ b = 6.043 (1) A˚ c = 12.352 (2) A˚ � = 91.43 (3)� V = 641.81 (17) A˚3 Z = 4 Dx = 1.430 Mg m �3 Mo K� radiation � = 0.11 mm�1 T = 298 (2) K Block, colourless 0.30 � 0.23 � 0.18 mm Data collection Bruker SMART CCD area-detector diffractometer ! scans Absorption correction: multi-scan (SADABS; Sheldrick, 1996) Tmin = 0.968, Tmax = 0.980 4953 measured reflections 1334 independent reflections 1010 reflections with I > 2�(I) Rint = 0.038 �max = 26.5 � Refinement Refinement on F 2 R[F 2 > 2�(F 2)] = 0.033 wR(F 2) = 0.095 S = 1.07 1334 reflections 91 parameters H-atom parameters constrained w = 1/[�2(Fo 2) + (0.041P)2 + 0.0481P] where P = (Fo 2 + 2Fc 2)/3 (�/�)max = 0.001 ��max = 0.14 e A˚ �3 ��min = �0.12 e A˚�3 Table 1 Hydrogen-bond geometry (A˚, �). D—H� � �A D—H H� � �A D� � �A D—H� � �A N2—H2A� � �O1i 0.86 2.43 3.1290 (17) 139 N2—H2B� � �O2ii 0.86 2.23 3.0765 (17) 168 C6—H6� � �O2iii 0.93 2.56 3.3229 (17) 139 C3—H3� � �Cg1iv 0.93 2.81 3.5103 (15) 133 Symmetry codes: (i) xþ 12;�y� 12; z� 12; (ii) xþ 12;�yþ 12; z� 12; (iii)�xþ 1;�yþ 1;�zþ 2; (iv) �xþ 12; y� 12;�zþ 32. H atoms were placed in calculated positions and treated as riding on their parent atoms with C—H = 0.93 A˚, N—H = 0.86 A˚ and Uiso(H) = 1.2Ueq(C,N). Data collection: SMART (Bruker, 1998); cell refinement: SAINT (Bruker, 1998); data reduction: SAINT; program(s) used to solve structure: SHELXS97 (Sheldrick, 1997a); program(s) used to refine structure: SHELXL97 (Sheldrick, 1997a); molecular graphics: SHELXTL (Sheldrick, 1997b) and PLATON (Spek, 2003); software used to prepare material for publication: SHELXTL. The authors express their deep appreciation to the Startup Fund for PhDs in Natural Scientific Research of Zhengzhou University of Light Industry (grant No. 2005001) and the Startup Fund for Masters in Natural Scientific Research of Zhengzhou University of Light Industry (grant No. 000455). References Abrahams, S. C. & Robertson, J. M. (1948). Acta Cryst. 1, 252–259. Bruker (1998). SMART (Version 5.628) and SAINT (Version 6.02). Bruker AXS Inc., Madison, Wisconsin, USA. Donohue, J. & Trueblood, K. (1956). Acta Cryst. 9, 960–965. Sheldrick, G. M. (1996). SADABS. Version 6.10. University of Go¨ttingen, Germany. Sheldrick, G. M. (1997a). SHELXS97 and SHELXL97. University of Go¨ttingen, Germany. Sheldrick, G. M. (1997b). SHELXTL. Siemens Analytical X-ray Instruments Inc., Madison, Wisconsin, USA. Spek, A. L. (2003). J. Appl. Cryst. 36, 7–13. Steiner, T., Starikov, E. B., Amado, A. M. & Teixeira-Dias, J. J. C. (1995). J. Chem. Soc. Perkin Trans. 2, pp. 1321–1326. organic papers Acta Cryst. (2006). E62, o5048–o5049 Qian et al. � C6H6N2O2 o5049 Figure 1 The molecular structure of the title compound, with the atom-labelling scheme. Displacement ellipsoids are drawn at the 30% probability level and H atoms are shown as small spheres of arbitrary radii. Figure 2 Partial packing view of (I), showing the N—H� � �O and C—H� � �O hydrogen-bonding interactions. H atoms not involved in hydrogen bonds have been omitted for clarity. Hydrogen bonds are shown as dashed lines. [Symmetry codes: (i) 12 + x, �12 � y, z � 12; (ii) 12 + x, 12 � y, z � 12; (iii) 1 � x, 1 � y, 2 � z.] s�ntese da acetanilida.pdf Universidade Estadual de Goiás – UEG Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas – UnUCET Síntese da acetanilida, da p-nitro-acetanilida e da p-nitro-anilina; e determinação do ponto de fusão da acetanilida Acadêmicos: Lucas Rodrigues Ferreira Lucas Sousa Renata Silva Moura Geniara Campos Orientador: Luciana Machado Ramos D Disciplina: Química orgânica experimental II J Anápolis, 25 de maio de 2010. INTRODUÇÃO SÍNTESE DA ACETANILIDA Algumas aminas aromáticas aciladas como acetanilida, fenacetina (p- etoxiacetanilida e acetaminofen (p-hidroxiacetanilida) encontram-se dentro do grupo de drogas utilizadas para combater a dor de cabeça. Estas substâncias têm ação analgésica suave (aliviam a dor) e antipirética (reduzem a febre). [1] A acetanilida , uma amida secundária, pode ser sintetizada através de uma reação de acetilação da anilina , a partir do ataque nucleofílico do grupo amino sobre o carbono carbonílico do anidrido acético , seguido de eliminação de ácido acético , formado como um sub-produto da reação. Como esta reação é dependente do pH, é necessário o uso de uma solução tampão (ácido acético/acetato de sódio, pH ~ 4,7). [1] A acetanilida (C8H9NO) está no grupo dos primeiros analgésicos a serem introduzidos, em 1884, com o nome de febrina, a fim de substituir os derivados da morfina. A quantidade de acetanilida é, no entanto, controlada pelo governo, já que esta é tóxica e causa sérios problemas no sistema de transporte de oxigênio. [2] A acetanilida é uma substância parente do Paracetamol. É uma droga utilizada para combater a dor de cabeça. Esta substância tem ação analgésica suave (aliviam a dor) e antipirética (reduzem a febre). Tem ponto de fusão de aproximadamente 114 a 115°C. [2] SÍNTESE DA P-NITRO-ACETANILIDA O processo de nitração é definido como a introdução irreversível de um ou mais grupos nitro (-NO2) em uma molécula orgânica. O grupo nitro pode atacar um carbono para formar um nitro composto. Utiliza-se comumente o sistema ácido sulfúrico/ácido nítrico, denominado mistura sulfonítrica (MSN) para favorecer a ionização do ácido nítrico, que leva à formação do eletrófilo ou agente de nitração, NO2+. [3] Porém, a reação é favorecida para que o ataque ocorra no átomo de carbono do anel aromático com a maior densidade eletrônica; se no composto aromático em questão estiver presente algum substituinte, obtêm-se uma mistura de isômeros, dependendo do substituinte. Predomina-se o isômero cuja posição é favorecida pelo substituinte. Logo, os grupos substituintes afetam tanto a reatividade quanto a orientação nas substituições aromáticas eletrofílicas; de acordo com a influência que exercem sobre a reatividade do anel, os grupos substituintes podem ser divididos em duas classes: grupos ativadores (fazem com que o anel seja mais reativo que o benzeno) e grupos desativadores (tornam o anel menos reativo que o benzeno). De acordo com a maneira com que influenciam a orientação do ataque pelo eletrófilo: orientadores orto-para e orientadores meta. [4] Realiza-se uma reação de nitração, por exemplo, quando se deseja sintetizar a p- nitroacetanilida tendo a acetanilida como reagente de partida. A nitração da acetanilida é normalmente feita com ácido nítrico, em presença da mistura ácido acético glacial/ácido sulfúrico, de forma a manter no meio uma mistura do agente nitrante com força média; a p- nitro acetanilida sintetizada pode posteriormente ser usada para preparar p-nitro anilina: substância normalmente usada como um intermediário na síntese de corantes, oxidantes, fármacos em veterinária), em gasolina (como um inibidor da formação de gomas) e como um inibidor de corrosão. [4] No caso da síntese da p-nitroacetanilida a partir da acetanilida, temos na molécula de acetanilida um grupo substituinte NHOCH3 que é grupo ativador do anel aromático uma vez que o nitrogênio tem um par de elétrons livres; conseqüentemente à desativação do anel, este grupo é orto-para orientador; devido à orientação espacial deste grupo substituinte, a síntese da p-nitroacetanilida é favorecida em relação á síntese da o-nitroacetanilida. [5] É necessária especial atenção para 3 fatores principais durante as sínteses orgânicas, especialmente via nitração: agitação, solubilidade e temperatura. A agitação faz com que a velocidade de reação nas fases aquosa e orgânica seja constante. È necessário conhecer a solubilidade dos nitro-compostos no ácido sulfúrico, geralmente se dissolvem melhor em ácido sulfúrico concentrado. E nos processos de nitração a temperatura influencia diretamente o curso da reação, por que na grande maioria, essas são reações exotérmicas. Elevar a temperatura aumenta o grau de nitração, dessa forma obtem-se maior quantidade de produto nitrado e subprodutos (supernitrados). [5] SÍNTESE DA P-NITRO-ANILINA 4-Nitroanilina, também conhecida como para-nitroanilina e p-nitroanilina, é umcomposto químico de fórmula C6H6N2O2. Pode ser definida como uma anilina acrescida de um grupo funcional nitro na posição 4, ou ainda como um nitrobenzeno acrescido de um grupo funcional amina na posição para. [6] Nitroderivados, geralmente quando líquidos possuem odores característicos e são insolúveis em água, com grande índice de refração em uma densidade maior que a unidade. São sólidos cristalinos em sua maioria, sendo que a maioria do nitroderivados é ligeiramente colorida, geralmente de um tom amarelado: a intensidade da cor aumenta com o número de radicais nitro. A p-nitro-anilina possui como estado físico: p.f. 149°C; p.e. 332°C; gravidade específica 1,44; solubilidade de 0,05g/100mL (praticamente insolúvel); densidade do vapor 4,8; e estável sob circunstâncias ordinárias. [7] Esta substância é normalmente usada como um intermediário na síntese de corantes, agentes antisépticos, oxidantes, fármacos (em veterinária, em medicamentos para aves domésticas), em gasolina (como um inibidor da formação de gomas) e como um inibidor de corrosão. [6] OBJETIVO SÍNTESE DA ACETANILIDA Sintetizar a acetanilida a partir do acetato de sódio anidro, anilina e anidrido acético utilizando o ácido acético glacial como catalisador da reação. Assim, para “proteger” o grupo amino, através do anidrido acético, para a síntese da p-nitro-acetanilida. SÍNTESE DA P-NITRO-ACETANILIDA Sintetizar a p-nitroacetanilida, a partir da nitração da acetanilida sob presença de ácidos nítrico e sulfúrico concentrados, através da demonstração de uma reação de substituição eletrofílica em aromáticos. SÍNTESE DA P-NITRO-ANILINA Sintetizar a p-nitro-anilina a partir da p-nitro-acetanilida e do hidróxido de sódio utilizando-se ácido sulfúrico a 70% como catalisador da reação, através de hidrólise em meio ácido. PARTE EXPERIMENTAL SÍNTESE DA ACETANILIDA 1. Materiais e equipamentos • Béquer de 250mL • Balança analítica • Pipeta • Pró-pipeta • Proveta • Espátula • Frasco de Kitassato • Funil de Büchner • Bomba a vácuo • Banho de gelo • Bastão de vidro • Papel de filtro • Argola metálica • Aparelho digital para medir ponto de fusão • Lâmina e lamínula • Vidro de relogio 2. Reagentes Reagentes Ponto de fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) Massa molar (g/mol) Toxicidade Ácido acético glacial 16,5 118,1 60,04 Corrosivo e inflamável Anidrido acético -73,1 139,8 102,1 Corrosivo Acetato de sódio anidro 324 > 400 82,03 Pode causar irritação na pele, olhos e aparelho respiratório. Anilina -6,3 184,13 93,18 Carcinógeno, agente mutagênico e perigoso para o ambiente. 3. Procedimento experimental Inicialmente no experimento foi pesada na balança analítica uma massa de 2,1g de acetato de sódio. Logo após a pesagem foi adicionado ao béquer com o acetato de sódio 7,9 mL de ácido acético glacial. Em seguida, foram adicionados 7,6 mL de anilina em constante agitação, depois foram adicionados 8,5 mL de anidro acético em pequenas porções, constatando-se uma rápida reação. Depois da reação, foi despejado em constante agitação, 200 mL de água destilada, fazendo com que a mistura inicialmente com aparência homogênea adquirisse aspecto heterogêneo com coloração esbranquiçada. A mistura foi resfriada em banho de gelo, sendo perceptível a formação de um precipitado cristalizado (figura 01). A mistura foi filtrada sob pressão reduzida e lavada com água gelada. Sendo obtidos cristais de acetanilida (figura 02). Figura 01: Mistura reacional em banho de gelo. Fonte: própria. Figura 02: Cristais de acetanilida. Fonte: própria. SÍNTESE DO P-NITRO-ACETANILIDA 1. Materiais e equipamentos • Béquer de 100 mL • Espátula • Balança analítica • 2 pipetas 10 mL e 1 pipeta Pasteur • Pró-pipeta • 3 béquers de 50 mL • Béquer de 100 mL • Bastão de vidro • Banho de gelo • Piceta • Frasco Kitasato • Funil de Büchner • Argola metálica • Suporte universal • Bomba a vácuo • Papel de filtro 2. Reagentes Reagentes Ponto de fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) Massa molar (g/mol) Toxicidade Acetanilida 113,7 304 135,17 É nocivo por exposição aguda, apresenta riscos se inalado, ingerido ou em contato com a pele. Ácido acético glacial 16,5 118,1 60,04 Corrosivo e inflamável; pode causar queimaduras na pele, danos permanentes aos olhos, e irritação às mucosas em geral. Ácido sulfúrico concentrado 10,38 279,6 98,08 Corrosivo, causa queimaduras severas à pele e vermelhidão; em contato com o olho causa queimaduras; se ingerido pode causar severas queimaduras na boca, garganta e estômago, levando à morte. Ácido nítrico concentrado -42 83 63,012 Corrosivo, causa queimaduras severas à pele; em contato com o olho causa queimaduras e dano permanente; se ingerido pode causar dor imediata e pode queimar a boca, garganta, esôfago e área de gastrointestinal. 3. Procedimento experimental Em um béquer de 100 mL, adicionou-se 2,5 g de acetanilida seca e 3 mL de ácido acético glacial (figura 03). Agitou-se de modo a obter uma suspensão. Figura 03: Adição de ácido acético glacial à acetanilida. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf Adicionou-se, com agitação constante, 5 mL de ácido sulfúrico concentrado (figura 04). Figura 04: Adição de ácido sulfúrico à suspensão. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf Resfriou-se a mistura a 0-2°C e adicionou-se, vagarosamente e com agitação uma mistura nitrante contendo 1,5 mL de ácido nítrico concentrado e 1 mL de ácido sulfúrico concentrado, previamente resfriada (figura 05). Manteve-se, durante a adição, a temperatura do meio reacional abaixo de 10°C. Figura 05: Solução nitrante resfriada + acetanilida + ác. acético + H2SO4. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf Terminada a adição, deixou-se em repouso, à temperatura ambiente por 40 minutos. Derramou-se, com agitação, o conteúdo do frasco em um béquer contendo 30 mL de gelo picado (figura 06). Figura 06: Adição da mistura reacional em gelo. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf Deixou-se em repouso por 10 minutos (figura 07). Figura 07: Mistura reacional em repouso antes da filtração a vácuo. Fonte: própria. Filtrou-se em funil de Buchner (figuras 08 e 09). Figura 08: Filtração a vácuo da p-nitro-acetanilida. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf Figura 09: Filtração a vácuo da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. Lavou-se com varias porções de água gelada para remoção do resíduo ácido (figura 10). Figura 10: Lavagem do produto para remoção do resíduo ácido. Fonte: http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_03_sintese_da_p_nitro_acetanilida.pdf SÍNTESE DA P-NITRO-ANILINA 1. Materiais e equipamentos • Manta elétrica • Pipeta e pipeta Pasteur • Pró-pipeta • 2 béquers de 50 mL • Condensador de bolas • Balão de findo redondo de 100 mL • 2 suportes universais • Garra e argola metálica • Proveta • Banho de gelo • Frasco Kitasato • Funil de Buchner • Bomba a vácuo • Papel de filtro 2. Reagentes Reagentes Ponto de fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) Massa molar (g/mol) Toxicidade p-nitro-acetanilida 215 ___ 180,17 Irritante, pode ser prejudicial se ingerido, inalado ou absorvido pela pele. Ácido sulfúrico a 70% 8,38 269,6 98,08 Causa severas queimaduras e vermelhidão à pele; corrosivo. Água 0 100 18 ---- Hidróxido de sódio 322 1388 39,9971 Corrosivo, pode ser fatal se ingerido, perigoso se inalado, provoca queimaduras em qualquer área de contato. 3. Procedimento experimental Aqueceu-se uma mistura de 0,7 g p-nitro acetanilida 3,6 mL de uma solução de ácido sulfúrico a 70% sob o condensador de refluxo por 20 minutos (figura 11). Figura 11: Mistura reacional de p-nitroacetanilida em meio ácido sob o condensador de refluxo. Fonte: própria. Em seguida, verteu-se a mistura reacional ainda quente sobre 250 mL de água fria e adicionou-se uma solução de NaOH 40% até que a mistura se tornasse básica.Resfriou-se e filtrou-se o precipitado em funil de Buchner, lavando com água gelada, para remover as impurezas. RESULTADOS E DISCUSSÃO SÍNTESE DA ACETANILIDA A reação de síntese da acetanilida abaixo descreve a produção de acetanilida. Houve reação de acetilação, a partir do ataque nucleófilo do grupo amino sobre um carbono da carboxila do anidrido acético, seguido de eliminação de ácido acético, formado como um sub-produto. Como esta reação é dependente do pH, foi necessário o uso de uma solução tampão (ácido acético / acetato de sódio, pH~4,7). Reação da síntese: Figura 12: Reação da síntese da acetanilida. Fonte: http://ube-167.pop.com.br/repositorio/4488/meusite/qorganicaexperimental/sintese_acetanilida.htm 1- P-nitro-acetanilida 2- Anilina 3- Anidrido acético 4- Ácido acético No mecanismo da reação o grupo amino da anilina ataca o carbono polarizado do anidrido acético, fazendo com que a ligação sigma C-O se rompa e os elétrons desta ligação formem uma ligação π C-O com o outro carbono. Então, a outra ligação dupla C-O do mesmo carbono se rompe e os elétrons desta ligação π se ligam ao hidrogênio ligado ao oxigênio na molécula de ácido sulfúrico, formando ácido acético e acetanilida com o grupo amido protonado. O hidrogênio que está protonando o grupo amido é capturado pelo HSO4-, assim, recuperando o catalisador da reação e obtendo a acetanilida. Mecanismo: Figura 13: Mecanismo da reação da síntese da acetanilida. Fonte: http://ube-167.pop.com.br/repositorio/4488/meusite/qorganicaexperimental/sintese_acetanilida.htm Cálculo do rendimento Foi obtida uma massa de 8,60 g de acetanilida. Para saber o rendimento percentual que foi obtido na prática, precisam-se analisar os dados que as fórmulas e a equação proporcionam e compará-los com o resultado experimental. • Cálculo da massa de anilina utilizada no experimento através de sua densidade. 1,0217g de anilina 1,0 mL de anilina x 7,6 mL de anilina x = 7,765 g A reação da síntese (figura 12) indica que ao reagir 1 mol de anilina (93,18 g), forma-se 1 mol de acetanilida (135,17g). Assim, tem-se que: 93,18 g de anilina 135,17 g de acetanilida 7,765 g x x = 11,264 g de acetanilida Para um rendimento teórico deveria se formar 11,264 g de acetanilida. Como o rendimento teórico é de 100%, calcula-se o rendimento experimental obtido em laboratório. Para isso, dividi-se a massa do rendimento experimental pela massa do rendimento teórico e multiplica-se o resultado por 100%: Rend. = �,�� ��,��� . 100% Rend. = 76,35% SÍNTESE DO P-NITRO-ACETANILIDA A equação geral abaixo descreve a produção da p-nitro-acetanilida, através da substituição eletrofílica em aromáticos. Equação Geral: N H CH3 O NO2 H2SO4 N H CH3 O H2SO4HNO3 :: :: +++ Figura 14: Equação geral da síntese da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 1, o oxigênio ligado ao hidrogênio no ácido nítrico se liga a um hidrogênio do ácido sulfúrico. Assim, o oxigênio ligado aos dois hidrogênios no ácido nítrico rompe a ligação com o nitrogênio ficando com o par de elétrons, posteriormente, o oxigênio (ligado ao nitrogênio) com carga formal negativa utiliza um par de elétrons para formar uma ligação π com o nitrogênio. Figura 15: Mecanismo da etapa 1 da síntese da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 2, uma ligação π do anel aromático se rompe formando um carbocátion e um carbânion na posição para do anel aromático, para que este se ligue ao grupo nitro na etapa 3. Figura 16: Mecanismo da etapa 2 da síntese da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 3, o grupo nitro se liga ao carbânion na posição para do anel aromático. Em seguida, o íon HSO3- se liga ao hidrogênio do carbono ligado ao grupo nitro. Assim, o par de elétrons (da ligação C-H) do carbono na posição para forma um ligação π com o carbocátion na posição meta, estabilizando-o, formando a p-nitro-acetanilida. Figura 17: Mecanismo da etapa 3 da síntese da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. Na etapa 4, é mostrado o produto formado depois do último mecanismo da etapa 3, obtendo-se a p-nitro-acetanilida e o catalisador da reação, H2SO4. Figura 18: Mecanismo da etapa 4 da síntese da p-nitro-acetanilida. Fonte: própria. Após a adição da mistura ácida e da acetanilida, inicia-se a etapa lenta da reação. Com a adição da mistura de ácido nítrico concentrado e ácido sulfúrico concentrado, o eletrófilo (NO2+) ataca o anel aromático na região de maior densidade eletrônica e menor impedimento estérico (pára). Entretanto, existe também a presença de ácido sulfúrico, que, em altas concentrações e temperatura elevada, forma um nucleófilo forte (HSO4-). Esse nucleófilo também está apto a reagir com o anel caso haja aumento da temperatura. Para que isso seja evitado, foi necessário que a temperatura ambiente fosse mantida por 40 minutos, evitando assim a formação de produto indesejado (produtos sulfonados). Uma temperatura elevada pode ocasionar a formação de produtos multinitrados. Não sendo esse o objetivo do experimento, mantivemos a temperatura controlada. Assim, durante a adição da mistura ácida a temperatura não passou de 10ºC. Inicialmente, o produto adquiriu coloração muito amarelada, o que pode ter indicado grande quantidade de impurezas presentes na mistura. Ao realizar-se a primeira filtração, grande parte da impureza foi eliminada com a água; entretanto, a coloração fortemente amarelada foi conservada. Durante o período de sete dias, a mistura ficou em repouso e secou, adquirindo forma pastosa. Cálculo do rendimento: Foi obtida uma massa de 2,98 g de p-nitro-acetanilida. Para saber o rendimento percentual que foi obtido na prática, precisam-se analisar os dados que as fórmulas e a equação proporcionam e compará-los com o resultado experimental. Dados: Massa Molar C8H9ON: 135,17 g Massa Molar C8H8O3N2: 180,17 g A equação geral mostra que ao reagir 1 mol de C8H9ON (135,17 g), forma-se 1 mol de C8H8O3N2 (180,17 g). Assim, tem-se que: 135,17 g de C8H9ON 180,17 g de C8H8O3N2 2,5 g de C8H9ON x x = 3,33 g de C8H8O3N2 Para um rendimento teórico deveria se formar 3,33 g de C8H8O3N2. Como o rendimento teórico é de 100%, calcula-se o rendimento experimental obtido em laboratório. Para isso, dividi-se a massa do rendimento experimental pela massa do rendimento teórico e multiplica-se o resultado por 100%: Rend. = �,�� , . 100% Rend. = 89% SÍNTESE DA P-NITRO-ANILINA As reações de síntese abaixo descrevem a produção da p-nitro-anilina, através da reação de hidrólise em meio ácido. Reações da síntese: Figura 19: Reações da síntese da p-nitro-anilina. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 1, o par de elétrons da amina ligada ao anel aromático se liga ao hidrogênio do ácido sulfúrico, assim, o par de elétrons da ligação H-O vai para o oxigênio formando o íon bissulfato. Em seguida, um par de elétrons do oxigênio de uma molécula de água ataca o carbono da carbonila, fazendo com que os elétrons da ligação π da carbonila migrem para o oxigênio, assim, mantendo a tetravalência do carbono. Etapa 1 Figura 20: Mecanismo da etapa 1 da síntese da p-nitro-anilina. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 2, é evidenciado o deslocamento do hidrogênio ligado ao oxigênio protonado para o oxigênio com carga formal negativa. Em seguida, ocorre a clivagem da ligação N-C, onde o par de elétrons da ligação migra para a amina. Assim, a ligação O-H é clivada e o par de elétrons da mesma forma a ligação π entre o oxigênio e o carbono, formando o ácido acético. Posteriormente, o par de elétrons da amina se liga ao hidrogênio liberado pela clivagem da ligação O-H, assim, o íon bissulfato se liga a este hidrogênio, como é evidenciado na etapa 3. Etapa 2 Figura 21: Mecanismo da etapa 2 da síntese da p-nitroanilina. Fonte: própria. No mecanismo da etapa 3 ao colocar hidróxido de sódio na mistura reacional, a hidroxila ataca o hidrogênio ligado à amina e ao bissulfato formando uma molécula de água. Assim, o par de elétrons da ligação H-O se liga ao sódio formando o bissulfato de sódio e o par de elétrons da ligação N-H migra para a amina, enfim formando a p-nitro-anilina, como é mostrado na etapa 4. Etapa 3 Figura 22: Mecanismo da etapa 3 da síntese da p-nitro-anilida. Fonte: própria. Etapa 4 Figura 23: Mecanismo da etapa 4 da síntese da p-nitro-anilida. Fonte: própria. Cálculo do rendimento: Foi obtida uma massa de 0,37 g de p-nitro-anilina. Para saber o rendimento percentual que foi obtido na prática, precisam-se analisar os dados que as fórmulas e a equação proporcionam e compará-los com o resultado experimental. Dados: Massa Molar C8H8O3N2: 180,17 g Massa Molar C6H6O2N2: 138,12 g As reações de síntese (figura19) mostram que ao reagir 1 mol de C8H8O3N2 (180,17 g), forma-se 1 mol de C6H6O2N2 (138,12 g). Assim, tem-se que: 180,17 g de C8H8O3N2 138,12 g de C6H6O2N2 0,7 g de C8H8O3N2 x x = 0,54 g de C6H6O2N2 Para um rendimento teórico deveria se formar 0,54 g de C6H6O2N2. Como o rendimento teórico é de 100%, calcula-se o rendimento experimental obtido em laboratório. Para isso, dividi-se a massa do rendimento experimental pela massa do rendimento teórico e multiplica-se o resultado por 100%: Rend. = �, � �.�� . 100% Rend. = 68,5% CONCLUSÃO SÍNTESE DA ACETANILIDA Em suma, a síntese da acetanilida a partir da anilina foi bem sucedida. Sendo obtido um rendimento de 76,35%. Assim, foi possível a observação do procedimento em suas diferentes etapas, possibilitando as análises necessárias e aplanando os conhecimentos a cerca das técnicas e teorias utilizadas, atingindo o objetivo da aula prática. Obteve-se no experimento 8,60 g das 11,264 g do rendimento teórico. Assim, de acordo com o desenvolvimento dos raciocínios, o rendimento da reação foi de 76,35%, resultado que pode ter sido provocado pelos fatores: • Ao transferir a mistura reacional do frasco para o béquer contendo 200 mL de água uma pequena quantidade da solução ficou retida nas paredes do frasco. • Pela perda parcial do produto ao ser filtrado na filtração a vácuo, pois parte do produto passou pelo papel de filtro e ficou retido no frasco Kitasato. SÍNTESE DO P-NITRO-ACETANILIDA Em suma, a síntese da p-nitro-acetanilida a partir da acetanilida foi bem sucedida. Sendo obtido um rendimento de 89%. Assim, foi possível a observação do procedimento em suas diferentes etapas, possibilitando as análises necessárias e aplanando os conhecimentos a cerca das técnicas e teorias utilizadas, atingindo o objetivo da aula prática. Obteve-se no experimento 2,98 g das 3,33 g do rendimento teórico. Assim, de acordo com o desenvolvimento dos raciocínios, o rendimento da reação foi de 89%, resultado que pode ter sido provocado pelos fatores: • Ao transferir a mistura reacional do frasco para o béquer contendo gelo picado uma pequena quantidade da solução ficou retida nas paredes do frasco. • Pela perda parcial do produto ao ser filtrado na filtração a vácuo, pois parte do produto passou pelo papel de filtro e ficou retido no frasco Kitasato. SÍNTESE DA P-NITRO-ANILINA A partir dessa prática conclui-se que a produção da p-nitro-anilina, a partir da anilina, requer uma sequência de etapas de reações intermediárias a fim de fornecer condições necessárias (a exemplo: grupos ligados ao anel aromático) para tal obtenção. Foi necessário realizar a proteção do grupo amino da anilina, através do anidrido acético (sintetizando a acetanilida) para realizar a reação com a solução nitrante (ácido nítrico concentrado + ácido sulfúrico concentrado) sintetizando a p-nitro-acetanilida. Caso não houvesse a proteção do grupo amino o par de elétrons da amina poderia ligar-se ao NO2 gerando outro produto. Assim, com a proteção do grupo amino foi realizada a substituição eletrofílica no anel aromático, como o agrupamento amido é orientador orto-para o grupo nitro ataca nestas posições no anel aromático, porém sintetiza-se majoritariamente a p-nitro-acetanilida, enquanto que a o-nitro-acetanilida é formada em pouquíssima quantidade devido ao impedimento estérico causado pelo agrupamento amido e pelo volume do grupo nitro (grupo volumoso), o que torna inviável a ligação deste grupo ao anel aromático na posição orto. Para a obtenção da p-nitro-anilina foi realizado a desprotonação no grupo amido da p-nitro-acetanilida, através da reação de hidrólise em meio ácido. Assim, converteu-se o grupo amido em grupo amino com a liberação do ácido etanóico. Em suma, a síntese da p-nitro-anilina a partir da p-nitro-acetanilida foi bem sucedida. Sendo obtido um rendimento de 68,5%. Assim, foi possível a observação do procedimento em suas diferentes etapas, possibilitando as análises necessárias e aplanando os conhecimentos a cerca das técnicas e teorias utilizadas, atingindo o objetivo da aula prática. Obteve-se no experimento 0,37 g das 0,54 g do rendimento teórico. Assim, de acordo com o desenvolvimento dos raciocínios, o rendimento da reação foi de 68,5 %, resultado que pode ter sido provocado pelos fatores: • Ao transferir a mistura reacional do balão de fundo redondo para o béquer contendo 25 mL de água uma pequena quantidade da solução ficou retida nas paredes do balão. • Pela perda parcial do produto ao ser filtrado na filtração a vácuo, pois parte do produto passou pelo papel de filtro e ficou retido no frasco Kitasato, mesmo através do uso de água gelada durante as lavagens para evitar a solubilização do produto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] QUÍMICA FÁCIL, Química Orgânica experimental. Disponível em: < http://ube- 167.pop.com.br/repositorio/4488/meusite/qorganicaexperimental/sintese_acetanilida.htm>. ACESSO: 12/05/10 às 11hs. [2] WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Acetanilida>. ACESSO: 12/05/10 às 11:30hs. [3] WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitração>. ACESSO: 19/05/10 às 22:35hs. [4] SOLOMONS, T. W. Graham; FRYHLE, Graig B. Química orgânica. 8.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. v.1. [5] UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola de Engenharia de Lorena. Processos Unitários Orgânicos –Nitração. Documento desenvolvido pelo Prof.Msc. Marcos Villela Barcza. Disponível em: (http://www.dequi.eel.usp.br/~barcza/Nitracao.pdf). Acesso em 19 de maio de 2010. [6] WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/4- Nitroanilina>. ACESSO: 19/05/10 às 23:10hs. [7] VOGEL, I. Arthur – Química Orgânica: “Análise Orgânica”, Editora ao livro Técnico S. A (1971).