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RESUMO DE AULAS CURSO: COMUNICAÇÃO - PP TURMA: 1º DISCIPLINA: TEORIA E TÉCNICA EM PP AULAS: 07/08 e 13/08/2012 SÍNTESE CONTEÚDO: O QUE É COMUNICAÇÃO SOCIAL? Antes de definirmos a Comunicação pelo seu viés social, é fundamental definirmos, em linhas gerais, o que é e como se constitui a Comunicação. Para tanto, é essencial observar que a comunicação, como instinto inerente a todas as espécies, dentre as quais obviamente se destaca e investiga a humana, não se restringe somente aos meios explícitos e facilmente perceptíveis de se comunicar. Praticamente todas as atividades humanas – dos grunhidos às teses científicas – são marcadas pelos atos de comunicação, consciente ou não. Logo, pode-se definir a comunicação como sendo então um processo que envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações, transmitidas por intermédio de recursos físicos ou de aparelhos e dispositivos técnicos são codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso de sistemas convencionados de signos ou símbolos sonoros, escritos, iconográficos, gestuais, etc. (HOUAISS) Isto posto, como desmembramento inicial das partes do processo de comunicar, pode-se enumerar basicamente cinco itens: INTERLOCUTORES (GENTE): partes fundamentais de todo ato comunicacional, as pessoas são o início e o fim do processo de comunicação, sendo ao mesmo tempo sujeito e objeto de tal processo. Em outras palavras, é adequado dizer que a comunicação é feita por pessoas, para pessoas. CONTEXTO (REALIDADE): Uma vez composta por pessoas e a elas direcionada, a comunicação tem como segundo elemento a realidade na qual se insere – esta sendo fruto de incontáveis fatores como a cultura, a organização da sociedade, a política, a economia, entre outros. O contexto de todo processo comunicacional é um dos principais fatores que enviesam o cunho social de se comunicar, uma vez que a sociedade é moldada pela comunicação da mesma forma que a molda, ambas se transformando mutuamente. MENSAGEM: Frequentemente tida como o centro de todo o processo, pode ser explícita ou implícita, emitida sempre com uma finalidade (estimular, informar, entreter, etc.). Deve-se considerar como mensagem não somente a ideia principal que a compõe (o texto do discurso de um presidente, por exemplo), mas todos os elementos sutis que porventura possam acompanhá-la (as mãos nervosas do presidente, o tom de voz apreensivo, entre outros). Outros pontos observáveis numa mensagem são o referente (aquilo a que a mensagem diz respeito) e as informações que a embasarão. CÓDIGO: Pode ser traduzido, superficialmente, como a associação de signos que auferirão um sentido à mensagem. Por exemplo, neste texto é razoável afirmar que o código utilizado constitui-se de palavras da Língua Portuguesa; numa comunicação entre deficientes de fala e audição, o código utilizado é a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), e assim sucessivamente – a essa associação de signos, pode-se também dar o nome de linguagem. A codificação da mensagem sempre será pautada pelo repertório do emissor, o conjunto de conhecimentos e saberes acumulados que possibilitam a alguém formular determinado conteúdo antes de transmiti-lo. De tal maneira, para que haja compreensão e interpretação do conteúdo transmitido, é fundamental que haja compatibilidade entre os repertórios do emissor e do receptor (tome como exemplo um padre pregando em latim para um público russo: haverá correta interpretação da mensagem?). MEIO (CANAL): O último elemento que se pode observar, em primeira instância, num ato comunicacional é o meio, ou canal de comunicação. É por ele que as mensagens são transmitidas e por ele que os interlocutores se relacionam. O canal pode ser uma conversa informal, a televisão, um chat na internet, um bilhete. Devido à enorme variedade de meios de comunicação, é importante observar que cada um deles possui uma diferente influência estamentária, ou seja, cada um influencia mais ou menos determinados agrupamentos sociais (por exemplo, o jornal impresso tem maior influência entre as classes mais altas, enquanto a TV aberta persuade* mais facilmente as classes intermediárias e baixas). Ainda no tocante aos canais de comunicação, todos eles possuem alcances diferenciados, chegando a quantidades maiores ou menores de público, permitindo então dizer que a eficiência de cada meio está diretamente ligada às suas particularidades, que demandarão a utilização de linguagens adequadas. Uma vez que são instrumentos que possibilitam e viabilizam a transmissão de mensagens, estão sempre sujeitos às interferências de ruídos – aqui definidos simplesmente como todos os fatores que possam prejudicar ou interromper a comunicação (queda de energia enquanto se assiste ao jornal na TV, crianças gritando quando um casal conversa, manchas numa página de livro, etc.). O VIÉS SOCIAL DA COMUNICAÇÃO Invariavelmente imersa numa sociedade – aqui não importando se mais ou menos evoluída – a Comunicação assume a forma de troca de informações entre os membros do grupo social, com o intuito de transformá-la ou alterar a situação corrente, sempre com um objetivo, ainda que não consciente ou facilmente perceptível. Uma vez que a sociedade constitui-se da união amistosa entre membros (significação do latim societas, origem do termo), os homens que a compõem podem ser denominados homens sociais, capazes de se relacionar constantemente e sempre de maneira subjetiva, pessoal e não-mecânica, recebendo a afluência de emoções, impressões e percepções do mundo que os rodeia. O homem social é uma partícula essencial do todo que se constitui sociedade, sendo ele o agente responsável pela constituição cultural** de sua época e, ao mesmo tempo, o indivíduo que mais é afetado pela sua cultura, como num círculo vicioso. Pode-se afirmar que toda a cultura característica do homem em toda a sua existência, bem como o legado por ele deixado em gerações muito anteriores ao estabelecimento dos estudos culturais e comunicacionais somente foi possível porque a comunicação já havia se constituído, mesmo que precariamente. Do mesmo modo, todas as formas de sociedade somente podem existir porque a comunicação a precedeu, permitindo que sociedade e comunicação sejam sempre frutos uma da outra. Em suma, toda a atividade humana é perpassada por traços comunicacionais que modificam, criam ou transformam a realidade atual em uma nova, sendo portanto, uma das mais importantes esferas de estudo e investigação científica. Para fins de ilustração, observe que grandes líderes ou símbolos mundiais se constituem em torno de seu poder de comunicação, sendo tão notáveis quanto o ato de comunicar mui bem formulado lhes permite. Exemplos disso são Adolf Hitler, Rainha Elizabeth, The Beatles, Sílvio Santos, Luiz Inácio Lula da Silva e também os símbolos fictícios como Mickey Mouse e o Tio Sam, que apesar de não se comunicarem por si só, são artifícios poderosos de comunicadores que os idealizaram – intencionalmente ou não – para fins persuasivos diversos (de pura e simplesmente entreter e divertir a incitar revoluções sociais e o patriotismo). Definidos em linhas gerais os pontos principais da comunicação, passa-se então a observá-la em seu aspecto social. Para tanto, podemos definir Comunicação Social como sendo a ciência que tem, por objeto de estudo, a investigação entre o homem, a sociedade e todas as formas de comunicação (inclusive os meios de comunicação) que os colocam em relacionamento constante e mútuo, moldando a cultura contemporânea e traçando as perspectivas futuras. Campo de conhecimento acadêmico que estuda a comunicação humana e seus diversos impactos na sociedade, observando além das formas instintivas de comunicação, todas as técnicas e meios de transmissão de informações, produção de sentido e construção cultural. OBSERVAÇÕES Sugestão para reflexão (não avaliativa, sem necessidade de entrega ou apresentação): - Com base nas suas percepções sobre a sociedade brasileira atual, como você define a relação entre o povo brasileiro e a Comunicação Social? (Dica: observe os meios de comunicação contemporâneos, seus efeitos na sociedade e a natureza das mensagens transmitidas). *Diferença entre persuadir e convencer: persuasão atrela-se ao subsídio de argumentos lógicos para que o interlocutor tenha outra opinião voluntariamente. Convencimento implica na mudança de opinião ou atitude com base na imposição de ordens ou qualquer outra forma de coação (dica para memorização: lembre-se de VENCER, que compõe o termo convencer e sugere a ideia de conflito, batalha). ** Por cultura, entenda-se todo o conjunto de crenças, tradições, costumes, valores e princípios que moldam a sociedade, sempre fruto da atividade humana. Todo o processo de transmissão de valores às gerações posteriores, os aprendizados empíricos, enciclopédicos e gerais e a formação social do ser com base na educação informal – observação de pessoas agindo, respeito aos costumes locais, etc. – pode ser incluído aqui como componentes da cultura ou traços culturais de uma época.