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ANHANGUERA UNIDERP – CAMPINAS 02 CURSO DE PEDAGOGIA – EAD Débora Cristina dos Santos – RA 9978019324 Simone Carvalho de Oliveira – RA 6580285157 Vanessa Caires F.S. Borttoletti – RA 6506248507 Fundamentos Filosóficos da Educação CAMPINAS – S/P 2013 ANHANGUERA UNIDERP – CAMPINAS 02 CURSO DE PEDAGOGIA – EAD Débora Cristina dos Santos – RA 9978019324 Simone Carvalho de Oliveira – RA 6580285157 Vanessa Caires F.S. Borttoletti – RA 6506248507 Fundamentos Filosóficos da Educação Professor tutor presencial: Lindsey Mara Nogueira Professora tutora a distância: Lindsey Mara Nogueira Atividade Prática Supervisionada apresentada ao Curso Superior de Pedagogia da Universidade Anhanguera Uniderp, como exigência parcial da Disciplina Fundamentos Filosófica da Educação no Trabalho para a obtenção de nota, sob orientação da Lindsey Mara Nogueira. CAMPINAS – S/P 2013 SUMÁRIO Introdução........................................................................................... 03 Etapa 01 – A Natureza da Filosofia e seu Ensino.............................. 04 Etapa 02 – Educação no século XXI – As Desigualdades de uma Sociedade................................................ 06 Etapa 03 – Indústria Cultural............................................................... 08 Etapa 04 – Bourdieu – A Escola e a Desigualdade do Sistema Educacional............................ 10 Considerações Finais.......................................................................... 12 Referências Bibliográficas................................................................... 14 INTRODUÇÃO “Filosofamos partindo do que sabemos para o que não sabemos para o que parece que nunca poderemos saber totalmente [...]”. Segundo o pensamento do filósofo espanhol Fernando Sovater, este é o ato de filosofar, e o que veremos neste trabalho é a essência da Filosofia, seu ensino e problematização, nos levando estes parágrafos a pensar ou filosofar sobre problemas sociais que nos cercam como as desigualdades do século XXI, ou o encobrimento da verdadeira cultura pela indústria cultural, o que é a indústria cultural? O que ela tem feito com nossas histórias, com nossa real cultura? Conheceremos os pensamentos de um grande mestre, Bourdieu, nos mostrando que a desigualdade social começa nos valores que os pais passam para seus filhos, ou seja, alguns têm outros não. Dessa forma iremos conhecer um pouco mais sobre essa disciplina e seus autores que nos ensinam a arte de filosofar e a sua importância para nós quanto sociedade. ETAPA 1 – A Natureza da Filosofia e o Seu Ensino. Algumas vezes ao pararmos para pensar, seja sobre a vida ou as circunstâncias dela, nos deparamos com o famoso “só sei que nada sei” de Sócrates, e, nos perguntamos o porquê de não entender, não saber o que estamos vivendo, o que esta acontecendo, por que chegamos aonde chegamos, enfim aqui neste parágrafo nos deparamos com o problema da filosofia. A filosofia busca responder esses questionamentos do ser humano de maneira aberta, mas não só um questionamento ocioso, emotivo sobre problemas pessoais, e sim entender a estrutura do problema, como por exemplo, quando queremos saber o conceito de realidade, queremos saber o que é realidade e não a natureza e estrutura do nosso conceito de realidade partiram então do ponto “O que é Filosofia?” A filosofia é uma disciplina a priori, onde o principal instrumento para realizar o trabalho é o pensamento, é através do pensamento, da analise do pensamento que se obtém as teorias filosóficas, ou seja, não é uma disciplina empírica, onde se utilizam laboratórios, estatísticas, observações telescópicas ou microscópicas. A filosofia é composta por instrumentos dos quais são obtidos as teorias e argumentos. A teoria surge como um termo mais claramente neutro, uma ideia razoavelmente sofisticada e clara que alguém defende, as teorias dos filósofos são respostas a problemas filosóficos, alguns reais, outros ilusórios, assim como suas teorias podem ser mais ou menos plausíveis, porém são perspectivas de resolução de um problema, não apenas um item fictício literário são tentativas reais e importantes. O argumento é o que sustenta a teoria, não apenas em filosofia, mas em todas as disciplinas, em todas as ciências é preciso um argumento irrefutável para tornar qualquer teoria verdadeira. A argumentação é o aspecto principal da filosofia. Chegamos agora em um ponto com muitos entre parênteses, pois ao falarmos em argumentos, colocamos a vista alguns problemas da filosofia, e não são com os argumentos filosóficos, mas sim com os problemas que a filosofia enfrenta quanto disciplina. Comecemos pelo fato da disciplina em questão não ser empírica, isso frente ao cientismo é uma desvalorização, algo em que não se possa confiar, pois contra fatos não há argumentos, e se a filosofia não pode ter suas teorias consensuais e substanciais, não é susceptível de verdade, se não há resultados consensuais substanciais, o que há exatamente para ensinar? Como lidar com as diversidades teóricas dos filósofos? Porém essa tese de que se não for empírico não é susceptível de investigação é simplesmente refutável, pois se algo não é consensual substancial a ponto de não ser conceptível de investigação acadêmica séria, não é susceptível de investigação empírica, em outras palavras é uma tese filosófica, é neste sentido que a filosofia se torna inevitável. Outro problema de ensinar filosofia são as chamadas autoridades. Em uma cultura autoritária “pensar é proibido”, dessa forma, filosofar também, nessa cultura, o que se pode ensinar é a história da filosofia, os grandes pensadores e suas teses, mas não a filosofia, é muito comum encontrarmos na grade curricular A História da Filosofia, que conta como tudo começou, as teorias defendidas pelos filósofos. O historicismo e o enciclopedismo são duas formas de abordagem para evitar responder os problemas de escolha de conteúdo a lecionar no currículo acadêmico. De um lado a abordagem historicista consiste em escolher um ou dois filósofos apenas que o professor geralmente conhece por que estuda na sua investigação e reduz-se a disciplina aos tais filósofos e o que disseram sobre tais temas. Assim, o estudante fica sem conhecer, por exemplo, nem mesmo uma parte central da ética contemporânea. E do outro lado à abordagem enciclopedista que consiste em listar os problemas, teorias e argumentos da ética. Estas duas abordagens devem ser evitadas, mas ambas tem vantagens, a abordagem correta é conciliar as duas abordagens procurando evitar seus defeitos. Observando a imagem de August Rodin - O Pensador, podemos colocá-lo como um símbolo da filosofia, pois representa exatamente o que vem sido discutido ou relatado até agora, o ato de pensar, o ser pensante, capaz de enfrentar obstáculos convencionais para questionar o que esta acontecendo a sua volta, a decisão de não ser influenciado por tendências e sim criticar positivamente ou não o que lhe rodeia, vemos um homem solitário de olhos fechados vivendo em meio ao caos do cotidiano e refletindo sobre os problemas sejam eles filosóficos ou não. A filosofia é importante para a compreensão da sociedade e do mundo pois com ela aprendemos a pensar e questionar e nos tornamos seres pensantes e questionadores, como a filosofia não apresenta resultados consensuais, tem difícil aceitação na sala de aula, tanto por alunos como por professores. Como esta matéria é de difícil aceitação e compreensão, torna-se viável não considerá-la uma disciplina acadêmica séria. O que está sendo realizada de forma equivocada, pois com a filosofia o estudante tende compreender os problemas, teorias e argumentos e aprende a discuti-los. Etapa 2 – Educação no século XXI – As Desigualdades de uma Sociedade A sociedade pode comportar duas realidades tão afastadas, primeiramente pela diferença da classe social, pelo individualismo e pela competitividade. Não se pode mudar o mundo sem mudar as pessoas, e hoje em pleno século XXI a sociedade busca cada vez mais tecnologias de informação. Educar para um mundo possível, significa começar a entender melhor o projeto de mudança do mundo. Dissolver o poder para democratiza-lo. É entender esse poder como capacidade de fazer, como serviço, para desalienar e desacostumar. Dar voz para os oprimidos, a luta feminista, o movimento dos sem terra, torna-se visível que o grito do povo estava preso na garganta por muito tempo, tanto por repetir o que sempre foi feito, ou já dito ou o que já existia. É a educação para a emergência do ainda não é, o ainda não a utopia. Uma sociedade é composta por pessoas, pessoas essas que estão sempre em movimento e transformação, desde os primórdios dos tempos, o ser-humano vem se aprimorando, evoluindo cada vez mais, com suas descobertas, com suas tecnologias e com isso cavando o seu individualismo, o ser-humano passa a esquecer do seu lado humanitário e a educação que é um elo dessa corrente chamada sociedade recebe os reflexos dessas mudanças. Quando olhamos o mundo ao nosso redor e enxergamos tanta desigualdade, uns com tanto e outros com tão pouco, pensamos até quando viveremos desse jeito? Mas o que muitas vezes não queremos entender é que para mudar, para transformar o mundo em que vivemos é preciso se automodelar, autotransformar, um conjunto não muda sozinho se apenas uma de suas unidades mudarem. Assim é o mundo em que vivemos, assim é a educação atual da nossa sociedade, ao analisarmos, por exemplo, a educação do extremo norte ou nordeste do nosso país encontrou o auge da desigualdade, onde estão as escolas? Os professores? As verbas? A alimentação? Que rumo tomou que não foi o da educação nordestina ou norte. Quando descemos mais em nosso mapa, encontramos escolas de uma mesma metrópole em eixos opostos, no sudeste podemos encontrar escolas que mais parecem terem errado o caminho do mapa e saíram do nordeste e vieram para o sudeste, por sua pobreza extrema, sua calamidade, seus mestres desmotivados, pela violência gigantesca e assombrosa que ronda os portões de cada escola, mas também podemos encontrar escolas modernizadas, cheirando nova, e nem estou falando de escolas particulares, mas como fazer para colocar meu filho em uma escola assim? Céus! Somente tendo conhecidos que te levam a outros conhecidos para efetivar a matricula do teu filho ou talvez você seja um médico importante, ou uma pessoa influente que mesmo podendo pagar por uma escola para seu filho prefere tirar a vaga de quem realmente necessita. Todos esses argumentos são para mostrar que o mundo que evoluiu é o mundo capitalista, que monopolizou que mercantilizou a educação básica, somos tão pobres, pobres de mente, pobres de iniciativa, que não percebemos que mudanças acontecem sim, mas somente quando o homem decide começar a lutar por essa transformação, quando rompemos a barreira do desigual e gritamos por justiça. Para não nos fixarmos apenas nos pontos negativos de uma sociedade que comporta dois aspectos tão diferentes, vamos mostrar o caminho que já foi percorrido, o caminho do ensino tecnicista e superior. Atualmente contamos com inúmeras universidades e facilidades de acesso subsidiado pelo governo, encontramos hoje um percentual muito elevado comparado à década passada em relação a escolas técnicas, um dado relevante é que há dez anos São Paulo tinha exatamente três instituições que ofereciam o ensino médio e técnico na mesma grade curricular, atualmente no estado de São Paulo são mais de trinta instituições, que oferecem ao aluno não apenas a formação da mão de obra, mas a formação do cidadão “crítico”. O exemplo mostrado na entrevista de Jacqueline Blasi demonstra que existe uma grande diferença entre os ensinos médios “puros” e o ensino médio técnico. E que este último tem grande vantagem para o aluno que o estuda. O ensino técnico é mais integrado, o aluno trabalha com mais pesquisas. A pesquisa hoje é fundamental, trazer um espirito de investigação para dentro da sala de aula, assim o aluno se torna mais aplicado. Portanto podemos dizer que é possível fazer transformações, assim como as citadas acima, que perante o grau de problemas que ainda temos em termos de desigualdade tanto na educação como na sociedade em si, é um número ínfimo, porém não pode ser desacreditado que pode aumentar esse percentual, pois ao não acreditar nessa teoria estará acreditando que o ser-humano não é mais capaz de mudar. As transformações do mundo e das pessoas estão intrinsicamente ligados. Etapa 3 – A indústria Cultural. A indústria da cultura chegou para tentar apagar o verdadeiro sentido da historia dos nossos antepassados, movidos a dinheiro, status e outros pormenores poderios, resolveram ganhar em cima de tanta cultura que nosso país exibe a sua fatia do bolo, extorquir nossas memorias e nos resumir a artefatos tecnológicos. Para iniciar esta etapa vamos lembra um exemplo claro e atual da extorsão da indústria cultural, quem já ouviu falar de um instrumento musical chamado “caxixi” ou “caxirola”, quem ainda não ouviu falar, faremos um breve resumo. Um artigo de percussão afro-brasileiro conhecido como Caxixi tem seus conceitos e reflexões de perspectiva etnomusicológica, um chocalho feito de cesto, originário da cultura bantu, região africana do Congo-Angola, utilizado em rituais e cerimonias, na época da escravatura este instrumento foi retirado de sua região de origem e transplantado para o Brasil, chegando a terras brasileiras este instrumento assume novas funções onde esta menos ligada a práticas religiosas e mais a praticas populares. Sabe-se, porém não com muita constatação, pois a escassez de registros históricos impede o esclarecimento do contexto exato, quando se estabelece uma parceria desse instrumento com o berimbau, instrumento utilizado na prática da capoeira. A região em que podemos encontrar o Caxixi é em Salvador, Bahia, demonstrando como um instrumento originariamente cerimonial está presente em contextos de música popular, ao reunir informações sobre aspectos da musicalidade o Caxixi veio para enriquecer o conhecimento e reflexão sobre a música brasileira em geral. Após esse resumo, vamos aos fatos atuais. Caxirola vetada: ministro enterra sonho bilionário de Brown. José Eduardo Cardozo avisou que chocalho está proibido até na Copa de 2014, reportagem revista veja, segundo o músico, este nobre instrumento foi inventado por ele, e seria um símbolo na copa das confederações e na copa do mundo, este instrumento segundo o músico estaria ligado ao mundo espiritual e traria muita paz para as competições, mas é claro que por baixo dos panos verde e amarelo estava a indústria da cultura e o sonho bilionário do músico, quanto este “nosso” artista iria ganhar com essa sua nobre invenção, porém ele não contava que seu chocalho que já existe há pelo menos mais de cem anos, seria vetado pelos “grandões” das organizações esportivas por motivo de segurança uma vez que o instrumento, este feito de plástico, ao ser lançado ao chão explodia. Queremos mostrar aqui como essa indústria pode aniquilar o verdadeiro conceito de cultura. Podemos enfim chamar esse tema abordado de artigo de troca de mercadorias, segundo Adorno e Horkheimer, em Dialética do Esclarecimento, onde o produto cultural perde seu brilho, sua unicidade, sua especifidade de valor de uso. Quando se transforma em um valor de troca, dissolve a verdadeira arte ou cultura. A educação no Brasil que sempre teve seus enormes problemas tanto sociais como políticos, também se insere neste contexto, ou podemos dizer que este contexto da indústria cultural se insere nas escolas, na educação como um todo, com a modernidade, com o surgimento de novas tecnologias, com o avanço intelectual e financeiro de uma parte da população a escola se vê necessitada em atender essa grande demanda de um novo tempo. Essa condição vem demandando repensar os efeitos das interações entre a educação e a indústria cultural, que abrange na contemporaneidade os meios de comunicação de massa transformando a escola em um negócio em expansão. Nesse processo, dois aspectos se distinguem: o gesto criador – que resulta do fato de o homem “estar-no-mundo e com ele relacionar-se” transformando-o e transformando-se; e o gesto comunicador – que o homem executa e, assim, transmite a outros os resultados de sua experiência. E assim preenchem esse vazio com o consumismo, com a falsa “promessa de felicidade”, transformando o consumidor em um fantoche acrítico e sem consciência. Pagando por preços exorbitantes não o material, mas sim pela marca, ou pela capa do caderno. Podemos afirmar essa indústria aproveita da ingenuidade das crianças e plantam uma semente que gera muitos frutos neste campo. Para concluir, devemos esclarecer que não nos cabe a ordem de modelar as pessoas a partir do seu exterior, nem tampouco lhes transmitir apenas conhecimento, “as mudanças não devem ser isoladas”... A única possibilidade de sobrevivência que resta à... Educação... É a sua auto- reflexão. ETAPA 4 – Bourdieu – A Escola e a Desigualdade do Sistema Educacional Bourdieu fez rigorosa criticas a instituição escolar, ao analisar o fenômeno escolar e as condições sociais, concluído pela total dependência da escola em relação à sociedade. Para ele não existe autonomia absoluta do sistema escolar, a escola não é uma ilha separada do contexto social, o sistema social marca os indivíduos submetidos à educação inevitável e irreversível. Para Bourdieu a escola constitui um instrumento de violência simbólica porque reproduz os privilégios existentes na sociedade, beneficiando os já socialmente favorecidos. A violência simbólica pode ser exercida por diferentes instituições da sociedade: o Estado, a mídia, a escola, etc. O Estado age desta maneira, por exemplo, ao propor leis que naturalizam a desigualdade educacional entre brancos e negros, como a Lei de Cotas para Negros nas Universidades Públicas. A mídia, ao impor a indústria cultural como cultura, massificando a cultura popular por um lado e restringindo cada vez mais o acesso a uma cultura, por assim dizer, "elitizada". Tomando, como foco principal, a escola pública brasileira, esta ignora a origem de seus alunos, transmitindo-lhes o ensino que se diz padrão. Bourdieu explica este processo pela Ação Pedagógica, que perpetua a violência simbólica através de duas dimensões arbitrárias: o conteúdo da mensagem transmitida e o poder que estabelece a relação pedagógica exercida por autoritarismo. Se prestarmos atenção em grupos menores, perceberemos que o problema da violência é ainda mais gritante. Uma criança da periferia, por exemplo, tem um cotidiano muito distante do que é ensinado na escola. Na escola ela aprende que é importante estudar para ter uma profissão, para "ser alguém na vida". No entanto, muitas vezes esta criança trabalha para ajudar a família e, dependendo do caso, viver para ela é uma questão de sobreviver. Outro exemplo está na realidade das crianças que residem nas favelas dos grandes centros urbanos, onde é comum a família viver salvaguardada por traficantes: o mocinho que protege sua família torna-se o bandido, onde na escola é ensinado como o maior “retalhador” da instituição família. A desigualdade não está apenas no âmbito financeiro de uma sociedade, mas também em suas bases, nas estruturas de uma cultura, de uma família, talvez possamos afirmar que esta seja a primeira forma de desigualdade imposta pela sociedade. Os valores, princípios que um pai passa para seu filho, este recebe e aplica em sua vida em sociedade, mesmo que seja pertencente aos ”membros da classe menos favorecida”, ainda sim com seus valores terão seus direitos, na outra ponta do iceberg que é a desigualdade social, está aqueles que não tiveram o privilegio de receber os valores e princípios que permeiam uma sociedade e estes passam a fazer parte da estatística de uma desigualdade, um exemplo, vamos imaginar uma menina que acaba de deixar a infância, filha de pais simples e sem qualquer base cultural hierarquizada pela sociedade, falamos isso, pois cultura pode ser também aquilo que se acredita ser o seu bem sem fazer mal aquém, mas para esses pais o bem de sua filha é casar logo, ter logo seu filho, pois sua mãe acredita que isso é o correto, pois ela mesma casou antes mesmo do que a filha nessa idade, a filha que esta em idade escolar, de família humilde, ouve os pais, casa, engravida, larga a escola e passa a fazer parte de uma lista entristecedora, porém verdadeira, os desiguais, mas por quê? Porque lhe faltou quem mostrassem quais são os valores impostos pela sociedade, quais são os meios que devemos usar para atingir padrões. Seria aqui a deixa da escola, o ensino sistematizado, a padronização do cognitivo, mas aqui existe espaço para aqueles que não têm o mesmo padrão? A escola como instituição de ensino deve mostrar os valores a serem atingidos ou pelo menos o que se espera, porém sabemos que na maioria das vezes a escola não foge de seus sistemas de ensinos, para ensinar a cidadania, mas como podemos falar em cidadania quando a desigualdade esta lá dentro da sala de aula sendo aluna daquela instituição, em nosso país a desigualdade é gigante não única e exclusivamente pelo setor financeiro, político, mas também pela cultura, que ainda se deixa dominar pelos poderios. Pela cultura dos simples, dos tradicionais que mesmo em pleno século XXI, nos extremos de nosso país, encontramos essa cultura citada acima dos casamentos e barrigas para ter um futuro melhor, é claro que atualmente a proporção de novos alunos, com novas teorias de uma vida melhor pra ele e sua família é bem maior, e que esta teoria começa lá na sala de aula, onde para ele é o inicio de tudo, mas podemos afirmar que a teoria de Bourdieu se aplica em nossa sociedade estudantil, pois sabemos o quanto é comum à desigualdade pelos corredores de uma escola ou da sociedade brasileira, mas fazemos uso das palavras de Bourdieu: -“ A sociologia da educação é um esporte de combate, não para atacar, mas para nos defender.” Passamos a valorizar o que temos em solo brasileiro, nossa cultura, pois com ela o desenvolvimento do saber humano aumenta e através dela (cultura e educação) seremos libertos da pior prisão àquela que não tem consciência de que está preso. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos sobre a teoria de Bourdieu que ela se aplica a nossa realidade, pois como ele diz o capital cultural tem sido em sua maioria eternizado, passado de geração para geração... Por exemplo, se um pai gosta de ler e seu filho o vê fazendo isso, toma também o gosto pela leitura. Outro exemplo sugerido por ele é a Docilidade (que significa brandura, submissão) ele fala que as meninas se sobressaem no ensino fundamental, pois são mais doces que os meninos, trazendo isso para a sala de aula e isso faz parte de seu capital cultural. Capital Cultural é a segunda Capital mais importante, à qual precede apenas o Capital Econômico. Para Bourdieu o sistema escolar separa os alunos dotados de "Capital Cultural" dos que são desprovidos. Vemos que um pai “rico” sempre arruma jeito de que seu filho continue rico. Ele “arruma” um dinheiro para o filho abrir uma empresa, por exemplo. Já um pai “pobre” se preocupa em o filho conseguir um emprego, para que não passe por necessidades financeiras. Para uma sociedade evoluir como ser humano, como cidadão é a cultura que a passos dados com a educação nos fazem ter perspectivas de uma vida melhor, porém existe algo acontecendo em nosso meio cultural, algo que nos leva acreditar que podemos perder a essência da cultura, este item que nos faz acreditar em extorsão da cultura é a própria indústria da cultura, os empresários, alguns “benfeitores” da cultura, pensando em seu “quinhão” fazem tudo parecer menos, fútil, relevante, faz perder a essencialidade da verdadeira historia, nos afastando de anos de cultura. A desigualdade social, outra problematização histórica a ser refletida, é o que nos faz parar para refletir sobre problemas tão sérios e tão contrastantes, em um país com tantas riquezas como o Brasil ainda em pleno século XXI, podemos enxergar duas pontas de um ice Berg, de um lado o extremo da pobreza, da falta de cultura, de informação, de qualificação e dou outro lado, o melhor, o mais perfeito sistema de hierarquia em uma sociedade, outro ponto a ser discutido neste tema é a desvalorização, a desigualdade que começa ainda em termos de valores, de princípios, de hábitos sadios passados de geração para geração, ou seja, aqueles que os possuem tem uma vida diferente daqueles que são supostamente abandonados de cultura, de princípios, porque não lhes foi passado em seio familiar, gerando a desigualdade. Por fim concluímos que Filosofia esta pertinente a uma das mais importantes disciplinas da evolução da sociedade, do próprio ser-humano, sabe durante este trabalho da descredibilidade dela quanto ciência, o que não é considerada, porém podemos afirmar que ela se torna nos dias atuais tão importante quanto a ciência que descobre formulas para remédios, para curas, para produções de tecnologias, pois afirmamos talvez por experiência própria que com o passar do tempo , tudo mudou e quando falamos em tudo incluímos principalmente o homem, pois o mundo só muda, quando o homem muda, ou seja, o homem é o principal transformador do tempo e das mudanças, e quando percebemos que homem mudou, com a tal globalização que vivemos hoje, podemos dizer que com ele veio problemas muito mais complexos e difíceis de adentrar em seu âmbito, por isso a necessidade da filosofia, para nos ajudar a compreender a complexidade do mundo, e dos, problemas, e das vivencias, e das experiências que vivemos hoje e que cada vez mais se tornam incompreensíveis. Porém afirmamos com toda coerência que nos é cabida que filosofia, mesmo com todos seus problemas e algumas inaceitações é hoje o ponto chave, a base de tudo, para entender melhor o ser-humano e suas memoráveis transformações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Maria Lucia Arruda. Filosofia e filosofia da educação, PLT 285, cap. I, p. 17. GADOTTI, Moacir. A práxis transformadora e a futuridade histórica. Disponível em: http://www.cifa.org.br/gestionale/upload/cms/elementi_portale/documentale/Novas_Perspectivas_para_a_educa%C3%A7%C3%A3o_no_S%C3%A9culo_XXI.pdf. Acessado em 22 Set 2013. GALLO, Priscila Maria. Indústria cultural e caxixi. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12678.Acessado em: 22 Set 2013. HEY, Ana Paula; CATANI Afrânio Mendes. Bourdieu e a Educação. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/bourdieu-e-a-educacao/. Acessado em: 22 Set 2013. MEDRANO, Eliziara Maria Oliveira; VALENTIM, Lucy Mary Soares. A indústria cultural invade a escola brasileira. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622001000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acessado em: 22 Set 2013. OLIVEIRA, Belzanzoti. A sociologia como esporte de combate (trecho) sobre reprodução social. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=zO4QuCSMO0k. Acessado em: 22 Set 2013. RUIZ, Edson. Caxirola vetada: Ministro enterra sonho bilionário de Brown. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/caxirola-vetada-ministro-enterra-sonho-bilionario-de-brown. Acessado em: 22 Set 2013. 0