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UFPB/CCEN/DQ 
Química Analítica II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Gravimétrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luciano Farias de Almeida 
 
 
ANÁLISE GRAVIMÉTRICA 
Conceito 
Método analítico no qual uma determinada espécie química é isolada de 
uma amostra sob a forma de um composto com composição química bem definida 
ou sob forma de fase pura (substância procurada), que é levado à pesagem 
(substância pesada). 
 
Sensibilidade e Exatidão 
Apresenta exatidão para concentrações 0,1%. Para concentrações 
maiores a exatidão pode ser afetada por: 
 Perdas por solubilidade de precipitado; 
 Erros de co-precipitação; 
 Perdas mecânicas do precipitado. (só para concentração 0,1%) 
 
Vantagens 
 Simplicidade e baixo custo (mufla e estufa) 
 Exatidão e precisão (balança analítica) 
 Método Absoluto (medida direta sem calibração) 
 
Desvantagens 
 Alto tempo de análise 
 Trabalhoso 
 Requer grandes quantidades de amostra 
 Susceptível a acumulação de erros 
 
Classificação 
Os métodos de análise gravimétrica podem ser classificados de acordo com a 
forma de separação do constituinte desejado da amostra: 
 Gravimetria por volatilização 
 Gravimetria por precipitação 
 
 
GRAVIMETRIA POR VOLATILIZAÇÃO 
 
Consiste na eliminação de componentes de uma amostra sob a forma de 
compostos voláteis. O analito ou os produtos de sua decomposição são 
volatilizados em uma temperatura adequada. Os métodos por volatilização podem 
ser classificados em: 
 
Diretos – a substância volatilizada é recolhida em meio absorvente adequado e 
pesada. 
Exemplo 1. Determinação de CO2 em carbonatos. 
CaCO3 + 2HCl CO2 + H2O + CaCl2 
Indiretos – a substância é volatilizada e seu peso é calculado pela diferença do 
peso da amostra antes e após a volatilização. Menor exatidão por assumir que a 
água é o único composto volátil. 
Exemplo 2. Determinação de umidade. 
 
DETERMINAÇÃO DE CARBONATOS 
Carbonatos são decompostos por ácidos, produzindo CO2, que é 
rapidamente eliminado da solução por aquecimento. 
 
 
Figura 1 – Sistema para determinação de bicarbonato de sódio em comprimidos 
antiácidos, por volatilização. Também pode ser empregado para carbonatos. 
 
Uma massa de amostra de comprimidos finamente triturados é tratada com 
ácido sulfúrico diluído para converter o bicarbonato de sódio em dióxido de 
carbono, segundo a reação: 
NaHCO3 + H2SO4 CO2 + NaHSO4 + H2O 
 
A massa de CO2 é calculada através da massa adquirida pelo absorvente 
(Ascarite II = NaOH adsorvido em silicato não-fibroso). O tubo de absorção deve 
conter um dessecante (em geral a drierita pela sua alta capacidade de absorção) 
para reter a H2O eliminada. A quantificação segue a estequiometria da reação: 
2NaOH + CO2 Na2CO3 + H2O 
 
 
DETERMINAÇÃO DE UMIDADE 
TIPOS DE ÁGUA NOS SÓLIDOS 
 A água presente nos materiais pode ser: 
ÁGUA ESSENCIAL – é a água quimicamente ligada ao sólido. Faz parte de sua 
estrutura cristalina ou molecular de um dos componentes do sólido. 
ÁGUA NÃO-ESSENCIAL – é a água presente como contaminante. Não é retida 
por forças químicas. É geralmente chamada de umidade e não faz parte da 
estrutura química do sólido. 
 
 
TIPOS DE ÁGUA ESSENCIAL: 
 Água de Cristalização ou Hidratação – são ligadas ao sólido por 
ligações covalentes coordenadas. É a água presente nos hidratos 
cristalinos. 
 Exemplo 10: CaC2O4.2H2O, CaSO4.5H2O 
 
 Água de Constituição – a água não está presente no sólido como H2O, 
mas como OH e H ligados quimicamente no composto. É obtida por 
decomposição térmica. (ação do calor). 
 Exemplo 11: 2Na2HPO4 Na4P2O7 + H2O 
 Ca(OH)2 CaO + H2O 
 2KHSO4 K2SO4 + H2O + SO3 
TIPOS DE ÁGUA NÃO ESSENCIAL: 
 Água Higroscópica ou Adsorvida – é a água retida sobre a superfície 
do sólido. Sua quantidade depende: 
o Temperatura (a 100 oC a massa de H2O é 0) 
o Superfície Específica do Sólido – quanto menor o tamanho da 
partícula maior a superfície específica, portanto maior a quantidade 
de água adsorvida. 
 Água Absorvida – é a água retida como líquido nos interstícios 
(espaços) dos sólidos coloidais. Sua quantidade pode alcançar 10 a 20% 
da massa total do sólido. Temperaturas maiores que 100oC diminuem a 
quantidade de água absorvida, mas não garante remoção completa. 
 Água Ocluída – é a água em cavidades microscópicas dos sólidos 
cristalinos. A calcinação elimina este tipo de água. Porém o aquecimento 
pode causar a decreptação, que é a ruptura dos cristais. 
 
GRAVIMETRIA POR PRECIPITAÇÃO 
 
Consiste na conversão do analito em um composto de baixa solubilidade. 
Exemplo 3. Determinação de Hg usando sulfeto de amônio como agente precipitante. 
(NH4)2S + Hg
2+ HgS 
 
Etapas de uma Análise Gravimétrica 
A execução de um procedimento de análise gravimétrica engloba várias 
etapas sucessivas e necessárias para obtenção de bons resultados: 
1. Preparação da Amostra; 
2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra; 
3. Precipitação e Digestão; 
4. Filtração; 
5. Lavagem; 
6. Calcinação ou Secagem; 
7. Pesagem; 
8. Cálculos. 
PRECIPITADOS E AGENTES PRECIPITANTES 
 
 O reagente deve ser específico ou seletivo e produzir um sólido que: 
1) Apresente solubilidade muito baixa; 
2) Seja facilmente filtrável, lavável e livre de contaminantes; 
3) Apresente composição conhecida e bem definida após secagem ou calcinação; 
4) Seja inerte aos constituintes da atmosfera. 
 
PARTÍCULAS MAIORES 
 
 
FÁCIL FILTRAGEM E LAVAGEM 
 
 
PRECIPITADOS PUROS 
Suspensões Coloidais 
 Partículas pequenas (d =10-6 a 10-3 mm); 
 Não decantam facilmente; 
 Não são retidas em papel de filtro comum. 
 
Suspensões Cristalinas 
 Cristais individuais bem desenvolvidos; 
 Partículas densas que sedimentam rapidamente; 
 Facilmente filtráveis; 
 Não se contaminam facilmente; 
 Partículas com 0,1 mm ou mais. 
 
Tamanho das Partículas 
 Composição química 
 Condições do meio 
 Temperatura 
 Concentração dos reagentes 
 Velocidade de adição dos reagentes 
 Solubilidade no meio 
SUPERSATURAÇÃO RELATIVA 
A formação do precipitado ocorre em uma solução supersaturada da 
substância envolvida. A supersaturação é um estado instável, que se transforma 
em estado de saturação através da precipitação do excesso de soluto. 
Matematicamente é expressa por: 
S
SQ
SSR
 
onde: 
Q = Concentração dos íons em solução no instante anterior a precipitação 
S = Solubilidade do precipitado no estado de equilíbrio. 
 
SSR alta ppt. Coloidal 
SSR baixa ppt. Cristalino 
 
Solução Supersaturada: É uma solução, em condição instável, que contém mais 
íons em solução que a solução saturada. 
 
CONTROLE EXPERIMENTAL DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS 
Redução de SSR: 
 Temperaturas altas (Solubilidade ) 
 Soluções diluídas (Q ) 
 Adição lenta do reagente precipitante com agitação (Q ) 
 Controle do pH do meio, S = f(pH), ou seja, a solubilidade do precipitado varia 
com o pH. 
Exemplo 12: Oxalato de cálcio 
1- precipitação em meio ácido onde S é maior. 
2- redução da acidez por adição de NH4OH remove quantitativamente o precipitado. 
 
Obs. Quando S é muito baixa (Q-S) é sempre alto o precipitado é COLOIDAL. 
Exemplo 13: Hidróxidos de Fe(III), Al, e Cr(II) e os sulfitos de metais pesados. 
MECANISMO DE FORMAÇÃO DE UM PRECIPITADO 
A formação de um precipitado a partir de uma solução envolve dois 
processos: 
 Nucleação 
 Crescimento dos Cristais 
 
NUCLEAÇÃO 
Processo, no qual, um número mínimo de átomos,íons ou moléculas se 
unem para gerar um sólido estável. A nucleação pode ser: 
 Heterogênea: A agregação de íons ocorre em torno de pequenas 
partículas de impurezas ou no vidro do recipiente. 
 Homogênea: Os núcleos se formam pela orientação do número próprio de 
íons em um arranjo ordenado típico. 
 
Para baixos níveis de SSR a formação de núcleos é baixa e é dependente 
de partículas sólidas presentes na solução como impurezas (nucleação 
heterogênea). Em condições de alta SSR a nucleação aumenta explosivamente 
com formação de núcleos homogêneos (nucleação homogênea). 
A alta SSR favorece a nucleação. Se a nucleação prevalece têm-se a 
formação de partículas pequenas e, portanto, a formação de precipitados 
coloidais. A velocidade da nucleação heterogênea é independente da SSR, já a 
homogênea aumenta notavelmente com SSR (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Influência da SSR no processo de crescimento de cristais. 
 
CRESCIMENTO DOS CRISTAIS 
É o processo de deposição de outras partículas de precipitado em torno de 
um núcleo. Uma baixa SSR favorece o crescimento dos cristais. O crescimento 
dos cristais em torno do núcleo pode ocorrer simultaneamente com a nucleação e 
a velocidade de crescimento é diretamente proporcional a SSR (Figura 3). Após o 
início da nucleação ocorre uma competição entre a nucleação e o crescimento dos 
cristais. Se o crescimento dos cristais prevalece sobre a nucleação, tem-se a 
formação de precipitados cristalinos. 
 
 
Figura 3. Influência da SSR nos processos de nucleação e de crescimento de 
cristais. 
 
Nucleação x Crescimento de cristais 
Nucleação predominante grande número de partículas pequenas 
Crescimento predominante pequeno número de partículas grandes 
 
 SSR  nucleação 
 SSR  crescimento dos cristais 
 
 
PRECIPITADOS COLOIDAIS 
No caso de precipitados muito insolúveis S é tão pequeno em relação a Q 
que a diferença Q – S permanece sempre grande, ou seja, a SSR é mantida 
elevada favorecendo a formação de núcleos. Portanto, todos os precipitados muito 
insolúveis apresentam-se como suspensões coloidais. Apenas os precipitados 
mais solúveis (oxalatos, sulfatos e carbonatos) possibilitam manter a SSR 
suficientemente baixa de modo a permitir a obtenção de precipitados cristalinos. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS SUSPENSÕES COLOIDAIS 
 
 Tamanho das partículas: 1 – 100 mµ de diâmetro. Invisível a olho nu ou 
com microscópio comum; 
 Parece uma solução verdadeira; 
 Passam através dos filtros comuns; 
 Não se sedimentam sob ação da gravidade; 
 As partículas coloidais têm carga elétrica. 
 
Todas as partículas têm carga de mesmo sinal. A ação repulsiva entre as 
cargas tende a impedir que as partículas se unam e este é um fator de máxima 
importância na estabilidade das dispersões coloidais. 
 
Figura 4. Precipitação de AgCl na presença de excesso de: (a) Ag+ (b) Cl-. 
 
 Quando se forma AgCl na presença do excesso de íons Ag+, as partículas 
coloidais ficam estabilizadas pela adsorção primária de íons Ag+, como é mostrado 
na Figura 4(a). O sistema em conjunto é eletricamente neutro: os íons NO3- que 
são atraídos até a partícula positiva é chamado de contra-íon ou íons contrários. 
 A destruição da dupla camada elétrica permite que as partículas coloidais 
se unam (coagulação, floculação ou aglomeração), formando agregados maiores 
que podem se sedimentar. A floculação pode ser induzida pela adição de um 
eletrólito ou por aquecimento. 
 Coagulação Processo pelo qual, uma suspensão coloidal é 
convertida em um sólido filtrável. 
 Suspensões coloidais são estáveis porque, em geral, as partículas 
apresentam cargas positivas ou negativas, dificultando a coagulação. 
 Cargas  íons adsorvidos na superfície do sólido. 
 Íons do precipitado são mais fortemente adsorvidos que outros. 
 
CAMADA ELÉTRICA DUPLA 
Camada Primária de Adsorção (CPA): Camada de íons carregados adsorvidos 
na superfície do precipitado. 
Camada de Contra-Íons (CCI): Camada de íons de carga oposta, nas 
vizinhanças dos íons adsorvidos. 
 A carga da CPA depende do íon em excesso. A carga é mínima quando 
não existe íon em excesso. 
 A CCI neutraliza as partículas coloidais. 
 As cargas efetivas evitam que as partículas se aproximem 
 Quanto menor a CCI  partículas mais próximas  maior a 
aglomeração 
 Contribuem para a coagulação: 
 Aquecimento por um curto tempo com agitação (diminui a adsorção); 
 Aumento da concentração de eletrólitos reduz o volume da solução 
para neutralizar a partícula. 
 
LAVAGEM COM ÁGUA: 
 Remove o eletrólito; 
 Aumenta o volume da camada de íons contrários; 
 Restabelece as forças repulsivas; 
 Ocorre a peptização. 
 
Peptização: O colóide coagulado é revertido ao seu estado original disperso. 
 
LAVAGEM COM ELETRÓLITO VOLÁTIL: 
 
lavagem com HCl (diluído) 
 
 
remoção do HCl por aquecimento. 
 
 
No caso da determinação de Ag por formação do AgCl, onde o Cl- é a 
principal espécie adsorvida, Usando uma solução ácida, os cátions da CCI serão 
substituídos por H+. Então o H+ e Cl- estarão presentes na camada elétrica dupla e 
como substâncias voláteis serão eliminadas durante a secagem. 
 
PRECIPITADOS CRISTALINOS 
 
TÉCNICAS PARA PRECIPITAÇÃO LENTA 
A obtenção de precipitados com boas características físicas baseia-se nas 
conclusões de Von Weimarn, que ressaltou a importância da SSR no mecanismo 
de precipitação. As técnicas de precipitação sob baixo grau de SSR são 
denominadas técnicas para precipitação lenta. 
 
Na prática, a SSR de uma solução pode ser diminuída de duas maneiras: 
 diminuindo-se o valor de Q; 
 aumentando-se o valor de S. 
 
Isto é conseguido experimentalmente através dos seguintes procedimentos: 
 Usar soluções diluídas do reagente; 
 Adição lenta e sob agitação do reagente precipitante; 
 Realizar a precipitação a temperatura elevada; 
 Realizar a precipitação em um meio no qual a solubilidade do 
precipitado seja maior. 
 
As duas primeiras medidas diminuem o valor de Q enquanto que as duas 
AgCl 
últimas aumentam o valor de S. Estes procedimentos favorecem a formação de 
precipitados com partículas maiores. 
 
ENVELHECIMENTO DOS PRECIPITADOS OU DIGESTÃO 
É comum nos procedimentos gravimétricos deixar o precipitado cristalino 
repousar, na presença da solução mãe, durante um determinado tempo, antes de 
ser filtrado. Neste tempo ocorre um envelhecimento do precipitado. Esse 
envelhecimento foi definido como um conjunto de transformações irreversíveis que 
ocorrem no precipitado depois de sua formação e é também chamado de digestão 
do precipitado. 
Durante esse processo as imperfeições tendem a desaparecer e as 
impurezas adsorvidas passam para a solução. Quando realizado a alta 
temperatura o processo é mais rápido, pois aumenta a solubilidade do precipitado 
e as partículas menores dissolvem-se e depositam-se sobre as maiores. 
 
Digestão: É o procedimento, no qual, o precipitado é aquecido por um certo 
tempo, em sua solução-mãe. A digestão melhora a pureza e a filtrabilidade de 
ambos precipitados, cristalino e coloidal, devido à recristalização. 
 
Recristalização: Durante este processo, as partículas pequenas tendem a 
dissolver-se e re-precipitar-se sobre a superfície dos cristais maiores. 
 
CONTAMINAÇÃO DE PRECIPITADOS 
 
É o arraste de substâncias estranhas pelo precipitado. Um precipitado pode ser 
contaminado através dos processos de: 
 Coprecipitação 
 Pós-precipitação 
 
COPRECIPITAÇÃO 
É o arraste de substâncias estranhas, normalmente solúveis, pelo 
precipitado durante a sua formação. Principal fonte de inexatidãoem análises 
gravimétricas. Os mecanismos de coprecipitação podem ser divididos em: 
 Adsorção Superficial 
 Inclusão isomórfica (Cristais Mistos) 
 Inclusão não-isomórfica 
 Oclusão 
 
Adsorção Superficial: 
A substância é adsorvida na superfície do precipitado. Ocorre 
principalmente em precipitados coloidais. Comum em precipitados com grandes 
áreas específicas superficiais (unidade de área por grama do sólido). A 
coagulação dos coloides não diminui a adsorção superficial. 
 
Figura 5 – Coloide coagulado. Um coloide coagulado continua a expor uma grande área 
superficial para a solução a partir da qual foi formado. 
 
 
Figura 6. Aumento na área superficial por unidade de massa com a diminuição do 
tamanho da partícula. 
 
 
 Precipitados cristalinos: a adsorção superficial é insignificante. 
 Precipitados coloidais: pode chegar a 20% da massa total do precipitado 
 Contaminantes: íon adsorvido + contra-íon. 
Exemplo 14: AgCl: Ag+ na superfície 
NO3- como contra-íon 
 
 Minimização da adsorção: 
 Digestão: forma sólidos mais densos, diminuindo a área superficial; 
 Lavagem com eletrólito volátil: eletrólitos não voláteis presentes na 
CCI são substituídos por espécies voláteis. Não é capaz de retirar os 
íons adsorvidos. 
 Reprecipitação: O filtrado é redissolvido e repreciptado. É um processo 
lento, assim é recomendado apenas para compostos que têm 
extraordinária tendência de adsorção. 
Exemplo 15: Fe(OH)3, Al(OH)3). 
Fe+3 + NH4OH (exc) FeOH3 adsorve OH
- (camada primária) com Zn, Cd, Mn 
como contra-íons 
 
Inclusão Isomórfica (Formação de Cristais Mistos): 
Um dos íons da rede cristalina é trocado por um íon de outro elemento. Os 
íons precisam ter mesma carga e tamanhos semelhantes (diferença < 5%), de 
forma que não ocorre uma distorção apreciável da rede cristalina. 
Exemplo 16: MgNH4PO4 K
+
 MgKPO4 
 
 BaSO4 PbSO4 
 
Pouco pode ser feito com a combinação de íons presentes em algumas 
amostras. Este tipo de contaminação aumenta quando aumenta a razão 
[contaminante]/[analito]. 
 
 
AgNO3 é 
coprecipitado 
 Minimização da Inclusão: 
 Remover contaminante (difícil na prática); 
 Escolher outro reagente precipitante. 
 
Inclusão Não-isomórfica: 
Incorporação de impurezas no interior dos cristais. O contaminante 
apresenta mesma forma cristalina com espaços reticulares diferentes, causando 
distorção na rede cristalina. Esta é a única diferença a isomórfica e a não-
isomórfica. 
 
Oclusão: 
Quando o crescimento do cristal é muito rápido, íons estranhos (camada de 
contra-íons) são ‘’aprisionados’’ durante o crescimento do cristal. Quem estiver em 
excesso será o contaminante. A digestão minimiza este tipo de contaminação. 
 
 Se a velocidade de crescimento é alta (substâncias pouco solúveis) não 
há troca completa ocorre contaminação com BaCl2 
 Digestão: A rápida solubilização e precipitação que acontece durante a 
digestão rompem as bolsas (áreas oclusas), liberando as impurezas para a 
solução. 
 
PÓS-PRECIPITAÇÃO 
Outra possível fonte de erros sistemáticos em gravimetria é a contaminação 
por espécies insolúveis resultantes da presença de interferentes na amostra. A 
impureza neste caso é um composto insolúvel que precipita depois que o 
precipitado analítico se formou. 
Exemplo 18: Ca2+ com oxalato na presença de Mg2+. Se o precipitado for deixado em 
repouso em digestão haverá precipitação de MgC2O4 
Velocidade de cristalização Ca2+ > Mg2+ 
Reações: 
Ca2+ + C2O4
2- Ca C2O4 (precipitado analítico) 
Mg2+ + C2O4
2- MgC2O4 (contaminante) 
ERROS DE COPRECIPITAÇÃO 
 
Quando o contaminante: 
 Não é um composto do íon determinado erro positivo 
Exemplo 19: AgCl adsorve AgNO3 , na determinação de Cl
-. 
 Contém o íon a ser determinado erro positivo ou negativo 
Exemplo 19: Na determinação de Ba, a oclusão de outros sais de Ba. 
 Ba(Cl)2 ( negativo ) menor MM que o BaSO4 
 Ba(NO3)2 (positivo) maior MM que o BaSO4 
 
SECAGEM E CALCINAÇÃO DOS PRECIPITADOS 
 Depois da filtração, precipitados gravimétricos são aquecidos até 
apresentarem massa constante. O calor remove o solvente e outras 
substâncias voláteis. 
 Alguns precipitados são também calcinados para decompô-los em 
compostos de composição conhecida. 
 A temperatura necessária para produzir um produto adequado varia de 
precipitado para precipitado. 
 
ESTEQUIOMETRIA: Conceitos 
Fórmula Empírica: Fornece a razão entre os constituintes de um composto 
químico com o menor número inteiro de átomos. 
Exemplo 4. 
CH4 é a fórmula empírica para todos os alcanos acíclicos 
 
Fórmula Molecular: Fornece a razão entre os constituintes de um composto 
químico com o menor número inteiro de átomos. Pode fornecer também 
informações estruturais do composto. 
Exemplo 5. 
C2H6 é a fórmula molecular para todos o etano. 
 O etanol e dimetil éter mesma F.M. (C2H6O) C2H5OH ≠ CH3OCH3 
 
Mol: 6,0221 x 1023 (Número de Avogadro) átomos, moléculas, íons, elétrons e 
compostos iônicos. 
 
Massa Molar (MM): Massa de um mol de moléculas, íons, etc. em g mol-1 
Exemplo 6. A massa de um mol de O é 15,9994 g (M = 15,9994 g mol-1) 
 
Estequiometria: Relações em termos de massa entre os reagentes e os produtos 
de uma determinada reação química. 
 
Cálculos Estequiométricos: Cálculos que envolvem as quantidades de 
reagentes e produtos, baseados em equações balanceadas (descrevem a 
estequiometria de reação). 
 
CÁLCULOS EM GRAVIMETRIA 
CÁLCULOS COM BASE NA UMIDADE 
 Uma análise pode ser realizada na amostra seca ou úmida. O teor de cada 
constituinte será diferente nos dois casos. Na amostra seca, o valor será maior do 
que na amostra original (úmida). O teor do constituinte desejado pode ser 
calculado com base nas relações: 
mAU = mAS + mu e %U = (mU/mAU)100% 
 
onde: 
mAU = massa de amostra úmida 
mAS = massa de amostra seca 
mU = massa de umidade (água) 
%U = percentual de umidade 
 
Relação entre Quantidade de Matéria e Massa 
Mols 
MM.nm
 e 
MM/mn
 Equação 1 
onde: 
n = número de mols 
m = massa da espécie química 
MM = massa molar da espécie química 
Fator Gravimétrico (FG) 
Número adimensional que leva em consideração a estequiometria da reação. 
 
100
massa
massa
X%
Amostra
X
 Equação 2 
 
FGprodutodomassaXmassa
 Equação 3 
 
odutoPr
MM
MM
.
b
a
FG X
 Equação 4 
 
onde: 
FG = Fator gravimétrico, a e b = números cujos valores indicam que a mols do 
analito produzem b mols da substância pesada (produto). Combinando as três 
expressões acima, temos: 
Porcentual de Analito (X) em uma Amostra 
100.
MM
MM
.
b
a
.
massa
massa
X%
odutoPr
X
Amostra
odutoPr
 Equação 5 
 
Exemplo 7. Analito: P 
 Substância pesada: Mg2P2O7 
 2P ≡ 1Mg2P2O7 
 
2783,0
6,222
97,30
.
1
2
MM
MM
.
b
a
FG
722
OPMg
P
 Equação 6 
 
Exemplo 8. Fe3O4 
Substância pesada: Fe2O3 
2Fe3O4 + 1/2O2 ≡ 3Fe2O3 
 
9666,0
69,159
54,231
.
3
2
M
M
.
b
a
FG
32
43
OFe
OFe Equação 7 
Exemplo 9. Uma amostra de um detergente comercial à base de fosfato, pesando 0,3516 
g, foi calcinada para destruir a matéria orgânica. O resíduo foi tratado com HCl a quente 
para converter o P em PO4
3-. O fosfato foi precipitado como MgNH4PO4.6H2O por adição 
de Mg2+ seguido de NH3 líquida. Após ser filtrado e lavado, o precipitadofoi convertido a 
Mg2P2O7 (222,57 g mol
-1) por calcinação a 1000 oC. O resíduo pesou 0,2161 g. Calcule a 
porcentagem de P (30,974 g.L-1) na amostra . 
 
Equivalência Química: 2P ≡ Mg2P2O7 
2 mols de P ≡ 1 mol de Mg2P2O7 
2MMP ≡ 1MMg2P2O7 2.30,974 ≡ 1.222,57 
mP ≡ mMg2P2O7 mP ≡ 0,2161 mP = 0,601472g 
 
ou 
 - Mols obtidos de Mg2P2O7: 
 1 mol  222,57 x = 0,2161/222,57 
 x mols  0,2161 x = 9,7093 x 10-4 mols de Mg2P2O7 
 - Mols de P 
 2 mols de P  1 mol de Mg2P2O7 
 x mols de P  9,7093 x 10-4 mols de Mg2P2O7 
 x = 9,7093 x 10-4 x 2 = 1,94186 x 10-3 mols de P 
 - Massa de P (analito) 
 1 mol  30,974 g 
 1,94186 x 10-3 mols  x g 
 x = 30,974 x 1,94186 x 10-3 
 x = 6,01472 x 10-2 g de P 
 - %P = (6,01472 x 10-2/ 0,3516) x 100 = 17,11 % de P 
 
Ou através da Equação 5 
 
%11,17100
3516,0
57,222
974,302
2161,0
P%